O edifício Galeria XV de Novembro terá acesso restrito a partir desta segunda-feira, 30 de agosto. Uma dupla de agentes da Guarda Municipal só permitirá a entrada dos moradores já cadastrados na Fasc. “É pra impedir novas ocupações”, informou um dos guardas que faziam uma vistoria no local na tarde desta sexta-feira.
Os acessos às lojas no térreo da galeria ficam livres. Mas a passagem pela galeria, que liga a rua Marechal Floriano e a Otávio Rocha será impedida por uma grade, até a desocupação completa do prédio, inacabado há 64 anos no centro histórico de Porto Alegre.
Audiência na Prefeitura
A operação da Guarda Municipal foi a primeira consequência da audiência ocorrida horas antes, no auditório da Prefeitura Municipal. Na verdade foi uma comunicação: “Vamos cumprir a ordem judicial”, disse o secretário de Segurança do governo Melo, Mário Ikeda.
Houve protesto veemente dos lojistas instalados no térreo, que pagam aluguel e têm funcionários com carteira assinada: “Tenho cinco famílias que dependem da nossa loja”, falou Eliziane Maciel, da loja de bolsas na Marechal. A maioria das lojas da galeria estão abandonadas, mas em 13 delas há comercio ativo, alguns com mais de 40 anos no local.
Outro questionamento feito pelos comerciantes foi quanto ao laudo do Corpo de Bombeiros que aponta risco de incêndio no prédio, em contradição com as licenças (PPCIs) que todos eles têm.
Ante a exaltação dos lojistas, com muitas interrupções, a audiência foi dividida: os moradores foram levados a uma sala para fazer seus cadastros junto à FASC para tratar de Aluguel Social e mudança. Cerca de 20 moradores foram registrados.
A assistente social Ana Rangel comandava as anotações para a Fasc. Ela diz ter visitado muitas vezes o Esqueletão e se surpreendeu com uma “nova” antiga moradora que mora há 19 anos no terceiro andar.
Estiveram presentes na audiência representantes da prefeitura de POA, defensoria pública, o Oficial de Justiça, Bombeiros, Brigada Militar, Defesa Civil e Guarda Municipal.