Raquel Zepka traz vivência do teatro para seu livro de estreia

O título da coletânea de textos é Disformia Desatada, mas a atriz e diretora Raquel Zepka chama de “diário de mentiras”. O lançamento virtual pela Editora Patuá será domingo (12/12), às 19h.

 A live, comandada pelo editor Eduardo Lacerda, será transmitida ao vivo pelo Facebook e pelo canal da Patuá no Youtube e contará com a presença das escritoras Dia Nobre e Cacá Joanelo, que irão debater com Raquel sobre a construção do livro, que reúne, entre outros textos, uma série de poemas curtos – sem forma definida, por isso o título –  sobre o feminino, sobre morte, sonhos, fragilidades pessoais, misticismo e erotismo.

“Vai ser uma conversa sobre poesia e sobre mulheres escritoras, que publicam suas obras”, adianta a autora. O livro ainda terá lançamento presencial dia 22 de dezembro, às 18h30min, na Livraria Bamboletras (Lima e Silva, 776, Cidade Baixa). “Há muitas mulheres na dramaturgia, mas também muito apagamento das vozes femininas. São dramaturgas, romancistas, escrevendo coisas incríveis”, destaca Raquel.

Formada em Teatro pela Universidade Federal de Santa Maria, pós-graduada em linguagem audiovisual e mestranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a autora atualmente pesquisa dramaturgias que radicalizam barreiras entre o real e o ficcional. “Em breve, virá um segundo livro, desta vez mais focado na dramaturgia”, adianta.

Como atriz, Raquel se considera “uma incubadora” de palavras que fervilham nas entranhas “antes de serem paridas”. Em Disformia Desatada elas não nascem na fala, mas na escrita da autora, ação vista por ela como um ritual que transforma o estado do mundo com o mistério da imaginação. A escrita tem sido ofício dentro do fazer teatral, onde exerce a função de dramaturgista, e desde de 2015 tem escrito para teatro.

A capa do artista Alessandro Romio é resultado de um compilado de escritas pessoais, antes não compartilhadas. Os textos vinham sendo escritos desde 2018. “É quase como se fosse um diário aberto, de pensamentos compartilhados, e mentiras compartilhadas”, explica. Foi após cinco meses de oficina literária conduzida pelo escritor pernambucano Marcelino Freire, que Raquel decidiu publicar. “Ele me fez acreditar que era possível compartilhar estes escritos, e foi um dos maiores incentivadores”, conta a diretora teatral.

A obra pode ser encontrada no site da Editora Patuá (a R$ 40) e pelo instragram da autora (@raquelzepka).

“Os poemas de Raquel organizam um percurso da infância como um carrossel que gira em sentido anti-horário. Os cavalinhos sorridentes te levam para diários queimados, bilhetes só de ida, melenas de cabelos guardados obsessivamente por mães que amam mais os cabelos de suas filhas do que elas próprias.” (Dia Nobre)

Sobre as escritoras que participarão da live de lançamento:

  • Dia Nobre é Ph.D em História. Natural do Cariri cearense, atualmente trabalha em Petrolina (Pernambuco), como professora universitária desenvolvendo projetos ligados à literatura, história, lesbianidades e feminismo. Publicou dois livros de não-ficção, O teatro de Deus (Ed.UFC, 2011) e Incêndios da Alma, (Multifoco, 2016), tendo recebido três prêmios por este último, incluindo o Prêmio Capes de Teses (2015). Seu primeiro livro de poemas, Todos os meus humores, foi publicado em junho de 2020 pela Editora Penalux. Participa ainda das Antologias Coletânea VISÍVEIS – I Anuário Filipa Edições e Antes que eu me esqueça – 50 autoras lésbicas e bissexuais hoje (Quintal Edições, 2021). Em maio de 2021, lançou o livro de ficção No útero não existe gravidade, finalista do 3° Prêmio Mix Literário 2021.
  • Cacá Joanello é Mestre em Escrita Criativa pela PUC/RS; foi produtora de filmes e teatro por boa parte da vida, até entender que literatura era sua vocação. Trabalhou como ghostwriter, principalmente de conteúdo on-line; e como designer editorial. Nos últimos anos, integrou o time da Livraria Bamboletras, um marco cultural e turístico de Porto Alegre. Possui diversos contos publicados em antologias e revistas. É uma das organizadoras da antologia Vigílias, lançada ainda no primeiro semestre de 2021. Foi uma das vencedoras do Edital Arte como Respiro – Literatura – Itaú Cultural.

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