Várias instituições estão saindo do Conselho Multissetorial para o Enfrentamento da Covid-19 (Comue-Covid) de Porto Alegre estão saindo. Alegam falta de diálogo por parte da Prefeitura. Nesta segunda-feira (5/4) à noite, o prefeito Sebastião Melo recebeu carta comunicando o desligamento de parte das instituições que compõem o Comue.
Entre as alegações para desligamento estão a dificuldade em apresentar propostas e a preponderância de setores empresariais entre os representantes do conselho. Destacam ainda a inexistência de um comitê científico que subsidie a tomada de decisões, a falta de parâmetros e indicadores de saúde e epidemiológicos e de propostas por parte dos gestores em saúde para discussões em plenário.
Em diferentes momentos, essas instituições cobraram a necessidade de reforçar e aumentar as medidas restritivas e de mais empenho de comunicação para distanciamentos e não aglomerações por parte da sociedade, mas não obtiveram retorno.
“Não podemos ser coniventes com a forma como vem sendo conduzida a gestão da maior crise sanitária dos últimos cem anos”, diz trecho do documento.
Referem-se à falta de medidas sanitárias baseadas na ciência, de apoio para garantir emprego e renda e ações no combate à fome.
Os signatários da carta destacam também a falta de participação no conselho de representantes das secretarias de Assistência Social, Trabalho e Renda e Educação, o que indica a não priorização da proteção social das populações mais vulneráveis.
O documento foi assinado pelo Sindicato dos Enfermeiros e Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul, pelo próprio Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre, pelas Centrais Sindicais do Estado (CGTB-RS, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, CSB) e pelo Fórum pelos Direitos e Liberdades Democráticas.