Campo Majoritário não existe mais, diz Olívio Dutra

Helen Lopes
Passava das 21h, quando o ex-ministro Olívio Dutra (foto) apontou no saguão de desembarque do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na sexta-feira (29). Na confusão, todos queriam falar, apertar a mão ou ouvir uma declaração do ex-ministro. Para a imprensa, Olívio disse que não tem mágoa do presidente Lula e que não tem vocações individuais – em relação a sua provável candidatura à presidência estadual do PT. Questionado sobre o falado “racha” que pode ocorrer no partido, caso o Campo Majoritário ganhe a executiva nacional, Olívio exclamou: “Olha, o Campo Majoritário, pelo que eu saiba, não existe mais”. E lembrou: “Eu e o presidente Lula, como fundadores do PT temos a responsabilidade de resgatar o verdadeiro sentido do nosso partido”. Aos militantes e representantes de movimentos sociais, Olívio falou: “Bom final de semana e muito boa luta, todos os dias”.
Centenas de pessoas o esperavam desde às 19h30min da noite empunhando cartazes de boas-vindas e bandeiras do PT, todas unidas no coro: “Ô, Lula muito obrigada, com o Olívio eu tô bem acompanhado!” Entre eles, André Martins, vice-presidente do diretório municipal do PT de Charqueadas, que veio até Porto Alegre por respeito e admiração ao ex-ministro.
Para o deputado Raul Pont, que também estava presente na recepção, Olívio tem o respaldo da militância e representa o partido. Ele enfatizou também que houve um erro político na mudança de Lula. Pont refere-se à substituição do ex-governador por Márcio Fortes do PP, a pedido do presidente Lula.

Militantes de várias cidades do Estado foram saudar o ex-ministro

A esperança na “refundação” do partido
Na manifestação, o neto do ex-ministro, Lorenzo aguardava o avô no colo do pai e parecia não entender o que gritava a multidão a sua volta. Eram palavras de ordem que há tempo não ecoavam em Porto Alegre: “Eu sou petista, eu sou guerreiro, eu sou amigo do galo missioneiro!” “Rigotto pode esperar que o Olívio vai voltar!” Segundo o vereador Adeli Sell esse é o espírito do momento. “A refundação do partido aconteceu aqui de uma forma muito palpável, encontramos os principais construtores do PT em 25 anos, nesse ato” declarou. Para o vereador, Olívio deveria aceitar conduzir o PT estadual.
Um dos “puxadores” do coro, Mauricio Zimmermann, militante da juventude do PT, acredita que o partido não está morto e deve ser “salvo” por figuras como Olívio. “Nesse momento vemos a importância de estar fortalecendo um nome como Olívio. Ele faz o contraponto do que está acontecendo na política nacional”.

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