A história, que a deputada Joice Hasselman conta, não pára em pé.
Não lembra o que aconteceu até acordar em seu apartamento, numa poça de sangue, com fraturas e um dente quebrado. Teria ficado sete horas desacordada.
Na primeira versão, teria levado uma pancada na cabeça e desmaiado. Depois, disse que poderia ter sido dopada. O certo é que não se lembrava de nada.
O marido dormia em outro quarto do apartamento funcional que a deputada ocupa em Brasilia, Não ouviu nada.
Quando ela pediu socorro pelo celular, ele a encontrou caída e cogitou que poderia ser um acidente doméstico, a deputada teria caído e na queda sofrido todas as lesões apresentadas no rosto, no braços e na coluna.
A deputada esperou dois dias para dar queixa à polícia legislativa.
Isso levou à hipótese de que o agressor tenha sido marido, o neurocirurgião Daniel França, hipótese implicitamente encampada pelo noticiário.
No domingo, a deputada e o marido, apareceram de mãos dadas em uma entrevista ao Fantástico. Ele disse que nunca deu um tapa em ninguém.
Ela contou que entregou à polícia os nomes de dois suspeitos: um desafeto político que tem acesso ao prédio e outro “que tem acesso aonde ele quiser”.
Mostrou-se mais preocupada em processar as pessoas que apontam o marido como agressor (“Vou processar todas”) do que em esclarecer quem a agrediu.
Já o ex-assessor do deputado Flávio Bolsonaro e intimo da familia, Fabricio Queiroz, recorreu ao face-book para reclamar do isolamento, postando uma foto em que aparece com Bolsonaro e amigos.
Na resposta a um comentário, Queiroz disse que “está com a metralhadora cheia”. Metralhadora de palavras, entenda-se.
Quanto ao Borba Gato, pelo que diz a imprensa, foi alvo de um grupo de jovens da periferia movidos pela idéia de que a mudança tem que começar pela destruíção dos símbolos do sistema opressor.
O que esses três fatos tem em comum: são muito mais do que parecem, cada um deles extremamente revelador, mas que vão submergir na voragem das notícias, sem que se fique sabendo o que realmente aconteceu.