A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias do Rio Grande do Sul (ICF-RS), divulgada pela Fecomércio-RS nesta sexta-feira, 26, segue 23,4% abaixo do nível de mar/20 (pré-pandemia) e, quando comparado a ago/21, houve aumento de 3,9%. Apesar de estar em patamar superior ao do ano passado, o ICF tem tido dificuldade em engrenar uma melhora contínua, alternando pequenos aumentos com pequenas quedas na margem. Assim, o indicador e todos os subindicadores permanecem abaixo da linha dos 100 pontos (neutralidade)
Entre os entrevistados, 42,2% afirmam estar comprando menos que no mesmo período do ano anterior (em ago/21, esse percentual era de 50,9%); um nível de consumo equivalente ao ano anterior foi apontado por 40,2% (36,8% em ago/21), enquanto 17,7% relataram estar comprando mais (12,3% em ago/21). Na média de 12 meses, o indicador registrou 74 pontos. Nos 12 meses encerrados em ago/21 esse valor era de 50,6 pontos.
O consumo atual atingiu 75,6 pontos e teve aumento na margem de 0,8% e de 23,0% em relação a agosto de 2021. Já os índices de acesso a crédito (89,5 pontos) e de momento para duráveis (38,8 pontos) apesar de terem se elevado na margem, na comparação interanual apresentaram baixas de -8,5% e de -32,0%. Em certa medida, esses dados revelam o quadro de piora nas condições financeiras, mas em que o consumo segue se recuperando em função do maior grau de abertura da economia.
O indicador referente à facilidade de acesso a crédito registrou 89,5 pontos em ago/22, com uma variação de 3,5% em relação ao mês anterior. Na comparação com ago/21, houve variação de -8,5%. O subíndice se encontra, atualmente, 9,2% abaixo do patamar pré-crise. A média em 12 meses registrou 89,1 pontos. No mesmo período do ano anterior esse nível era de 90,1 pontos.
O índice de emprego atual teve aumento de 2,5% na margem e de 10,6%, em relação a agosto de 2021. Esse índice registrou o nível de 95,8 pontos, mas segue 16,1% abaixo do patamar pré-pandemia. Esse é o indicador que atualmente está mais perto da linha da neutralidade.
Já a renda atual, que denota a percepção de renda dos indivíduos em relação ao mesmo período do ano anterior, teve queda de 2,0% na margem e de 4,2% na comparação interanual. O quadro de retomada do mercado de trabalho tem melhorado as percepções de segurança no emprego. Em contrapartida, o aumento dos preços tem afetado a renda disponível dos indivíduos, o que teve influência na queda do índice de renda atual.
No comparativo com o mês imediatamente anterior, a baixa foi provocada pela queda no indicador de renda atual (-2,0%), mas principalmente na retração verificada na perspectiva empresarial (que apresentou recuo de 10,3%).
Nas expectativas, a perspectiva profissional (70,4 pontos) teve a principal influência negativa do mês. Na margem, o índice recuou 10,3%, ao passo que frente a agosto de 2021 registrou aumento de 21,3%. A perspectiva de consumo ficou estável na margem (0,0%). Aos 68,4 pontos, o índice encontra-se 27,2% acima de agosto de 2021. “O avanço da confiança em relação ao período do ano anterior é positivo, mas não surpreende. Contudo, apesar dos bons resultados recentes do mercado de trabalho e a queda de preços de itens de grande relevância no orçamento das famílias, não é negligenciável o grau de incertezas que permeiam a atividade neste momento, algo que infelizmente tem contido uma retomada mais consistente da confiança dos consumidores nos últimos meses”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente do sistema Fecomércio-RS.
O ICF é um indicador calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a partir de uma pesquisa mensal de sondagem da condição de vida (trabalho, renda e consumo) das famílias, buscando, assim, antecipar o comportamento das vendas do comércio. Para o Rio Grande do Sul (ICF-RS), a pesquisa é realizada em Porto Alegre ao longo dos dez dias anteriores ao mês de referência e abrange em sua amostra, no mínimo, 600 famílias. Sua divulgação é realizada mensalmente pela Fecomércio-RS.
Com assessoria de Comunicção da Fecomércio/RS