Fundação Iberê apresenta primeira exposição individual do franco-palestino Tarik Kiswanson no Brasil 

Vencedor do Prêmio Marcel Duchamp de 2023 – um dos prêmios mais prestigiados da arte contemporânea – o artista explora a intersecção entre memória, perda e transformação, refletindo sua história pessoal e, ao mesmo tempo, dialogando com a incerteza mais ampla de um mundo em transição. “Tarik Kiswanson – Fora do Tempo”, que será inaugurada no dia 30 de agosto, integra a programação dos 200 anos da relação bilateral França-Brasil, que acontece em 15 cidades

 

Até o final de dezembro será é realizada o Ano Cultural França-Brasil, acordo entre os governos dos dois países para a promoção de um conjunto de ações que celebram os 200 anos de suas relações diplomáticas, com atividades em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belém, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campinas, São Luís, Teresina, João Pessoa e Macapá. A Fundação Iberê é a única instituição no Rio Grande do Sul a integrar a programação oficial com a primeira exposição do artista Tarik Kiswanson no país. Com curadoria de Jean-Marc Prévost, a mostra reúne um conjunto de obras em escultura, desenho e vídeo, destacando uma prática multidisciplinar fundamentada em noções de transformação e memória.

Kiswanson nasceu em 1986, em uma pequena cidade da Suécia, filho de pais palestinos que foram exilados de Jerusalém, primeiro para Trípoli e Amã, antes de, finalmente, se estabelecerem em Halmstad. Após uma década em Londres, onde estudou arte, mudou-se para Paris, onde vive e trabalha desde 2010. Ele tem quatro nacionalidades e fala e escreve em cinco idiomas.

Há mais de uma década, o artista vem explorando noções de desenraizamento, metamorfose e memória por meio de uma prática interdisciplinar – escultura, desenho, cinema, som, intervenções espaciais e poesia. Um legado de deslocamento e transformação permeia suas obras e é indispensável tanto para sua forma quanto para os modos de percepção que produzem. Embora mantenha um vínculo com o íntimo e o pessoal, o trabalho aborda preocupações universais e histórias sociais e coletivas de ruptura, perda e regeneração. Sua obra pode ser entendida como uma cosmologia de famílias conceituais interligadas, cada uma explorando variações de temas como refração, multiplicação, desintegração, levitação e polifonia a partir de uma linguagem própria. “Sou um imigrante de segunda geração e minha prática é inevitavelmente moldada por noções de deslocamento e transformação”, afirma.

Nas vinte obras que serão apresentadas na Fundação Iberê, Tarik Kiswanson transita entre o figurativo e o abstrato em sua contínua exploração do corpo, da história e da memória. A leveza de sua produção contrasta com o peso das histórias presentes nos objetos que utiliza.

Os primeiros trabalhos são, em grande parte, um processamento profundamente pessoal da sua própria história familiar. Esse envolvimento é evidente nas esculturas intituladas Recall [Recordação] (2020-2025). As peças retangulares, apoiadas diretamente no chão e que lembram lápides translúcidas e borradas, falam tanto de lembrança quanto de perda. Através de sua presença etérea, quase assombrosa, elas convidam os espectadores a contemplar não apenas a narrativa pessoal de Kiswanson, mas também experiências coletivas mais amplas dentro de histórias diaspóricas. Ao esbater as fronteiras entre o pessoal e o comunitário, essas esculturas evocam um senso de história compartilhada e de identidade coletiva.

A exposição se inicia com o vídeo The Fall [A Queda] (2020), uma obra contemplativa que mostra um garoto caindo lentamente para trás em uma sala de aula vazia. Em um estado de levitação entre o equilíbrio e o colapso, esse momento suspenso – ao mesmo tempo íntimo e desconcertante – reflete uma noção recorrente na obra de Kiswanson: a da criança no limiar da adolescência.

Nos desenhos intitulados The Window [A Janela] (2020-2025), o espectador se depara com uma pequena figura infantil emergindo de um fundo nebuloso, com o braço e a palma da mão estendidos em um gesto que pode significar distanciamento ou busca. Emocional e distante, íntimo e minimalista, o artista permite que o público mergulhe em seu universo.

Nas esculturas levitantes intituladas Nest [Ninho] (2020-2023) e Cradle [Berço] (2020-2024), formas imaculadamente brancas, semelhantes a casulos, sugerem o surgimento iminente da vida — um nascimento ou renascimento, evocando os grandes ciclos da natureza, mas que também podem ser vistas como locais de refúgio e abrigo. Sua mera presença física sugere uma força inerente capaz de quebrar hierarquias e perturbar a ordem estabelecida.

Os desenhos do artista aparecem ao longo da mostra. Alguns retratam crianças pairando no limiar da visibilidade, enquanto outros surgem como formas ovais borradas, lembrando nuvens ou núcleos de energia. Construídos a partir de sucessivas camadas de carvão, os desenhos refletem a contínua investigação da artista sobre o corpo e seu lugar no mundo: sua transformação, sua dissolução, sua ausência e sua renovação. Ao mesmo tempo materiais e metafísicos, eles evocam o conceito de opacidade de Édouard Glissant – uma influência formadora para o artista desde seus primeiros anos como estudante.

“Embora enraizada na experiência pessoal, a arte de Kiswanson transcende o autobiográfico para se envolver com dinâmicas mais amplas de memória coletiva e transmissão cultural. Suas obras atuam como veículos de lembrança – formas que carregam traços tanto de trauma quanto de regeneração. Ao fazê-lo, refletem sobre a condição humana como algo moldado não pela estabilidade, mas por uma negociação contínua entre passado e presente, eu e outro, presença e ausência”, enfatiza Prévost.

Sobre o curador

Jean-Marc Prévost é historiador da arte e curador-chefe do Patrimônio Cultural. Ocupou cargos importantes em renomadas instituições culturais e é reconhecido por seu trabalho curatorial em arte contemporânea. Foi Diretor do Musée d’Art Contemporain de Rochechouart e do Carré d’Art – Musée d’Art Contemporain e liderou projetos globais, incluindo a exposição comemorativa do 10º aniversário do Prêmio Marcel Duchamp.

SERVIÇO  
Exposição “Tarik Kiswanson – Fora do Tempo”
Curadoria: Jean-Marc Prévost (FR)
Onde: Fundação Iberê (Avenida Padre Cacique, 2000 – Cristal)
Abertura: 30 de agosto | Sábado | 14h
Visitação: até 1º de março de 2026 | Quinta a domingo, das 14h às 18h (última entrada) | Às quintas-feiras, a entrada é gratuita

Contato com a imprensa: Roberta Amaral
51 99431 94.29 | imprensa@iberecamargo.org.br

Site: iberecamargo.org.br
Instagram:@fundacaoibere

Doença de Alzheimer é tema de exposição da artista visual Graça Craidy

Mostra da artista visual gaúcha será aberta terça-feira, 2 de setembro, mês mundial de conscientização sobre esse transtorno neurodegenerativo, no Memorial do MPRS

A exposição “Saudade de mim – ensaio sobre a memória,” da artista visual Graça Craidy, apresenta 20 pinturas que abordam poeticamente as alterações de memória causadas pela Doença de Alzheimer. A mostra será aberta na terça-feira, 2 de setembro, mês mundial de conscientização sobre o Alzheimer, no Memorial do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Obra “Saudade dos filhos”/ Divulgação

Os trabalhos criados pela artista retratam “as muitas ausências” causadas pela doença, principalmente em idosos, diz Graça. Nas suas representações, os personagens aparecem junto a elementos que aludem à memória perdida de situações positivas e afetivas que se transformam em saudade. Por exemplo, saudade de brincar, de ler, de amar, de casar, de jogar, de rir, de viajar, de falar.

Artista Graça Craidy – FOTO Kin Viana/ Divulgação

“Quem, principalmente na dita ‘melhor idade’, não tem medo dessa doença terrível? Confesso que tenho. É só não conseguir lembrar de alguma coisa, nomes de pessoas e de objetos, e já acende o sinal amarelo. Então decidi transformar o medo em arte. Quem sabe a arte me salva e ajuda também a salvar outras pessoas”, observa a artista de 74 anos.

Obra “Saudade de abraço”/ Divulgação

No dia 18 de setembro (quinta-feira), às 17h, acontecerá uma conversa sobre esse sério problema de saúde com a participação do psicanalista Abrão Slavutzky, da artista visual Zoravia Bettiol, do promotor de Justiça Marcos Ferraz Saralegui, do coordenador técnico do Memorial do MPRS, Gunter Axt, e da própria artista, com entrada gratuita.

Obra “Saudade dos filhos”/ Divulgação

 Grande desafio

Com o envelhecimento populacional, as doenças neurodegenerativas como a Doença de Alzheimer tornam-se um grande desafio à saúde pública e qualidade de vida dos portadores. A DA é uma desordem crônica, progressiva e irreversível, com causa desconhecida, cujas principais manifestações são a perda de memória e de autonomia, levando a prejuízos nas relações sociais e na cognição.

Obra “Saudade de Ogum”/ Divulgação

A doença acomete cerca de 5% dos indivíduos acima de 65 anos e embora os cientistas ainda não tenham descoberto a causa, sabe-se que os maiores fatores de risco são idade avançada e história familiar positiva.

No Brasil, onde há mais de 29 milhões de pessoas acima dos 60 anos, de acordo com o IBGE, acredita-se que quase 2 milhões de pessoas têm demências, das quais mais da metade são do tipo Alzheimer.

Obra “Saudade de amar”/ Divulgação

A proposta da artista Graça Craidy e do Memorial do MPRS é trazer à tona as grandes questões sobre esse tema que envolvem não apenas o doente, mas a família, os cuidadores, o grupo social, a sociedade, os cientistas, o Estado.

SERVIÇO

 O quê: Exposição Saudade de mim – ensaio sobre a memória, de Graça Craidy

Abertura2 de setembro (terça-feira), às 17h

 Visitação: até 26 de setembro, de segunda a sexta, das 9h às 18h

 Onde: Memorial do Ministério Público do RS (prédio histórico também conhecido como Forte Apache)

 Endereço: Praça Marechal Deodoro (Praça da Matriz), esquina da Rua Jerônimo Coelho. Centro Histórico de Porto Alegre

Entrada franca

Imagens das obras: Divulgação da artista

Plano Diretor é um pacto que todos devem fazer parte de sua construção.

Adeli Sell

A Prefeitura Municipal de Porto Alegre em seu sítio eletrônico ao apresentar o tema da REVISÃO DO PLANO DIRETOR nos diz que:
“Mais do que uma Lei, o Plano Diretor é um pacto entre a
sociedade, o Estado (enquanto entidade técnica que deve
trabalhar para concretizar o pacto) e os governos (atual e os que virão até 2030). Ele influi em questões como o tempo que gastamos para nos deslocar na cidade, a segurança, a qualidade de vida e a capacidade de prevenção a eventos climáticos extremos. E, para garantirmos a manutenção desse pacto ao longo da década, é fundamental que todos façam parte de sua construção.”

Neste mesmo espaço, os gestores locais sinalizam os passos que foram dados de 2016 até hoje, como as várias consultorias, mesmo não se pronunciando sobre seus resultados, reunião temáticas etc.
PACTO
Sim, não dá para negar que o resultado do Plano Diretor seja um pacto, já que tem um aval final do poder legislativo local, que deve ser a representação do todo da sociedade.
Mas para começar a realizar um pacto, como reza a lei para fazer e revisar o Plano ela tem que ter havido ampla e democrática participação popular.
A realização de uma audiência pública num sábado, com
decisão no dia anterior de sua suspensão pela Justiça e depois à noite uma decisão da cassação da decisão, numa verdadeira dança de canetas, não pode ser tida como a forma mais ampla e participativa para o povo.

Porto Alegre tem oito Regiões de Planejamento com seus
representantes eleitos pela participação popular, ampla ou não, mas tem.

Em nenhuma destas foi realizada uma atividade aberta em qualquer momento. Como somos uma sociedade que gira 24 horas por dia, as plenárias deveriam ser em horários diferentes para o povo poder
participar. Ademais, nenhuma atividade foi chamada par debater o que chamamos de corredores de desenvolvimento como o econômico, cultural e ecológico. Logo, mais uma falha. Logo, este tal pacto posto e falado pelos gestores locais deve ser questionado.

* Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito.

Dez anos após sua estreia o filme “Ponto Zero”, de José Pedro Goulart, terá uma sessão comemorativa

Dez anos após sua estreia, o filme Ponto Zero, de José Pedro Goulart, terá uma sessão comemorativa em Porto Alegre. A exibição gratuita acontece no dia 9 de agosto, às 19h, na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico). Antes do longa, será exibido o curta-metragem “Pulso”, também de Goulart. A sessão ainda irá contar com um debate com o diretor, mediado pela jornalista e escritora Fatimarlei Lunardelli. Uma produção da Mínima e da Okna.

O DIRETOR  DO FILME , JOSÉ PEDRO GOULART – FOTO AMANDA COPSTEIN/ Divulgação

O crítico Luiz Carlos Merten escreveu que se tratava de um “OVNI no cinema brasileiro”, completando: “nada que está sendo feito se compara”. Já Hélio Nascimento, decano da crítica no Brasil, afirmou: “Ponto Zero é uma ousadia e se destaca num panorama onde muitos procuram um caminho fácil”. Para Ivonete Pinto, crítica e professora de cinema, Ponto Zero pertence a um “não lugar”, interpretando que o “peso do virtuosismo estético, em especial nos momentos de devaneio de Ênio, tenha apagado o contexto social-histórico e deixado o universo do filme num plano suspenso”.

“OVNI”, “incomparável”, “filme de um não-lugar” — Ponto Zero coleciona adjetivos similares, entre o amor e o ódio, nunca a indiferença. Um filme com uma proposta original precisa de reencontros — ou de encontros. Afinal, há uma nova juventude, uma década depois do lançamento, como também novos olhares, como mostra a recente série “Adolescência”.

“A magia do filme é levar-nos para dentro da cabeça de um adolescente que, por fora, parecia insignificante e imóvel”, escreveu a psicanalista Diana Corso em Zero Hora. E o que será que se passa dentro desta cabeça?

A trajetória internacional de Ponto Zero também merece destaque. Sua carreira começou na Coreia do Sul, no festival BIFFAN, justamente num momento em que o cinema coreano começava um protagonismo que viria a culminar com o Oscar de Parasita. Depois, o filme seguiu ainda mais longe, chegando a Xining, na China. Festivais longe de casa, remotas possibilidades de afinidades? Ou não?

Em 2016, Ponto Zero recebeu o prêmio de melhor filme no International Film Awards Berlin (IFAB). Além disso, Sandro Aliprandini foi premiado como melhor ator, e José Pedro Goulart recebeu o prêmio de melhor roteiro.

A sessão de 09 de agosto contará ainda com a exibição do premiadíssimo curta-metragem “Pulso”, também dirigido por Goulart com Letícia Spiller e Werner Schunemann. O evento tem produção da Mínima e da Okna.

Todas as informações sobre o filme estão disponíveis no Portal do Cinema Gaúcho, incluindo um texto crítico assinado por Fatimarlei Lunardelli:

Mais informações:
https://www.cinematecapauloamorim.com.br//portaldocinemagaucho/1010/ponto-zero

http://pontozerofilme.com.br/criticas

FICHA TÉCNICA

 Ponto zero (2015)

Brasil (RS-SP-RJ)
Longa-metragem | Ficção
HD, cor, 88 min

Direção: José Pedro Goulart
Companhia produtora: Mínima; Okna Produções; Teleimage; CiaRio Centro de Infraestrutura Audiovisual; Cubo Filmes

 SERVIÇO:

 O QUE: Sessão comemorativa de 10 anos  – Ponto Zero

DATA:  09 de agosto (sábado)

HORÁRIO:  às 19h

LOCAL:  Cinemateca Capitólio (R. Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico, Porto Alegre

INGRESSO:  entrada franca e retirada de senhas no local (30min antes da sessão)

*As fotos são de Amanda Costein 

 

Exposição fotográfica “Resiliência” abre no próximo sábado, no Centro Histórico de Porto Alegre

Projeto fotográfico transforma a solidariedade em memória nas imagens de 27 fotógrafos sobre a enchente de 2024

 “Resiliência”, a capacidade de se recuperar de situações adversas/traumatizantes, adaptando-se e superando desafios, mantendo o bem-estar e crescendo com a experiência é o tema da segunda exposição do projeto “Memorial das Águas – Solidariedade e Reconstrução”, com abertura no dia 9 de agosto (sábado), a partir das 15h, na Praça da Alfândega. Localizado no coração de Porto Alegre e também palco da histórica enchente de 1941, até então a maior registrada na cidade, superada pela tragédia de maio de 2024, a iniciativa reacende o olhar coletivo sobre a dor, a empatia e a força de reconstrução. A visitação segue diariamente, ao longo de 24h, até o dia 11 de setembro.

Memorial das Águas – Foto: Claus Canddie/ Divulgação

A primeira mostra, “Voluntariado”, foi prestigiada por mais de 40 mil pessoas, superando todas as expectativas e confirmando a necessidade de dar visibilidade a histórias que não podem ser esquecidas. Agora, 27 fotógrafos com seus olhares sensíveis expõem 80 imagens que trazem não apenas a dor e a destruição, mas sobretudo a força coletiva que emergiu do desastre. Estes registros documentam, emocionam e revelam perdas, mas também a potência da solidariedade.

PORTO ALEGRE (RS), 09/05/2024 – CHUVAS / INUNDAÇÃO / TEMPORAL / Divulgação ALAGAMENTO / SOLIDARIEDADE / MOVIMENTOS SOCIAIS / COMIDA / ALIMENTAÇÃO – Voluntários e integrantes de movimentos sociais organizam mutirão em Cozinha Solidária e garantem milhares de refeições para pessoas atingidas pelos alagamentos em Porto Alegre.

Participam: Anelise Ferreira, Ário Gonçalves, Beto Martinez, Camila Mendes, Cláudia Brandão, Claus Canddie, Douglas Fischer, Felipe Campal, Gabriel Vieira, Gustavo Vara, Isabelle Rieger, Jane Cassol, Jorge Lansarin, José R. Costa, Jussara Moreira, Kathy Esposito, Leandro Abreu, Marco Resende, Margaret Abreu, Nádia Santos, Nina Pulita, Paulo Guerra, Paulo Rossi, Rafael Rosa, Rogério Soares, Rosana Duzzo e Sílvia Pozza.

12.05.2024 – Situação da enchente em Pelotas na região das Doquinhas em Pelotas – Foto: Gustavo Vara/ Divulgação

Surgido da urgência de transformar o luto em legado, o “Memorial das Águas” é composto por cinco exposições – três em Porto Alegre e duas em Pelotas –  de julho a dezembro de 2025, em locais que ficaram submersos. De autoria de profissionais e amadores selecionados por convocatória pública, registram os impactos da enchente, os resgates, a força do voluntariado e os movimentos de reconstrução afetiva e social nas comunidades atingidas. A terceira e última exposição na capital gaúcha será realizada de 13 de setembro a 9 de outubro, com o título “Conscientização”. Já em Pelotas, o Largo do Mercado sediará a coletiva “Gratidão”, de 25 de outubro a 20 novembro e “Retomada”, de 22 novembro a 20 dezembro.

Memorial das Águas – -Foto: Jane Cassol/ Divulgação

Conhecido por seus projetos curatoriais a céu aberto com forte impacto social e estético, o idealizador e coordenador Marcos Monteiro propôs um modelo de exposição pública integrada à vida urbana.  A ação ganhou força com a articulação do produtor Edison Nunes, o apoio do Clube Arte para Todos, entidade que promove o acesso democrático à arte em diversos territórios e viabilização através da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura (MinC). A promoção é da Galeria Escadaria, criada em 2021 pelo fotógrafo e designer Marcos Monteiro, no Viaduto da Borges de Medeiros, que com as obras de restauração passou para o Píer do Gasômetro.

Memorial das Aguas – Cidade Invadida – Foto: Kathy Esposito/ Divulgação

Danificada durante a enchente, teve suas estruturas de ferro reaproveitadas para as coletivas do projeto, com bases formadas por pedras de rio, numa homenagem à força da natureza e à resistência dos afetos.

Memorial das Aguas – Pra quem precisar; Foto: _NinaPulita/ Divulgação

“O Memorial das Águas é mais do que um registro documental. É um tributo coletivo. Um convite à empatia, à reflexão e à valorização dos vínculos humanos que emergem nos momentos de crise”, destaca o curador Marcos Monteiro. Ele explica que mais do que um registro sobre um desastre natural, o projeto é um legado cultural vivo. Um exercício de memória que resgata o passado com os olhos voltados para o presente e o futuro. Uma homenagem àqueles que ajudaram, resistiram e, pelas águas, redescobriram o poder da coletividade.

Memorial das Águas – Foto: Gabriel Vieira/ Divulgação

Interessados em participar das próximas mostras podem se inscrever, gratuitamente, mediante o preenchimento do formulário (https://forms.gle./gaBDqGSmWpoRbo5s9). A exigência é que sejam maiores de 18 anos e tenham registrado o lado humano, a solidariedade e o recomeço, na catástrofe que assolou a maior parte do Estado no ano passado. Cada autor poderá realizar mais de uma inscrição, podendo ser selecionado com mais de uma imagem. Todas as informações estão no site https://memorialdasaguas.my.canva.site/memorial-das-aguas.

Memorial das Águas – Foto: Beto Martinez/ Divulgação

Ficha Técnica:

Realização: Ministério da Cultura – Lei Rouanet, Galeria Escadaria e Clube Arte Para Todos

Direção e Curadoria: Marcos Monteiro

Administração e Produção: Edison Nunes

Assistente de Produção: Iessa Medeiros

Comunicação Visual: Edison Nunes e Marcos Monteiro

Execução e Logística: Acontece Eventos

Comunicação: Vera Pinto

Mídias Sociais: Fernanda Bracht

Apoio:

Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre

Secretaria de Cultura da Prefeitura de Pelotas

Valorize Projetos, Gestão de Recursos e Patrocínios Ltda

CDF Locações de Materiais Cenográficos e Culturais Ltda.

Patrocínio:

Grupo RBS

Paraflu do Brasil Indústria e Produtos Químicos Ltda

Nutrire Indústria de Alimentos Ltda

Soma Sul Equipamentos Ltda

Memorial das Aguas – Profusão de más notícias – Foto: Nádia Maria Weber Santos/ Divulgação

Servico:
Memorial das Águas – Solidariedade e Reconstrução

Exposição “Resiliência”
Abertura: 9 de agosto (sábado) de 2025, a partir das 15h.
Local: Praça da Alfândega – imediações do Margs – Centro Histórico de Porto Alegre
Encerramento: 11 de setembro de 2025.
Visitação: Diária, ao longo de 24h.
Contato: com o curador, Marcos Monteiro, pelo whatsapp  (51) 9935-0608 ou com a jornalista Vera Pinto (51) 99104-1372. Entrada franca.

Espetáculo musical protagonizado por jovens autistas circula por cinco cidades gaúchas, em agosto

A segunda edição do projeto TEAprochega na Estrada: Grupo Artístico para Jovens Autistas, levará música e inclusão para cinco cidades do Rio Grande do Sul. As apresentações do Musical Protagonizado Por Pessoas Com Autismo acontecerão nas APAEs de Montenegro, Osório, Feliz, Ivoti e Alvorada, reunindo jovens autistas e músicos profissionais em um show emocionante e totalmente acessível e gratuito. A circulação do projeto faz parte do edital PNAB Política Nacional Aldir Blanc de Fomento a cultura. Realização Ministério da Cultura e Financiamento Pró-Cultura – Sedac RS.

O projeto social de musicoterapia para autistas da banda 50 Tons de Pretas, nasceu há 7 anos com o nome UMA SINFONIA DIFERENTE RS, e em sua nova fase, desde 2024, busca evidenciar as potencialidades das pessoas com autismo, promovendo um espetáculo que une qualidade estética e inclusão. O elenco conta com crianças e jovens autistas, acompanhados por uma banda composta por oito músicos profissionais e por convidados locais.

50 tons de pretas : Grazi e Dejeane; crédito Ricardo Lage / Divulgação

Mais do que um show musical, TEAprochega é um espaço de sensibilização e aprendizado. Durante as apresentações, intervenções informativas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ajudarão o público a compreender melhor o universo autista, destacando aspectos importantes como comunicação, hipersensibilidade sensorial e formas de interação.

O espetáculo será acessível para crianças autistas e não autistas, com controle de volume de som, duração ajustada e adaptação de estímulos visuais. Além disso, haverá tradutores de Libras e audiodescrição, garantindo que todos possam desfrutar da experiência ao máximo.

A trilha sonora do projeto é um capítulo à parte. As canções são autorais, algumas inéditas, compostas pela musicoterapeuta Graziela Pires, com arranjos da cantora e multi-instrumentista Dejeane Arruée. Ambas integram a banda 50 Tons de Pretas, que tem um papel essencial na construção musical e na direção artística do espetáculo. O repertório inclui músicas de edições anteriores do TEAprochega, como O Trem do Sinfonia (2019), Felicidade (2020), Borboleta, Voa (2021), Alegria (2022),  (2023) e La Vida (2024), todas repletas de lirismo e ritmo envolvente.

O projeto, que já teve uma bem-sucedida primeira edição em Novo Hamburgo, Porto Alegre e São Leopoldo, expande agora seu alcance para novas cidades. O objetivo é tornar os jovens autistas protagonistas de um espetáculo que inspira, emociona e promove reflexão.

Os espetáculos serão gratuitos e acontecem dentro das APAE participantes do projeto TEAcolhe. Além disso, algumas das canções apresentadas serão registradas em estúdio, ampliando o alcance do projeto e possibilitando que mais famílias, educadores e profissionais da área tenham acesso ao repertório.

SERVIÇO

– 16/08 – Alvorada -17h – Ginásio Municipal

– 26/08 – Montenegro – 19h30 Teatro Municipal Roberto Atayde Cordona

– 28/08 – Osório – 16h – Apae de Osorio

– 27/09 – Ivoti – 15h – Núcleo de Casas Enxaimel

– 04/10 – Feliz – 15h – Centro Cultural de Feliz

Para acompanhar mais sobre o TEAprochega, e se inscrever no Projeto, siga no Instagram: @teaprochega.

 

 EQUIPE TÉCNICA

Coordenação da Musicoterapeuta e Mestranda: Graziela Pires; Dejeane Arruée, Direção musical; Coordenadora do Grupo de Pesquisa, Doutora Musicoterapeuta e Psicóloga:  Marylea Vargas; Coordenadora do grupo de pais, Mestre e Psicóloga: Mara Ritter; No apoio técnico: Jaqueline Zuccari – fonoaudióloga com especialização em ABA, Marliese Godoflite fonoaudióloga e psicopedagoga, Andreia Steinment – musicoterapeuta, Paulo Gambum – Musicoterapeuta, Patricia Scossi, jornalista e pós graduanda em musicoterapia, Cristiane – Musicoterapeuta, Leonardo da Silva – licenciado em dança, Anna Claáudia Oliveira Santos – nutricionista com especialização em ABA, Selenir Kronbauer – mestre em teologia, Musicoterapeuta Jesus Alberto Herrera e Musicoterapeuta e Psicóloga Chiara Herrera.

 

Sobre o TEAPROCHEGA

O TEAprochega: Grupo artístico formado por crianças e jovens com autismo tem por missão: Promover um espaço de desenvolvimento de habilidades sociais e de expressão artística para crianças e jovens com TEA (Transtorno do Espectro   Autista), através da musicoterapia, com a finalidade de torná-los protagonistas nos espaços culturais.  Como Visão: Ser referência no trabalho de desenvolvimento de habilidades sociais e artísticas para crianças e jovens com TEA (Transtorno do Espectro Autista), oportunizando o acolhimento das famílias, formação continuada para a comunidade e inclusão social e cultural das pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Destaca como Valores:Inclusão: Acreditamos que todo/as tem potenciais a serem desenvolvidos e merecem ser acolhidos nas suas diferenças para que se sintam pertencentes; Acessibilidade: Promovemos um ambiente que possa garantir a participação de pessoas com TEA em igualdade e equidade. Diversidade: Acolhemos e incentivamos a expressão individual de cada um, valorizando a sua forma única de ser e estar no mundo. Coletivo: Incentivamos as práticas musicais em grupo, estimulando a formação de um coletivo pautado no respeito, empatia, colaboração e circularidade.

O projeto (conhecido anteriormente como UMA SINFONIA DIFERENTE RS) segue em sua nova fase, com a coordenação das artistas da 50 Tons de Pretas.

 

A circulação do projeto faz parte do edital PNAB Política Nacional  Aldir Blanc de Fomento a cultura

 

Realização @minc

Financiamento Pró-cultura @sedac_rs

 

UTA e Pretagô apresentam Mesa Farta e Zaze Zaze: uma festa para Vavó, em Porto Alegre

A troca e o encontro de dois grandes grupos de teatro do sul do Brasil, o UTA e o Pretagô, está sendo celebrada com uma circulação de seus mais recentes espetáculos pelo RS. As cidades de Canoas, Pelotas, Porto Alegre e Santa Maria estão vendo ou revendo as montagens de Mesa Farta, do Pretagô e Zaze-Zaze: uma festa para Vavó, do UTA.
Os dois grupos desenvolvem com maestria as dramaturgias com temáticas negras. Intitulado UTA e Pretagô: encontro e circulação de temáticas negras, o projeto iniciou sua circulação em Canoas, passa por Pelotas dias 18 e 19 de julho e chega a Porto Alegre nos dias 24 e 25, onde se apresenta no Teatro de Câmara Túlio Piva, além de realizar uma oficina. Este projeto é realizado com recursos do edital 26/2024 – SEDAC PNAB RS com financiamento Pró-Cultura do Governo do Estado do RS e realização do Ministério da Cultura do Governo Federal.
Zaze Zaze – Foto: Fabio Zambom / Divulgação
O espetáculo Zaze-zaze: uma festa para Vavó, do UTA, estreou em 2023, após ser aprovado no edital FAC-RS das Artes de Espetáculo, pelo qual recebeu um financiamento para a montagem da obra. Realizou dez apresentações em bairros periféricos e áreas centrais da cidade de Porto Alegre, e, além disso, oportunizou workshops para grupos de teatro periféricos.
ZAZE ZAZE . credito Fábio Zambom/ Divulgação
Em 2024, foi um dos espetáculos convidados a participar do Festival Porto Verão Alegre, pelo qual realizou duas apresentações. Foi selecionado como uma das montagens locais a participar do 18º Palco Giratório, em 2024. Mesa Farta, do Pretagô retrata o cotidiano da vida de pessoas negras. A metáfora da mesa alude ao fato de que comemos, bebemos, rimos, sonhamos, divagamos, decidimos, celebramos a vida e choramos a morte. Nela são feitos acordos sobre o mundo. Na mesa, o grupo Pretagô se lança a pensar sobre as possibilidades de mudanças a partir de escolhas, confissões, compartilhamentos, celebrações e decisões que se observam na atualidade.
Mesa Farta- Foto: Anelise de Carli/ Divulgação

Os dois espetáculos abordam temáticas negras em suas concepções dramatúrgicas de modos distintos. O encontro entre os dois grupos se mostra potente justamente por isso. “Acreditamos que tal encontro justifica-se tanto pela troca artística entre os grupos na elaboração da oficina a ser ministrada em conjunto, quanto pela oportunidade do público de assistir aos espetáculos e entrar em contato com estéticas diversificadas, ainda que o foco de discussão encontre pontos de contato no que se refere à temática negra”, afirma Thiago Pirajira, professor da Universidade Federal de Pelotas e artista da UTA e Pretagô.

movimenta cena sul_mesa- farta. Foto: laura testa/ Divulgação
Ao todo, na circulação, serão três apresentações de cada grupo e quatro oficinas ministradas pelos dois grupos em conjunto. As oficinas tem como público alvo artistas, professores e estudantes de artes cênicas, visto que três das cidades escolhidas para a circulação, Santa Maria, Pelotas e Porto Alegre, têm cursos de graduação que formam tanto professores de artes cênicas quanto artistas da cena. “Embora exista a previsão de ensino da história e da cultura negra nos currículos escolares, ainda há uma grande lacuna na formação de artistas e professores nas universidades. Desse modo, o projeto contribui para a formação de professores, artistas e o público em geral, seja por meio das apresentações, seja por meio das oficinas”, reflete Pirajira.
Mesa_Farta- credito Laura_Testa./ Divulgação
Sobre os espetáculos:
Mesa Farta
O título Mesa Farta traz em si uma metáfora que se faz de forma encruzilhada, nas ondas simultâneas e ambíguas. Inicialmente corresponde ao objeto mesa, repleto de alimentos. Metaforicamente a mesa farta é uma imagem que representa o desejo de fartura de vida, de prosperidade, de experiências positivas, de axé – a potência vital. Por outro lado, pode ser entendida também como um local, um tempo, ou ainda, um espaço que está inconformado, rebelado, em aspecto de recusa. A mesa, objeto real, imaginário e imaginado, elemento cênico e arranjador metafórico da narrativa do espetáculo, toma a própria dimensão de mundo, operando como o lugar que pertence àqueles que detêm o poder. A mesa assume o sentido metafórico de poder, sendo ela mesma destinatária dos papéis e documentos que organizam o tempo e as condutas sob as quais vivemos. Ao tomar a mesa como este lugar emblemático, limítrofe, as cenas que se apresentam ao longo do espetáculo se referenciam a este objeto e o tornam material e imaterial. A mesa, em Mesa Farta, possui a ambivalência e o movimento do orixá Exu, por ser ela mesma encruzilhada, morada, e o princípio causador destes movimentos / deslocamentos.
            A dramaturgia é composta por cenas coletivas autorais, cenas individuais e coletivas, intercaladas ao longo do roteiro por monólogos extraídos de textos clássicos da dramaturgia euro-ocidental como Medeia de Eurípedes; Dona Rosita, a Solteira, de Frederico Garcia Lorca; A vida é sonho, de Pedro Calderón de La Barca; Medeamaterial, de Heiner Müller. Desde seu início o grupo constrói suas dramaturgias a partir de relatos pessoais, experiências individuais e coletivas, misturadas a outras histórias, textos e memórias. No caso de Mesa Farta, foram trabalhados textos clássicos euro referenciados.  A trilha sonora é embalada por mixagens eletrônicas, beats sonoros misturados com ritmos como funk carioca, rap, rhythm and blues, hip hop e distorções nos microfones.
Zaze-Zaze: uma festa para Vavó
O espetáculo de rua Zaze-Zaze: uma festa para Vavó, inspirado no texto dramático Zaze-Zaze, de Hermes Mancilha, comemorou os 30 anos do UTA, de um dos mais importantes grupos teatrais do sul do Brasil. Mancilha foi uma personalidade do teatro na cena sulista. Autor, ator, iluminador, dramaturgo, diretor e professor de teatro, foi coautor de “Bailei na curva”, espetáculo tão importante na história que continua em cartaz até os nossos dias. Muitos de seus textos não foram ainda publicados, quase trinta anos depois de sua morte e este espetáculo dá visibilidade à herança desse dramaturgo tão importante na constituição do teatro negro gaúcho. A montagem conta e canta a história da vida de Vavó, uma mulher negra e pobre, símbolo da resistência negra brasileira. Em cena figuram seus percalços e conquistas até seu final, quando se torna uma árvore.  A linha do tempo de sua vida, suas memórias, as conversas com seu companheiro, as cenas ritualísticas e recordações expõem a condição de vida da mulher negra no Brasil. O espetáculo explora sua caminhada, os sonhos, as relações familiares, oscilando entre cenas rituais, líricas e cômicas.
          Os espetáculos da UTA têm sua identidade bem marcada. O grupo não utiliza o texto dramático tradicional como ponto de partida, e sim um processo criativo de improvisações, que resultam em narrativas diversas até chegar ao espetáculo final.  Trabalhos de destaque como O Ronco do Bugio (1996) mostram a força criativa desse conjunto de atores e atrizes. Nesse espetáculo de rua o grupo fundia a figura do bugio – macaco típico do sul do Brasil que com seu ronco deu origem ao ritmo gauchesco – e o bufão europeu, figura grotesca que originou uma técnica específica de atuação na qual o ator usa sua própria força bizarra para fazer rir. Esse tipo de mescla esteve também em Mundéu o segredo da Noite (1998), no qual o grupo misturou a técnica de dança-teatro do sul da Índia, conhecida como Bharata Natyam e os personagens das Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto. A temática sulista, bastante recorrente nos trabalhos, aparecia, também, de forma não estereotipada em Nos meses da corticeira florir (2001), espetáculo em que o público era convidado a entrar na casa de uma costureira e ali experimentar histórias antigas.
 
 
FICHA TÉCNICA:
 
ZAZE-ZAZE: uma festa para Vavó
Inspirado na obra de Hermes Mancilha
Direção: Gilberto Icle
Assistência de direção: Shirley Rosário
Elenco: Álvaro RosaCosta, Celina Alcântara, Ciça Reckziegel, Dedy Ricardo, Gilberto Icle, Gisela Habeyche, Lauro Fagundes (Juliano Barros em substituição), Nina Fola e Thiago Pirajira
Músicas: Flávio Oliveira, Luciana Prass, Simone Rasslan, Álvaro Rosacosta, Nina Fola, Thiago Pirajira, Dedy Ricardo, Gisela Habeyche, Lauro Fagundes, Celina Alcântara, Gilberto Icle, Ciça Reckziegel e o cancioneiro popular
Arranjos e direção musical: Simone Rasslan e Luciana Prass
Preparação vocal: Simone Rasslan
Preparação para percussão: Luciana Prass
Contrarregragem: Shirley Rosário e Miguel Rosa
Figurinos: Mari Falcão e Camila Falcão
Acessórios cênicos e assessoria figurinos: Luiz Augusto Lacerda
Projeto cenográfico: Gonzalo Callejas (Teatro de Los Andes, Bolívia)
Cenografia: Alex Limberger
Criação e confecção pássaro: Roberto Marques e Luiz Augusto Lacerda
Arte: Mitti Mendonça
Design gráfico: Aline da Silva Gonçalves
Fotos: Fábio Zambom
Produção: UTA Produções Artísticas e Culturais
Realização: UTA
Duração: 50 minutos
Classificação etária: livre
MESA FARTA
Elenco: Bruno Fernandes, Fernanda Fiuza, Laura Lima e Silvana Rodrigues
Direção: Thiago Pirajira
Dramaturgia: Grupo Pretagô
Trilha sonora original: João Pedro Cé e Thiago Pirajira
Técnico de som e operador:  Wagner Menezes
Figurinos: Camila Falcão e Mari Falcão
Maquiagem: Camila Falcão
Projeções: Jana Castoldi
Operação de projeções: Gabi João
Vídeos: Thiago Lazeri
Iluminação: Bruna Casali
Cenografia: Rodrigo Shalako e Thiago Pirajira
Cenotécnico: Rodrigo Shalako
Contrarregra: Miguel Rosa
Fotos: Anelise De Carli e Laura Testa
Produção e Realização: Grupo Pretagô
Duração: 70 minutos
SERVIÇO:
UTA e Pretagô: encontro e circulação de temáticas negras
Pelotas – UFPel / Campus Porto
18 de julho às 16h – Zaze-Zaze ( Largo do Bola, em frente ao ICH – Rua Alberto Rosa, 117, Centro)
19 de julho às 10h – Oficina ( Bloco 3 Centro de Artes – Rua Alberto Rosa, 117, Centro)
Porto Alegre – Teatro de Câmara Túlio Piva / Rua da República, 575
24 de julho às 19h – Mesa Farta
25 de julho às 10h – Oficina
25 de julho às 19h – Zaze-Zaze
Santa Maria – Teatro Caixa Preta UFSM /Teatro Caixa Preta – Espaço Cultural Rozane Cardoso/
Avenida Roraima, 1000, Camobi
08 de agosto às 19h – Mesa Farta
09 de agosto às 10h – Oficina
Este projeto é realizado com recursos do edital 26/2024 – SEDAC PNAB RS com financiamento Pró-Cultura do Governo do Estado do RS e realização do Ministério da Cultura do Governo Federal
 
 

Guilherme Roman apresenta obras para coro a capela, na Comunidade Evangélica Luterana Cristo

Guilherme Roman, de 31 anos, desponta como um dos poucos autores de música sacra para coro no RS. “Sacrum Novum” ocorre no dia 20 de julho, às 17h. Entrada gratuita

No dia 20 de julho (domingo), às 17h, Guilherme Roman apresenta seu trabalho como compositor de músicas sacras para coro na Comunidade Evangélica Luterana Cristo“Sacrum Novum” traz sete peças escritas entre 2018 e 2024, duas delas inéditas, incluindo textos extraídos do breviário romano.

Guilherme Roman. Foto: @vitoriaproenca/ Divulgação

concerto é formado por cerca de 38 cantores. Uma parte do repertório conta com coro masculino, cantando a quatro e cinco vozes, e a outra apresenta uma missa de pouco mais de 20 minutos dividida em seis partes, cantada por coro misto e solista.

Membro da Companhia de Ópera do RS (CORS), Guilherme é formado em Canto e em Regência Coral pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Como compositor, teve várias de suas músicas apresentadas por grupos como Coral da UFRGS, Madrigal Nestor Wennholz, Grupo Cantabile, Donna Voce, entre outros.

SERVIÇO
“Sacrum Novum” – Música para coro a capela
Quando:
 20 de julho | Domingo | 17h
Onde: Comunidade Evangélica Luterana Cristo (Avenida Presidente Roosvelt, 730 – Bairro São Geraldo)
Entrada gratuita

Fernando Lima costura arte, memórias e poesia na exposição “A Pele do Bordado”

Um artista que transforma o tecido em pele que recobre a alma com poesia. A exposição “A Pele do Bordado”, de Fernando Lima, apresenta produções que transcendem as telas em pinturas com linhas, cores e retalhos. A exposição, que tem curadoria de Alexandra Eckert, será inaugurada no sábado, 19 de julho, das 14h às 16h30, na Galeria Duque. A mostra segue no local até o dia 19 de setembro, com entrada franca.

Fernando Lima  – Acervo Pessoal/ Divulgação

“‘A Pele do Bordado’ apresenta uma produção autobiográfica que evoca lembranças de uma vida, narradas em coloridas, vibrantes e preciosas camadas de tecido”, sintetiza a curadora. “As sobras de tecido e tiras que Fernando costura criam camadas e revelam transparências e texturas, capazes de contar as histórias nelas contidas. Utilizando a costura e os pontos do bordado como uma delicada ferramenta de apresentação de sua sensibilidade e de seu universo simbólico, Fernando nos oferece suas obras como possibilidade de partilha. Aqui, o nosso corpo pode aceitar o convite do artista de vestir os seus panôs como uma segunda pele e se impregnar de calor e proteção”, observa Alexandra.

Fernando Lima  – Manto de feltros – Foto: Rosana Almendares/ Divulgação

“Minha produção é eclética e uso diversas técnicas. Assim tenho circulado pela pintura, desenho, tecelagem, cerâmica e vidro. A mostra ‘A Pele do Bordado’ traz um conjunto de panôs de parede e panôs vestíveis. Minha inspiração para o trabalho com os tecidos vem da memória, das manifestações artísticas vistas na infância, minha relação com a natureza, com as pessoas”, conta Fernando.

Fernando Lima  -Flameo – Rosana Almendares/ DivulgaçãoDivulgação

A obra visceral é traduzida pelo próprio artista: “A pele do bordado é minha própria pele, se atravesso agulhas nesses tecidos, também sangro de dor…, mas ao ver nascendo do nada, uma imagem quase sagrada, minha dor já não é nada mais que um registro de tudo que sou”.

Fernando Lima  – Acervo Pessoal/ Divulgação

Fernando Lima Lima é artista visual e poeta. Sua trajetória na arte inicia no Atelier Livre da prefeitura de Porto Alegre, nos anos 70, onde estudou desenho e litografia. No local, nos anos 80, foi aluno de Danúbio Gonçalves. Com graduação em Letras e pós-graduação em Poéticas Visuais, desenvolve pesquisas artísticas e diversas experimentações em seu ateliê, na cidade de Canoas/RS.

Fernando Lima -Vestido de Noiva – Foto: Rosana Almendares/ Divulgação

Atuou como gerente de artes na Secretaria Municipal de Cultura – Canoas, onde realizou projetos de artes visando à inserção dos artistas contemporâneos nos mais diversos eventos ligados à área cultural. Sua atual produção tem como principal suporte os tecidos, onde são reproduzidas imagens de um repertório vindo de revistas, jornais e outras imagens de domínio público. As técnicas vindas da costura estão presentes nesta atual fase, que tem como principais referências José Leonilson, Leda Catunda, Andy Warhol, Sigmar Polke, Torres Garcia, Vik Muniz e Arthur Bispo do Rosário

Fernando Lima  – A Floresta – Rosana Almendares/ Divulgação

 A Pele do Bordado

Artista: Fernando Lima

Local: Galeria Duque
Endereço: Duque de Caxias, 649 – Porto Alegre
Vernissage: 
sábado, 19 de julho, das 14h às 16h30
Período da exposição: de 19 de julho a 19 de setembro
Horário de funcionamento: Seg/Sex: 10h às 18h | Sáb: 10h às 17h
Entrada Franca

Parada de Luta LGBTQIAPN+ de Porto Alegre no próximo domingo, na Redenção

 

A 18º edição da Parada de Luta LGBTQIAPN+ espera mais de 150 mil pessoas, e reforça a causa com homenagens, música e performances de arte drag e transformista
Organizada pelo ativista, advogado e apresentador Roberto Seintenfus a Parada de Luta afirma a importância da reflexão sobre a causa LGBTQIAPN+ e vai além:  aborda assuntos como a redução da jornada de trabalho, diversidade, saúde e moradia, educação e o combate a LGBTfobia, num dos países com maior índice de mortes por preconceito de gênero.
Imagem Mythago Produções/ Divulgação
Na concentração, às 12h no Parque da Redenção, uma homenagem em memória da apresentadora da Parada, Sylvinha Brasil, cujo troféu será dado aos apoiadores da diversidade sexual. A premiação será entregue pelos ativistas e apresentadores Gaio Fontella, psicanalista, e Vagner Oliveira, advogado especialista em direito homoafetivo. Recebem o Troféu Sylvinha Brasil Marcely Malta, da Ong Igualdade; Álvaro Machado, da Coordenação de Turismo-RS; Liliana Gonçalves, Secretária Municipal de Cultura de Porto Alegre; Giovani Culau, vereador; Ilse Lampert, cantora; Tatiana Bastos, titular da delegacia de combate à intolerância sexual e de gênero de Porto Alegre; Kamilly Bitencourt, Miss Curvy Universe Brasil 2024; Érika Hilton, deputada e as jornalistas Isabel Ferrari e Bebê Baumgarten.
Imagem Mythago Produções/ Divulgação
A partir das 15h, A Parada de Luta segue a caminhada com trios, ao som do DJ Tutty Drag Queen, até o pôr-do-sol do Guaíba, onde a arte drag e transformista é valorizada com performances ao longo do trajeto.
Parada de Luta LGBTQIAPN+
Dia 13 de julho
Concentração às 12h / Entrega dos troféus às 14h / saída em cortejo às 15h
Parque da Redenção