Carlos Nejar é o patrono da 68º Feira do Livro de Porto Alegre , que volta de forma presencial

 

 

A Câmara Rio-Grandense do Livro anunciou ontem, dia 20, pela manhã o nome do escritor Carlos Nejar como patrono da 68º edição da Feira do Livro de porto Alegre; Ele sucede o filho, Fabrício Carpoinejar, que foi o patrono da edição passada. Depois de dois anos de forma híbrida, a feira volta em formato totalmente presencial, entre os dias 28 de outubro e 15 de novembro, na Praça da Alfândega e espaços culturais próximos.

Fotos: Câmara Rio-Grandense de Livros/ Divulgação

Carlos Nejar tem 83 anos e é ocupante da cadeira número quatro da Academia Brasileira de Letras. Tem extensa produção como autor de poesias, ensaios, contos, críticas literárias e literatura infanto-juvenil.

“Me puseram o título de patrono por generosidade, mas sou um servidor da Feira do Livro, quero servir, participar. Estou muito feliz por suceder o meu filho Fabrício e, também, pelo aniversário da minha terra. Feliz pelo calor humano e pela valorização do livro”, comentou logo depois do anúncio.

O presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur, destacou  a escolha do patrono dessa edição, como reconhecimento à extensa contribuição de Nejar à literatura brasileira. “É uma honra prestar essa homenagem a este escritor gaúcho que traz em sua obra, que é atemporal, a afeição pelo Estado. É a oportunidade das novas gerações conhecerem a fundo publicações importantes, como ‘O Campeador e o Vento’ (1966), ‘Canga’ (1993) e tantas outras”, afirmou..

Nejar lançou seu primeiro livro, “Sélesis”, em 1960. Seus trabalhos mais recentes são “Senhora Nuvem” (Life Editora) e “A República do Pampa” (Casa Brasileira de Livros) e foram lançados neste ano. Há outras obras prontas, aguardando publicação.

“Livro na gaveta é fantasma. Os originais incomodam como almas penadas. O livro saindo, eu me liberto. Vem a oportunidade, eu publico, mas tenho muitos livros inéditos”.

 Um homem do pampa

Procurador de Justiça aposentado, há três décadas Nejar vive no Rio de Janeiro. Sua ligação com oRio Grande do Sul sempre fez parte de sua trajetória literária. Em 2018, foi lançado o dicionário “Carlos Nejar: Um homem do Pampa”, com mais de mil trechos de obras do escritor. A publicação foi organizada por Luiz Coronel e lançada pela Editora Mecenas.

Nejar recebeu diversos prêmios literários e teve reconhecimento internacional. Em 1993, a publicação norte-americana Quarterly Review of Literature destacou o gaúcho como um dos grandes escritores da atualidade, ele era o único brasileiro. Em 2002, foi citado entre os 10 poetas mais importantes do Brasil pela revista Literature World Today.

O patrono ainda foi considerado um dos 37 poetas-chave do século, entre 300 autores memoráveis, entre 1890 e 1990, pelo crítico suíço Gustav Siebenmann, em Poesía y Poéticas del Siglo XX en la América Hispana y el Brasil, em 1997. Em 2017, Nejar chegou a ser indicado ao Nobel de Literatura, segundo registros de notícias sobre o escritor em publicações brasileiras.

Deixe uma resposta