Espetáculo de dança/ teatro “BIXA” traz o universo LGBTQIAPN+ para o palco

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

Autobiografia performatizada do ator e bailarino Jeferson Cabral, o espetáculo de dança-teatro BIXA será apresentado às 19h desta quarta-feira (13), no Teatro Oficina Olga Reverbel do Complexo Theatro São Pedro e Multipalco Eva Sopher (Pç. Mal. Deodoro, s/n). Os ingressos estão à venda no site da Instituição por R$ 15,00 (meia-entrada) e R$ 30,00 (inteira).

Contemplada no edital Sedac 22/2024 – Dança no Oficina, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, através do Instituto Estadual de Artes Cênicas (Ieacen), a Fundação Theatro São Pedro (FTSP) e o Sesc-RS, a montagem protagonizada por Jeferson Cabral (que é Doutor e Mestre em Artes Cênicas, e licenciado em Dança e Teatro pela UFRGS), aborda a trajetória de se tornar “Bixa”.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

Realizada pela Mimese Companhia de Dança Coisa, a peça é uma celebração à diversidade e, através das músicas e do imaginário das divas pop, narra ao público uma biografia de resiliência ao preconceito. Partindo do desejo de ressignificar o termo “bicha” frente à nossa sociedade, o espetáculo reconhece a resistência de muitas pessoas que deram respaldo ao empoderamento LGBTQIAPN+ atual no Brasil; o que fez possível a transmutação de um termo pejorativo em palavra de luta.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

A dramaturgia navega nesse ideal, apresentando como o performer era visto e se via na infância e como ele se depara com isso no tempo presente. BIXA é uma afirmação de que é necessário se orgulhar e fazer do seu corpo um veículo contra a homofobia. “O que me levou a realizar essa montagem foi a vontade de me reconciliar com a minha criança, a partir da percepção de que tudo que vivi na minha infância, no bairro Cohab Cavalhada, onde cresci e sofri os primeiros julgamentos em relação ao meu corpo e meu comportamento – situações comuns na vida de qualquer pessoa LGBTQIAPN+”, explica o ator-bailarino. “Quando adulto, consegui entender que estava construindo meu empoderamento (que também é fruto da resistência de outras muitas pessoas) pelo caminho da arte”.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

Em BIXA, Cabral estabelece a, todo momento, uma relação de cumplicidade com o público, pois quem está no teatro é testemunha de um mergulho em uma história autobiográfica. A plateia é convidada, por meio da disposição dos assentos, a ficar o mais próximo possível do performer. Da mesma forma, a ação cênica é atravessada pela dança, teatro, performance e música, diluindo as barreiras que separam essas linguagens.

Utilizando luzes piscantes, ofuscantes e estroboscópicas em breves momentos, a montagem conta com uma iluminação que alterna essa intimidade cênica com um clima de festa. Para construir sua paisagem sonora e inspirar a corporeidade do artista em sua performance, a obra mergulha no universo pop, com trilha sonora que remora grandes canções de sucesso dos anos de 1980, 1990 e anos 2000 (que influenciaram Cabral no decorrer de sua vida), num resgate histórico-cultural de influências políticas e artísticas, potencializando não somente o discurso cênico, as coreografias, e os imaginários da montagem, mas também exaltando o legado das “divas do pop” na produção de conhecimento e resistência.

Autor do texto, Jeferson Cabral assina também a concepção, o figurino, a composição e a direção cênica do espetáculo. O artista gaúcho iniciou o argumento dramatúrgico  de BIXA em 2013, e foi aprimorando a narrativa ao longo da última década, até dar o início ao trabalho de criação em setembro de 2023.

BIXA Foto de Julia Oliveira /Divulgação

SOBRE JEFERSON CABRAL:

Doutor e Mestre em Artes Cênicas, licenciado em Dança e Teatro (UFRGS). Atuou em coletivos como Ói Nóis Aqui Traveiz e Santo Qoletivo, e foi dançarino em diversos espetáculos. Em 2023, esteve em Cães (2023), com direção de Alexandra Dias, com o grupo Outro Dances. No presente ano, comemora 16 anos de vida artística e mantém vínculo criativo com a Mimese Companhia de Dança Coisa.

SOBRE A MIMESE COMPANHIA DE DANÇA COISA:

Criada em 2002, como projeto de pesquisa e extensão na UniCruz. Em 2004, passa a ter o caráter independente, apresentando, dentre outros trabalhos, SemelhançasOs Humores do poetaUm corpo bem de perto (de Luciana Paludo), Além DissoVai-te, Se a morte bater na minha portadiga a ela que eu volto amanhã (de Mário Nascimento). Realiza projetos como Luciana Paludo Convida (2016) e Degustação de Movimentos (2019), este último enquanto projeto de extensão, vinculado à UFRGS.

BIXA Foto de Julia Oliveira/ Divulgação

SERVIÇO:

Data: 13 de novembro (quarta-feira)

Horário: 19h
Local: Teatro Oficina Olga Reverbel (Praça Mal. Deodoro, s/n)

INGRESSOS DISPONÍVEIS:

Site do Theatro São Pedro

https://theatrosaopedro.rs.gov.br/bilheteria

R$ 30,00 (inteira)

R$ 15,00 (professores, estudantes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, artistas, jovens de baixa renda, doadores de sangue e associados da AATSP).

REDES SOCIAIS:
https://www.instagram.com/bixa_espetaculo/

FICHA TÉCNICA:

Concepção, Texto, Figurino, Performance, Composição e Direção Cênica: Jeferson Cabral.

Colaboração Criativa: Luciana Paludo.

Iluminação: Pati de la Rocha.

Operação de Som: Paula Lages.

ID Visual: Marina Goulart.

Mídias Digitais: Jeferson Cabral, Paula Lages e Pedro De Camillis.

Produção: Pedro De Camillis.

Realização: Mimese Companhia de Dança Coisa.

Apoio: Curso de Licenciatura em Dança/ESEFID/UFRGS.