Semana de Arte da Galeria Bublitz, com mais de 400 itens, na praia de Atlântida

O mar está para arte. E o veraneio começa com a tradicional Semana de Arte da Galeria Bublitz na Sociedade dos Amigos do Balneário Atlântida (SABA). A programação inicia no sábado, 4 de janeiro, e segue até domingo, 12. Além das obras de arte de diversos artistas gaúchos e nacionais, tapetes orientais e objetos de decoração, a mostra terá a participação de Marcelo Hübner, fazendo pinturas ao vivo, retratando cenas do litoral. E na sexta-feira, dia 10 de janeiro, às 20h, haverá a palestra “Ver a Arte” com a professora de história da arte Tânia Bian. A entrada é franca para a palestra e a exposição.

O artista visual Marcelo Hubner/ Divulgação

Durante a temporada, Hübner, que mora em Porto Alegre, praticamente se muda para Atlântida e para a SABA, que se transforma em seu atelier. As cores e os traços característicos de Hübner poderão ser conferidos pessoalmente por quem visitar a exposição, que também traz obras de suas principais séries: “Banhistas”, “Floristas”, “Urbanos”, “Jornais Florais” e as “Paisagens Gaúchas”, com a retomada das origens com os cenários do Rio Grande do Sul, expressos na grandiosidade dos campos e dos pampas; “Jardins Tropicais”, com suas folhas características, sua exuberância, em diversos tons de verde; e a série “Vívidas”, com figuras femininas, de teor intenso e ardente, que trazem um raio vívido de esperança para as telas.

“A Galeria Bublitz faz do Rio Grande do Sul sua casa. Ao longo do ano, levamos arte para o interior, para cidades como Caxias do Sul, Uruguaiana, Itaqui, Bagé e muito mais. E, agora, abrimos a programação de 2025 em um lugar que representa cultura, lazer e arte, com uma mostra perto do mar, na SABA, para toda a população do litoral e veranistas. Começamos o ano em um dos mais belos cenários e com muita beleza em obras de arte, tapetes orientais e objetos de decoração, que não só poderão ser apreciados como adquiridos por quem visitar a exposição”, detalha o marchand Nicholas Bublitz.

A professora de arte Tânia Bian faz palestra dia 10. Foto: Acervo pessoal/ Divulgação

Além das obras de Marcelo Hübner, a Semana de Arte da Galeria Bublitz traz mais de 400 itens, com destaque para as criações de Erico Santos, Antonio Soriano, Paulo Amaral, Paulo d’Avila, Marcelo Zeni, Mirian Garcia, Vitório Gheno, Kenji Fukuda, Fernando Ikoma, Flávio Scholles, Ênio Lippmann, Ana Caroline Becker, Sergio Lopes e João Carlos Bento.

Os tapetes orientais, que são outra marca registrada da Bublitz, também estarão no espaço. Exclusivos e importados da Índia e do Irã trazem a tradição dos modelos Kashan, Tabriz, Hamadan, Shiraz, Ziegler, Nain, Mood, Kazak e Beluche. A exposição também destaca objetos de decoração, como porcelana europeia, itens em cristal checo e polonês e faianças vindas de Toscana, na Itália.

A mostra funcionará como um outlet, com todos os itens à venda com descontos de 25% a 50%, com pagamento em até 10 vezes sem juros.

Serviço:

Semana de Arte no Litoral com Bublitz Galeria de Arte
Local: SABA – Av. Central, 5 – Atlântida
Período: 4 a 12 de janeiro de 2025
Horário: das 10h30 às 19h30

Palestra “Ver a Arte”
Ministrante: Tânia Bian
Data: 10 de janeiro
Horário: 20h às 21h30

Horror, fantasia e ficção científica na Odisseia de Literatura Fantástica

 

O evento especializado em literatura de horror, fantasia e ficção científica será realizado no Espaço Força e Luz em Porto Alegre

Em sua décima edição, a Odisseia de Literatura Fantástica em 2024 retorna para o Espaço Força e Luz (Rua dos Andradas, 1223 – Centro Histórico de Porto Alegre). Serão mais de 30 convidados apresentando suas obras e influências literárias, além de dialogar sobre as tendências da produção brasileira na área do horror, da ficção científica e da fantasia.
Nos dias 30 de novembro (sábado) e 01 de dezembro (domingo), o evento sediado no Espaço Força e Luz contará com feira de livros e também com bate-papos literários. Além disso, será lançada para distribuição gratuita a revista número 2 da Odisseia de Literatura Fantástica, editada por Duda Falcão, com a publicação de contos inéditos de autores brasileiros, a lista dos vencedores do Prêmio Odisseia em 2024 e informações sobre o sexto Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica.
Gustavo Melo Czekster divulgação/
O evento inicia às 13h do dia 30 com a palestra O que acontece em Antares, fica em Antares: Erico Verissimo fantástico, com Gustavo Melo Czekster, demonstrando que a Literatura Fantástica está presente no Brasil, sendo explorada por autores clássicos.

Duda Falcão, que também é o organizador do evento literário, explica que o objetivo é fortalecer a produção e a divulgação da literatura fantástica em seus três eixos principais: a fantasia, a ficção científica e o horror. “Costumamos convidar autores independentes e profissionais, buscando promover valores como a cultura literária, a paz, a não violência, a empatia e o respeito ao outro”.

A programação completa do evento está disponível no site: https://odisseialitfan.wordpress.com/programacao-odisseia-de-literatura-fantastica/

Indicados ao Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica:  https://odisseialitfan.wordpress.com/premio-odisseia-de-literatura-fantastica-2024/

DÉCIMA ODISSEIA DE LITERATURA FANTÁSTICA

Data e horário: 30 de novembro de 2024 (SÁBADO), das 11h às 19h e 01 de dezembro de 2024 (DOMINGO), das 13h às 19h.

SEXTO PRÊMIO ODISSEIA DE LITERATURA FANTÁSTICA

Duda Falcão Crédito Roberta Scheffer/Divulgação

Dia 01 de dezembro 2024 (DOMINGO), das 18h às 19h.

Duda Falcão é escritor, professor de escrita criativa, editor e Doutor em Educação. Publicou os livros de contos “Mausoléu” (2013), “Treze” (2015), “Comboio de Espectros” (2017), “Mensageiros do Limiar” (2020), “A Tumba do Maestro” (2024), a narrativa longa de aventura gótica “Protetores” (2012), o romance “O Estranho Oeste de Kane Blackmoon” (2019), a tese “Representações culturais e pedagogia dos monstros no universo de H. P. Lovecraft” (2021) e o “Guia de Literatura Fantástica” (2023).

PROGRAMAÇÃO ODISSEIA DE LITERATURA FANTÁSTICA 2024 – DÉCIMA EDIÇÃO

30 de novembro (sábado)

13h – Palestra de Abertura: O que acontece em Antares, fica em Antares: Erico Verissimo fantástico

Palestrante: Gustavo Melo Czekster

 

14h – Bate-papo: Traço e Narrativa: A Arte de Fazer Quadrinhos Fantásticos

Convidados: Fabiano Denardin, Adão de Lima Jr e Carlos Macedo.

 

15h – Bate-papo: Universos Imaginários: Explorando o Gênero Fantástico e as suas Vertentes

Convidados: Lucas de Lucca, Henrique Scopel, Carol Façanha e Lucas Viapiana.

 

16h – Bate-papo: Fantasia: Criando Mundos para Jovens Sonhadores

Convidados: Artur Vecchi, Adriana Maschmann, Simone Saueressig, Beatrice Witt e Gisela Rodriguez.

 

17h – Bate-papo: Visões do Futuro e do Passado: Explorando a Ficção Científica

Convidados: Lu Aranha, Luciano Prado, Nikelen Witter e Fábio Fernandes.

 

18h – Bate-papo: Mistério Além da Realidade: Quando o Policial Encontra a Fantasia e a Ficção Científica

Convidados: Tito Prates, Cesar Alcázar e Rafael Marantes.

 

01 de dezembro (domingo)

13h – Bate-papo: Horizontes do Fantástico

Convidados: Duda Falcão, Alana Brezolin e Alexey Dodsworth.

 

14h – Bate-papo: Assombros, Medos e Distopia: Horror e Ficção Científica

Convidados: Diego Mendonça, Danilo Heitor, Flávio Karras e Carolina Mancini.

 

15h – Bate-papo: Encantamento e Imaginação: a Experiência de Ler Fantasia e Ficção Científica com Brasilidade

Convidados: Vilto Reis, Rafael Marques de Albuquerque, Camila Kaihatsu e Giovana Silva de Oliveira.

 

16h – Bate-papo: Sombras do Mito: Folclore e Mitologia em Debate

Convidados: Ismael Chaves, Daniel Gruber e Jéferson Alves.

 

17h – Bate-papo: Vozes Fantásticas: Histórias e Escritores da Revista Odisseia Vol.2

Convidados: Duda Falcão, Patrícia Baikal, Patricia H. Aafantis e Andréa Berriell.

 

18h – Cerimônia: Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2024

Local: Espaço Força e Luz – Rua dos Andradas, 1223 – Centro Histórico

O Sarau Batucas – turmas de percussão vai acontecer em dezembro no Grezz

As turmas irão apresentar os ritmos que vem aprendendo ao longo do ano, numa confraternização com o público. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla

Sempre em atividade e em movimento, As Batucas chegam ao fim de ano com um saldo positivo em termos de material humano, aprendizado, união e fortalecimento das mulheres. São sete turmas que se desenvolveram na percussão ao longo do ano e que estarão reunidas no dia 8 de dezembro, a partir das 17h, no Grezz, para comemorar e mostrar os ritmos que trabalharam em 2024. Entre os ritmos estão samba-reggae, baião, ciranda, rock, cumbia, forró e até o maracatu, utilizando as já tradicionais sucatas das Batucas, que são latas, galões, chocalhos de tampinhas de garrafas e outras traquitanas. O Sarau Batucas – turmas de percussão será aberto ao público e os ingressos já estão disponíveis na plataforma Sympla. Após o show, as gurias vão roda sua playlist especial pra todo mundo dançar e se divertir!

Danubio. Daniela Meine/Divulgação

As Batucas vêm fazendo um barulho e tanto desde 2015! E não apenas por ser uma escola de música para mulheres com muitas integrantes, mas pela relevância do seu trabalho em muitos segmentos, tanto como grupo musical, quanto pelos desdobramentos nas batalhas diárias das mulheres, que ganharam visibilidade, redes de apoio e mais mãos para se juntar a tantas causas pertinentes ao fortalecimento da mulher na sociedade. As Batucas – escola idealizada por Biba Meira, uma grande baterista brasileira que galgou seu espaço num cenário dominado por homens e que hoje começa a se transformar – sempre foi mais que um espaço de aprendizado musical. Aqui a premissa é contribuir, somar, participar, transformar, aprender, crescer, empreender, brincar. Todos esses verbos são conjugados pelas integrantes e professoras desde o ano de sua criação, por um viés inclusivo e sem preconceito etário.

Biba Meira_regentedas Batucas. Foto: Joana Berwanger/ Divulgação

Além dos grupos de percussão, As Batucas tem as turmas de pandeiro, com Julia Pianta; o Grupo Vocal conduzido por Raquel Pianta e Madalena Rasslan, e as turmas de dança com a professora Mari Duarte.

SARAU BATUCAS – turmas de percussão

Dia 8 de dezembro, às 18h (abertura da casa às 17h)

Grezz – Rua Almirante Barroso, 328

Ingressos na plataforma Sympla:

R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada)

https://www.sympla.com.br/evento/sarau-batucas-turmas-de-percussao/2742012

Redes das Batucas:

https://www.instagram.com/asbatucas/

https://www.facebook.com/asbatucas

Projeto educativo cultural para hospitais públicos chega a Porto Alegre

Criada para hospitais públicos ou que têm atendimento pelo SUS, a iniciativa atenderá cerca de 300 crianças no Hospital da Criança Santo Antônio, de 18 a 22 de novembro

O projeto tem a ciência como tema condutor em todas as atividades, para levar espetáculos da premiada Cia Pia Fraus de Teatro, oficinas de criação e distribuição de kits educativos contendo livros e materiais para estender aprendizados

Desenvolvido para hospitais com alas pediátricas e que recebem crianças em situação de doenças crônicas e de atendimento ambulatorial, o projeto Laboratório Encantado acontece em Porto Alegre, 18 a 22 de novembro, no Hospital da Criança Santo Antônio, após ter percorrido instituições em Manaus, Salvador, João Pessoa e São Paulo.

Laboratório Encantado _foto_ligiajardim- Divulgação

Esta é a segunda edição do projeto criado pela empresa Mina Cultural, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, que chega agora ao Rio Grande do Sul com patrocínio da Air Liquide e planos de expansão para outros locais do País. A edição anterior, em 2023, alcançou cerca de 2 mil crianças hospitalizadas em diferentes cidades.

LABORATORIO_ENCANTADO_foto_ligiajardim- Divulgação

“O projeto atende uma população que nem sempre tem acesso a atividade cultural. A maioria dessas crianças internadas assiste a uma peça teatral com atores profissionais pela primeira vez, e durante as oficinas são estimuladas à criatividade, cognição e leitura, o que pode contribuir para a abertura de um novo universo”, afirma Maysa Lepique, produtora executiva da Mina Cultural.

Laboratório Encantado_foto_ligiaJardim-Divulgação

A programação que chega a Porto Alegre tem a ciência como fio condutor em todas as atividades. Entre elas, o espetáculo teatral “Laboratório Encantado”, que mostra um laboratório de ciências em um local mágico, encenado pela Companhia Pia Fraus de Teatro, reconhecida por já ter se apresentado nos principais festivais de teatro do mundo e por colecionar prêmios nacionais e internacionais. Para atender crianças em estado clínico mais delicado, a peça pode ser desmembrada em esquetes com tipos de interação diferentes.

Laboratório Encantado /Divulgação

Já no ciclo de oficinas criativas as crianças são estimuladas a confeccionar dinossauros articulados, varal com sistema solar, teatro de sombras com animais marinhos, entre outras curiosidades.  Dois carrinhos cenográficos circulam em áreas da pediatria indicadas pelo hospital. A música faz parte das intervenções e pode ser a protagonista quando a criança não tiver condição de interagir, como acontece em centros de terapia intensiva.

Laboratório Encantado_foto_ligiajardim-Divulgação

O projeto deixa para cada criança o Kit Ciência, contendo uma mochila com o livro “Laboratório Encantado”, produzido para a ação pela Editora Evoluir e diversos materiais para prolongar a experiência e os aprendizados das oficinas, após receberem alta ou mesmo permanecendo em ambiente hospitalar.

Projeto Laboratório Encantado em Porto Alegre: de 18 a 22 de novembro no Hospital da Criança Santo Antônio.

Laboratório Encantado – Oficina/Divulgação

Sobre a Mina Cultural

Com 17 anos de atividade, a Mina Cultural trabalha na interlocução entre a iniciativa privada e as demandas da sociedade por meio de projetos de impacto, inspirando empresas a serem agentes de transformação, criando soluções inovadoras para questões sociais e ambientais. A empresa já realizou mais de 600 projetos culturais, esportivos, de saúde, educação, de direitos humanos, para os mais diversos públicos em todas as regiões do Brasil. Seu comprometimento é com empresas que contribuam para um mundo mais justo e sustentável, assumindo responsabilidades e abraçando causas para reforçar sua identidade. https://minacultural.com.br/

Os sofrimentos do jovem Werther ganha montagem teatral do coletivo Levanta FavelA…

 Primeiro clássico do escritor e poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe, Os sofrimentos do jovem Werther (publicado em 1774) ganha versão adaptada do coletivo Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA…. O espetáculo estreia nesta sexta-feira, dia 22 e segue em temporada nos dias 23 e 30 de novembro; e 07 e 14 de dezembro, na Sala 1 da Casa de Descentralização da Cultura – KZA D (rua Santa Terezinha, 711), sempre às 20h. A montagem contou com recursos do Edital Bolsa Funarte de Apoio a Ações Artísticas Continuadas 2024 e do Edital Sedac/LPG nº 10/2023. Por isso, as sessões dos dias 22 e 23 ocorrem com entrada franca. Nas demais datas, os ingressos custam R$ 60,00.

 

Romance epistolar (narrado através de cartas), a obra aborda o tema da impossibilidade do amor e se tornou o marco inicial do romantismo na Europa, desencadeando a fama de Goethe. Na adaptação realizada pelo grupo gaúcho, a dramaturgia segue a linha principal do roteiro original, mas desmonta a lógica do texto e traz à tona questões como o feminismo, a solidão, a busca do indivíduo pela liberdade de usufruir de sua vida em meio ao sistema em que está inserido, e a própria função do artista na sociedade.

Os sofrimentos do jovem Werther _crédito Tamara Mello/Divulgação

O processo de montagem de Os sofrimentos do jovem Werther, que foi concebido com direção coletiva, iniciou em janeiro deste ano e esteve inserido no contexto da oficina Teatro de Vivência, ministrada pelas atrizes Danielle Rosa, Pâmela Bratz e Ketelin Abbady, que integram o coletivo e estão no elenco, formado ainda por outros dois integrantes do grupo – Sandro Marques e Thomaz Rosa –, além de Marco Olgini – este, remanescente da oficina, que contou com 20 participantes.

Na trama, o jovem pintor Werther nutre uma paixão devastadora por sua amiga Charlotte, sem poder fazer nada além de sonhar. Colocada pelo coletivo teatral como ponto central da narrativa, a personagem é noiva do advogado Albert e pivô de uma comovente história de  sofrimentos na burguesia da Civilização Ocidental. No decorrer do enredo, Werther termina por se desesperar e passa a apresentar-se como irracional e suicida: para ele, a vida só tem sentido com sua amada. Charlotte, por sua vez, fica dividida entre os dois homens, mantendo o compromisso com aquele a quem foi prometida em casamento, mas sentindo uma grande afinidade pelo amigo.

Os sofrimentos do jovem Werther _crédito Tamara Mello/Divulgação

Ao mesmo tempo em que segue o papel imposto pelo patriarcado, a protagonista do espetáculo se revela – no íntimo – dona de si e de seus desejos.  “Nos demos conta que não tinha como falar do homem no papel central, mas sim da mulher, que sempre está à mercê, subalterna, numa posição que não é justa para ela”, pontua Danielle. A atriz destaca que, na peça, surgem outras personagens femininas que também arcam com opressão em outras posições. “É importante e necessário falar desta relação de como foi antes de nós, com nossas avós, nossas bisavós; é nossa bandeira de amor livre, da não-monogamia, da liberdade sexual, de culto, de trabalho, da mulher não se submeter”, sinaliza. “Por outro lado, o personagem Werther é, de forma metafórica, a representação das pessoas que se apaixonam e sonham, vivendo em um mundo que clama por transformação – que é o nosso caso, como artistas que buscam isso através do teatro”, emenda.

Trabalhando há 16 anos com temas que sirvam de terreno fértil para a discussão de seus anseios, o grupo Levanta FavelA… bebe nas fontes do Teatro do Absurdo, do Teatro da Crueldade (de Antonin Artaud), do Teatro Épico (de Bertolt Brecht) e do Teatro do Oprimido (de Augusto Boal). No caso da atual montagem, o coletivo investe nas duas primeiras linguagens para, no decorrer de dez cenas, apresentar uma dramaturgia densa, lírica e essencialmente psicológica, ao mesmo tempo em que celebra e insere na cena referências de matriz afro, com ênfase em Cosme e Damião, duas divindades da Umbanda protetoras das crianças.

Os sofrimentos do jovem Werther _crédito Tamara Mello/ Divulgação

“Ainda que sempre com uma pitada de contemporaneidade e nonsense, gostamos de buscar nos clássicos a inspiração para falar de nossas inquietações”, revela Marques. “Vínhamos, há algum tempo, abordando a temática da saúde mental em nossas discussões em grupo, a partir do evento da pandemia de Covid-19, que impactou muitas pessoas nesse sentido”, ressalta o ator, ao se referir sobre o tema do suicídio, visto até hoje, pela maioria das pessoas, como controverso.

 

Os sofrimentos do jovem Werther

Direção coletiva

Datas: 22/11, 23/11, 30/11, 07/12 e 14/12

Horário: 20h

Local: Casa de Descentralização da Cultura – KZA D (Santa Terezinha, 711)

Ingressos*: R$ 60,00

*entrada franca somente nos dias 22 e 23 de novembro

FICHA TÉCNICA

Elenco: Sandro Marques, Danielle Rosa, Pâmela Bratz, Ketelin Abbady, Thomaz Rosa e Marco Olgini

Iluminação: Alexandre Malta

Sonoplastia: Ricardo Padilha

Contrarregragem: Antônia Alonso

Cenário: o grupo

Produção: o grupo

Sobre a Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA…:

Coletivo criado em 2008, em Porto Alegre, com Teatro de Rua, Teatro de Vivência e Intervenções Cênicas. Com forte engajamento com movimentos sociais, o grupo coloca na sua estética e linguagem a discussão política sobre questões atuais e pertinentes ao contexto social contemporâneo, fazendo da cultura uma ferramenta de discussão social. Ao longo de sua trajetória, realizou 16 espetáculos: Margem Abandonada Medeamaterial Paisagem com ArgonautasTebasO Beijo no AsfaltoLua de Mel em Buenos Aires A Mulher Crucificada O Beijo da BestaMalone MorreA Babá e o IcebergEm Busca de Christa TO Canto da TerraA Árvore em FogoFutebol, nossa PaixãoA Belíssima Fábula de Xuá-Xuá A Fêmea Pré-Humana Que Descobriu o TeatroSepé: Guarani Kuery Mbaraeté!Populares Temem Invasão das Salsichas GigantesManual do Guerrilheiro UrbanoMaria Suas Filhas e Seus Filhos e Don Juan.

 

Trajetória de Iara Deodoro e seus movimentos na dança afro, em Biblioteca Digital

 Projeto inédito na América Latina, coordenado pela bailarina Mônica Dantas, celebra a trajetória de uma das maiores referências de dança afro do sul do Brasil e fundadora do Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, que morreu em setembro, aos 68 anos. No dia 25, ocorre live de apresentação e, no dia 3 de dezembro, lançamento com com todo o elenco na sede do Afro-Sul

 Bailarina, coreógrafa, criadora do Grupo de Dança Afro-Sul do Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, bacharel em assistência social e pós-graduada em educação popular, há 50 anos, Iara Deodoro fundou com Paulo Romeu Deodoro o Afro-Sul Grupo de Música e Dança, que depois deu origem ao Instituto Sociocultural Afro-Sul Odomodê, um dos principais espaços de referência da cultura negra em Porto Alegre.

Filha de Verônica da Silva Santos, conhecida como Tia Lili, e de Vilson Santos, Iara nasceu em setembro de 1955 e criou-se no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, rodeada pelas duas irmãs biológicas e um irmão adotivo. Aos quatro anos de idade ficou órfã do pai.

Iara Deodoro durante a produção da Biblioteca Digital – Foto Andrea Moraes/Divulgação

Tia Lili assumiu as responsabilidades de maternidade solo, trabalhando sobremaneira como cozinheira para garantir uma educação de qualidade para suas filhas. Em sua tutela, começou a buscar possibilidades de bolsas de estudo em colégios particulares da cidade.

Contemplada com uma bolsa de estudos no Colégio Santa Inês, aos oito anos de idade, Iara teve seu primeiro contato com a dança na escola, por meio de práticas corporais da Ginástica Artística, ministrada por Nilva Pinto(1934-2020), uma das importantes precursoras do ensino da dança em contextos escolares na capital gaúcha, durante as décadas de 1960 e 1970. O grupo caracterizava-se pela investigação de diversas culturas e sua potência estava na reinterpretação das Danças Folclóricas do Brasil.

Em 1974, Nilva levou seus alunos para participar de um evento artístico nas escolas, com algumas atividades das quais Iara fazia parte. As turmas se conheciam e o diferencial do grupo do Santa Inês era dançar com música ao vivo, produzida pelo coral da escola. Na banda do coral, havia um único jovem negro, chamado Marco Aurélio Faria, o Maestro.

Interessado em investigar estéticas musicais afrodiaspóricas, Marco convidou alguns amigos negros para compor uma música-protesto para participação em um festival estudantil. Com o intuito de elaborar a apresentação, eles convidaram Iara e outros quatro dançarinos para compor o grupo.

Ela, então, passou a integrar o grupo que, posteriormente, recebeu o nome de Afro-Sul, dando início à sua pesquisa artística em dança afro-gaúcha sobre as corporeidades negras insubmissas e promovendo, através de práticas artístico-pedagógicas, estratégias de emancipação social de pessoas negras.

Iara Deodoro – Foto AfroVulto/Divulgação

Mestra Iara Deodoro foi pioneira em produzir um aporte estético-corporal de cunho político, antirracista e decolonial no campo das artes cênicas, especificamente na dança. A representação da pessoa negra em seu trabalho nunca esteve ligada à ideia de submissão, mas à de enfrentamento. A corporeidade que emerge em sua dança está conectada às influências rítmicas dos tambores presentes na musicalidade negra gaúcha, entendida como corporeidade negra afro-brasileira das zonas de fronteira com países de colonização hispânica.

Passadas cinco décadas, a obra de Iara Deodoro ganha uma Biblioteca Digital de movimentos da técnica de dança afro-gaúcha. Coordenado pela bailarina Mônica Dantas, professora do Curso de Dança e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS, foram selecionados dez movimentos registrados em quatro formatos diferentes: descrição dos movimentos, imagens gravadas em vídeo, registro dos movimentos por meio de sistema cinemático de captura de movimento (MOCAP), e por meio da modelização 3D, gerando avatares dançantes.

O Feminino Sagrado – Foto Bruno Gomes/Divulgação

“A Biblioteca Digital de Movimentos Iara Deodoro celebra a obra da mestra, que, em 28 de setembro, fez sua passagem. Que esta seja um modo de honrar e celebrar sua vida e seu legado”, diz Mônica.

A biblioteca é uma parceria entre o Projeto Carne Digital (UFRGS) e o Grupo Afro-Sul de Música e Dança, que tem por objetivo o registro, a documentação, a reflexão crítica e a difusão de práticas de dança em ambientes diversos, buscando criar condições para que artistas sejam agentes da produção do conhecimento que se faz nas universidades. Nos últimos quatro anos, o Carne Digital desenvolveu o Arquivo Eva Schul, reconhecido com o Prêmio Açorianos de Dança na categoria Memória, e a participação na Residência Artística de Dança no Metaverso Goldsmiths Mocap Streame, da University of London/Reino Unido.

“O Afro-Sul é composto por artistas negros, que vem lutando por visibilidade. Iara Deodoro teve sempre um olhar crítico para as desigualdades e fez de sua carreira uma luta pelo reconhecimento e resistência da cultura negra, marginalizada no Brasil. Nada mais justo do que documentar e favorecer a presença desses artistas em ambiente digital. O impacto artístico da proposta reside justamente na possibilidade de documentar e difundir os fundamentos de uma poética negra de modo inovador, buscando procedimentos de criação de artefatos de memória que sejam estética e eticamente coerentes com as práticas de dança desenvolvidas por ela e o Afro-Sul”, destaca a idealizadora do projeto.

O Feminino Sagrado – Foto Bruno Gomes/ Divulgação

SERVIÇO
25 de novembro | Segunda-feira | 20h
Live de lançamento da Biblioteca Digital de Movimentos Iara Deodoro
Transmissão pelo Instagram @afrosul.odomodeoficial

03 de dezembro | Terça-feira | 19h30
Apresentação dos movimentos com o elenco da Biblioteca Digital
Onde: 
sede do Afro-Sul (Avenida Ipiranga, 3850 – Jardim Botânico)
Entrada gratuita

Percussionista Richard Serraria apresenta a contação de história “Girafa da Cerquinha”

A experiência de tamboralitura voltada para crianças, que visa contribuir na educação para as relações étnico-raciais, está em temporada de estreia no mês de novembro, em Porto Alegre

Com a ideia de democratizar o acesso ao sopapo, levando-o também para as crianças, Richard Serraria lança o projeto GIRAFA DA CERQUINHA, que consiste no reconto de uma história entoada originalmente pela mestra griô Sirley Amaro.

Conta a fábula da girafa que teria vindo da África num navio e aportando em Pelotas – mais especificamente no bairro da Cerquinha, onde havia um carnaval burlesco com nomes de bichos. Uma contação de história infantil com o tambor sopapo sendo tocado de maneira continuada envolvendo a criançada numa vivência lúdica com as batidas características do grande tambor negro gaúcho (Ijexá, Adarun, Aré do Bará, Congadas RS, Samba Cabobu, Candombe uruguaio gaúcho e Milongón). Cada batida negra sonoriza um nome de bicho, personagens da narrativa.

Girafa da Cerquinha-Serraria v cred Jeff Granja/Divulgação

Serraria, artista porto-alegrense com 30 anos de trajetória musical e poética, vencedor de 8 prêmios Açorianos de Música, Doutor em Literatura Brasileira e com trabalho reconhecido também na dimensão da performance com sopapo, acredita na potência da tamboralitura, baseada na “constatação de que toda roda de tambor traz em si uma poética de natureza oral portanto da ordem da oralitura devendo todavia ser incluída no âmbito da historiografia literária brasileira”.

Com direção cênica de Leandro Silva, a montagem envolve, ainda, Tuti Rodrigues e Angelo Primon na assessoria técnico musical e Paola Kirst e Indira Castro na preparação vocal. O espetáculo contará com cenografia de Anderson Gonçalves e figurino de Mari Falcão.

Girafa da Cerquinha cred Jeff Granja/ Divulgação

A temporada de estreia está em curso em Porto Alegre (RS) com seis apresentações que contarão com medidas de acessibilidade, como intérprete de Libras e áudio descrição, além de bate-papo e debate para professores e extensionistas universitários. As primeiras datas foram voltadas às comunidades escolares e ao público da Biblioteca Mestra Griô Sirley Amaro/ Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo. No dia 16 serão realizadas duas apresentações abertas na Casa de Espetáculos (Rua Visconde do Rio Branco, 691 – Moinhos de Vento), às 15h e às 16h, com retirada de ingressos pelo Sympla (https://www.sympla.com.br/evento/espetaculo-girafa-da-cerquinha-contacao-de-historia/2621223).

E, no dia 20 de novembro, haverá uma apresentação extra, integrando a programação da 70ª Feira do Livro de Porto Alegre. Será aberta ao público, às 15h, no Teatro Petrobras Carlos Urbim.

Girafa da Cerquinha-Serraria cred Jeff Granja/ Divulgação

O projeto, financiado pela Lei Complementar nº195/22-Lei Paulo Gustavo (LPG),  através do Edital Criação Artística da SEDAC RS, também pretende contribuir para que professores e alunos se sensibilizem para a importância das temáticas negras na sala de aula. Por isso, serão realizados três bate-papos após as apresentações da obra, destinados especialmente ao público de professores e alunos de escolas públicas, com debate acerca da obra e da importância das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que tornam obrigatório o ensino da História e cultura africana, afro-brasileira e de cultura indígena no currículo escolar com ênfase nas disciplinas de História, Arte e Literatura, objetivando a educação para as relações étnico-raciais.

Sirley da Silva Amaro nasceu em Pelotas em 12 de janeiro de 1936 e faleceu na mesma cidade em 28 de outubro de 2020. Filha de um pai cozinheiro e folião e de uma mãe que inventava pomadas e unguentos com ervas e temperos, teve uma infância muito rica e viveu intensamente os conhecimentos tradicionais transmitidos em família.

Mestra griô reconhecida pelo Ministério da Cultura dentro do Programa Cultura Viva, Dona Sirley foi homenageada pelo Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo em Porto Alegre nomeando a Biblioteca comunitária do local, já que sempre que visitava esse espaço era ali que a mestra griô preferia ficar, no território sagrado da contação de histórias.

 

Espetáculo de dança/ teatro “BIXA” traz o universo LGBTQIAPN+ para o palco

Autobiografia performatizada do ator e bailarino Jeferson Cabral, o espetáculo de dança-teatro BIXA será apresentado às 19h desta quarta-feira (13), no Teatro Oficina Olga Reverbel do Complexo Theatro São Pedro e Multipalco Eva Sopher (Pç. Mal. Deodoro, s/n). Os ingressos estão à venda no site da Instituição por R$ 15,00 (meia-entrada) e R$ 30,00 (inteira).

Contemplada no edital Sedac 22/2024 – Dança no Oficina, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, através do Instituto Estadual de Artes Cênicas (Ieacen), a Fundação Theatro São Pedro (FTSP) e o Sesc-RS, a montagem protagonizada por Jeferson Cabral (que é Doutor e Mestre em Artes Cênicas, e licenciado em Dança e Teatro pela UFRGS), aborda a trajetória de se tornar “Bixa”.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

Realizada pela Mimese Companhia de Dança Coisa, a peça é uma celebração à diversidade e, através das músicas e do imaginário das divas pop, narra ao público uma biografia de resiliência ao preconceito. Partindo do desejo de ressignificar o termo “bicha” frente à nossa sociedade, o espetáculo reconhece a resistência de muitas pessoas que deram respaldo ao empoderamento LGBTQIAPN+ atual no Brasil; o que fez possível a transmutação de um termo pejorativo em palavra de luta.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

A dramaturgia navega nesse ideal, apresentando como o performer era visto e se via na infância e como ele se depara com isso no tempo presente. BIXA é uma afirmação de que é necessário se orgulhar e fazer do seu corpo um veículo contra a homofobia. “O que me levou a realizar essa montagem foi a vontade de me reconciliar com a minha criança, a partir da percepção de que tudo que vivi na minha infância, no bairro Cohab Cavalhada, onde cresci e sofri os primeiros julgamentos em relação ao meu corpo e meu comportamento – situações comuns na vida de qualquer pessoa LGBTQIAPN+”, explica o ator-bailarino. “Quando adulto, consegui entender que estava construindo meu empoderamento (que também é fruto da resistência de outras muitas pessoas) pelo caminho da arte”.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

Em BIXA, Cabral estabelece a, todo momento, uma relação de cumplicidade com o público, pois quem está no teatro é testemunha de um mergulho em uma história autobiográfica. A plateia é convidada, por meio da disposição dos assentos, a ficar o mais próximo possível do performer. Da mesma forma, a ação cênica é atravessada pela dança, teatro, performance e música, diluindo as barreiras que separam essas linguagens.

Utilizando luzes piscantes, ofuscantes e estroboscópicas em breves momentos, a montagem conta com uma iluminação que alterna essa intimidade cênica com um clima de festa. Para construir sua paisagem sonora e inspirar a corporeidade do artista em sua performance, a obra mergulha no universo pop, com trilha sonora que remora grandes canções de sucesso dos anos de 1980, 1990 e anos 2000 (que influenciaram Cabral no decorrer de sua vida), num resgate histórico-cultural de influências políticas e artísticas, potencializando não somente o discurso cênico, as coreografias, e os imaginários da montagem, mas também exaltando o legado das “divas do pop” na produção de conhecimento e resistência.

Autor do texto, Jeferson Cabral assina também a concepção, o figurino, a composição e a direção cênica do espetáculo. O artista gaúcho iniciou o argumento dramatúrgico  de BIXA em 2013, e foi aprimorando a narrativa ao longo da última década, até dar o início ao trabalho de criação em setembro de 2023.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

SOBRE JEFERSON CABRAL:

Doutor e Mestre em Artes Cênicas, licenciado em Dança e Teatro (UFRGS). Atuou em coletivos como Ói Nóis Aqui Traveiz e Santo Qoletivo, e foi dançarino em diversos espetáculos. Em 2023, esteve em Cães (2023), com direção de Alexandra Dias, com o grupo Outro Dances. No presente ano, comemora 16 anos de vida artística e mantém vínculo criativo com a Mimese Companhia de Dança Coisa.

SOBRE A MIMESE COMPANHIA DE DANÇA COISA:

Criada em 2002, como projeto de pesquisa e extensão na UniCruz. Em 2004, passa a ter o caráter independente, apresentando, dentre outros trabalhos, SemelhançasOs Humores do poetaUm corpo bem de perto (de Luciana Paludo), Além DissoVai-te, Se a morte bater na minha portadiga a ela que eu volto amanhã (de Mário Nascimento). Realiza projetos como Luciana Paludo Convida (2016) e Degustação de Movimentos (2019), este último enquanto projeto de extensão, vinculado à UFRGS.

BIXA Foto de Julia Oliveira/ Divulgação

SERVIÇO:

Data: 13 de novembro (quarta-feira)

Horário: 19h
Local: Teatro Oficina Olga Reverbel (Praça Mal. Deodoro, s/n)

INGRESSOS DISPONÍVEIS:

Site do Theatro São Pedro

https://theatrosaopedro.rs.gov.br/bilheteria

R$ 30,00 (inteira)

R$ 15,00 (professores, estudantes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, artistas, jovens de baixa renda, doadores de sangue e associados da AATSP).

REDES SOCIAIS:
https://www.instagram.com/bixa_espetaculo/

FICHA TÉCNICA:

Concepção, Texto, Figurino, Performance, Composição e Direção Cênica: Jeferson Cabral.

Colaboração Criativa: Luciana Paludo.

Iluminação: Pati de la Rocha.

Operação de Som: Paula Lages.

ID Visual: Marina Goulart.

Mídias Digitais: Jeferson Cabral, Paula Lages e Pedro De Camillis.

Produção: Pedro De Camillis.

Realização: Mimese Companhia de Dança Coisa.

Apoio: Curso de Licenciatura em Dança/ESEFID/UFRGS.

Obras das artistas Liana d’Abreu e Tuchi Niederhageböck na mostra “AUTO retrátil”

As artistas visuais Liana d’Abreu e Tuchi Niederhageböck abrem sábado (9/11), no Museu de Arte de Porto Alegre (Praça Montevidéu, 10), exposição de autorretratos criados com técnica e inventividade. A curadoria da mostra “AUTO retrátil” é de Gustavot Diaz. O período de visitação vai até 6 de dezembro.

“Meu trabalho com autorretrato é uma conversa íntima, um autoconhecimento num processo que vem se desdobrando desde 2013, vivendo um luto tardio, que foi surgindo em trabalhos artísticos, através de retratos misturados com a minha mãe. No processo acabei dissolvendo essa associação e atualmente me retrato numa tentativa de reflexão sobre as minhas fragilidades. A fragmentação está sempre presente na construção dos meus autorretratos, um construir e desconstruir constante”, diz Liana, que também atuou no meio das artes em Brasília, onde morou por 10 anos.

Autorretrato – Liana d’Abreu/Divulgação

Tuchi, formada pelo IA/UFRGS, conta, por sua vez, que nos últimos tempos perdeu pessoas queridas e os filhos tomaram seu rumo. “A casa que estava sempre cheia de repente ficou vazia. Bateu a ‘síndrome do ninho vazio’, libertadora e ao mesmo tempo opressora e angustiante. As pinturas tentam transmitir a opressão e os desenhos a carvão são alegorias dos sentimentos de angústia. Percebi que meu ninho nunca será vazio, pois é composto de todos os afetos que de alguma forma contribuíram para ser quem sou”.

O curador, que é professor de desenho, artista visual e mestrando em Filosofia da Educação na USP, entende que Liana e Tuchi empreendem “uma busca radical ao abismo de si” na atual fase de suas carreiras, mas observa que não há um “si mesmo” – “esse si é menos próprio do que desejamos. Quando olhamos o abismo da alma ela não nos olha de volta – na tensão da interioridade encontramos redes de afeto, família, amigos, amores, todo o repertório afetivo que, na realidade, nos guia”, reflete Gustavot.

O curador Gustavot Diaz, Tuchi e Liana/ Divulgação

De acordo com o curador, Liana tem a coragem de desfigurar-se em busca de uma expressão mais autêntica de si. “Acompanhei seu empenho na produção de desenhos onde, incansavelmente, a autoimagem era desconstruída para logo aparecer e ser outra vez desarticulada, e assim por diante”. A artista apresenta oito desenhos de 100 x 0,70 cm e duas esculturas de cerâmica, uma de 34 cm e a outra de 26 cm.

Já Tuchi, conforme Gustavot, é bastante meticulosa, sua produção exige horas de empenho técnico e dedicação. “Chama a atenção a densidade conceitual dos trabalhos, abordar os difíceis temas da síndrome do ninho vazio e das implicações da sobre identificação com a própria imagem”. A artista exibe três desenhos de 100 x 0,70 cm, dois painéis (de 2,20 m x 0,80 cm e de 1,30 m x 0,85 cm) e, ainda, uma obra participativa de 2 x 2 m.

auto Tuchi – ninho/ Divulgação

Liana e Tuchi tornaram-se colegas e amigas há cerca de 10 anos, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. De lá para cá, fizeram oficinas, workshops e cursos juntas, entre os quais o de desenho e pintura com Gustavot Diaz.

Autorretrato Liana / Divulgação

“Unindo primor técnico e inventividade, Liana e Tuchi compartilham a síntese de um acúmulo que exibe dois procedimentos distintos de trabalho que abrem um diálogo profundo com o público”, avalia o professor e curador.

.Museu de Arte de Porto Alegre – Foto Wanderlei Oliveira/Divulgação

SERVIÇO

Exposição “AUTO retrátil”

Artistas: Liana d’Abreu e Tuchi Niederhageböck

Curadoria: Gustavot Diaz

Local: Museu de Arte de Porto Alegre (Praça Montevidéu, 10)

Abertura: dia 9/11 (sábado), das 11h às 13h

Visitação: de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Período: até 06/12

Entrada gratuita

Editais selecionam 140 projetos culturais para receber incentivo da Lei Aldir Blanc

O Diário Oficial do Estado publicou nesta semana os resultados definitivos de três editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).

Foram selecionados 140 projetos nos editais Cultura e Educação; Culturas Populares e Livro, Leitura e Literatura.

A relação das propostas contempladas foi divulgada na quarta-feira (6/11) e na quinta-feira (7/11).

As seleções fazem parte de um conjunto de oito editais promovidos pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) com investimento total de R$ 67,6 milhões, em recursos descentralizados da União por meio da PNAB.

Os proponentes contemplados para as vagas disponíveis passam, agora, para a fase de habilitação e contratação. Os demais projetos vão compor lista única de suplentes de acordo com a Região Funcional (RF) do proponente, independente do edital em que foram classificados.

Após a publicação do resultado definitivo de todos os editais, os suplentes podem aguardar chamada de projetos por região para a redistribuição do saldo dos recursos, que serão alocados de acordo com a proporção da população de cada RF.
Sobre os resultados publicados
O edital de Cultura e Educação é dirigido a projetos culturais que desenvolvam atividades formativas e de aprendizagem voltadas ao público jovem, estimulando, por meio da arte e da cultura, a criatividade e o pensamento crítico.

Foram contemplados 30 projetos – 20 no valor de R$ 100 mil e dez com investimento de R$ 200 mil cada, totalizando R$ 4 milhões.
Outro edital, do Livro, Leitura e Literatura, prevê a aquisição de obras literárias de editoras gaúchas, produzidas por autores(as) nascidos(as) ou residentes no Rio Grande do Sul, para compor o acervo de bibliotecas públicas gaúchas.

Foram selecionados 24 projetos – 14 de R$ 100 mil para até 10 títulos literários e outros dez de R$ 200 mil para mais de dez títulos, perfazendo um total de R$ 3,4 milhões de investimento.
Já o edital de Culturas Populares é dividido em três categorias: redes, abrangendo arranjos colaborativos e criações funcionais (com três projetos de R$ 300 mil); eventos, inclusive festivais, mostras, celebrações e outras atividades culturais (com 23 projetos de R$ 100 mil); e grupos e coletivos culturais, que prevê qualificação e atividades diversas (60 projetos de R$ 80 mil).

Foram contemplados 86 projetos nas três categorias, totalizando R$ 8 milhões.
Sobre os demais editais
O Edital de Artes Cênicas e o Edital de Música tiveram seus resultados preliminares publicados na sexta-feira (25/10) e quinta-feira (31/10), respectivamente.

Apenas o Edital da Cultura Viva segue na fase de avaliação, com expectativa do resultado para a próxima semana.

A partir de agora, na medida em que estejam concluídas as análises dos recursos pelas comissões julgadoras, os demais resultados definitivos também serão publicados.

Ao todo, nos oito editais, serão selecionados mais de 500 projetos.

Na fase de inscrições, a Sedac recebeu 1.599 propostas, das quais 1.558 foram aprovadas na etapa de admissibilidade e encaminhadas às comissões de seleção – compostas por 132 profissionais contratados junto ao banco de avaliadores da PNAB.

No Rio Grande do Sul, 471 municípios se credenciaram junto à PNAB para receber mais de R$ 83,3 milhões, recursos que também deverão ser disponibilizados por meio de editais.
(Com informações da Assessoria de Imprensa)