Nesta quinta-feira (11/JAN), houve uma votação bem tranquila na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Antônio Giúdice, no bairro Humaitá.
Muito menos pessoas votaram, é bem verdade. Mas a estrutura montada foi mais adequada: havia duas bombonas de água, ventiladores e no fim nem fez tanto calor. Tinha também aqueles bretes de metal que organizaram as filas iniciais do pleito.
E não teve filas tão grandes primeiro porque a área Humaitá/Navegantes/Ilhas é bem menos populosa que a Central.
Segundo porque a organização disponibilizou dezesseis terminais de credenciamento dos moradores da Região de Planejamento 02 e quatro salas com seis cabines de votação, a primeira sala sendo Prioritária – que não havia na Câmara.
Com isso, o cronograma ficou dentro do horário. As 20h soou o sinal de colégio e o pleito foi encerrado. A apuração contabilizou 832 votantes – a votação em 2018 teve meros 148 viventes – e deu o resultado nove minutos depois.
Foi eleita com 560 votos a Chapa 02, de Vanessa Silva Gomes, que comemorou bastante. A Chapa 03, de Adelaide da Moura Teixeira, teve 231 votos. A Chapa 04, de Luis Largman, teve apenas 31 votos. Em branco, votaram 10 pessoas.
Vanessa é assistente financeira em uma multinacional e mora no Loteamento Pampa, na Vila Farrapos, há 30 anos, idade dela. É militante do PDT desde os 19. Sua candidatura foi apoiada por boa parte da direita porto-alegrense. Pretende defender o diálogo, o desenvolvimento e a melhora do urbanismo da região dentro do conselho.
A Chapa 1 venceu a caótica eleição da Região de Planejamento 1 – Centro Histórico, para o Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre.
O advogado Felisberto Seabra Luisi foi reeleito com 941 votos – 59,76% – superando com folga a chapa 2, representada pelo corretor de imóveis Kléber Olivan Ribeiro Borges de Oliveira Sobrinho.
Foram 1.577 eleitores, número superior as duas últimas eleições somadas – 105 presentes em 2015 e 316 em 2018.
O Início do pleito organizado pela Prefeitura Municipal atrasou mais de uma hora. Senhas foram distribuídas para quem estava na fila às 22h. A última pessoa habilitada e credenciada, votou à 00h51min deste dia 10.
Já havia filas gigantescas dentro e fora da Câmara Municipal. Alguns eleitores chegaram de microonibus e muita gente de bicicleta, também.
Devido à demora e calor intenso, muitas pessoas desistiram de votar. A lancheria da Câmara fechou antes de iniciar a votação.
A organização foi providenciar água para as pessoas nas filas perto das 22h. O esquema de votação foi elaborado pela Empresa Pública de Tecnologia da Informação e Comunicação da Prefeitura de Porto Alegre, a Procempa, e havia cinco “cabines” com computadores onde a pessoa fazia o voto com ajuda do mouse.
O vencedor da chapa 1, Felisberto Luisi tem 70 anos e é especialista em regularização fundiária. Pretende defender as pautas de Patrimônio Histórico e memória da cidade, a regularização de territórios quilombolas e demarcações de comunidades indígenas e questionar a atual política ambiental. “Quero uma cidade novamente alegre”, disse.
Datas das próximas votações, sempre das 17h às 20h:
Região 2 – 11/JAN
Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Antônio Giúdice – Rua Dr. Caio Brandão de Mello, 1, Humaitá
Região 3 – 16/JAN
Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) – Vida Centro Humanístico- Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, 2132, Costa e Silva
Região 4 – 18/JAN
Centro Social Marista de Porto Alegre (Cesmar) – Estrada Antônio Severino, 1493, Rubem Berta
Região 5 – 23/JAN
Postão da Cruzeiro (Centro de Saúde Vila dos Comerciários) – Rua Moab Caldas, 400, Santa Tereza
Região 6 – 25/JAN
Centro da Comunidade Parque Madepinho (Cecopam) – Rua Arroio Grande, 50, Cavalhada
Região 7 – 30/JAN
/JANCentro de Promoção da Criança e do Adolescente (CPCA) – Estrada João de Oliveira Remião, 4444, Lomba do Pinheiro
Região 8 – 6/FEV
Centro de Promoção da Infância e Juventude (CPIJ) – Rua Mississipi, 130, Restinga
Zilá Rocha Ramos, 68 anos, pensionista, estava nervosa, tremendo. Voltou para pegar um panfleto que denuncia supostas mortes de crianças por conta das vacinas. Estava com a filha, bióloga.
A filha ficou irritada com o conteúdo do panfleto, repreendeu a mãe e rasgou o material.
Eram umas dez pessoas no largo em frente à Prefeitura de Porto Alegre. Segundo funcionários, é a sexta semana consecutiva que promovem protesto contra o uso de vacina no combate à pandemia de covid.
Um homem discursava, outro gravava a cena com o celular, duas mulheres estendiam uma faixa, outra senhora com dois cartazes e os demais distribuíam panfletos às pessoas que passavam.
André Oliveira, de 56 anos, aposentado, era um dos que distribuíam panfletos. Ao entregar os papéis ele dizia que “antes da vacinação nenhuma criança havia morrido de covid”, o que não é verdade.
Johny, 57 anos, é securitário e não quis dar o sobrenome. Exaltou-se ao receber o panfleto: “Eu fico assim ó (mostra o punho cerrado junto do peito)… É inacreditável isso em 2022”.
Lisandra Fraga, 45, gestora ambiental, moradora da zona sul, era uma das integrantes do protesto em frente ao Paço Municipal: “A Pfizer mudou a bula 24 vezes em doze meses,” dizia. “Vários países estão tornando endemia: Barcelona(Espanha), Alemanha, Suíça, Ucrânia, que está inclusive em guerra civil…”
Charles da Luz, 45 anos, comerciante, era quem fazia os discursos ao microfone em uma caixa de som: “Não somos contra nem a favor das vacinas. Queremos é a transparência das informações sobre essas vacinas. Tem de estar em todos os postos de saúde.”
“Infarto, trombose, miocardite. Queremos investigação desses efeitos colaterais.”, completou outra integrante que ouvia a conversa.
Por que o material é apócrifo? “Nossos panfletos serão diferentes. Nosso grupo FT Liberdade assinará os panfletos”, disse Charles da Luz.
Perguntado sobre qual vacina é experimental, André não soube dizer qual. Outra mulher o acudiu: “Todas. Todas são experimentais”.
O que é terapia genética? “Antivacina de RNA. E qualquer outra vacina que esteja em fase experimental. O certo mesmo é Terapia Gênica.”
Viaturas da Guarda Municipal e da Brigada Militar acompanhavam a movimentação, aparentemente sem dar atenção ao conteúdo, sem tomar qualquer conhecimento.
| Foto: Ramiro Furquim/@outroangulofoto
Em Novo Hamburgo e São Leopoldo, em manifestações semelhantes, a Guarda Municipal recolheu carros e materiais apócrifos, a partir de denúncias da população. A Prefeitura de NH apresentou queixa-crime ao MP com base no artigo 268, do Código Penal: Infração de Medida Sanitária Preventiva.
Procurada, a Prefeitura de Porto Alegre respondeu: “A Guarda Municipal informa que monitorou a ação e, assim como em demais protestos em frente à prefeitura ou em demais pontos da cidade, respeita a livre manifestação.”
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) recebeu ajuda na vizinhança e uma casa foi cedida para que a Cozinha Solidária da Azenha seja instalada temporariamente.
A mudança de local foi feita em meio à vigília do despejo, entre a noite do feriado 12 e a madrugada desta quarta 13 e as refeições estão garantidas.
O local de entrega das marmitas foi acertado com taxistas e será na rótula das avenidas João Pessoa e Azenha, na praça Princesa Isabel:
O MTST recebe doações de qualquer natureza agora na rua Marcílio Dias 1463; via pix rededeabastecimento@gmail.com; e mais informações pelo instagram.com/mtst_rs e telefone (51) 993451749.
O projeto Cozinha Solidária do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, no bairro Azenha foi despejado pela Justiça Federal o início desta manhã (13).
No local, um imóvel de propriedade da União, eram servidas cerca de 150 refeições diárias a pessoas carentes.
Com protestos, os integrantes do movimento saíram do terreno às 07h29.
A ação envolveu efetivo significativo da BM e Polícia Federal.
Não houve uso da força, que esteve presente com policiais fortemente armados da PF e brigadianos com motos e a cavalo. A avenida Azenha ficou fechada por quase duas horas.
Dentro do terreno, integrantes do movimento e apoiadores aguardaram simbolicamente a chegada do Oficial de Justiça. A cozinha propriamente dita já havia sido transferida para outro local.
Agentes da PF tentaram impedir o trabalho da imprensa quando da chegada do Oficial de Justiça Laércio Lima ao terreno. Record e RBS chegaram pouco depois das 8h.
Representante da União, o superintendente de Patrimônio Gladstone Silva explica que “em seguida, o pessoal do Patrimônio vem fazer o fechamento do terreno”. Passado das 8h da manhã e nenhuma outra equipe esteve no local.
Segundo Gladstone, quando questionado pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL) sobre o destino do local, não houve nenhum requerimento formal solicitando o imóvel: “nem da Prefeitura, nem do Governo do Estado. E nem do movimento”, pontuou.
A PF não ficará de guarda no terreno. Às 15h haverá leilão do local, que foi retirado pela União da condição de interesse social para moradia popular.
Vizinhança voluntária
A desapropriação foi tranquila. Deu-se a ordem e os integrantes do movimento retiraram tapumes, mudas da horta e bandeiras. Sabendo da ordem de despejo, parte da vizinhança ofereceu novo local para montagem da cozinha ao MTST.
Por enquanto, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) mantem a “Cozinha Solidária”, que vem distribuindo quase 200 refeições para pessoas em vulnerabilidade social, na avenida Azenha.
Na decisão que suspendeu o despejo, nesta segunda-feira, o desembargador João Batista Pinto Silveira destaca: “Iniciativa essa de extrema importância, em especial no cenário atual de pandemia, […] o imóvel até então abandonado e precário, foi protegido com a instalação de cercas até então inexistentes, limpo, teve a fachada pintada e deixou de ser um local de utilização de drogas e depósito de lixo na região comercial para servir comida gratuita a pessoas com fome.”
Segundo Eduardo Osório, do movimento: “a posição é de busca pelo diálogo para que a cozinha se mantenha na região. Foi abraçada pela vizinhança e a decisão da Justiça é importante porque reconhece essa iniciativa”.
O MTST seguirá também com atividades de horta, práticas de cozinha, roda de capoeira, sarau e candombe.
O MTST recebe doações de qualquer natureza na Avenida Azenha 1018; via pix rededeabastecimento@gmail.com; e mais informações pelo instagram.com/mtst_rs e telefone (51)993451749.
Expira nesta segunda-feira o prazo que a Justiça Federal deu ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) para desocupar área da União onde funciona uma cozinha solidária que produz e distribui cerca de 150 refeições para pessoas em vulnerabilidade alimentar, na avenida Azenha, em Porto Alegre.
A Cozinha Solidária – até sábado, entregou mais de mil refeições. Recebeu quase 500 kg em doações e recebeu a ajuda de cerca de 50 pessoas voluntárias.
O prazo para a Reintegração de Posse se encerra nesta segunda (4/out). O jurídico do movimento já recorreu.
Área para Moradia Popular vai a leilão
No ofício, a Juíza Federal Substituta Ana Maria Wickert Theisen argumenta “[…] em que pese este juízo não ser insensível à iniciativa de cunho social que o MTST pretende desenvolver no imóvel (cozinha solidária), tal circunstância não autoriza os ocupantes a subverterem a ordem legal, ocupando/invadindo prédios públicos […]”.
O imóvel estava gravado como “de interesse social para moradia popular”, segundo conta Cláudia Ávila, 54 anos, advogada do MTST :
“Existia projeto pelo Minha Casa Minha Vida, de construir moradia popular aqui – uma demanda da região – e após receber a posse do imóvel em janeiro desse ano, o gravame foi retirado e colocado à venda. Este imóvel está com leilão marcado para ser vendido para o mercado imobiliário quando era destinado para habitação popular.”
Refeições gratuitas em época de desemprego alto
Cozinha Solidária é o nome de projeto do MTST para o país inteiro: “O objetivo é servir, ao menos, uma refeição diária gratuitamente à comunidade local, nas periferias urbanas, incluindo dias úteis e finais de semana.” A ação pretende ter 26 cozinhas em funcionamento. A da Azenha é a vigésima iniciativa.
Em Porto Alegre, o movimento diz ter duas cozinhas comunitárias há dois anos na Zona Norte, com apoio de diversas entidades como MPA e FAE, que doam também parte do excedente da Feira Ecológica do Bom Fim para a produção das refeições.
A Prefeitura, por exemplo, tem quatro restaurantes populares, denominados Prato Alegre: na Vila Cruzeiro, Lomba do Pinheiro, Restinga e Centro. Somente a unidade do Centro, na rua Garibaldi próximo à Rodoviária, atende aos finais de semana. Isso desde 12 de junho. O custo mensal é em torno de 26 mil reais, para cada restaurante.As cozinhas do MTST trabalham com doações.
Era um espaço de tensão
A ocupação se deu na manhã do domingo 26 de setembro e tomou o terreno em situação de abandono. Trata-se de uma casa e o pátio estava com mato bem alto. Durante a limpeza, além do lixo, muitas bolsas e cartões de créditos foram encontrados, indício de que ladrões tinham o local como esconderijo. No lugar, hortas foram organizadas para cultivo, uso e doação.
A vizinhança visitou e saudou a ocupação. No local, o movimento já realiza atividades como Roda de Capoeira, Candombe, Sarau Poético e Oficina de Horta.
O MTST recebe doações de qualquer natureza na Azenha 1018, via pix rededeabastecimento@gmail.com e mais informações pelo instagram.com/mtst_rs e telefone (51)993451749.
Onde são servidas refeições populares em Porto Alegre, de segunda a sexta, a partir das 11h da manhã:
O edifício Galeria XV de Novembro terá acesso restrito a partir desta segunda-feira, 30 de agosto. Uma dupla de agentes da Guarda Municipal só permitirá a entrada dos moradores já cadastrados na Fasc. “É pra impedir novas ocupações”, informou um dos guardas que faziam uma vistoria no local na tarde desta sexta-feira.
Os acessos às lojas no térreo da galeria ficam livres. Mas a passagem pela galeria, que liga a rua Marechal Floriano e a Otávio Rocha será impedida por uma grade, até a desocupação completa do prédio, inacabado há 64 anos no centro histórico de Porto Alegre.
Audiência na Prefeitura
A operação da Guarda Municipal foi a primeira consequência da audiência ocorrida horas antes, no auditório da Prefeitura Municipal. Na verdade foi uma comunicação: “Vamos cumprir a ordem judicial”, disse o secretário de Segurança do governo Melo, Mário Ikeda.
Houve protesto veemente dos lojistas instalados no térreo, que pagam aluguel e têm funcionários com carteira assinada: “Tenho cinco famílias que dependem da nossa loja”, falou Eliziane Maciel, da loja de bolsas na Marechal. A maioria das lojas da galeria estão abandonadas, mas em 13 delas há comercio ativo, alguns com mais de 40 anos no local.
Outro questionamento feito pelos comerciantes foi quanto ao laudo do Corpo de Bombeiros que aponta risco de incêndio no prédio, em contradição com as licenças (PPCIs) que todos eles têm.
Ante a exaltação dos lojistas, com muitas interrupções, a audiência foi dividida: os moradores foram levados a uma sala para fazer seus cadastros junto à FASC para tratar de Aluguel Social e mudança. Cerca de 20 moradores foram registrados.
A assistente social Ana Rangel comandava as anotações para a Fasc. Ela diz ter visitado muitas vezes o Esqueletão e se surpreendeu com uma “nova” antiga moradora que mora há 19 anos no terceiro andar.
Estiveram presentes na audiência representantes da prefeitura de POA, defensoria pública, o Oficial de Justiça, Bombeiros, Brigada Militar, Defesa Civil e Guarda Municipal.
O presidente Jair Bolsonaro chegou nesta sexta feira,9, ao Rio Grande do Sul para participar da primeira Feira do Grafeno, em Caxias do Sul.
No sábado, 10, sua “motociata” reuniu apoiadores e apoiadoras pelas ruas da região metropolitana. A concentração de motoqueiros ocorreu no pátio da FIERGS, zona norte da Capital, início da manhã.
O presidente chegou perto das 10h e a manifestação saiu em seguida pra Canoas pela BR-116. Seguiram pela 386 e retornaram a Porto Alegre pela 448.
Ao longo de todo o percurso houve registros de protestos contra o presidente e até uma prisão foi denunciada pelas redes sociais. Uma senhora foi detida pela Brigada Militar por bater panela na avenida João Pessoa.
A secretaria de Segurança Pública informou que foi empregado total de 675 agentes no passeio de Bolsonaro. “Atuaram 600 servidores da BM, 35 do CBMRS, 30 da PC, e 10 do IGP. Nenhum incidente foi registrado.”. Duas horas depois da informação, a detenção da mulher foi registrada pela rede social da pasta.
Três das etnias dos povos originários do RS protestaram na Esquina Democrática em Porto Alegre.
Em todo o Brasil se repetiu o protesto, na quarta-feira, motivado pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de um recurso do Estado de Santa Catarina contra povo Xokleng e Funai, que terá implicação nos processos de demarcação dos territórios indígenas em todo o pais.
O julgamento foi remarcado pelo ministro Luiz Fux para 28 de agosto.
Outro motivo dos protestos é o Marco Temporal, medida do governo de Jair Bolsonaro que pretende restringir as demarcações.
Somente teria direito à terra que estivesse na posse dela no dia 5 de outubro de 1988 – data da promulgação da Constituição Cidadã – ou sob disputa física ou judicial comprovada na mesma data.
Os territórios também podem ser liberados para exploração de setores rurais e de mineração.