Com a posse do novo governo federal, nada muda além dos nomes nos ministérios. Talvez nem a esperança se salve, pois continuamos às voltas com velhos problemas que tendem a se confundir com os escândalos emergentes.
O mais grave deles, por enquanto, é a denúncia de malversação de salários de servidores por um assessor do deputado carioca herdeiro do capitão-presidente, que assume com os pés atados, embora absolvido por seu “estado maior”.
Segundo um dos generais-conselheiros do novo presidente, a apropriação de salários de servidores-fantasmas pode ser uma contravenção tolerável, dado seu baixo valor.
Tamanha complacência com “um dos nossos” traz à memória a frase atribuída a De Gaulle: “O Brasil não é um país sério”, uma generalização ofensiva às pessoas éticas.
Até prova em contrário, a corrupção continua liderando a lista de problemas que nos próximos anos haverão de atormentar corações e mentes de homens e mulheres livres e conscientes deste país. Assim, para que ninguém se esqueça, eis a lista das unhas encravadas do Brasil contemporâneo:
I – A corrupção e o mau uso das verbas públicas
II – O desmazelo ambiental sob a égide do Agronegócio, comandado pela indústria química globalizada
III – A manutenção das desigualdades sociais e econômicas como fonte da violação dos direitos humanos, civis, trabalhistas e previdenciários
IV – A ascensão do voluntarismo do Ministério Público e a letargia do Supremo em face da progressiva invalidez da Constituição de 88
V – A virose fascista em vários segmentos da sociedade
VI – A contaminação do parlamento pelo fundamentalismo religioso
VII – O desemprego, matriz da drogadição, da miséria e da violência
VIII – O agravamento do entreguismo com a subordinação desavergonhada aos interesses dos EUA
LEMBRETE DE OCASIÃO
“A agenda de Bolsonaro, alinhada a Washington, inclui privatizações de setores estratégicos de energia com a privatização da Embraer e entrega de bacias do pré-sal”.
Trecho de resolução do PT divulgada no início de dezembro de 2018.