Seis editores debatem imprensa independente com transmissão pelo You Tube

Editores dos principais veículos de imprensa independente de Porto Alegre participam nesta quinta-feira a partir das 18h30 de um painel de debates.

O evento, no auditório da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), marca os 40 anos do Jornal JÁ, o mais antigo dos veículos da mídia não coorporativa, e será conduzido pelo editor Elmar Bones.

Participam, além do mediador, os seguintes jornalistas: Ana Ávila, editora do Sul21; Kátia Marco, do Brasil de Fato; Rafael Glória,  do Nonada; Marcela Donini, do Matinal Jornalismo; e Valéria Ochôa, do Extra Classe.

O evento começa às 18h30 e será transmitido ao vivo pelo canal do Jornal JÁ no YouTube.

Audiência do Plano Diretor: “Me lembrei dos cercadinhos do governo Médici”

Elmar Bones

Apresentei-me como repórter do JÁ e fui barrado na audiência pública para discutir o Plano Diretor de Porto Alegre, sábado 9/8, no auditório Araújo Viana.

Pela manhã foi apresentado o projeto da prefeitura, que está na internet.

Fui à tarde, ouvir o que iam dizer as entidades e as lideranças representativas da comunidade portoalegrense. Havia mais de 50 inscritos para falar.

Cometi o erro de achar que minha credencial de jornalista seria suficiente para ter acesso a uma “audiência pública” onde seria apresentado e debatido um assunto do mais alto interesse público,

Não. Teria que ter pedido antecipadamente uma credencial de imprensa, para receber uma pulseirinha, que me daria acesso ao auditório.

Havia uma barreira de grades e uma  funcionária uniformizada,  com uma única orientação: “Só entra quem tem a pulseirinha”.

Me lembrei do tempo dos “cercadinhos” no governo Medici, onde os repórteres eram confinados nos eventos.

Ninguém da prefeitura que pudesse ser consultado, só os guardas de uma empresa terceirizada para fazer cumprir a determinação inflexível.

Há mais de 30 anos, o jornal JÁ acompanha a questão do Plano Diretor, em Porto Alegre. Fizemos edições especiais, temos trabalhos premiados.

Não tive chance sequer de mostrar o crachá. “Só com a pulseirinha”.

O rigor era geral. Outras pessoas que tinham inscrição, obtida depois do prazo, se aglomeravam reclamando na entrada. Mas a funcionária simplesmente se retirou e só restaram as grades e os guardas para impedir a entrada.

As inscrições para a audiencia foram encerradas, às 11 horas de sexta-feira, porque teriam chegado ao limite da lotação do auditório, três mil lugares. Esperava-se que fosse às 18h o encerramento.

O auditório não esteve lotado em nenhum momento. Pela manhã compareceram pouco mais de 1.500 pessoas.

No início da tarde, segundo informavam na portaria, não havia mais do que 300 pessoas dentro do auditório.

Como se explicam regras tão restritivas de acesso a uma “audiência pública” que vai tratar de um assunto que interessa a toda a cidade?.

Porto Alegre: audiência do Plano Diretor tem 3 mil inscritos e guerra judicial nos bastidores

As onze horas da manhã de sexta-feira*, foram encerradas as inscrições para a última audiência pública antes da votação do novo Plano Diretor de Porto Alegre, marcada para este sábado, 09/08.

Três mil moradores haviam confirmado presença, limite de lotação do Auditório Araújo Viana, onde se realiza a audiência.

Pouco depois, correu a notícia. O Sul 21 registrou às 17h50:

“A  juíza Clarides Rahmeier , da 5ª Vara Federal de Porto Alegre, suspendeu, na tarde desta sexta-feira (8), a audiência pública do novo Plano Diretor, que estava marcada para este sábado (9)”.

“A decisão acata pedido do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS), que alega a ocorrência de vícios estruturais no processo de revisão do plano e violação à gestão democrática prevista na Constituição e no Estatuto da Cidade”.

Três horas depois (às 20h50) a assessoria de imprensa da prefeitura distribuiu uma nota:   

“O presidente do Tribunal Regional Federal da 4a Região decidiu, na noite desta sexta-feira, 8, manter a audiência pública do Plano Diretor, agendada para este sábado, 9”.

“Com isso, a audiência ocorrerá no Auditório Araújo Vianna (avenida Osvaldo Aranha, 685 – Parque Farroupilha) e conta com três mil inscritos, capacidade total do espaço”.

Programação – O evento começa com o credenciamento dos inscritos, das 9h às 11h. Para acessar o auditório, é necessário apresentar documento oficial com foto.

A abertura oficial será às 10h, seguida da apresentação das regras de participação e da proposta detalhada do Plano Diretor, às 11h.

O intervalo ocorre às 13h e, a partir das 14h, o público terá espaço para manifestações orais. O encerramento está previsto para as 17h45, com as considerações finais.

Todos os relatórios, propostas e documentos relacionados ao novo Plano Diretor podem ser acessados no site oficial: prefeitura.poa.br/planodiretor.

*Na primeira versão deste texto, as inscrições teriam encerrado no meio da tarde. Informação incorreta. Encerraram pontualmente às 11 horas do dia 8/82005.

 

Transporte coletivo: “ajustes” anunciados pela prefeitura beneficiam empresas

A Secretaria de Mobilidade Urbana fará “novos ajustes” na oferta do transporte público em Porto Alegre a partir desta sexta-feira, 8.

Mais uma vez são mudanças que zelam mais pelo interesse das empresas do que o conforto do usuário.

Retirada dos cobradores, redução da idade para gratuidade, aumento da vida útil dos veículos e outras medidas foram tomadas desde 2020, em nome do equilíbrio financeiro das empresas, abalado pela redução da demanda pelo transporte coletivo na cidade. Considere-se ainda os subsídios aportados pelo município, que chegaram a R$ 100 milhões por ano.  

Segundo a assessoria, as atuais mudanças na tabela horária de 21 linhas “fazem parte do processo de otimização do sistema, com base na análise de dados de demanda e desempenho, para garantir a racionalidade na operação”.

Com a alteração, retorna-se ao número de oferta anterior, de março deste ano, com 13.420 viagens em dias úteis. Também serão desativadas três linhas aos sábados e quatro linhas aos domingos.

Na quarta-feira, 13/8, outras quatro linhas terão ajustes nos horários. “Com a medida, veículos serão direcionados para horários e itinerários com maior procura”.

O secretário de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, disse que houve redução no número de usuários do transporte coletivo este ano. “Apesar dos significativos investimentos realizados desde 2022 para oferecer um transporte público mais qualificado e confortável, neste ano a demanda de passageiros não acompanhou a projeção, na mesma proporção, do aumento da oferta de viagens, especialmente nos horários de menor movimento. Esse descompasso compromete a eficiência da operação e torna necessários os ajustes para a continuidade dos avanços”.

Em outras palavras: cortar  linhas e horários de baixo movimento, remanejando os ônibus para as áreas de maior movimento, elevando a média de passageiros por viagem. Mesmo que os cortes atinjam um número reduzido de moradores ele revela a lógica das mudanças.

Linhas desativadas

A linha C1 – Circular Centro transporta, em média nos dias úteis, 11 passageiros por viagem, em 19 partidas diárias. Aos sábados, a média é de três passageiros por viagem, em 19 partidas diárias.

Já a C5 – Circular 4º Distrito/Moinhos de Vento carrega, em dias úteis, três passageiros por viagem, com média de quatro passageiros aos sábados e dois aos domingos, operando com quatro horários diários. Aproximadamente 50% das viagens aos domingos transportam zero passageiros.

A linha A18 – Alimentadora Chácara do Banco/Noite, que possui itinerário semelhante ao da linha A11, transporta, na média mensal, menos de um passageiro por viagem. Assim como a C5, aproximadamente 50% das viagens transportam zero passageiros.

Outras cinco linhas de ônibus terão substituição temporária do operador, sem impacto para os passageiros. A única alteração será a cor dos veículos utilizados, em razão da identificação visual por bacia operacional.

 

 

Bolsonaristas querem estender a “rebelião parlamentar” aos Estados para pressionar governadores

A mobilização de senadores e deputados bolsonaristas, que ocuparam as mesas diretoras dos plenários do Senado e da Câmara, nesta terça-feira, 5/8, mostra que o  articulação pela anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro, ainda tem fôlego.

O apoio explícito do presidente americano,  Donald  Trump, as manifestações de rua em diversas cidades do pais no domingo e a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, deram nova tração ao movimento, que parecia já esvaziado.

Os senadores e deputados envolvidos na ação prometem permanecer nos locais até que os presidentes das casas legislativas cancelem a sessão prevista ou aceitem pautar a anistia geral e irrestrita para os condenados por tentativa de golpe de Estado.

Eles também reivindicam que seja pautado o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.  E querem estender o movimento aos Estados, para pressionar os governadores. Parlamentares de ao menos três estados – Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo – avaliam obstruções regionais a projetos do Executivo local como instrumento de pressão após a prisão domiciliar imposta na segunda-feira

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP),  classificou a atitude dos parlamentares oposicionistas como “um novo 8 de janeiro”.

— O que ocorre hoje no Congresso Nacional é um novo 8 de Janeiro. É um vilipêndio ao funcionamento pleno do Congresso Nacional por parte daqueles que estão a serviço de interesses estrangeiros, estão a serviço da impunidade e não querem que a agenda do Brasil avance — disse o líder.

Em coletiva de imprensa em frente ao Congresso Nacional, parlamentares da oposição criticaram a decisão de Moraes que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), disse que as medidas exigidas pela oposição visam “pacificar” o Brasil.

“A primeira medida desse pacote de paz que queremos propor é o impeachment do ministro Alexandre de Moraes que não tem nenhuma capacidade de representar a mais alta Corte do país”, informou o parlamentar.

O líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), cobrou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), paute o impeachment de Moraes.

“Ocupamos as mesas diretoras das duas Casas, no Senado e na Câmara, e vamos obstruir as sessões. O Senado já está com cinco senadores sentados na mesa. É uma medida extrema, nós entendemos, mas já fazem mais de 15 dias que eu, como líder da oposição, não consigo interlocução com Davi Alcolumbre”, comentou.

Além da anistia e do impeachment de Moraes, a oposição exige ainda a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para o fim do foro privilegiado.

Dessa forma, o ex-presidente Bolsonaro não seria mais julgado pelo Supremo, mas pela primeira instância.

Apesar de exigirem as medidas para “pacificar o Brasil”, como disseram os parlamentares, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que o grupo estava “se apresentando para a guerra”.

“Não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação, que passa pela anistia, pela mudança do fim do foro e pelo impeachment de Moraes”, afirmou.

Motta e Alcolumbre ainda não se manifestaram sobre a ação da oposição até a publicação desta reportagem.

Câmara
O vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), prometeu pautar o projeto da anistia caso o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), se ausente do país. Dessa forma, Côrtes assumira a presidência da Casa.

“Diante dos fatos que se apresentam, quero registrar e já comuniquei ao presidente Hugo Motta que, no primeiro momento que eu exercer a presidência plena da Câmara dos Deputados, ou seja, quando o presidente Motta se ausentar do país, eu irei pautar a anistia. Essa é a única forma de pacificar o país”, afirmou o parlamentar.

Trama golpista
A oposição espera barrar o processo no STF por tentativa de golpe de Estado. Além desse processo, o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado no inquérito que apura a atuação dele e do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), junto ao governo dos EUA, para promover medidas de retaliação aos ministros do STF em razão do julgamento sobre a trama golpista.

Segundo a denúncia, o ex-presidente Bolsonaro pressionou os comandantes militares para suspender o processo eleitoral em que perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A polícia ainda apreendeu planos para assassinar e prender autoridades públicas. Bolsonaro nega as acusações.

Diante do julgamento, o filho Eduardo se licenciou do cargo de deputado e foi aos Estados Unidos, passando a defender sanções contra ministros do STF e ações contra o Brasil. Diante disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de nova investigação para apurar tentativa de obstrução do processo penal contra Eduardo e o pai, Jair.

O Supremo determinou medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas, a restrição ao uso das redes sociais, inclusive por meio de terceiros. Como o ex-presidente descumpriu a decisão do STF nesse domingo (3) ao se manifestar por meio do perfil do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ministro Moraes determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.

Fiergs faz convênio com o Exército para enfrentar a falta de mão de obra na indústria

Um convênio entre o Sistema Fiergs e o Comando Militar do Sul  vai proporcionar cursos técnicos e vagas no mercado de trabalho a jovens que cumprem o serviço militar obrigatório.

O Programa + Soldado Cidadão, tem como meta matricular 10 mil jovens até 2027 e  foi lançado nesta quinta-feira (31), em Santa Maria, durante evento do projeto Rota FIERGS na Região Central.
O projeto prevê investimentos de R$ 12,6 milhões, para oferecer cursos gratuitos de aperfeiçoamento e qualificação profissional, proporcionando habilidades técnicas e novas oportunidades de emprego para esse público, ampliando suas chances de inserção no mercado de trabalho.
“Essa ação faz parte de um movimento da FIERGS para reduzir a escassez de mão de obra qualificada e ampliar oportunidades de emprego e renda”, explicou Claudio Bier, presidente da Fiergs.

A diretora-geral de Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, Susana Kakuta afirmou que, com essa iniciativa, o Sistema FIERGS facilita a inserção dos jovens no mercado de trabalho, combatendo assim o “grave desafio da escassez de mão de obra”.
Já o general Paulo Pimentel, comandante da 3ª divisão do Exército, destacou o propósito maior do evento. “É uma satisfação representar o Exército nessa iniciativa, que colocará mais um tijolinho nessa missão do desenvolvimento da região”, afirmou.
RESULTADOS POSITIVOS
O programa já vem sendo executado em unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS). Durante a manhã, Susana Kakuta visitou as instalações do Senai Santa Maria e acompanhou de perto as atividades do programa, como uma aula prática do curso de pedreiro de alvenaria, ministrada pela instrutora Daiane Correia dos Santos.

A aula marcou o encerramento do curso iniciado em 23 de junho, com carga horária total de 160 horas.

Daiane, que conduz as aulas diretamente nos quartéis de Santa Maria, afirma que o programa oferece aos jovens a chance de adquirir conhecimento para atuar na indústria. “É muito gratificante fazer parte desse processo, até porque alguns alunos estão na reta final do serviço militar e precisam dessa profissionalização para entrarem preparados no mercado de trabalho”, destacou.
Gabriel Xavier, 24 anos, é um velho conhecido do Senai. Ele já concluiu três cursos e é entusiasta do projeto. “Já encontrei muitos empregos que exigem como pré-requisito uma qualificação profissional, e é por isso que projetos como esse são essenciais”, apontou.  Ele também ressalta que os cursos oferecidos atendem às demandas das indústrias locais, facilitando a conquista de um bom emprego para os jovens.

SOBRE O PROGRAMA
A estrutura do + Soldado Cidadão contempla cursos profissionalizantes, workshops, palestras, captação de vagas e parcerias com empresas, bem como eventos voltados à empregabilidade. As capacitações serão conduzidas pelo Senai-RS, pelo Serviço Social da Indústria (Sesi-RS) e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS).  As aulas ocorrem em dias de semana durante a manhã e tarde, dentro das próprias Organizações Militares (OMs).
(Com informações da Assessoria de Imprensa da Fiergs)

Conab denuncia golpistas que roubam cadastros para cestas básicas e medicamentos

Companhia Nacional de Abastecimento, Conab, divulgou nota  alertando para uma nova modalidade de golpe, desta vez no Rio Grande do Sul.

“Pessoas batem de porta em porta, se passando por funcionários da Conab, e pedem dados cadastrais à população atingida pelas enchentes, alegando necessidade de confirmação de cadastro para receber cestas de alimentos e medicamentos. De acordo com relatos recebidos de testemunhas, os falsos empregados pedem inclusive fotos das pessoas segurando seus documentos.

A Conab esclarece que não realiza qualquer tipo de ação cadastral ou cobrança para a realização de doações. O acesso aos programas executados pela Companhia, quando exige cadastro, é feito diretamente pelo próprio beneficiário por meio dos canais oficiais da Conab ou do Governo Federal.

Todas as ações são realizadas com transparência, respaldo legal e sem qualquer custo para os participantes.

“Lamentamos e alertamos para o aumento de tentativas de golpe envolvendo o nome da instituição, registradas em diferentes regiões do país”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

A Companhia reforça que, em caso de abordagem suspeita, nenhum dado deve ser repassado ou qualquer pagamento, de qualquer natureza, deve ser realizado. Orientamos que os órgãos competentes sejam procurados para que se faça um registro de ocorrência. Também é indicado que a vítima entre em contato com a Conab, por meio dos canais oficiais da estatal, para notificar o caso.

A Conab reitera seu compromisso com a transparência, integridade e segurança das ações que desenvolve e permanece à disposição para prestar esclarecimentos adicionais.

Contato para dúvidas ou denúncias:
Email: ouvidoria@conab.gov.br
Telefone: (61) 3403-4575

Os programas que tiraram o Brasil do Mapa da Fome

O Brasil saiu novamente do Mapa da Fome da ONU, segundo o Relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, da ONU.

Significa que, na média dos últimos três anos (2022/2023/2024), o percentual de brasileiros em risco de subnutrição, sem acesso ou com alimentação insuficiente não ultrapassou os 2,5% da população do país.

A saída do Brasil do Mapa da Fome novamente resulta de um conjunto de políticas que priorizaram a redução da pobreza: estímulo à geração de emprego e renda,  fortalecimento da alimentação escolar,  acesso à alimentação saudável e o apoio à agricultura familiar.

Um exemplo é a restauração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com a  retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a criação do Programa Cozinha Solidária.

A Conab foi desmontada pelo governo anterior, com a venda ou fechamento de seus principais armazéns.

Nos últimos dois anos investiu mais de R$ 1 bilhão na compra de 132 milhões de quilos de alimentos da agricultura familiar. “Essa comida chegou a quem mais precisa, diretamente na mesa das famílias em situação de vulnerabilidade e insegurança alimentar”, diz o presidente da companhia, Edegar Pretto.

O povo Yanomami, por exemplo, enfrentando grave desnutrição,  recebeu 160 mil cestas de alimentos, de um total de mais de 800 mil que a Conab já entregou a populações afetadas pela seca em estados como Amazonas, Pernambuco e Alagoas, e pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Segundo o IBGE, até o final de 2023, o país retirou cerca de 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar grave.

Além disso, em 2023, o país reduziu a pobreza extrema a 4,4%, um mínimo histórico, refletindo a retirada de quase 10 milhões de pessoas dessa condição em relação a 2021.

Em 2024, a taxa de desemprego chegou a 6,6%, a menor desde 2012, o rendimento mensal domiciliar per capita bateu recorde, chegando a R$ 2.020, e o índice de Gini, que mede a desigualdade, recuou para 0,506 — menor resultado da série histórica.

“Essa vitória é fruto de políticas públicas eficazes, como o Plano Brasil Sem Fome que engloba o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos, o Programa Cozinha Solidária, a valorização do salário mínimo, crédito para a produção de alimentos pela agricultura familiar, incentivo à qualificação profissional, ao emprego e ao empreendedorismo, além do incremento da alimentação escolar. Todas as políticas sociais trabalhando juntas para ter um Brasil sem fome e soberano”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias.

Esta é a segunda vez que o governo do presidente Lula retira o país da condição de fome: a primeira foi em 2014, após 11 anos de políticas consistentes. No entanto, a partir de 2018, o desmonte de programas sociais fez o Brasil retroceder e retornar ao Mapa da Fome no triênio 2018/2019/2020.

Com informações do MDS

Animais abandonados: EPTC já recolheu mais de 100 cavalos das ruas de Porto Alegre este ano

Entre janeiro e junho, a EPTC recolheu 126 cavalos em áreas de circulação proibida ou em situação de maus-tratos. Destes, 76 foram devolvidos aos seus responsáveis.

Ao menos 13 animais recolhidos neste ano já haviam sido retirados das ruas anteriormente. Do total de animais recolhidos no primeiro semestre, 31 cavalos foram entregues para adoção.

Todos os animais são tratados, microchipados e identificados antes de serem disponibilizados.

O microchip, do tamanho de um grão de arroz, possui um número único de identificação, que não pode ser alterado ou removido.

Ele é implantado sob a pele, geralmente na região do pescoço, sem causar danos à saúde do animal. As informações são lidas por um scanner e gerenciadas por meio de software, o que facilita o controle e monitoramento.

Atualmente, o abrigo da EPTC conta com 49 cavalos, dos quais 46 estão aptos para adoção. Todo o processo é acompanhado pela EPTC, que realiza visitas anuais às famílias adotantes para verificar os cuidados dos animais. Em 2025, já foram feitas 16 vistorias pós-adoção.

Para adotar, o interessado deve possuir espaço adequado e se cadastrar por meio da Carta de Serviços da Prefeitura de Porto Alegre, para assumir a guarda legal do animal como fiel depositário.

Os cavalos adotados não podem ser utilizados para trabalho de tração – como carroças, charretes ou arados – nem para práticas esportivas, como saltos e corridas.

Segundo a legislação vigente, lei municipal nº 10.531/08, o uso de veículos de tração animal (VTA) é permitido apenas em áreas específicas do Extremo Sul e regiões das Ilhas de Porto Alegre, e somente em rotas e baias autorizadas pelo Executivo Municipal.

A Equipe de Fiscalização de Veículos de Tração Animal (EFVTA) da EPTC é responsável por recolher animais soltos, fiscalizar o uso de carroças e apurar denúncias de maus-tratos, além de promover a guarda e adoção dos equinos.

Como denunciar – Em casos de abandono ou maus-tratos, a população pode denunciar por meio da Central de Atendimento ao Cidadão 156 (opção 1) ou pelo número 118. O atendimento funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive em feriados. Se constatada a irregularidade, o animal é recolhido e levado ao abrigo na Zona Sul, onde recebe alimentação, cuidados veterinários e, se recuperado, pode ser encaminhado para adoção.

Em 2024, a EPTC recebeu 640 chamadas envolvendo cavalos: 29 por maus-tratos, 292 por animais soltos nas ruas, 23 relacionadas a veículos de tração animal, além de outros serviços.

O abrigo da EPTC conta com infraestrutura adequada: caminhão com guincho munck – capaz de transportar até cinco cavalos, baias de alvenaria para equinos debilitados, assistência veterinária, área de pastagem, cocho de alimentação, bebedouro e equipe dedicada ao tratamento e cuidado dos animais.

A visitação ao abrigo é permitida mediante agendamento. O espaço está localizado na rua Crispim Antônio Amado, 1266, bairro Lami. Informações sobre adoção podem ser solicitadas pelo e-mail adote@eptc.prefpoa.com.br ou pelo link da Carta de Serviços da prefeitura.
 (Com informações da Assessoria de Imprensa)

Bancos e big techs por trás do ataque americano ao Pix, a nova moeda brasileira

Sérgio Lagranha

A investigação que o  governo dos Estados Unidos abriu para apurar “práticas desleais” de comércio no  Brasil tem por trás os interesses de bancos  e empresas de alta tecnologia que operam com intermediação financeira.

No relatório do Escritório do Representante do Comércio dos EUA,  que deu origem ao processo, os autores alegam que “o modelo brasileiro de pagamento pode impactar os negócios de empresas estadunidenses”.

O “modelo brasileiro”  é o PIX, o sistema de pagamento instantâneo, criado pelo Banco Central do Brasil como alternativa rápida e prática aos métodos tradicionais como TED, DOC e boletos.

O levantamento realizado pelo Banco Central mostra que o Pix superou o dinheiro como forma de pagamento mais usada no país, sendo preferida por 76,4% dos brasileiros, enquanto o dinheiro em espécie é usado por 68,9%.

No ano passado, foram movimentados R$ 26,455 trilhões em transferências feitas via Pix, segundo dados do Banco Central.

O economista Paul Krugmann, Premio Nobel de Economia, chegou a perguntar, em artigo sobre o Pix: “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”.

Gratuito para pessoas físicas  e com taxa de apenas 0,33% do valor da transação, para empresas/comerciantes, o Pix é mais vantajoso que os cartões de débito (taxa de 1,33%) e  os cartões de crédito (taxa de 3,24%).

Com isso, os bancos perderam receita e modelos de pagamento como Google Pay e Apple Pay também perdem.  A concorrência afeta os ganhos das big techs – como Google, Apple, Amazon e Meta, que estão cada vez mais presentes no mercado financeiro brasileiro, com foco especial em meios de pagamento digitais.

Essas empresas atuam tanto como facilitadoras de pagamentos através de parcerias com bancos e empresas financeiras, quanto como provedoras de serviços financeiros próprios. É a elas que o relatório se refera quando diz que o Pix “pode impactar os negócios de empresas estadunidenses”.