Feira do Livro de Porto Alegre presencial de volta à Praça da Alfândega

 

Higino Barros

Pontualmente às 17 horas, como manda a tradição, o escritor Jeferson Tenório, patrono da edição de 2020 da Feira do Livro, badalou o sino dando por oficialmente aberta, a 67ª Feira do Livro de Porto Alegre nessa sexta-feira. Tenório não teve essa oportunidade ano passado (a feira não ocupou a praça da Alfândega) e coube a ele essa tarefa agora já que o patrono da atual edição, Fabrício Carpinejar, estava ausente da cidade e participou da abertura de modo virtual. A abertura ocorreu no Memorial do Rio Grande do Sul, instituição cultural vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), que em 2021 receberá parte do evento em sua sede.

Tradição à parte, era visível a alegria de livreiros, dirigentes da Câmara Riograndense de Livros, gestores públicos e leitores com a cerimônia. Com a pandemia da Covid 19 mais controlada, além de regras de proteção à saúde sendo seguidas no ambiente e os problemas financeiros resolvidos, os livros voltaram à praça, como gostam de dizer os cronistas da cidade, às sombras dos jacarandás.

O tema dessa edição é “Para ler um novo mundo” e realizada em formato híbrido, de 29 de outubro a 15 de novembro de 2021. A programação on-line é produzida em um estúdio instalado no prédio do Memorial do RS, localizado na própria Praça, e transmitida pela plataforma digital da Feira, que também abriga as lojas virtuais dos expositores ou opções de compra via whatsapp.

A 67ª edição tem a participação de 56 expositores e ela fica aberta das 14hrs às 20hrs.

O prefeito Sebastião Melo participou da cerimônia de abertura e prometeu que a Prefeitura no próximo ano apoiará financeiramente a feira. Na atual edição, a Câmara Municipal de Porto Alegre ia destinar R$ 50 mil, voltou atrás, mas pressionada, de última hora acabou cedendo R$ 25 mil. O restante do dinheiro foi obtido com patrocinadores privados. A CRL estimou em R$ 100 mil os custos com a montagem do evento.

Resultado da demora na liberação do dinheiro é que hoje depois de aberta, havia retoques e acabamentos sendo dados na estrutura física do evento.

A secretária da Estadual da Cultura,  Beatriz Araujo, falou em nome do governo do Estado na abertura da Feira.  “Neste período de pandemia, tão duro em relação à Cultura, nós conseguimos, aqui no RS, apoiar todas as iniciativas de arte e cultura que estão sendo demandadas através do fortalecimento do nosso sistema estadual, injetando recursos que nunca haviam sido injetados. É muito importante que o governo do Estado, o governo municipal, os patrocinadores e a sociedade civil estejam presentes num ato que eu chamaria de revolucionário, como a realização desta feira porque, certamente, demandou muita coragem”, avaliou a secretária.

 

Manifesto da CRL

“É a partir da expectativa de retorno, reencontro e renovação que ansiamos por seguir a nossa caminhada. Este é o espírito da festa que voltará a acontecer: com o livro no centro de tudo e a colaboração de todos.

No ano passado realizamos a Feira possível, criando um modelo para estarmos juntos mesmo a distância. Em 2021 construiremos a Feira da esperança: uma chance para nos encontrarmos no coração da Praça da Alfândega e descobrirmos como viver e ler um novo mundo.

Na sua 67ª edição, a Feira do Livro de Porto Alegre volta para o seu local de origem e abre suas bancas para todos os leitores, mantendo o seu histórico caráter popular. As sessões de autógrafos e os eventos para a primeira infância retornam também para o formato presencial. E os debates para o público geral seguem com transmissão on-line para falar sobre literatura, felicidade, luto, diversidade e arte. Do coração pulsante da Capital gaúcha para muitos outros lugares.

Este é o universo criativo e fantástico que habita as histórias e que está dentro de cada um de nós. Neste ano, nosso convite é para que os livros estejam em todos os espaços. Máscara no rosto e livro nas mãos: presencialmente ou on-line, esperamos por você!”

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