Governo gaúcho recebeu R$ 3 bilhões de repasses federais em 2020

Governador Eduardo Leite: alvo preferencial da investida presidencial

Essa investida de Bolsonaro para provar que as Secretarias Estaduais de Saúde inflaram o número de mortes por Covid tem um alvo preferencial: o governador do Rio Grande do Sul,  Eduardo Leite,  pré-candidato à presidência.

No relatório que o governo gaúcho divulgou recentemente consta que a ajuda federal ao Estado chega a mais de R$ 3 bilhões, sendo R$ 826 milhões destinados exclusivamente ao combate da pandemia.  O Rio Grande do Sul registrou 8 mil mortes por Covid 19 em 2020.

Foram três tipos de repasse da União, segundo o relatório:

-reposição de perdas de arrecadação,

-suspensões de dívida

-repasses vinculados a áreas específicas, em especial a Saúde.

Como reposição de receitas, o governo gaúcho recebeu R$ 126 milhões do Fundo de Participação Estadual (FPE), de abril a dezembro.

A segunda forma de cobertura federal de receitas aplicou-se às perdas de arrecadação de tributos estaduais e municipais (em especial, ICMS e ISS), foram pagas quatro parcelas fixas, pagas de junho a setembro.

O total foi R$ 1,95 bilhão pelas perdas de ICMS e ISS, menos do que as perdas reais estimadas em R$ 2,39 bilhões (dos quais, R$ 1,8 bilhão ficariam no Estado, o restante para os municípios).

Outra forma de apoio aos Estados foi a suspensão das dívidas com a União e bancos públicos.

No RS, esse item representou a apenas economia de R$ 78,4 milhões junto ao BNDES.

A grande dívida que o Estado tem, com a própria União que lhe custa (R$ 3,5 bilhões anuais) está suspensa por liminar do STF desde 2017 e, assim, em nada se relacionam com a pandemia.

A terceira forma de apoio foram os repasses federais vinculados ao combate da pandemia. O governo do Rio Grande do Sul recebeu R$ 826 milhões. “Foram rigorosamente aplicados no combate ao coronavírus”, diz o relatório.

O valor repassado pelo governo federal representou mais de dois terços do R$ 1,1 bilhão aplicado pelo Estado no setor saúde em 2020, conforme os dados do relatório.

Na área cultural, os repasses da Lei Aldir Blanc injetaram R$ 71 milhões. Esse valor e os R$ 826 milhões para o combate à Covid vieram carimbado.

O restante, segundo o relatório, foi empregado em despesas com pessoal, educação, segurança pública, investimentos, entre outras, cuja execução estava prevista na Lei Orçamentária Anual de 2020.

“Por terem sido constituídos para compor o fluxo de caixa geral do Estado, de natureza não vinculada, não há empenhos específicos” associados a tais recursos.

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