Festival celebra 130 anos do Tratado de Amizade entre Brasil e Japão

Evento gratuito no parque Assis Brasil, em Esteio, reúne dezenas de operações gastronômicas, apresentações culturais e o Anime Buzz

A riqueza da cultura japonesa estará em destaque no 12o Festival do Japão do Rio Grande do Sul, que acontece de 14 a 16 de novembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.

O evento promete encantar o público com o melhor da culinária tradicional japonesa, além de uma programação
cultural diversificada para todas as idades.

Entre as opções gastronômicas, o público poderá saborear sushis variados, temakis fresquinhos, lámen artesanal, takoyakis (bolinhos de polvo), guiozas, wagashis (doces típicos), nikumans, tonkatsu, bentôs completos e muito mais.

Serão dezenas de operações gastronômicas participando do festival, incluindo também restaurantes de fast food.
Além da culinária, o Festival contará com apresentações de danças e músicas típicas, oficinas de artesanato, demonstrações culturais e o já tradicional Anime Buzz, espaço dedicado à cultura pop japonesa, com
atrações para os fãs de animes, mangás e games.

Com o tema “Amizade”, a edição de 2025 celebra dois marcos importantes: os 45 anos de irmandade entre o Rio Grande do Sul e a província de Shiga e os 130 anos do Tratado de Amizade entre Brasil e Japão.

Serviço
12o Festival do Japão do Rio Grande do Sul
📍 Parque de Exposições Assis Brasil, Esteio
📅 De 14 a 16 de novembro
Entrada gratuita
🤝 Colabore com 1 kg de alimento não perecível
🌐 www.festivaldojapaors.com.br

 

A Mostra Cura 2025 – Deslocamentos chega em duas cidades: Pelotas e Porto Alegre, de 10 a 20 de novembro

Companhias do Brasil estarão representadas na mostra, que propõe um olhar aprofundado sobre a arte e contribuição de artistas negros para a cultura brasileira
Em mais um ano de realização, a Cura – Mostra de Artes Cênicas Negras promove uma rede de encontros, articulação e celebração das performatividades negras no sul do Brasil. Desde 2020 os curadores e equipe de produção vem trabalhando de modo a tornar público a vasta produção de artistas brasileiros e internacionais que compõem um grande espectro das matrizes do pensamento e dos fazeres negros no campo das artes da cena. E assim, chega em sua terceira edição fortalecida e maior, cumprindo sua função política em um país marcado pelas desigualdades, promovendo uma relação profunda com a construção, a manutenção e a contribuição de artistas negros para a cultura brasileira. A Cura ousa, e muito, ao propor um festival simultâneo em duas cidades que se encontram a uma distância de 240 quilômetros uma da outra: Porto Alegre e Pelotas.
Entre 10 e 20 de novembro, A Mostra Cura – Deslocamentos apresentará companhias e artistas de destaque no circuito de festivais, como a Cia. Heliópolis, com o espetáculo A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas); o coreógrafo Mário Lopes com as três performances que integram o projeto Afrotranstopia, o espetáculo Danúbio, do Grupo Sutil Ato, do Distrito Federal, Cícera, de São Paulo, Cordão, de Malu Avellar, também de São Paulo. Do RS, destaque para a estreia do novo espetáculo da Espiralar Encruza, Molha, e importantes montagens gaúchas como Corpocidade, de Gabriel Faryas, Kiki Ball da CuraVozes de DandaraRelaxamento Afro, entre tantas outras atrações. A Mostra Cura – Deslocamentos é realizada com recursos federais da Lei Aldir Blanc e conta com apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, SESC-RS, Ieacen, Fundação Teatro São Pedro, Associação dos amigos do Theatro São Pedro, Secult Pelotas, Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, Cinemateca Paulo Amorim.
Como destaque da programação está um encontro com curadores de festivais brasileiros. ABRE-ALAS: festivais em aquilombamento é uma articulação entre o Festival de Dança Itacaré/BA, do Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo e da Mostra CURA de Artes Cênicas Negras (Porto Alegre/ Pelotas – RS). Esse encontro, que será realizado na Sala Luís Cosme da CCMQ no dia 15, às 15h, amplia a discussão das diferenças éticas e políticas, vislumbrando os devires negros nas artes da cena. Articula estratégias conjuntas para continuidade de eventos negros produzidos no Brasil, buscando o diálogo com instituições nacionais que fomentam as artes. Neste primeiro ano lançam a proposição de um corredor cultural para circulação de artistas e obras cênicas, tendo o espetáculo Danúbio, da Cia Sutil Ato (Sobradinho-DF) como sua primeira experiência. O encontro, que já foi realizado na programação do Festival Dona Ruth de São Paulo em outubro, segue para Itacaré (4/11) e no dia 15 de novembro acontece em Porto Alegre, na Cura. Estarão presentes Verusya Correia, idealizadora e diretora artística do Festival de Dança Itacaré; Gabriel Cândido, idealizador e curador do festival Dna Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo, e Soraya Martins, artista, pesquisadora, crítica de dança e curadora independente, convidada esse ano para a equipe do Dna Ruth. Além dos curadores, representantes da FUNARTE, Itau Cultural, Fundação Palmares e SESC Nacional acompanham o encontro.
“Em 2020 nos debruçamos nas urgências do período pandêmico para promover e fortalecer as redes de criação e de sobrevivência de artistas locais em perspectiva global. Em 2024, ano de enchentes no Rio Grande do Sul, nos movemos em direção ao sul do estado, na cidade de Pelotas, uma das cidades brasileiras com o maior quantitativo de pessoas negras proporcional ao número de habitantes, estabelecendo trocas e promovendo encontros entre artistas locais, da capital e de outros estados do país. Em 2025, a proposta curatorial da Mostra Cura, que se volta para sua curta, porém intensa trajetória, se ocupa em pensar a partir da noção de deslocamentos, os devires criativos negros”, afirma a equipe curatorial. Para isso, a Cura promove encontros e trocas a fim de oxigenar e espalhar esse renovado ar aos quatro cantos do país a partir do RS, um estado conservador e de notória complexidade.
Diáspora, deslocamentos pretos nas geografias, estradas e mapas, na terra, nas matas, entre realidades. Deslocamento de linguagens, no corpo, no tempo. Gesto como deslocamento. Deslocamentos da capital para interior e do interior para a capital. Entre margem e centro, reposicionando lógicas, desfazendo estruturas, criando e imaginando um novo território, que se faz pelos movimentos dos corpos em articulação”, reflete a curadoria. A programação da Mostra Cura 2025 – deslocamentos terá ainda oficinas, residência, encontro com curadores, aula magna, shows, festas, oferecidos de forma gratuita para a população das duas cidades. Artistas locais, nacionais e internacionais em celebração nas rotas do Rio Grande do Sul. “O que podem artistas negros proporem como deslocamento de linguagens consolidadas? Dança, teatro, performance e música tramados por gestos que dinamizam, e rompem limites. Queremos pensar as diferentes e plurais inteligências negras como recriadoras de modos de estar no mundo”, reafirma a curadoria.
PROGRAMAÇÃO
 
  • Porto Alegre / Espetáculos
10 de novembro
19h – Cícera, no Galpão Floresta Cultural
11 de novembro
19h – Bandele – 19h, no Teatro Sesc
21h – Afrotranstopia – Movimento I, na Sala Carlos Carvalho
12 de novembro
19h – Zaze Zaze – Uma festa para Vavó, no Galpão Floresta Cultural
21h – Afrotranstopia – Movimento II, na Sala Carlos Carvalho
13 de novembro
11h – Cordão – Travessa dos Cataventos
14h – Afrotranstopia – Movimento III Celebration (filme), na Sala Eduardo Hirtz
19h – Molha, na Zona Cultural
14 de novembro
17h – Relaxamento Afro, na Travessa dos Cataventos
19h – Molha, na Zona Cultural
21h – Danúbio, no Galpão Floresta Cultural
15 de novembro
15h – ABRE-ALAS: festivais em aquilombamento – Encontro de curadores na Sala Luís Cosme da CCMQ
19h – Molha, na Zona Cultural
21h – Danúbio, no Galpão Floresta Cultural
16 de novembro
19h – Molha, na Zona Cultural
20 de novembro
15h – Kiki Ball da Cura: Cultura Negra Brasileira, na Sala Álvaro Moreyra
18h – Vozes de Dandara, no Teatro Renascença
20h – A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas), no Teatro Simões Lopes Neto
  • Oficinas Porto Alegre
Dia 8 de novembro
Residência Mário Lopes – 10h às 13h e das 14h às 17h / Espaço Força e Luz
Dia 9 de novembro
Residência Mário Lopes – 10h às 13h e das 14h às 17h / Espaço Força e Luz
Dia 10 de novembro
Residência Mário Lopes – 14h às 18h / Espaço Força e Luz
Dia 12 de novembro
Oficina Relaxamento Afro – 14h às 17h – Sala Sérgio Napp 1 – 2 andar CCMQ
Dia 13 de novembro
Oficina Relaxamento Afro – 14h às 17h – Sala Sérgio Napp 1 – 2 andar CCMQ
Dias 17 de novembro
Oficina Jessé Oliveira – 10h às 12h – CHC Santa Casa
Oficina Ball, das 18h às 20h – Espaço JINKA Núcleo Afro
Dias 18 de novembro
Oficina Jessé Oliveira – 10h às 12h – CHC Santa Casa
Oficina Ball, das 18h às 20h – Espaço JINKA Núcleo Afro
Dia 19
Oficina Cia Heliópolis – 9 às 12h e das 14 às 17h – Sala do Circo – Multipalco
  • Pelotas/ Espetáculos
 
10 de novembro
19h – Qual a diferença entre o Charme e o Funk, no Colégio Pelotense
11 de novembro
19h – Cícera, às 19h na sala Carmem Biasoli
12 de novembro
10h – Kuumba conta Histórias – local a confirmar
15h – Bandelli, no Colégio Pelotense
14 de novembro
15h – Katchaku Katchaka, no Céu Artes – Dunas
15 de novembro
19h – Ballroom Ndate Yalla Mbodj – 19h, no Clube Cultural Fica Ahí
16 de novembro
15h – Grão de Areia, no Céu Artes Dunas
17 de novembro
19h – Afrotranstopia – Movimento I
18 de novembro
14h – Afrotranstopia – Movimento III, às 14h no Cine UFPEL
17h – Igba Awo, no Largo do Bola
19 de novembro
19h – Corporicidade – local a confirmar
  • Oficinas Pelotas
 
12 de novembro
Oficina Contadores de Mentira, das 9h às 12h, na sala 61/ bloco 3 – Centro de Artes UFPel
Jessé Oliveira – 18h às 22h – Clube Cultural Fica Ahí

13 de novembro
Jessé Oliveira – 9h às 12h, no Clube Cultural Fica Ahí
18 de novembro
Workshop Mário Lopes – das 9h às 12h, no Clube Cultural Fica Ahí
 
SINOPSES
 
A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas) – Cia Heliópolis / SP
Com encenação de Miguel Rocha e dramaturgia de Dione Carlos, o espetáculo da Cia. Heliópolis é resultado da pesquisa do projeto Do cárcere às ruas: o estigma da vida depois das grades, contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. A pesquisa partiu da premissa de que o encarceramento deflagra traumas, comportamentos e perspectivas que inevitavelmente estarão presentes na retomada da vida, buscando compreender as consequências do aprisionamento nas tentativas de adaptação fora da prisão e na reconstrução das vidas. Em cena, seis pessoas que passaram pelo sistema prisional brasileiro têm suas trajetórias entrelaçadas. Diante das dificuldades de reinserção social e reconstrução da própria vida, cada uma delas, a seu modo, tenta encontrar uma saída. As marcas do período atrás das grades permanecem na memória, no corpo e nos afetos. Exu, o orixá das encruzilhadas e destrancador dos caminhos, aparece como uma presença provocativa ao despertar naqueles sujeitos a fome de novos começos e a avidez por dignidade.
 
Afrotranstopia – Movimentos Coreográficos / SP
Obra em três atos complementares, que estrearam em diferentes tempos e contextos. Movimentos I, II e III derivam de uma extensa pesquisa conduzida pelo artista, coreógrafo e pesquisador Mário Lopes. A ativação desta macrodramaturgia em três atos — dois cênicos e um audiovisual, criado e encenado durante a pandemia da COVID-19 — aborda o conceito de Afrotranstopia, desenvolvido por Mário em sua dissertação de mestrado Espumas e Algoritmos Coreográficos. Este conceito explora a intersecção entre tecnologias, existências e afrotranscendências, valorizando saberes ancestrais, resistências matriarcais, indígenas e afro-diaspóricas como fundamentos essenciais. “Como articulador e coreógrafo venho pesquisando e investigando conflitos de normas sociais e corpos estranhos. Mobilidade, encontros, cruzamentos e composições, normas sociais e suas repercussões no corpo e no movimento. Busco constantemente reconhecer, apesar das distâncias e diferenças, uma outra forma de criar, uma convergência de ideias que ajude a deslocar minhas próprias ações” afirma o criador, que estará na Mostra Cura em Porto Alegre e em Pelotas.
Movimento I – Parado é Suspeito – A obra coreográfica investiga o gesto de dar som ao corpo e corpo ao instrumento, a partir de ecos do passado que ressoam no presente. Os movimentos seguem comandos que suprimem o batimento cardíaco, silenciam palavras que buscam se manifestar e revelam o poder da narrativa corporal. Inspirado na frase encontrada na Academia de Polícia Militar dos anos 1990 — Negro parado é suspeito; negro correndo é ladrão —, o espetáculo denuncia os alarmantes índices do extermínio da população negra e o racismo estrutural presente nas instituições policiais. A peça evidencia como estereótipos se perpetuam sem questionamento, sustentando a equivocada associação entre pessoas negras e criminalidade. O movimento levado ao esgotamento provoca no público sensações de angústia, dor e perplexidade, ao assistir o corpo que resiste em saltos incessantes, reconfigurando-se diante do destino que o mira. Seja como espaço de denúncia, escuta ou criação, Movimento I nos impulsiona a projetar novos caminhos de humanidade para os corpos negros.
Movimento II – Kodex_Konflikt – Nesta criação, o foco é a investigação do impacto no corpo em contextos desconhecidos: códigos sociais, processos de adaptação física e momentos de confronto com a condição de “corpo estrangeiro” — seja pela língua, pela cor da pele ou pelos modos de existir. Os que são reconhecidos como estrangeiros buscam estratégias de camuflagem que lhes permitam se adequar, atravessar e penetrar as normas estabelecidas. Movimento II articula dança e performance para revelar os conflitos e adaptações vividos por corpos deslocados e racializados, tensionando as fronteiras entre pertencimento, exclusão e sobrevivência.
 
Movimento III – Celebração, Espumas Pós-Tsunami (2021) Trabalho coletivo e transdisciplinar, Movimento III articula coreografia, cinema, dança, artes visuais, música, arquitetura e pensamento crítico. Concretiza-se como longa-metragem, instalação imersiva e desdobramento da pesquisa em Afrotranstopia.
 
As Vozes de Dandara, de Silvia Duarte / RS
No palco está a reunião das cantoras Claudia Quadros, Guaira Soares e Preta Guedes — mulheres negras de reconhecida trajetória artística no cenário musical gaúcho e porto-alegrense. Elas interpretam obras de compositoras negras e compositores de destaque no panorama musical local e nacional, acompanhadas por músicos experientes e de sólida carreira. O repertório celebra e valoriza a contribuição das mulheres negras na música, destacando a riqueza das expressões afro-brasileiras e promovendo visibilidade, representatividade e empoderamento dessas artistas no contexto cultural do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Bandele / RS
O menino nascido longe de casa – bate seu tambor contando a trajetória de sua aldeia. Ele pede ajuda para os espíritos que moram no grande Baobá e protegem todas as histórias do mundo. Inspirado nos sons, tons e imagens da Mãe África, o espetáculo livremente adaptado da obra homônima da escritora gaúcha Eleonora Medeiros, ilustrada por Camilo Martins, reúne contação de histórias, teatro de animação e teatro visual. Bandele, é um espetáculo para ver, ouvir e sentir. Criado em 2018, Bandele, dirigido pelo ator e bonequeiro Leandro Silva, foi precursor dos estudos e temáticas afrobrasileiras. Pensado para ser uma celebração à vida dos corpos pretos, a peça resgata a importância da maternidade, da juventude e do respeito aos mais velhos. De lá para cá foram diversas apresentações, nos mais variados formatos e espaços, com os mais diferentes públicos.
 
Cícera / SP
A alagoana Cícera traz em sua mala um punhado de farinha, quatro filhas e o sonho de uma vida melhor. Em São Paulo encontra dureza, concreto, fome e saudade. “Cícera” é a história de uma mulher, mas é o retrato da vida de centenas de mulheres retirantes que deixam suas raízes na busca de igualdade social. A anciã, a jovem, a desbravadora, a mãe, a trabalhadora, a que luta por seus direitos. Todas são Cíceras. Atravessada por cantos de trabalho, relatos e memórias a obra apresenta uma mulher nordestina em ponto de ebulição, que dança e saúda sua caminhada. Este é o primeiro monólogo do grupo Contadores de Mentira em 23 anos. Em cena, a atriz Daniele Santana vive a personagem, entre relatos, canções e áudios de senhoras de Alagoas, que colaboram para o entrelaçamento dos temas e reflexões propostos. O grupo, da cidade de Mairiporã, em SP, atua em rede com conexões em vários países. Desenvolve pesquisa e possui identidade na antropologia, história, política e sociedade. É um grupo militante que há anos descobriu que era necessário se organizar em coletivos, em redes, em fóruns, na luta por condições de trabalho aos fazedores de cultura.
Cordão, de Malu Avellar /SP – performance de rua
Malu Avelar elaborou a performance a partir da pesquisa sobre um recorte da produção de Geraldo Filme, artista, compositor, cantor e militante negro, e da presença relevante dos corpos LGBTQIA+ em bairros da cidade de São Paulo. Geraldo Filme desafiou o tempo e as limitações impostas pela sociedade e foi o guardião que cantarolou encantamentos e denúncias para que as nossas histórias não fossem apagadas, um artista cuja obra atravessou as camadas do tempo Assim Malu evoca a entidade do malandro Zé Pelintra e como um corpo sapatão e preto dança pedindo a benção ao vô Gege para dar continuidade à tradição do samba. A dança como linguagem torna-se um rito de passagem e de sensibilidade para ativar outras escutas que permeiam o campo do conhecimento ancestral e espiritual.
 
Corpocidade, de Gabriel Faryas / RS
O espetáculo surge de observações do artista Gabriel Faryas em diferentes municípios, suas configurações espaciais e de como as constantes mudanças impactam as subjetividades dos corpos que nas cidades se movimentam. O trabalho se inspira em elementos visuais, sonoros e corporais para construir uma encenação sensorial que traga os vestígios dessas urbanidades para uma narrativa cotidiana e humana: a procura por um objeto perdido. Na cena, Guilherme procura em Breu um pequeno objeto que mal reparou cair dos bolsos, tamanha a correria. Ao cruzar toneladas de pedras, surgem coreografias que o lembram de onde pode ter ficado. Deseja reencontrá-lo, nem que tenha que engolir a cidade para isso. Entre sutilezas e monstruosidades, o trabalho aborda, de forma especulativa, temas relacionados aos movimentos, imagens e ruídos de uma cidade-caos.
 
Danúbio / DF
Dois atores, um adulto e uma criança, percorrem uma jornada lírica e lúdica que brinca diálogos entre uma mesma pessoa em diferentes tempos de vida. Danúbio é o protagonista negro que busca sua própria voz, história e identidade entre as muitas vozes e memórias que habitam seu corpo. As contradições e embates entre a criança e o adulto, convidam o público a mergulhar na complexidade de sentimentos, emoções, cosmologias e ancestralidades que atravessam as memórias e subjetividades pretas. A montagem explora a ancestralidade, a memória e a construção de identidade negra. Com direção e dramaturgia original de Jonathan Andrade, nome bastante conhecido na cena teatral do Distrito Federal, o espetáculo Danúbio promete tocar profundamente o público colocando em cena debates contemporâneos acerca das identidades, memórias e ancestralidades negras. O espetáculo teve sua estreia no final de 2024 e integrou a programação da 28ª edição do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília. Este espetáculo promove o encontro de três festivais em aquilombamento: Mostra Cura, Dona Ruth e Itacaré.
Igba Awo / RS
Performance sonora e corporal que se constrói como ativação artística em tempo real. Protagonizada por Nina Fola e dirigida por Thiago Pirajira, a obra nasce da ancestralidade negro-africana para interrogar o presente. A obra estabelece um diálogo entre cultura de terreiro e experimentação urbana, resistência e celebração, corpo e som, memória e criação. Ao se abrir ao público, afirma o processo como lugar de invenção e conhecimento, em que o fazer se torna também gesto de escuta e transformação. O projeto foi pensado para mostrar a trajetória de um grupo de artistas em torno de um tema que passa pelo sentimento sobre a resistência social e cultural negra-africana. Igba Awo exalta a importância das mulheres negras, das palavras e poesias, das músicas e sons, dos pensamentos e estratégias que construíram e que promovem espaços de ampliação da humanidade negra frente ao mundo antinegro. No centro da cena está a cabaça, e a ela é dada a importância do lugar mitológico africano como “ventre do mundo”, um objeto que guarda segredos (Awo), instrumento que possibilita o acesso à comida e à água e que pode ser uma caixa amplificadora de sons.
 
Katchaku Katchacka: era uma vez em Odjeidje / RS
O espetáculo narra a coragem e a esperteza do menino Gondœur, vivido por Loua Pacom, que aceita o desafio de enfrentar um grande monstro para defender a sua aldeia. O espetáculo é direcionado para crianças, jovens e adultos, com a proposta de oferecer uma abordagem da cultura africana, que tanto influencia a sociedade brasileira, de maneira lúdica e original, somando-se às diversas iniciativas no campo da educação das relações étnico-raciais. Kachaku Katchaka estreou no Centro Cultural da UFRGS, em setembro de 2023, pelo projeto Cenas Mínimas. Esteve presente no evento “Caminhos para uma Educação Antirracista” promovido pelo Itaú Cultural e a Secretaria de Educação do Estado do RS. Em 2024 realizou duas apresentações no Centro Histórico Cultural Santa Casa, selecionado no edital de espetáculos do CHC daquele ano. E por fim, também foi selecionado para o Festival Palco Giratório 2024.
Kiki Ball da CURA: Cultura Negra Brasileira / RS
Evento criado pela cultura ballroom para celebrar a vida, a arte e o talento através da dança, moda e performance. Com a presença de um mestre de cerimônias, Dj e jurados, ocorrem competições de acordo com categorias que ao longo dos anos a comunidade criou. Para cada categoria é definido um tema relacionado ao conceito geral do evento. Com o deslocamento da cultura ballroom dos EUA, onde surgiu, para o Brasil, o movimento agregou a cultura negra brasileira e sua influência, criando a Cena Ballroom Brasil. E é esse o tema para a Kiki Ball da CURA, que terá como protagonistas do espetáculo as personagens Mexe a Raba, Samba no Pé e VogueFunk.
Kuumba Conta Histórias / RS
Na montagem, o palco se transforma em portal de onde surge Kuumba — a guardiã do tempo e das palavras vivas. Com folhas nos cabelos e pele que brilha com o dourado do sol, ela caminha entre mundos para trazer histórias que carregam a sabedoria dos antigos e a força da oralidade. Nesta aventura, Kuumba nos leva a África Ocidental, onde se fala sobre Anansi, o homem-aranha e sua sábia companheira, Asò. Juntos, eles enfrentam desafios para conquistar o baú das histórias que pertence ao poderoso Deus do céu, Nyame. Uma jornada repleta de esperteza, coragem e encantamento, onde a palavra é o maior tesouro. Com direção e atuação de Mayura Matos, o espetáculo é um ato de celebração da oralidade, inspirado nos valores civilizatórios afro-brasileiros (Azoilda Loretto Trindade). Mais do que um espetáculo, é um mergulho na cultura, na ludicidade e na beleza que brota das raízes da nossa história, que reafirma o direito de aprender a riqueza do legado e da cultura afro-brasileira nas escolas e na vida.
Molha/ RS
Na estreia da companhia Espiralar Encruza na Mostra Cura, acompanhamos a história de um lugar por três janelas. Um grupo pedreiros, uma família em farrapos e uma moça solitária. Todos sabem que um buraco irá se abrir e o piso irá rachar. Somente um pulo para se salvar do estrago e conseguir jantar o peixe, com tranquilidade. A Espiralar Encruza é uma rede de artistas que trabalha com teatro, performance e audiovisual. Em 2020 e 2021 através de encontros semanais, criaram em conjunto com outros grupos a Residência Espiralar, uma residência artística que promoveu como obra final o curta-metragem intitulado Será que fica pronto a tempo?. A rede trabalhou junto ao Grupo PretaGô na produção do evento VERAFRO, que promoveu oficinas, apresentações artísticas e entrevistas com artistas nacionais durante o verão de 2021. De lá para cá, a Espiralar estreou uma série de performances como e esteve presente em festivais de teatro
 
Qual a Diferença entre o Charme e o Funk? / RS
Trabalho sensorial inspirado no método de “arqueologia pessoal” dos sete atores criadores, no qual o exercício de acessar memórias em busca de relíquias se fez presente para dar corpo ao espetáculo. O resgate daquilo que está dentro de cada um e que os faz ser: identidades. É a dança entre o jovem negro e suas lembranças. Falar das memórias é também sacralizá-las, encontrando um espaço para que elas possam ser recontadas de inúmeras formas, cores, sons: memórias são processos vivos. A peça contextualiza, a partir de cenas autônomas, o movimento de uma juventude considerada a “geração da esperança”, que anseia falar de sua cultura, sua arte, seu corpo, seu cabelo e sua dança. Anseia mostrar que também ri, brinca, canta, ama, se relaciona, existe.
Relaxamento afro / RS
Residência/performance de Silvana Rodrigues. Uma estação de parada onde pessoas negras podem, ao seu modo, relaxar. A partir de uma oficina ministrada por Sandino Rafael e Silvana Rodrigues, como proposta de intercâmbio dos grupos surge a ideia desta performance. Os alunos, em conjunto com os membros dos dois coletivos, criaram imagens a partir das suas perspectivas únicas sobre relaxamento, que foram agrupadas em lambes de 6x2m e espalhados pela cidade. E foi assim que a obra entrou pela primeira vez no salão nobre de um museu. Uma das séries do Relaxamento Afro foi adquirida pelo SESC Nacional e está em circulação com Dos Brasis – Arte e pensamento Negro, já tendo passado pelos SESC Belenzinho (SP) e Quitandinha (RJ).
Zaze-Zaze – Uma festa para Vavó / RS
A trama do espetáculo gira em torno de Vavó, uma personagem negra, idosa e pobre, que está no limiar de sua vida. Vavó representa o arquétipo da mulher negra brasileira e carrega consigo uma história de vida rica em experiências e desafios. Através de uma narrativa sensível e poderosa, a peça apresenta cenas de suas memórias de juventude, momentos da com seu marido, cenas ritualísticas e recordações que expõem a condição de vida da mulher negra no Brasil. O UTA, tem uma das mais expressivas trajetórias artísticas do teatro gaúcho. Desde 1992 se dedica à pesquisa sobre o trabalho de atuação, à criação de espetáculos e à formação de artistas. Em 2025 o grupo completou 33 anos de trabalho continuado.
Afrotranstopia_Mov /Divulgação/
MOSTRA CURA – DESLOCAMENTOS
De 10 a 20 de novembro, em Pelotas e Porto Alegre
Entrada franca – ingressos distribuídos 1h antes do início, nos locais de apresentação
Oficinas com inscrições mediante formulário online
*A boca que tudo come tem fome (do cárcere às ruas), da Cia Heliópolis / SP terá venda de ingressos populares, com valores de 30,00 e meia entrada de 15,00, na plataforma de vendas do Theatro São Pedro
Endereços dos teatros/apresentações – Porto Alegre
Galpão Floresta Cultural – R. Conselheiro Travassos, 541 – Floresta
CCMQ – Sala Carlos Carvalho – R. dos Andradas, 762 – 2º Andar – Centro Histórico
Teatro do Sesc – Av. Alberto Bins, 665 – Centro Histórico
Zona Cultural Av. Alberto Bins, 900 – Centro Histórico
Teatro Renascença – Av. Erico Verissimo, 307 – Menino Deus
Teatro Simões Lopes Neto – R. Riachuelo, 1089 – Centro Histórico
CHC Santa Casa – Av. Independência, 75. Centro Histórico
Espaço JINKA Núcleo Afro – R. Andradas, 1270, sala 91. Centro Histórico
Espaço Força e Luz – R. dos Andradas, 1223 – Centro Histórico, Sala Noé de Mello Freitas
Endereços dos teatros/apresentações – Pelotas
Colégio Municipal Pelotense – R. Marcílio Dias, 1597 – Centro
Bloco 3 – Centro de Artes – Rua Alberto Rosa, 117 – Centro
CÉU das Artes – Av. Ulysses Silveira Guimarães – Dunas
Cine UFPEL – R. Lobo da Costa, 447 – Centro
Largo do Bola – UFPel – R. Cel. Alberto Rosa, 117 – Centro, Pelotas – RS, 96010-770
A Mostra Cura – Deslocamentos é realizada com recursos federais da Lei Aldir Blanc e conta com apoio da Casa de Cultura Mario Quintana, SESC-RS, Ieacen, Fundação Teatro São Pedro, Associação dos amigos do Theatro São Pedro, Secult Pelotas, Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, Cinemateca Paulo Amorim.
 
 

Balé Folclórico da Bahia encerra turnê mundial em Porto Alegre e em Novo Hamburgo

O internacionalmente aclamado Balé Folclórico da Bahia (BFB), que já se apresentou em mais de 30 países e 300 cidades do mundo, desembarca no Rio Grande do Sul para encerrar a turnê do espetáculo “O Balé Que Você Não Vê”No dia 28 de outubro (terça-feira), a Companhia sobe ao palco do Teatro FIERGS, em Porto Alegre, e no dia 30, do Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. A realização conta com o patrocínio master do will bank, por meio do estímulo da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet e Ministério da Cultura.

O espetáculo é inspirado na luta diária de uma companhia profissional para se manter ativa, tanto financeira quanto tecnicamente. Walson (Vavá) Botelho, diretor-geral e fundador da companhia, afirma que “O espetáculo O Balé Que Você Não Vê reflete a nossa resistência. Ele foi montado e teve sua estreia mundial depois de mais de dois anos sem o BFB se apresentar”. No palco, o grupo de dança afrobaiana apresenta três coreografias concebidas especialmente para esta produção: Bolero, de Carlos Durval; Okan, de Nildinha Fonseca; e 2-3-8, de Slim Mello, além de exibir o repertório clássico do grupo, com Afixirê, uma coreografia de Rosângela Silvestre, reconhecida internacionalmente.

A única companhia de dança folclórica profissional brasileira

O Balé coleciona importantes prêmios e reconhecimentos. Recentemente, em 20 de maio, foi homenageado com a Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República e Ministério da Cultura. Em 2013, a prefeitura de Atlanta (EUA) declarou o dia 1º de novembro como o Dia do Balé Folclórico da Bahia, e no mesmo ano, o grupo teve uma rua nomeada em sua homenagem na cidade de Aného, no Togo.

A crítica de dança do The New York Times, Anna Kisselgoff, uma voz poderosa no cenário mundial, escreveu que “O prazer dos dançarinos, músicos e cantoras em fazer o que eles fazem sobre o palco é obviamente parte da vida deles que contagia todo o teatro”. A jornalista também declarou em uma de suas críticas para o jornal norte-americano que “Eu já assisti seus maravilhosos bailarinos em diferentes países, sempre se comunicando com o público. Crianças e adultos são tomados de imediato pelos ritmos e encantos de sua arte”. Em 1994, a Associação Mundial de Críticos reconheceu o BFB como a melhor companhia de dança folclórica do mundo.

Balé Folclórico da Bahia – MoviRio 2025 _ Fotos Malani /Divulgação

Desde 1993, sob a direção artística de José Carlos Arandiba (Zebrinha), o corpo de baile atingiu um notável nível de aprimoramento técnico-interpretativo. A Bahia, com sua efervescência de manifestações populares, é a principal fonte de inspiração para as pesquisas do grupo, que legitima o folclore baiano em suas coreografias. O diretor artístico afirma que “O nosso grande objetivo é a educação. Meu princípio é que cada pessoa faz seu caminho. No Balé, há pessoas de todas as faixas etárias e de todas as classes sociais. A partir do momento que alguém entra por nossa porta, deixa fora um monte de estigma”.

Balé Folclórico da Bahia – MoviRio 2025 _ Fotos Malani / Divulgação

SERVIÇO
“O Balé Que Você Não Vê” – Balé Folclórico da Bahia
Porto Alegre:
 28 de outubro | Terça-feira | 21h
Teatro FIERGS (Avenida Assis Brasil, 8787 – Sarandi)
Ingressos: 
R$45 a R$160
Ingressos antecipados:
 https://www.diskingressos.com.br/event/824

Novo Hamburgo: 30 de outubro | Quinta-feira | 21h
Teatro Feevale (Universidade Feevale, RS-239, 2755 – Campus II, Novo Hamburgo)
Ingressos: 
R$35 a R$140
Ingressos antecipados: https://www.blueticket.com.br/evento/38206/espetaculo-o-bale-que-voce-nao-ve

Bibiana Dulce Quarteto apresenta “Astor: Revolución Para El 3001”, no Museu De Arte Do Paço

A música de Astor Piazzolla e a poesia de Horácio Ferrer marcaram um antes e um depois na história do tango. Ambos nutriam o desejo de que sua obra — inovadora, audaz e profundamente humana — transcendesse o tempo e chegasse com força às gerações futuras.

Cred. Vittória Terman/ Divulgação
Com o intuito de celebrar esta obra, Bibiana Dulce Quarteto, tem a honra de apresentar o espetáculo Astor: Revolución Para El 3001, uma homenagem a genialidade destes dois grandes artistas, que transformaram o tango em arte universal.
SERVIÇO
Estreia 22 de Outubro 19:00hs No Museu De Arte Do Paço, Praça Montevidéu, 10, Antiga Prefeitura.
Entrada Gratuita

Novembro, o filme, em pré-estréia na cinemateca Capitólio

Com roteiro e direção de Tomás Corredor, o longa NOVEMBRO foi selecionado para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, após ter estreado mundialmente na Discovery Section do prestigiado Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF).

O longa ganha também data de estreia nos cinemas brasileiros: 30 de outubro e uma pré especial na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, no dia 21/10, às 19h.

Produzido pela colombiana Burning, em coprodução com a brasileira Vulcana Cinema, a mexicana Piano e a norueguesa Tordenfilm, o filme revisita um dos episódios mais trágicos e complexos da história recente da Colômbia: a tomada do Palácio da Justiça pelo grupo guerrilheiro M-19, em 6 de novembro de 1985.

O filme combina ficção envolvente e imagens de arquivo impressionantes para apresentar uma reflexão tensa e assombrosa sobre convicção, caos e as feridas profundas de um dos dias mais sombrios da Colômbia.

“NOVEMBRO é um filme nascido da necessidade de revisitar um momento-chave da nossa história recente, mas a partir de outra perspectiva. A obra não busca reconstruir os fatos, mas sim explorar o que não foi visto: o íntimo, o vulnerável, o humano”, explicou Thomás Corredor.

Segundo o diretor, o filme é um exercício de olhar novamente para a memória coletiva e suas lacunas, de olhar para a perda – de vidas, de certezas, de sentido: “O cinema nem sempre traz respostas, mas carrega algo ainda mais poderoso: a possibilidade de olhar de novo. Novembro é exatamente isso: uma reflexão sobre o que acontece conosco quando tudo se rompe. Não há heróis ou vilões, apenas pessoas diante de uma realidade que as esmaga. E essa realidade não faz parte apenas do passado. Pode acontecer de novo. Em qualquer país. A qualquer momento”.

NOVEMBRO marca mais uma participação da gaúcha VULCANA CINEMA, de Paola Wink e Jessica Luz, em um prestigiado festival, após o longa “THE BLACK SNAKE” (La Couleuvre Noire), do francês Aurélien Vernhes-Lermusiaux, estrear mundialmente em maio deste ano na mostra paralela ACID, dedicada a longas independentes do Festival de Cannes. Além disso, “ATO NOTURNO”, novo filme da dupla Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, teve sua première em fevereiro, na seção Panorama da última edição da Berlinale e “FUTURO FUTURO” que foi exibido no Festival Internacional de Karlovy Vary, na República Tcheca, e ganhou o prêmio de Melhor Filme do Júri Oficial no Festival de Brasília.

Sinopse:
Presos em um banheiro por mais de 27 horas durante a tomada do Palácio da Justiça, guerrilheiros, juízes e cidadãos civis encaram algo mais violento do que balas: suas próprias convicções — ou o colapso delas. Fora, o caos. Dentro, uma nação à beira do precipício.

Música e humor das “Crê Tinas”, neste domingo no palco do Espaço 373

No domingo (19), às 19h, o trio CRÊ TINAS, formado por Cristine Patane, Cristina Oliveira e Daisy Cristina, leva ao Espaço 373 um espetáculo que une música e teatro em uma combinação única de humor, poesia e emoção.

Foto: Simone Schlindwein/ Divulgação

Com composições próprias que transitam pela música popular brasileira em diálogo com elementos cênicos e textuais, o show tem conquistado o público ao abordar o universo feminino em toda sua diversidade, dando visibilidade às vivências da mulher madura, às contradições do cotidiano e aos afetos compartilhados. Três vocalistas acompanhadas por uma banda que “cantam” histórias costuradas pelo humor de forma sensível, irônica, ativista debochada e romântica.

Foto: Simone Schlindwein/ Divulgação

SERVIÇO
CRÊ TINAS

Quando: 19 de outubro | Quinta-feira | 21h
Onde: Espaço 373 (Rua Comendador Coruja, 373 – Floresta)
Ingressos: R$35 a R$70 | Gratuito para membros do Clube 373
Ingressos antecipados: https://tri.rs/event/65/cre-tinas
Informações e reservas pelo WhatsApp 51 999 99 23 15

Antologia de Escritoras Gaúchas: ” uma canção de muitas vozes, muitos timbres e tons”

 A antologia Mulheres Gaúchas em Prosa & Verso reúne uma pluralidade de textos representativos da diversidade das mais de trinta mulheres que a integram e que têm em comum, além da terra gaúcha (nascendo ou vivendo nela), a obsessão estética pela palavra escrita.  “Recebam essa primeira antologia como se recebessem uma canção de muitas vozes, muitos timbres e tons. Lembrem-se, ela foi orquestrada nos silêncios e nos atabaques das mulheridades” afirma as editoras Cátia Castilho Simon, Dione Detanico e Liana Timm. O lançamento será dia 11 de outubro, na Cirandar.
Esta publicação saúda o Mulherio das Letras, movimento feminista de escritoras, iniciado em meados de 2016, a partir da constatação de que havia muitas mulheres escrevendo, mas publicando pouco. Isso aconteceu em um evento literário em que Maria Valeria Rezende e outras autoras constataram a discrepância da participação entre escritoras e escritores. Para estas analistas, muitas mulheres estavam escrevendo bem demais, mas as publicações continuavam sendo lideradas pelos escritores. Por essa razão, os encontros literários também privilegiavam a participação deles. Disso resultou a criação do coletivo referido acima, que prima pela horizontalidade, e que está em atividade em diversos estados, cidades e países. O produto dessas ações tem resultado na premiação e no reconhecimento de mais mulheres no contexto literário, equilibrando as representações em qualidade, gênero e etnias.
Os temas abordados na primeira antologia Mulheres Gaúchas em Prosa & Verso trazem reflexões desde a inserção da inteligência artificial na realidade imediata até o propósito da poesia. Evocam também o que foi construído na infância, o trançado do cotidiano de mulheres, alternando um lusco-fusco poético de alvoreceres e entardeceres. “O século XXI ainda oferece resistências ao lugar que a mulher quer decidir para si, aos milhares de anos de opressão que submetem muitas de nós ao silêncio e à invisibilidade. Toda vez que uma mulher escreve, publica, mostra a que veio e de onde veio, o timbre de cada voz soma-se ao de outras, e uma grande canção reverbera por todas” complementam as editoras.
Integram o livro as escritoras Adriana Bandeira, Adriana Maschmann, Andreia Schefer,
Bebê Baumgarten, Benette Bacellar, Carolina Panta, Cátia Castilho Simon, Cecilia Kemel, Conça Dornelles, Dione Detanico, Inês Lempek, Irka Barrios, Jeane Bordignon, Joselma Noal, Juliana Blasina, Liana Timm, Ligia Savio, Lilian Rocha, Lúcia Rl Rosa, Lúcia Nogueira Leiria, Luciana Konradt,  Magalhe Oliveira, Maíra Baumgarten, Malu Baumgarten, Maria José Silveira, Mariam Pessah, Naia Oliveira, Neli Germano, Regina da Costa da Silveira, Rute Gusmão, Sabrina Dalbelo, Soninha Porto, Susana Vernieri, Taiasmim Ohnmacht e Vera Ione Molina.
SERVIÇO
MULHERES GAÚCHAS EM PROSA & VERSO – lançamento do livro
11 de outubro, às 17h30
ONG Cirandar – Rua Duque de Caxias, 1297

“Terapia de Casal, uma comédia em crise”, fará curta temporada em outubro, no Galpão Floresta Cultural

A comédia “Terapia de Casal, uma comédia em crise” fará curta temporada no mês de outubro na capital gaúcha. A montagem do texto original de Juliana Barros, que também dirige os atores Letícia Kleemann e João Petrillo, poderá ser vista dias 17 (sexta) e 18 (sábado), às 20h, e 19 (domingo) às 18h, no Galpão Floresta Cultural (Rua Conselheiro Travassos, 541, no Bairro Floresta);  Ingressos antecipados no https://www.sympla.com.br/evento/terapia-de-casal-uma-comedia-em-crise/3124677?referrer=www.google.com. A apresentação marca um momento importante do espaço, já que é a primeira temporada de um espetáculo de teatro no local.

“Completamos em 2025 três anos Terapia De Casal e nada melhor que celebrar a data em um novo espaço cultural da nossa cidade: o Galpão Floresta Cultural. Queremos fomentar esse lugar como uma nova opção para se ir ao teatro, ver shows e espetáculos de dança”. afirma Juliana Barros, diretora e uma das sócias do espaço. O espetáculo é considerado um dos grandes sucessos do teatro gaúcho e recebeu Prêmio Açorianos De Melhor Produção Adulta em 2022. Desde a estreia, o espetáculo já foi visto por mais de 20 mil pessoas nas cerca de 60 apresentações realizadas por todo o Estado.

Foto: Vilmar Carvalho/ Divulgação

Durante o espetáculo, o público tem a oportunidade de se divertir e de se identificar com a história de Alice e Marcos, um casal que se conhece no final da década de 80 e que, depois de uma década de relacionamento com alguns conflitos, crises e muitas risadas, se vê diante de um terapeuta numa sessão de terapia de casal. Os dois revivem e compartilham com o público, que faz às vezes do terapeuta, momentos importantes e decisivos do relacionamento. “É uma história cheia de situações divertidas, conflitos, expectativas, crises, dramas, medos e gargalhadas, onde qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência”, diz Juliana.

A linha do tempo e a história do relacionamento de Alice e Marcos vai sendo desvendada através da sessão terapia do casal – com momentos de “flashback” que se transformam em cenas. O casal rememora a sua relação, através de situações divertidas, mas repletas do mundo real, que são compartilhadas e “revividas” com o público. “Alice e Marcos são como todos nós, com seus desejos e inseguranças, falhas e acertos – nenhum deles é o vilão ou o mocinho, talvez por isso mesmo o público se identifique e torça por eles”, finaliza a autora.

Galpão Floresta Cultural

O espaço cultural abriu no dia 05 de julho de 2025 no 4º Distrito. Com cerca de 300 metros quadrados, o local de três pisos conta com palco e auditório com capacidade para cerca de 130 pessoas, além de oferecer salas para atividades como ensaios, educação musical e formação cultural. O lugar pertence aos artistas Carlota Albuquerque, Juliana Barros, Simone Rasslan e Álvaro Rosa Costa. Um bar-café abre duas horas antes dos espetáculos para atender o público. Local para estacionar na frente.

Link com fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1B_9BTA78GCkf3gH2HML3sl5P9e54TshK

Link com vídeos:

https://www.dropbox.com/scl/fi/zeajva027crh0gag7nolm/Teaser-Terapia-de-Casal.mp4?rlkey=z8nzej791keox6lrchdbj54c1&dl=0

Foto: ;;; Divulgação

Ficha Técnica

Texto: Juliana Barros

Direção: Juliana Barros e Fernando Ochoa

Elenco: Letícia Kleemann e João Petrillo

Música tema: Só pro meu prazer- Leoni e Fabiana Kherlakian

Trilha sonora original: Fábio Marrone

Direção de arte: Diego Steffani

Iluminação: Fernando Ochôa

Produção/Divulgação: Top Agência Produtora

Gênero: Comédia
Classificação:
12 anos
Duração: 70 minutos

 SERVIÇO

O QUE: Terapia de Casal uma Comédia em Crise

DATA: 17, 18 e 19 de outubro

HORÁRIO: sexta e sábado às 20h e domingo às 18h

LOCAL:  Galpão Floresta Cultural (Rua Conselheiro Travassos, 541, no Bairro Floresta)

INGRESSOS:

Plateia: R$80,00 (+ R$ 8,00 taxa)

Meia entrada: R$ 40,00 (+ R$ 4,00 taxa)

COMPRA PELO SITE:  https://www.sympla.com.br/evento/terapia-de-casal-uma-comedia-em-crise/3124677?referrer=www.google.com

Ingressos na bilheteria do teatro a partir de duas horas antes do espetáculo.

 

 

MARGS apresenta videoinstalação de grupo italiano, na programação do 10º Kino Beat

 

Com inauguração no sábado (4), exposição transforma sonhos em imagens e sons por meio de inteligência artificial

A exposição Onirica () será inaugurada pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição da Secretaria da Cultura (Sedac), no próximo sábado (4/10), às 10h30. Trata-se de uma videoinstalação produzida pelo estúdio italiano fuse* que, por meio de inteligência
artificial, utiliza um arquivo de sonhos para transformar os seus relatos em imagens e sons.
Com curadoria de Gabriel Cevallos, a mostra integra a programação do 10º Kino Beat.
Dentre 807 narrativas de sonhos reunidas por pesquisadores das universidades de Bolonha
(Itália) e da Califórnia (EUA), foram selecionadas 30, organizadas para a exposição em cinco
ciclos de seis relatos. A tradução visual é realizada por meio de modelos algorítmicos de
texto para imagem, suscitando reflexões sobre o inconsciente, a coletividade e a ética do
uso de dados para treinar a inteligência artificial.
No Museu, a mostra integra o programa expositivo “Poéticas do agora”, voltado a artistas
com produção atual cujas pesquisas recentes em poéticas visuais têm-se mostrado
inovadoras e relevantes no campo artístico contemporâneo. O programa objetiva valorizar
produções que investem na pesquisa e experimentação de linguagem, bem como na
transdisciplinaridade dos meios, operações e procedimentos.
O MARGS é uma instituição da Sedac. O plano de recuperação, exposições e atividades
educativas do Museu conta com patrocínio direto do Banrisul e com patrocínios via Lei de
Incentivo à Cultura Federal do Santander, da Hyundai e da EDP.
Estúdio fuse*
Responsável pela criação do trabalho, o estúdio fuse* explora, desde 2007, o potencial
criativo das tecnologias contemporâneas. Liderado pelos fundadores Mattia Carretti (n.
1981, Itália) e Luca Camellini (n. 1981, Itália), reúne um grupo multidisciplinar de artistas,
arquitetos, engenheiros e designers, em colaboração com especialistas e centros de
pesquisa, que colaboram na criação de projetos, obras, espetáculos e exposições.
Conhecido por suas instalações de grande escala e performances ao vivo – nas quais atua
também como companhia de teatro e produtora independente –, o estúdio experimenta

constantemente novas relações entre o físico, o digital, o natural e o artificial, explorando
uma ampla gama de meios artísticos, incluindo escultura, impressão, vídeo, luz e som. Ao
longo dos anos, apresentou suas obras internacionalmente, em instituições de arte e
festivais.

Kino Beat
A parceria deste ano também retoma a colaboração entre o MARGS e o Kino Beat. Na
edição de 2019 do festival, o Museu recebeu apresentações do Projeto Sonora e de Tomaz
Klotzel, e, em 2021, apresentou a exposição Denilson Baniwa — INÍPO: Caminho de
transformação.
Iniciado em 2009, com uma mostra de filmes sobre música, o Kino Beat se tornou uma
plataforma de arte contemporânea, reunindo múltiplas linguagens – da arte digital ao
audiovisual ao vivo, da música experimental às artes visuais – e criando espaço para
experimentação artística e reflexão crítica. A programação inclui exposições, instalações,
performances, espetáculos, shows, mostras, residência artística, ações formativas e outros
formatos. O conteúdo das atividades deriva da ampla relação que o significado do seu
próprio nome estabelece: “Kino” (imagem, movimento) e “Beat” (ritmo, som).
Nesta edição, a curadoria atravessa temas como tecnologias emergentes, sons globais,
ficções especulativas, pensamento ecológico, práticas colaborativas, cidades imaginadas e
outras formas de escuta e convivência. A principal novidade deste ano é a residência
artística internacional “Portos Conectados”, que reúne artistas brasileiros e britânicos em
uma criação transnacional. Realizada em parceria com a Foundation for Art and Creative
Technology (FACT), do Reino Unido, a iniciativa marca a primeira atuação internacional
estruturada do Kino Beat.
O 10º Festival Kino Beat é viabilizado por meio da Lei Rouanet e apresentado pela
Petrobras, e conta com patrocínio da Blue Moon e Crown Embalagens. Apoio Internacional
do British Council e Instituto Guimarães Rosa – Ano da Cultura Brasil/Reino Unido. O Festival
conta com financiamento do Pró-Cultura RS – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do
Estado do RS e realização Ministério da Cultura – Governo Federal – Do lado do povo
brasileiro.

Serviço
Exposição Onirica ()
Videoinstalação do estúdio italiano fuse*, no 10º Kino Beat
Onde: Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) – Praça da Alfândega, s/nº, Centro
Histórico, Porto Alegre
Abertura: Sábado (4/10), às 10h30
Visitação: Até 30 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 19h (último acesso às 18h)
Entrada gratuita

Exposição do Centenário Farroupilha foi o ápice na construção das “bases” históricas e culturais do RGS

Texto: José Francisco Alves

A Exposição do Centenário Farroupilha foi o ápice na construção das “bases” históricas e culturais do Rio Grande do Sul como indissociáveis à herança e ao culto da epopeia farrapa (1835-1845). Desde pelo menos 1879 já havia essa tentativa, à vista da encomenda ao pintor Guilherme Litran para o retrato equestre do Gen. Bento Gonçalves. Em 1891, na Constituição Estadual, houve a previsão de um “monumento à memória de Bento Gonçalves e de seus gloriosos companheiros da cruzada de 1835”. Tal “ligação” das gerações subsequentes com os farroupilhas foi com o tempo sendo construída e instituída. E cada oportunidade, sempre com apoio de pinturas históricas, monumentos e celebrações, foi muito bem aproveitada pelos governantes em suas tentativas de inserção como “herdeiros” da estirpe farroupilha.

PÓRTICO DA EXPOSIÇÃO – Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo – Fotografia atribuída a Olavo Dutra/ Divulgação

Porto Alegre, a “Leal e Valorosa”, resistiu bravamente aos

cercos farroupilhas. Porém, já no Centenário da Revolução

(1935) estava impregnada pelo “espírito farroupilha” que todos os sul rio-grandenses passaram a encarnar. Assim, a cidade envolveu-se totalmente na realização de uma exposição fantástica, capitaneada pelo Comissário Geral da Exposição, o prefeito Alberto Bins. O comissariado foi integrado também por Mário de Oliveira (Secretário-Geral), A. J. Renner (Seção da Indústria), Dario Brossard (Pecuária) e Walter Spalding (Cultura).

Para o evento, ergueram-se na Redenção pavilhões temporários. O principal foi o Pavilhão da Indústria Rio-grandense, com nada menos que 230m de frente, 60de profundidade e 14.040m2 construídos. Entre os demais, os pavilhões da Indústria Estrangeira, Agricultura do RS, Inspetoria Federal das Estradas de Ferro e Estrada de Ferro Centra do Brasil, Viação Férrea do RS e Departamento Nacional do Café. Dos estados, os pavilhões de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Pará.

Houve também inúmeros estandes de serviços, diversões e entretenimento, como o suntuoso Cassino. Todos os pavilhões foram realizados sob a mesma influência de linguagem arquitetônica, numa interessante utilização local do art déco, o estilo moderno que teve sua divulga-ção mundial em 1925, com a “Exposition internationale des arts décoratifs et industriels modernes”, em Paris. Nesse sentido, destaca-se a articulação e a coordenação para que tal unidade estilística fosse orientada como o padrão da exposição farroupilha, dado que os projetistas dos pavilhões não foram os mes mos. À noite, os estandes e atrações possuíam uma iluminação de alto destaque, algo jamais visto na capital. Das demais construções, a mais icônica foi o pórtico monumental. Também foram edificados um auditório com concha acústica, restaurante, casa da vispora, “Casa do Gaúcho” e parque de diversões. Em frente à Rua Santana, havia o canódromo (corrida de cães).

Pavilhão Cultural da Exposição do Centenário Farroupilha 1935 – In Relatório de Alberto Bins 1936/ Divulgação

Também monumental, foi a exposição de animais de nossa agropecuária, uma “mini-Expointer” em plena Redenção. O Pavilhão Cultural foi reali-

zado no único prédio edificado para ser permanente e para abrigar, após a Exposição do Centenário Farroupilha, uma escola pública modelo, o hoje Instituto de Educação Flores da Cunha.

Sua entrada dava-se diretamente pela Av. Osvaldo Aranha, com ingresso próprio. A seção de artes plásticas do pavilhão foi uma das maiores exposições de arte já realizadas em Porto Alegre. Somente na Seção de Pintura, participaram 780 trabalhos.

Aquele contexto do Centenário Farroupilha tomou conta da cidade, influindo na autoestima local, sendo o mais grandioso evento que Porto Alegre já teve, proporcionalmente, a considerar o tamanho da capital à época, com estimados 313.500 habitantes.

Nas comemorações de 1935 houve uma onda de monumentos, em grande número de municípios gaúchos. Para o ambiente do Campo da Redenção, na oportunidade batizado de Parque Farroupilha, também monumentos foram inaugurados. Infelizmente, este significativo legado em forma de arte encontra-se hoje semidestruído, em farrapos. A principal obra foi a estátua equestre de Bento Gonçalves, encomendada a Antonio Caringi.

Esse monumento, em 1940, foi transferido para a Av. João Pessoa, junto à Praça Piratini. Com os anos, paulatinamente esta obra, realizada na Alemanha os

bronzes, foi esquecida por autoridades e sociedade. Foi completamente abandonado, furtadas peças e emporcalhado: uma vergonha à memória farroupilha é o que resta do monumento dedicado aquele que foi um dos mais destacados sul rio-grandenses, o Gen. Bento Gonçalves.

Vista geral da Exposição do Centenário Farroupilha 1935 – Foto do Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo – Fotografia da Casa do Amador/ Divulgação

A história da Exposição do Centenário Farroupilha encontra-se em exibição na Casa da Memória Unimed Federação/RS, com a exibição de fotografias dos pavilhões, maquete do pórtico, obras de artistas da organização do Pavilhão Cultural e outros itens relativos ao evento.

Pavilhão da Indústria Estrangeira 1935 – Foto do Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo atribuída à Foto Becker/ Divulgação

Também haverá mesa redonda sobre arquitetura e história, bem como uma visita orientada ao Parque Farroupilha. Trata-se de oportunidade de conhecer um evento que distancia-se no passado, é tratado com lendas e equívocos de interpretação e, por isso, precisa ser devidamente lembrado. Seu maior legado foi definitivamente fazer do Campo da Redenção um parque público, cujos primeiros elementos do anteprojeto de Alfred Agache, elaborado em 1928, foram construídos para a Exposição do Centenário Farroupilha.

O Pavilhão Cultural foi realizado no único prédio edificado para ser permanente e para abrigar, após a Exposição do Centenário Farroupilha, uma escola pública modelo, o hoje Instituto de Educação Flores da Cunha.

sábado A Exposição do Centenário Farroupilha

completa 90 anos

Encerramento da Exposição do Centenário Farroupilha em Relatório de Alberto Bins no ano de 1936

CP MEMÓRIA

 

“Exposição 90 de 35 – Arte,

História e Arquitetura na Exposição do Centenário Farroupilha

Curadoria de José Francisco Alves e Marco Aurélio Bier-

mann Pinto.

Visitação de segundas a sex-

tas, das 13h às 18h. Até dia 24 de outubro.

Casa da Memória Unimed Federação/RS. rua Santa Tere-

zinha, 263,