A FEIRA QUE SAIU DA ENCHENTE

Domingo, 2 de novembro, 14 h: o calor não afeta o movimento na Feira.

A primeira conclusão salta aos olhos:  a Feira do Livro de Porto Alegre encolheu. Nesta 70a. edição conta com apenas 64 barracas de livrarias e editoras, menos do que no ano passado, menos da metade do que já teve nos seus melhores momentos.

Outra conclusão vai-se impondo à medida que se entra no espaço da  feira nas alamedas da praça.

Neste domingo, por exemplo, por volta das duas da tarde, sob um calor de 32 graus, o centro histórico de Porto Alegre estava vazio. Até mesmo o bar Tuim, tradicional ponto da boêmia portoalegrense, na rua da Ladeira, estava fechado.

Pois a feira já estava lotada, com uma pequena multidão percorrendo os corredores e se aglomerando diante dos balcões das livrarias e das caixas de saldos.

Às duas da tarde, seis autores já atendiam seus leitores na fila de autógrafos.

Na praça de autógrafos, seis autores já estavam sentados diante de enormes filhas assinando dedicatória nos livros em lançamento.

Só na tarde de domingo, até o encerramento às 20 horas, seriam mais de 40 sessões de autógrafos.

No total, nos 20 dias da feira, serão mais de 700 autores lançando livros dos mais variados títulos dos mais diversificados assuntos –   desde a legislação sobre a presença de cães e gatos nos condomínios, até uma antologia da poesia medieval japonesa.

Além de menor, a feira ficou mais pobre. Mesmo tendo apoio dos maiores anunciantes do Estado e das leis de incentivo à cultura, o orçamento, ainda que bastante reduzido só fechou à última hora, quando os promotores já desesperavam.

Outra constatação evidente neste novo cenário é uma aproximação das raízes da feira, agora toda montada em torno do livro, com menos representações institucionais e eventos de marqueting.

Também é perceptível ao primeiro olhar a garra e animação de editores e livreiros para se refazer das perdas que sofreram com a grande enchente.

Editoras que perderam quase tudo, estão lá na esperança da retomada.  É o caso da Libretos, por exemplo, que reduziu seu stand a menos da metade por que perdeu todo o se estoque, mas está com 14 lançamentos na Feira. (segue)

Praça de autógrafos já com filas de leitores às duas da tarde de domingo.
Muitas pessoas em busca de informação, uma das deficiência da organização.

Sob calor de 32 graus, a área infanto juvenil já estava lotada