“Elevado risco de fuga”, diz Alexandre de Moraes ao decretar a prisão de Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso por volta das seis horas da manhã deste sábado (22). Em nota, a Polícia Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na sexta-feira (21) o senador Flávio Bolsonaro (PL) convocou, pelas redes sociais uma vigília de orações próxima à casa onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto.

Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes diz que a reunião poderia causar tumulto e até mesmo facilitar “eventual tentativa de fuga do réu”. Foi ainda verificada tentativa de violar a tornozeleira eletrônica.

Moraes também determina que seja realizada, neste domingo (23), audiência de custódia, por videoconferência, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, além da disponibilização de atendimento médico em tempo integral ao réu.

A decisão diz ainda que todas as visitas deverão ser previamente autorizadas pelo STF, com exceção da dos advogados e da equipe médica que acompanha o tratamento de saúde do réu.

Também na sexta, a defesa de Jair Bolsonaro pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a concessão de prisão domiciliar humanitária ao ex-presidente.

Segundo os advogados, Bolsonaro tem doenças permanentes, que demandam “acompanhamento médico intenso” e, por esse motivo, o ex-presidente deve continuar em prisão domiciliar. O pedido da defesa pretendia evitar que Bolsonaro fosse levado para o presídio da Papuda, em Brasília.

Condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, determinada após o descumprimento de medidas cautelares já fixadas pelo STF.

Ele estava usando tornozeleira eletrônica e proibido de acessar embaixadas e consulados, de manter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras e de utilizar redes sociais, direta ou indiretamente, inclusive por intermédio de terceiros.

Pouco depois da meia-noite de sexta-feira, a PF detectou uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica que o ex-presidente usava. Foi o sinal para a decisão do STF.

“Tinha elevado risco de fuga durante a vigília convocada pelo filho, Flávio Bolsonaro” , segundo o ministro..
A proximidade da residência de Bolsonaro da embaixada dos Estados Unidos (cerca de 13km) reforçou a suspeita de  ele poderia tentar escapar da prisão,

O ministro escreveu que, embora o ato tenha sido apresentado como uma vigília pela saúde de Bolsonaro, “a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu”, com o uso de manifestações para obter “vantagens pessoais” e “causar tumulto”.

Violação de tornozeleira

O ministro afirma que recebeu um aviso de que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro apresentou algum tipo de violação, 0h08 deste sábado.
Esse ato, segundo ele, “confirma a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”.
Para Moraes, o conteúdo da convocação para a vigília indica a possível tentativa da utilização de apoiadores do réu Jair Messias Bolsonaro, em aglomeração a ser realizada no local de cumprimento de sua prisão domiciliar, “com a finalidade de obstruir a fiscalização das medidas cautelares e da prisão domiciliar pela Polícia Federal e pela Polícia Polícia Penal do Distrito Federal”, diz a decisão.

Embaixadas

Moraes também destacou que a residência de Bolsonaro em Brasília fica a cerca de 13 km da embaixada dos Estados Unidos na capital federal, em uma distância que poderia ser percorrida em cerca de 15 minutos de carro.
“Rememoro que o réu, conforme apurado nestes autos, planejou, durante a investigação que posteriormente resultou na sua condenação, a fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país”.

O ministro também lembrou o fato de que aliados do ex-presidente e um dos filhos dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), deixaram o país mesmo sendo alvos de ações penais no STF.
“Não bastassem os gravíssimos indícios da eventual tentativa de fuga do réu Jair Messias Bolsonaro acima mencionados, é importante destacar que o co-réu Alexandre Ramagem Rodrigues, a sua aliada política Carla Zambelli, ambos condenados por esta Suprema Corte; e o filho do réu, Eduardo Nantes Bolsonaro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República no STF, também se valeram da estratégia de evasão do território nacional, com objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”.

 

MJDH pede novo inquérito sobre homem morto por policiais: “Há evidências de que foi uma execução”

O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, de 86 anos, fez questão de ir pessoalmente à sede do Ministério Público Estadual na tarde desta terça-feira, 18/11.

Acompanhado do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, vereador Pedro Ruas, ele protocolou uma representação, pedindo novas investigações para esclarecer a morte de Henrick Cristian da Silva Vargas. “O MP já havia aberto inquérito, mas nós fizemos questão de representar, para acompanhar e recorrer se for o caso. Esse é um fato gravíssimo, que se configura como uma execução”, disse Krischke.

O fato ocorreu em setembro de 2025, no bairro Santa Fé, zona norte de Porto Alegre. Henrick, de 29 anos, teve um surto, provocado  por uma overdose de cocaína. A mãe chamou a Brigada Militar e o SAMU para contê-lo. Dois PMs atenderam a ocorrência. Foram recebidos com agressividade pelo rapaz, perderam o controle da situação e acabaram atirando e matando Herick com quatro balaços.

Os inquéritos feitos pela Brigada Militar e pela Polícia Civil concluiram que  os policiais agiram em “legítima defesa”.  A mãe de Herick, Evolmara Vargas, contesta essa versão e diz que não foi ouvida no inquérito, mesmo estando no local e tendo testemunhado todo o episódio.

Segundo ela, Herick  estava em tratamento psiquiátrico e teve uma recaída com uso da droga. .

“A BM diz que os policiais agiram de acordo com o protocolo. Queremos saber que protocolo é esse. O rapaz não estava armado, não era criminoso. A maneira como agiram revela no mínimo despreparo”, diz o presidente do MJDH.  Segundo Krischke, o uso de arma de fogo numa situação dessas não se justifica. “No mínimo, podiam ter atirado nas pernas, para não matar”.

O comandante da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli, justificou a ação policial: “A história do tiro na perna é muito bonita em filmes”, disse ele em entrevista.
Segundo o MJDH, esse é o terceiro caso envolvendo policiais militares em episódios letais, este ano.

STF publica acórdão do julgamento que manteve condenação; Bolsonaro ainda tem cinco dias para recorrer

Está publicado no “Diário de Justiça Eletrônico” desta terça-feira, 18,  o acórdão do julgamento em que o STF rejeitou os recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis réus condenados pela tentativa de golpe de Estados.

Com a publicação do acórdão (o resultado do julgamento), correm os prazos para a execução das penas.

A defesa dos ex-presidente tem agora um prazo de cinco dias, a partir desta quarta (19), para  apresentarem segundos embargos de declaração. Esse prazo termina na noite do domingo (23).

Nesse caso, Moraes poderá analisar os recursos ou considerá-los meramente protelatórios, sem conteúdo jurídico, a não ser a intenção de postergar a execução da pena.

Se Moraes rejeitar os recursos, poderá declarar o julgamento encerrado (transitado em julgado, no linguajar jurídico) e determinar a execução da pena. Cabe ao ministro notificar a Vara de Execuções Penais para a condução dos condenados à prisão.

A praxe no STF tem sido que a execução da pena e o trânsito em julgado sejam determinados após os segundos embargos de declaração.

O processo penal tem um segundo tipo de embargo: os embargos infringentes, mas esse tipo de recurso só cabe quando o réu tem dois votos favoráveis pela absolvição.

Bolsonaro e os demais réus não chegaram a dois votos pela absolvição. Por isso, há um entendimento no STF de que Moraes pode declarar o caso encerrado antes desses embargos.

Uma vez apresentados os infringentes, o relator decide se os acata ou não. Depois há novo prazo para as defesas apresentarem agravos regimentais, que também seriam julgados. Esses prazos se encerrariam em dezembro.

Como há réu preso, os prazos são contados em dias corridos, mesmo em feriado e fim de semana. Contudo, se o último dia cair num sábado ou domingo, o fim do prazo fica adiado para o primeiro dia útil subsequente. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. O tenente-coronel Mauro Cid, delator, vai cumprir 2 anos de regime domiciliar. Os demais seis réus, que cumprirão pena em cadeia, são:
  • Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

(Com Agência Brasil e G1)

Ministério divulga lista de azeites fraudados; veja lista

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu um alerta aos consumidores sobre a comercialização e o consumo de azeites de oliva fraudados.

Os produtos foram fiscalizados pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária.

De acordo com o órgão, eles não atendem aos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pela legislação.

As amostras coletadas pelo departamento foram analisadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária que confirmaram a presença de outros tipos de óleos vegetais na composição, o que caracteriza fraude.


O ministério orienta os consumidores a interromper imediatamente o uso dos produtos, caso tenham adquirido. Lembra, ainda, que é possível solicitar a substituição do produto, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.

Acompanhe a cobertura completa da EBC na COP30

Aos comerciantes, o Mapa reforça que a comercialização desses produtos constitui infração grave.

“Os estabelecimentos que mantêm os itens à venda podem ser responsabilizados”, disse o ministério, em nota.

A escabrosa falência da OI, a “supertele” que já foi símbolo das privatizações

Bilhões em dívidas acumuladas, má gestão e “uma série de esqueletos financeiros deixados pelo caminho” – são as causas apontadas para a falência da Oi, decretada nesta segunda-feira, 10/11, pela 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

A empresa estava em sua segunda recuperação judicial.

Símbolo das privatizações do setor de telecomunicações nos anos 1990, a Oi  cresceu turbinada por incentivos governamentais e foi chamada de “supertele nacional”.

A crise vinha desde o início e se agravou nos últimos dez anos, após a fusão de suas operações com a Brasil Telecom (BrT) e a Portugal Telecom.

Mas a história começa em julho de 1998, no “apagar das luzes” do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC),  quando a estatal Telebrás foi privatizada.

No leilão, na Bolsa de Valores do Rio,  a Tele Norte Leste (que operava a telefonia fixa em Rio, Minas, Espírito Santo, Norte e Nordeste) foi arrematada pelo consórcio Telemar que mais tarde (em 2007), mudou o nome para Oi.

Os acionistas do consórcio Telemar eram Carlos Jereissati, do grupo Iguatemi, ligado ao PSDB (Tasso Jereissati, irmão, foi três vezes governador do Ceará e duas senador)  e a empreiteira Andrade Gutierrez.

Num telefonema grampeado, após a privatização, o então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, chamou o grupo da Telemar, o empresário Carlos Jereissati e o empreiteira Andrade Gutierrez, de “telegangue”. Por isso, perdeu o cargo.

Em 2008, com financiamento do BNDES e dos fundos de pensão das estatais, a Oi se fundiu com Brasil Telecom (BrT), que na privatização havia arrematado com a telefonia fixa no Sul e Centro-Oeste.

Após a fusão, foram descobertos passivos de mais de R$ 6 bilhões nas contas da BrT,  o que não impediu a Oi de se tornar a “Supertele”  brasileira.
A operação fez parte da política de “campeões nacionais”, que buscava fortalecer grandes empresas brasileiras para competir em escala global, com apoio do BNDES.

Em 2014, incentivada pelo governo, a Oi se uniu à Portugal Telecom, que também revelaria depois um passivo de bilhões.
Em 2016, a OI entrou com o primeiro pedido de recuperação judicial, para renegociar R$ 65 bilhões em dívidas com 55 mil credores. Em dezembro de 2017, mais de 600 pessoas se reuniram no Riocentro para a assembleia de credores da Oi. O processo foi concluído em dezembro de 2022.

Três meses depois, em março de 2023, veio o segundo pedido de recuperação para renegociar dívidas acumuladas de R$ 43,7 bilhões.

Para tentar sobreviver nos últimos anos, a Oi vendeu seus principais ativos, como a operação de telefonia móvel — adquirida pelas rivais Claro, TIM e Vivo —, além dos serviços de TV por assinatura, satélite e toda a sua rede de fibra óptica, que foi vendida para a V.tal, controlada pelo BTG Pactual.
“Não há surpresas quanto ao estado do Grupo Oi em recuperação judicial. A Oi é tecnicamente falida”, resumiu a juíza Simone Gastesi, na decisão.

A receita mensal da Oi hoje é de cerca de R$ 200 milhões, com um “patrimônio esvaziado” e sem a “mínima possibilidade de equacionamento entre o ativo e o passivo da empresa”, lembrou a magistrada.
A Justiça e o Ministério Público classificaram como “omissão histórica e continuada” a postura do governo.

A Justiça garantiu que haverá a “continuação provisória das atividades essenciais” . A Oi atende sozinha a 7.500 localidades e é responsável por conectar serviços essenciais, como os números de três dígitos (polícia, bombeiro e defesa civil).

No mês passado, a Justiça já transferiu a conectividade do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) para a Claro (da mexicana América Móvil).

A juíza determinou que os serviços públicos de telefonia e comunicação continuarão a ser prestados, provisoriamente, pela unidade “Oi Soluções”, até que se conclua o processo de transição para definição da empresa que assumirá os serviços. Ainda não se sabe como será feito isso.. Uma hipótese é que a Telebrás possa assumir parte das obrigações.
O Ministério das Comunicações afirmou que vai avaliar a decisão da Justiça do Rio. Em nota,  afirmou estar empenhado em garantir a continuidade dos serviços prestados pela operadora, “mesmo que eles venham a ser assumidos por outra empresa”.
A Oi mantém cerca de 4.664 contratos com órgãos públicos federais, estaduais e municipais, incluindo ministérios, universidades, estatais e instituições que dependem de seus serviços de telecomunicações. A tele presta ainda, através de terceirizados, serviços de cibersegurança, computação em nuvem e inteligência artificial. Também são clientes o Poder Judiciário (estadual e federal) e as 13 mil lotéricas da Caixa. Entre os clientes privados são 10 mil contratos, com varejistas, companhias aéreas e instituições financeiras.
Presente em milhares de localidades, a Oi é, em muitos casos, a única operadora de telefonia em funcionamento em vários pontos do país, com obrigações firmadas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para garantir a continuidade do serviço de voz.
A juíza Simone Gastesi Chevrand, que assinou a decisão, diz que, apesar da falência decretada, a companhia deve continuar a operar, de forma provisória, serviços essenciais. Entre eles, estão:

-a conectividade em órgãos públicos e privados;
serviços de telefonia pública e de voz em localidades remotas;
– operação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta);
conectividade para a Caixa Econômica Federal, incluindo o suporte a 13 mil lotéricas, entre outros.

Isso serviria, segundo a decisão, para garantir a “conectividade à população nacional e inúmeros e estratégicos órgãos públicos e privados”.
A ideia é que essa manutenção provisória das atividades da Oi aconteça até que a empresa consiga fazer a transição integral dos serviços que presta a outras operadoras.

 

Foram três tornados com velocidade de até 330 km/hora que causaram destruição no Paraná

O Sistema de Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) atualizou seus dados nesta segunda-feira (10), e confirmou: três tornados atingiram cidades da região central do estado na sexta (7).
Rio Bonito do Iguaçu, que teve 90% dos imóveis destruídos, foi o município mais atingido,  mas também em Guarapuava (a 130 quilometros) e Turvo (a 166 km), registraram os fenômenos, com muitos estragos.

A princípio, a medição tinha apontado que os ventos chegaram a até 250 km/h, mas, nesta segunda, a velocidade foi atualizada para até 330 km/h.

As novas informações foram divulgadas após técnicos do órgão irem até as cidades e juntarem as informações coletadas in loco com as geradas por sistemas de análise.

“As análises foram feitas, além do trabalho em cima dos radares, com vídeos, sobrevoos e vistorias em solo. A equipe técnica segue realizando estudos e análises de outras ocorrências suspeitas”, esclareceu o Simepar.

Veja a explicação do órgão:
– Por volta das 18h, uma tempestade supercelular atingiu Rio Bonito do Iguaçu, provocando danos significativos na área urbana. Foi um tornado de categoria F3 na escala Fujita, com ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h.
– Na sequência, outras duas tempestades severas também geraram tornados. Uma foi em Guarapuava, especialmente na região do distrito de Entre Rios, classificada como F2, com ventos próximos de 250 km/h.
-A outra foi em Turvo, ao sul da área urbana central, também classificada como F2, com ventos ao redor de 200 km/h.

Registro do radar em Rio Bonito. Foto: Semapar/reprodução

 

Imagem do tornado em Guarapuava. Foto: Simepar/Reprodução
O tornado nas imagens do Radar em Turvo. Foto Simepar/Reproduçao

Enem 2025: Primeira prova no domingo teve 27% de abstenção

O primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 registrou 27% de abstenção, percentual semelhante à do ano passado (26,6%).

Mais de 4,8 milhões de candidatos estavam habilitados a participar do Enem. Segundo o ministério, houve 3.240 participantes eliminados por diferentes irregularidades.

Foram eliminados candidatos que não atenderam as orientações dos fiscais, utilizaram materiais impressos, ausentaram-se dos assentos fora do horário permitido, portaram equipamentos eletrônicos ou deixaram o local da prova portando o caderno de questões antes de 30 minutos do final da aplicação

Gabarito

O gabarito oficial do primeiro dia de prova deve ser divulgado na próxima quinta-feira (13). O exame foi aplicado em 1.805 municípios e envolveu mais de 300 mil pessoas de apoio.

Neste domingo, o exame cobrou questões de múltipla escolha das seguintes áreas do conhecimento: língua portuguesa; literatura; língua estrangeira (inglês ou espanhol); história; geografia; filosofia e sociologia, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação. Foram 90 questões além da redação.

Segundo professores ouvidos pela Agência Brasil, o tema da redação do Enem (o envelhecimento da população brasileira) foi adequado e permite discutir questões como violações de direitos e etarismo, o preconceito contra uma pessoa por causa de sua idade.

“Prova linda”

O ministro da Educação destacou que os  casos de reaplicação do exame têm data marcada: os dias 16 e 17 dezembro. Entre os alunos que terão essa oportunidade, estão os estudantes das cidades paranaense vítimas do tornado.

Segundo dia

O segundo dia de prova será no próximo domingo (16), quando serão cobrados conteúdos de ciências da natureza e matemática.

Além de avaliar o ensino nas escolas, o Enem é a principal porta de entrada em universidades, principalmente nas públicas.

A nota pode ser usada pelos estudantes no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), voltado às públicas, e no Programa Universidade para Todos (Prouni) e no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), os dois direcionados a instituições particulares.

COP30 começa com muita expectativa mas ainda longe da meta para conter aquecimento global

Até agora, pouco mais de 100 países enviaram suas novas metas para 2035. Mas a maioria ainda está longe do necessário para conter o aquecimento global. Apenas dois – China e Nova Zelândia – têm planos compatíveis com o limite de 1,5°C, e quase 90 países sequer apresentaram novos compromissos.

No domingo, véspera do início oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, divulgou sua décima e última carta à comunidade internacional, chamando os países para “um ciclo de ação” no enfrentamento da crise climática global. “Estamos concluindo um ciclo de palavras, para que o mundo abra um ciclo de ação”, disse o embaixador, que é o “presidente designado” da conferência.

Na carta, ele relembrou a trajetória de discussões sobre a crise climática, iniciadas com a ECO-92, no Rio de Janeiro. “Em Belém, honraremos essa continuidade: a capacidade de nossa espécie de cooperar, renovar-se e agir em conjunto diante da incerteza”, escreveu

Corrêa do Lago fez um resumo das cartas anteriores, nas quais foram delineadas as prioridades centrais para a COP30: reforçar o multilateralismo e o regime climático; conectar o regime climático à vida real das pessoas e à economia real; e acelerar a implementação do Acordo de Paris.

Na carta, o embaixador conclamou as nações e os diversos atores a estarem “conscientes do privilégio e da oportunidade de transformar as negociações de um fórum de debate adversarial em um laboratório de soluções” — um mutirão global pelo progresso compartilhado”, acrescentou.

Nesta segunda-feira (10), tem início as negociações da COP 30, que girarão em torno das definições das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês). As NDCs são metas de mitigação, ou seja, compromissos adotados pelos países para redução de emissões de gases de efeito estufa.

O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% suas emissões até 2035, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia.

Até o momento 79 países já divulgaram suas NDCs. Eles são responsáveis por 64% das emissões. Os 118 restantes, são responsáveis por 36%. A expectativa é que a agenda de mitigação da crise climática avance com ações mais concretas de financiamento dos países em desenvolvimento.

Prioridade nas favelas: Saúde (42%), Educação (31%) e Segurança (21%)

Uma pesquisa para o jornal Extra, do Rio, mostra que a maior prioridade dos moradores das favelas não é a segurança, mas a saúde e, em seguida, a Educação.

Foram ouvidas 482 pessoas entre os dias 24 de setembro e 29 de outubro, moradoras de diferentes regiões.

Saúde é a área em que os entrevistados mais querem ver melhorias na comunidade onde vivem: foi apontada por 42% deles.

Educação vem em seguida, com 31%. Segurança, com 21% fica em terceiro. A percepção de que a segurança seria a demanda mais urgente, depois das 121 mortes na operação contra o Comando Vermelho, há uma semana não se confirma.

“O que se confirma é que ouvir as favelas deveria uma ação fundamental de qualquer gestor e formulador de políticas públicas”, disse o historiador Edson Diniz, fundador e ex-diretor da ONG Redes da Maré.

A mobilidade também precisa melhorar muito, segundo os moradores. Mais de 80% dos entrevistados levam até duas horas por dia em seus deslocamentos para o trabalho ou estudo.

A pesquisa quis saber o índice de satisfação dos moradores com o Rio de Janeiro: 44% declararam estar insatisfeitos por viver na “cidade maravilhosa”.

(Com informações do Extra)

Empresário condenado a indenizar Lula por danos morais

Luciano Hang, o “véio da Havan”, foi condenado a pagar  33 mil reais ao presidente Lula, por danos morais. No verão de 2020, o empresário fez aviões sobrevoarem as praias de Santa Catarina com faixas ofensivas:

“Lula cachaceiro, devolva meu dinheiro”.

“Lula na cadeia, eu com o pé na areia”,

“Melhor que verão é o Lula na prisão”,

“Lula enjaulado é o Brasil acordado”.

Lula recém havia recuperado a liberdade depois de mais de 500 dias de prisão.

O juiz na primeira instância, concluiu que se tratava de “liberdade de expressão”. Pessoa pública, Lula estava “sujeito a críticas” e não acolheu a denúncia. Em recurso, o Tribunal de Justiça do Estado, reconheceu a denúncia e  condenou Hang, dono da rede de lojas Havan, por danos morais a Lula.

O desembargador Flávio André Brum considerou que, embora dirigidas a uma pessoa pública, as mensagens “são censuráveis e não tinham interesse público”.

Hang já tem uma condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral e está inelegível até 2028, por abuso de poder econômico na eleição de 2020.