Atacando uma costela no almoço na Expointer, a presidente Dilma confessou que só come carne do Rio Grande do Sul. Recebe regularmente um estoque.
Já o candidato Aécio Neves preferiu uma picanha bem gorda e aos presentes que se espantaram explicou: “É que carne assim eu só como aqui”.
Quanto à Marina Silva, que ficou uma hora e meia reunida a com os representantes da Farsul, pediu apenas uma jarra com água – quente. Foi o vice Beto Albuquerque que avisou aos anfitriões na Expointer da exigência da candidata. “E o pior é que não era pra chimarrão, era pra tomar pura, bem quente”. comentou um dos presentes.
Esses detalhes foram contados na reunião com a imprensa, na tarde do domingo, quando a Farsul apresentou um balanço preliminar da 37a. Expointer, que encerrou à noite. Os candidatos estiveram na Feira na quinta (Marina) e na sexta-feira (Dilma e Aécio).
E.B.
Categoria: Expointer 2014
Gerdau Melhores da Terra destaca inovação e sustentabilidade
O grupo Gerdau entregou em evento na Siderúrgica Riograndense, em Sapucaia do Sul, nove prêmios a empresas que se destacaram em 2014 no agro negócio.
No total, foram 759 inscritos: 52 máquinas e equipamentos e 707 trabalhos científicos, cinquenta a mais que no ano passado.
A comissão julgadora, composta por professores e pesquisadores de diversas instituições brasileiras, percorreu mais de 39 mil quilômetros no Brasil e na Argentina, entrevistando 272 agricultores.
“O foco da nossa premiação é incentivar a qualidade, produtividade, produção da indústria e o trabalho no campo”, disse André Johannpeter em nome da Gerdau.
O executivo ressaltou o bom momento do agronegócio brasileiro, destacando a safra recorde de 193,5 milhões de toneladas de grãos, mas citou também a retração nas vendas das máquinas agrícolas em torno de 15% no primeiro semestre, cenário que para Gerdau já está mudando. “O setor não vai repetir 2013, porém não irá decepcionar”, completou.
Integrante da há mais de uma década da comissão julgadora do Prêmio, o professor da UFRGS Renato Levien, que coordenou a equipe nesta edição, ressaltou a preocupação dos avaliadores com o item sustentabilidade.
“Além da eficiência, da questão do retorno financeiro, da inovação, levamos muito em conta o fator sustentabilidade porque o maior impacto das máquinas é o solo, são dezenas de toneladas. Então os investimentos tecnológicos devem contemplar essa questão do desenvolvimento sustentável”, diz Levien.
O governador Tarso Genro participou do evento, que reuniu mais de 500 pessoas, entre industriais, dirigentes do agronegócio e convidados. Em campanha pela reeleição, Tarso chegou após as premiações, no momento em que o músico Luiz Carlos Borges tocava o hino rio-grandense. Não fez pronunciamento, apenas foi convidado a subir ao palco para participar da foto com os vencedores do prêmio.
O Melhores da Terra chega aos 32 anos contabilizando 5.146 inscritos, 253 premiados e mais de 885 quilômetros rodados pela comissão julgadora.
Confira os vencedores:
Categoria Destaque
Dividida em Agricultura Familiar e Agricultura de Escala, a categoria Destaque reconhece máquinas e equipamentos com, no mínimo, um ano de existência no mercado e em uso no campo, avaliados in loco pela comissão julgadora. Além disso, a participação nessa divisão do prêmio proporciona às empresas inscritas a oportunidade de aprimorar produtos e serviços a partir das avaliações técnicas realizadas pela comissão julgadora, composta por especialistas em ciências agrárias das principais instituições do Brasil e da Argentina.
Na divisão Agricultura de Escala, dois equipamentos foram premiados. O Troféu Ouro ficou com a Colheitadeira de Duplo Rotor CR6080, fabricada pela CNH Latin America Ltda – New Holland Agrícola, de Curitiba (PR). Voltado a médios e grandes produtores, o equipamento se destaca pela alta capacidade de colheita, inclusive em relevo ondulado. Isso se deve à sua configuração, que inclui sistema de trilha e separação com rotores duplos, sistema de limpeza de grãos com peneiras autonivelantes, distribuidores de palha rotativos e dispositivos auxiliares eletrônicos.
Esses atributos conferem à máquina menor perda e melhor qualidade de grãos na colheita. Além disso, propiciam a distribuição uniforme da palha sobre o terreno, contribuindo para a sustentabilidade da produção. A colhedora é de fácil operação e manutenção, oferecendo segurança e conforto para os usuários.
O Troféu Prata da divisão Agricultura de Escala da categoria Destaque foi concedido à Embolsadora de Grãos Ingrain 100, fabricada pela Marcher Brasil Agroindustrial S/A, de Gravataí (RS). O equipamento foi desenvolvido para atender a um grande gargalo da agricultura no Brasil: o desequilíbrio entre a capacidade de armazenamento e o aumento da produção de grãos.
A solução criada pela Marcher, que tem como destaque a facilidade de operação e o alto desempenho, permite que os grãos sejam armazenados na propriedade, em silos-bolsa, mantendo sua qualidade. O processo alia praticidade a baixo custo operacional, reduzindo a dependência de transporte e de armazenamento convencional. Isso permite ao produtor estocar sua produção e escolher o momento mais favorável à comercialização.
A divisão Agricultura Familiar também conta com dois vencedores. O Troféu Ouro foi concedido à Plantadora Mecânica PDM PG900, fabricado pela Kuhn do Brasil S/A, de Passo Fundo (RS). A máquina atende um segmento de mercado de agricultores que já utilizam o sistema de plantio direto para semeadura de culturas e que necessitam de precisão na distribuição de sementes, como milho, feijão e soja. Foi desenvolvida para operar em áreas com diferentes relevos, inclusive em declives característicos de muitas propriedades de agricultura familiar no Brasil.
Seus principais atributos são precisão na dosagem e no posicionamento de adubo e sementes no solo, bem como na abertura e fechamento de sulcos em áreas com densa cobertura vegetal. Além disso, a máquina é robusta, apresenta boa capacidade operacional, é de fácil operação e conta com assistência técnica qualificada. Por semear adequadamente em plantio direto, auxilia na redução das perdas de solo e de água por erosão, no consumo de combustível, na necessidade de mão de obra e nos custos de produção. Isso contribui para o incremento da área cultivada e para a produtividade das culturas de grãos mais utilizadas na agricultura familiar no Brasil.
O vencedor do Troféu Prata foi o Classificador de sementes CA 25 especial, da Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo Imp. e Exp. Ltda, de Ibirubá (RS). A máquina foi bem avaliada pelos usuários devido à eficiência, à capacidade operacional na limpeza e à possibilidade de classificação de uma grande diversidade de produtos passíveis de processamento. Trata-se de um equipamento com funções fundamentais para a otimização de qualquer sistema produtivo agrícola por agregar valor aos produtos, melhorar a conservação e garantir qualidade à semeadura.
Categoria Novidade Expointer
Na categoria Novidade Expointer, que reconhece os produtos lançados há menos de um ano e presentes nesta edição da feira, os equipamentos também são avaliados nas divisões Agricultura de Escala e Agricultura Familiar. Dessa forma, o prêmio busca valorizar as características específicas dos produtos para ambos os segmentos, considerando seus distintos patamares de escala de produção. Para definir os vencedores, a Comissão Julgadora percorreu a feira durante três dias, antes da abertura oficial, avaliando detalhadamente as máquinas e equipamentos inscritos e entrevistando seus representantes e fabricantes.
O equipamento vencedor na divisão Agricultura de Escala foi o Caminhão Multidistribuidor Lancer Maximus 25000, fabricado pela empresa Implementos Agrícolas Jan S/A, de Não-Me-Toque (RS). Trata-se de um distribuidor de fertilizantes a lanço, que contém dois depósitos com esteiras independentes, instalado sobre um caminhão. Tem a capacidade de distribuir dois insumos ao mesmo tempo, em quantidades diferentes, atendendo à técnica da agricultura de precisão.
Entre as vantagens do uso do equipamento, destacam-se a capacidade operacional, a autonomia e a qualidade dos componentes. Também há diminuição no número de operações e de tráfego na lavoura, contribuindo para a redução de custos e para a sustentabilidade da produção.
O Troféu Agricultura Familiar foi para o Trator Série A Fruteiro – A750F, fabricado pela Valtra do Brasil Ltda, de Mogi das Cruzes (SP). O trator incorpora novos conceitos de design, ergonomia e itens de desempenho e de manutenção desenvolvidos especialmente para a operação em culturas perenes, como cafeeiros e videiras. Suas dimensões, compatíveis ao reduzido espaçamento entre linhas desse tipo de cultura, contribuem para a facilidade de manobras e para a boa dirigibilidade. Além disso, em função do baixo centro de gravidade e tração nas quatro rodas, oferece mais segurança, especialmente em áreas de declive.
O trator é versátil, possui bom escalonamento de marchas, pode operar em velocidades super-reduzidas e com 100% de biodiesel. Apresenta um baixo consumo de combustível e sistema hidráulico com elevada capacidade de carga para um trator de seu porte.
Categoria Pesquisa e Desenvolvimento
A categoria Pesquisa & Desenvolvimento é voltada a estudantes acadêmicos e profissionais de ciências agrárias, ligados ou não a instituições de ensino, com trabalhos que contribuem para o avanço da agricultura, para a produtividade, para a qualidade de vida das populações rurais e para a preservação do meio ambiente.
Na divisão Pesquisador, o trabalho reconhecido foi Metodologia para o desenvolvimento de um dosador de manivas para plantadora de mandioca, que tem como autor principal o engenheiro mecânico Juliano Mazute, do FIESC-SENAI, em cooperação com pesquisadores do CCT/UFSC, de Florianópolis (SC). O trabalho selecionado tem como objetivo desenvolver um mecanismo distribuidor de manivas da mandioca (parte reprodutiva da planta) adequado à realidade das pequenas propriedades agrícolas. Esse projeto tem potencial para ser adaptado para o plantio de outras culturas. Além disso, trata-se de uma forma de racionalizar a mão de obra e de melhorar a qualidade do plantio, gerando maior produtividade.
Já na divisão Estudante, a Comissão Julgadora selecionou como vencedor o projeto Semeadora adubadora para plantio direto com sulcador rotativo acoplado a tratores de rabiças, cujo autor principal é Tiago Vega Custódio, da Faculdade de Agronomia – UFPel, de Pelotas (RS). O trabalho selecionado contempla o projeto de desenvolvimento e construção de uma semeadora e adubadora de duas linhas de semeadura acopladas a um micro-trator de baixa potência, com espaço para transporte do operador, para utilização em plantio direto de milho e de feijão. A máquina foi planejada para atender às necessidades dos agricultores familiares, que buscam práticas conservacionistas de implantação de lavouras como o plantio direto, porém, com maior capacidade operacional na semeadura, menor demanda de mão de obra e de esforço humano e com baixo consumo de combustível.
Neste ano, também foi concedido o reconhecimento na divisão Inventor. O Dispositivo auxiliar com cortina de correntes adaptado à barra de pulverização para reduzir o efeito guarda-chuva, desenvolvido por José Sérgio da Silva Witt, de Santa Maria (RS) foi o projeto escolhido. Trata-se de um mecanismo auxiliar constituído por uma cortina de correntes, posicionadas na frente da barra do pulverizador. A partir do seu deslocamento, o equipamento promove uma abertura na cultura, o que torna a deposição das gotas mais efetiva em toda a planta. A solução é simples, de fácil colocação e de baixo custo.
Irga propõe fim da monocultura do arroz
“A monocultura é a mãe da crise do arroz”. Com essa afirmação, o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, abriu sua participação no debate “A crise do arroz foi debelada?”, realizado na segunda-feira, 1°, na 37ª Expointer. A atividade fez parte do Dia do Arroz, promovido pelo Irga em parceria com o Canal Rural.
Ainda participaram do debate, Elton Doeler, presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz no Rio Grande do Sul (Sindiarroz RS) e Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
De acordo com Cláudio Pereira, é essencial que o ciclo da monocultura seja interrompido. “Se tivermos a rotação de grãos, ampliamos o alcance de sustentabilidade no negócio”, afirma. Ele explica ainda que a venda de arroz intercalada com outras culturas como o milho e, principalmente a soja, dilui a oferta de arroz sem prejudicar seu valor.
Conforme Pereira, há uma diferença entre o grão entrar em crise e o produtor estar em adversidade. “Obviamente se o produtor planta apenas arroz, ele fica muito mais vulnerável a todo tipo de situação adversa”, pondera.
Já Henrique Dornelles, defendeu o profissionalismo do produtor uma vez que a rizicultura exige um investimento bastante alto de produção, maquinário potente e alta tecnologia. O presidente da Federarroz ainda sugere que o setor não perca o foco no mercado interno, porque “estaríamos engatinhando no que diz respeito às exportações”, embora ele reconheça que a viabilização do terminal portuário arrozeiro em Rio Grande, na zona sul do Estado, “tenha sido um grande avanço neste sentido”‘.
Visão da Indústria
Elton Doeler, do Sindarroz, se mostrou reticente em afirmar que a crise no setor teria sido debelada. Conforme ele, houve avanços, mas ainda há a necessidade de mais diálogo entre todos os elos da cadeia, incluindo o setor varejista, “que sempre coloca muita pressão na indústria”. Entre esses avanços, cita a quebra de barreiras tributárias no Rio Grande do Sul para alcançar mercados onde o arroz gaúcho não chegava. “Nosso desejo é de que o valor seja justo, nem tão baixo para o produtor, nem tão alto para o consumidor”, concluiu.
Para o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, o Rio Grande do Sul pode plantar mais arroz, mas não o faz porque falta mercado. “Se continuarmos com esse processo de crescimento do consumo das classes C, D e E , a tendência é aumentarmos esse mercado”. Além disso, segundo Fioreze, o bom trabalho do setor também contribuiu muito para a ampliação e comercialização do arroz. “Outro fator preponderante para o sucesso da rizicultura gaúcha vem sendo a redução do uso da água e o aumento da área plantada, evidenciando a sustentabilidade do negócio”, finalizou o secretário.
O diretor técnico do Irga, Rui Ragagnin, reforçou a necessidade de rotação de culturas junto às lavouras de arroz, especialmente com soja e milho. Falou sobre técnicas de semeadura e de irrigação para mesclar essas novas culturas com a rizicultura. Ragagnin lembrou ainda da integração da pecuária como alternativa viável, inclusive para reduzir o uso de adubos.
Cultura tida como melhor opção para o plantio consorciado ou alternado com o arroz, a soja tem números expressivos. Conforme dados do IRGA, para a safra 2014/2015 existe a intenção de plantar soja em rotação com arroz numa extensão de 320.649 hectares, área 5,83% maior do que a do ano anterior, quando foram plantados 302.975 hectares. A região da Campanha tem a maior área, 97,5 mil hectares, seguida da Zona Sul que deve semear 81,5 mil hectares.
A Planície Costeira Interna irá plantar 62,19 mil hectares de soja em áreas de arroz. A Depressão Central, 45,23 mil hectares, a Fronteira Oeste, 16,64 mil hectares e a Planície Costeira Externa, 17,56 mil hectares.
Fim da crise?
A motivação dos debates promovidos pelo IRGA é fundamentada nos números apresentados pela entidade durante a 37ª Expointer. Na safra 2014/2015, os produtores gaúchos devem semear 1,1 milhão de hectares de arroz com plantio que se inicia nos primeiros dias do mês de setembro. A área é equivalente a da última safra.
Quanto à produtividade, a expectativa é de que retorne ao patamar próximo aos 7,5 mil quilos por hectare. A capacidade dos mananciais, tanto de barragens e açudes, quanto de captação direta em rios e arroios é plena em todas as regiões.
Há 25 anos o Rio Grande do Sul contava com 650 indústrias de arroz. Hoje não passam de 250 e as 50 maiores beneficiam 70% do arroz gaúcho. (Carlos Matsubara/Ascom/Expointer)
Público na Expointer já supera os dois últimos anos
Nos dois primeiros dias de feira, até as 17 horas de domingo, 119.558 pessoas haviam ingressado para conhecer as novidades da maior feira do agronegócio da América Latina. Supera os dos dois últimos anos da feira, no mesmo período.
Os portões da Expointer estão abertos das 9h às 20h até o próximo domingo (07/09). Os ingressos custam R$ 12,00 para a entrada inteira, R$ 6,00 para estudantes e R$ 30 para veículos, com direito à entrada do motorista.
Atendimento especial ao público no acesso à Expointer
Oficialmente, a 37ª Expointer começou ontem, sábado. O primeiro grande dia, porém, é hoje quando a visita ao parque Assis Brasil será o passeio dominical de milhares pessoas de toda a região metropolitana de Porto Alegre.
Este ano a compra de ingresso pode ser feita também em sete totens – como um caixa eletrônico, para pagamentos com cartão de débito.
Estes terminais estão distribuídos ao redor da feira: quatro no portão 2, um no portão 5 e um no 13.
Em porto Alegre, a partir de segunda-feria, outro totem vai funcionar na sede da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, localizada na Avenida Getúlio Vargas, 1384.
“O autoatendimento é muito simples. Mesmo assim, sempre há um orientador por perto para ajudar. A ideia veio dos próprios visitantes que, em outros anos, esqueciam de trazer dinheiro e tinham de sair da feira à procura de um caixa eletrônico”, diz o diretor administrativo do parque, Jefferson Chiarelli.
A organização já percebe uma aceitação imediata da inicativa e planeja a colocação de totens em outros pontos, como shoppings e estações de trens, para as próximas edições.
A compra é restrita a cinco entradas por pessoa, para combater os cambistas.
Além da compra dos ingressos, a vinda a Esteio também está mais fácil.
Nos sábados e domingos, quando aumenta o número de visitantes na Expointer, a empresa Trensurb amplia o número de viagens e a oferta de trens.
A empresa calcula que nos finais de semana, entre os dias 30 de agosto e 7 de setembro, sejam realizadas 898 viagens – 194 a mais do que o normal. Haverá restrição ao transporte de bicicletas nesses dias.
O número de funcionários nas estações também foi reforçado para orientar os passageiros. Também há profissionais preparados para atendimentos de emergência e uma ambulância na estação Esteio.
A Trensurb sugere que os visitantes comprem antecipadamente bilhetes de ida e volta para, assim, diminuir o movimento nos guichês ao fim da feira.
Texto: Igor Pereira / Especial Expointer
Edição: Redação Expointer
Indústria de máquinas vai investir R$ 15 milhões no parque
Por Geraldo Hasse |
Em plena fase final de montagem dos estandes para a 37ª Expointer, que começa neste sábado, circulou ontem no Parque Assis Brasil, em Esteio, uma informação animadora: nos próximos dois anos, a indústria de máquinas agrícolas vai investir R$ 15 milhões em obras de infraestrutura e construções, dentro do acordo de parceria público-privada com a Secretaria da Agricultura.
O dado foi recebido pela direção do parque como sinal de que caminha muito bem o projeto de mudança na forma de gestão do principal espaço de eventos agropecuários do Estado. Este ano, o Sindicato da Indústria de Máquinas (Simers) paga à Expointer R$ 40 por metro quadrado usado para exposição de tratores e implementos agrícolas. A partir do próximo ano, os valores do negócio serão diferentes, mas “bons para as duas partes”, ressalva Adeli Sell, o administrador do espaço.
Além da notícia acima, há outros sinais no ar. Ainda que no lançamento da Expointer 2014, em 5 de agosto, os dirigentes do setor de máquinas agrícolas tenham manifestado grande cautela quanto à possibilidade de se repetir o recorde de 2013, quando foram encaminhados negócios de R$ 3,2 bilhões, este ano a área de exposição é maior do que no ano passado. Além disso, há vários lançamentos de tratores para a agricultura familiar, de plantadeiras e de colheitadeiras de grãos.
São máquinas que podem ser compradas pelo sistema de crédito rural a juros abaixo da inflação, com carência para o início do pagamento em até dez anos. Como este ano as safras foram boas e os preços satisfatórios em praticamente todos os ramos agropecuários, os produtores podem ir além das expectativas iniciais. Sem tirar os pés do chão, alguns são bem capazes de “fazer uma loucura” diante de um trator novo com sua esteira de implementos.
NEW HOLLAND
Uma das “loucuras” da Expointer vem de Contagem, MG: a New Holland Construction anuncia uma operação especial para vender em Esteio a retroescavadeira B90B pelo sistema de consórcio. Pode emplacar: estimativas feitas em 2013 indicam que, no caso da aquisição de um carro popular, o consórcio é 30% mais barato do que os financiamentos vigentes no mercado bancário.
Capaz de fazer açudes, curvas de nível e valas de drenagem, a B90B é a máquina mais vendida da New Holland mineira, que vem encontrando no setor rural do Rio Grande do Sul um mercado bastante ativo. Daí a decisão de abrir um plano de consórcio para que os agricultores possam comprar a retro em 72 meses pagando R$ 2 036,77 mensais, sem entrada nem juros, como é praxe no sistema de consórcio, no qual o objeto de desejo pode ser obtido por sorteio mensal ou por lance em dinheiro.
A NHConstruction marcou para 9 de setembro a primeira assembléia do consórcio da retro. Se o plano de vendas for realizado, serão sorteados 20 máquinas por mês, totalizando 100 até o final do ano. O que parece uma liquidação de estoque poderá ser tomado também como um indicador da liquidez dos agricultores gaúchos.
Outra retroescavadeira na Expointer será a CASE, presente em Esteio pelo sétimo ano consecutivo, em parceria com a concessionária J. Malucelli. Um release da empresa (pertencente ao grupo New Holland) informa que a participação do agronegócio nas vendas das máquinas de construção da CASE subiu para 70% do total desde que, nos últimos dois anos, se desaceleraram as compras de empresas de construção civil e infraestrutura. As retroescavadeiras são muito usadas em lavouras de arroz irrigado.
Um parque para os negócios do campo
Por Geraldo Hasse |
A 37ª. Expointer que começa no fim de agosto vai ser um teste decisivo para o projeto de transformar o Parque Estadual Assis Brasil num grande centro de eventos ligados ao agronegócio, com atividades permamentes em seus 141 hectares.
O projeto, já em andamento, prevê a construção de um agroshopping, um hotel, um centro tecnológico e um centro educacional agrorural.
Tudo em regime de parceria público-privada – o Estado cede os espaços, os empreendedores privados ocupam e exploram os negócios.
“Já existem interessados, inclusive de capital internacional”, garante Adeli Sell, subsecretário da Agricultura, responsável pelo parque.
Dois contratos já foram fechados com a concessão de duas das maiores áreas do parque de Esteio parque de Esteio para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e o Sindicato da Indústria de Máquinas (Simers).
Com os quatro grandes espaços a serem concedidos por 25 anos, renováveis por outro tanto, o subsecretário espera completar a “transição para a sustentabilidade” iniciada este ano com as duas concessões já contratadas.
Responsável por uma das principais atrações da Expointer – as finais do Freio de Ouro, disputado por cavalos da raça crioula –, a ABCCC vai cobrir a arena de provas, de modo que a partir dos próximos anos, em caso de chuva, cavalos e ginetes ficarão livres das poças d’água e da lama.
Somado a obras de infraestrutura a serem feitas pelo governo do Estado, o investimento previsto para a área de 7,5 hectares da ABCCC é de R$ 15 milhões. O cavalo crioulo representa a grande maioria do rebanho equino gaúcho, estimado em 4,6 milhões de animais.
Cláudio Bier, presidente do Simers, apresentou recentemente ao governador Tarso Genro um esboço da estrutura que pretende construir dentro dos 12,4 hectares reservados às máquinas no parque, mas admite que depende de conversas com os grandes fabricantes que todo ano expõem em Esteio.
O Simers possui 160 associados, entre eles as norte-americanas John Deere e a Agco, as maiores fabricantes de tratores e colheitadeiras do país, ambas com fábricas no Rio Grande do Sul.
Como tradicionalmente montam estandes onerosos na Expointer, esses gigantes e os fabricantes menores, como as nacionais Agrale e Tramontini, com seus tratores para a agricultura familiar, provavelmente vão investir na construção de estruturas permanentes que poderão ser usadas durante todo o ano, de forma compartilhada, com revendas regionais.
O investimento previsto na área do Simers é de R$ 25 milhões.
Independentemente do encaminhamento desses grandes projetos, o parque de Esteio tende a evoluir para a operação permanente durante todo o ano e não apenas sazonalmente, com grande destaque para a Expointer, no final de agosto.
Desde março o parque está sendo aberto ao público nos fins de semana. Em dias de sol, milhares de pessoas ocupam as áreas verdes.
A direção promete criar atrações para que a população regional tenha uma nova opção de lazer.
Está decidido que a “casa branca”, antiga sede fazenda existente no local, será transformada no museu da agricultura e da pecuária do Rio Grande do Sul.
Também será implantado o Brique de Esteio. No inicio de novembro será realizado ali a November Fest, tendo como protagonistas as cervejas artesanais do RS.
Está previsto também um grande encontro religioso. E uma feira de automóveis. Na realidade, cabe quase tudo no parque. Faltava pique para a inovação.
Segundo Adeli Sell, há diversos interessados na dinamização do espaço administrado desde 1968 pela Secretaria da Agricultura.
A Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios (Apil) poderá construir sua sede dentro do parque. O mesmo pode acontecer com a Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Agrampal), que precisa instalar em algum lugar sua central de compras.
A expectativa da direção do parque é que lhe seja permitido construir além do gabarito vertical de 16 metros (quatro pisos). “Não há nenhum motivo para que não possam ser construídos prédios mais altos neste local”, diz Sell.
O projeto do “Hotel Expointer” depende expressamente da liberação do gabarito. “Sem problemas”, diz o prefeito Gilmar Rinaldi, seguro de que uma eventual mudança na legislação passa tranquilamente pela Câmara, com 10 vereadores (Esteio tem 84 mil habitantes).
Com mandato até o final de 2016, o prefeito do PT está animado com as mudanças em curso não apenas no Parque Assis Brasil, mas no entorno. A inauguração da BR-448 (Rodovia do Parque), de Sapucaia do Sul a Porto Alegre, mudou o fluxo de veículos da BR-116.
Em maio passado, ele visitou as obras da Unibraspe, a nova vizinha da Expointer. Trata-se de uma empresa paranaense de logística de combustíveis que veio construir tanques de armazenagem perto da Refinaria Alberto Pasqualini.
Primeira ocupante do Loteamento Industrial de Esteio, a Unibraspe comprou 70 hectares de uma das últimas áreas pertencentes a herdeiros da família Kroeff, antiga dona da fazenda existente na região.
O último pedaço, com 600 hectares, foi comprado pela Bolognesi Empreendimentos, que não esconde sua intenção de construir ali, no futuro, condomínios residenciais para a classe média, como vem fazendo em Porto Alegre, Canoas e Cachoeirinha.
Antes disso, ela poderá negociar áreas para projetos comerciais ou industrais.
Para atrair parceiros, ela realiza pequenas obras de infraestrutura para evitar, por exemplo, enchentes como a de 2013, quando as águas de um afluente do rio dos Sinos inundaram boa parte do recinto de máquinas da Expointer.
Mostrando-se boa vizinha, a Bolognesi construiu um dique e um acesso para facilitar os negócios do parque de Esteio.
Expointer 2014: na era das parcerias público privadas
Desde o início do ano dirigido pelo ex-vereador portoalegrense Adeli Sell, o Parque Assis Brasil, que abriga a tradicional Expointer, está sendo remodelado para funcionar sob gestão público-privada.
Já foram fechados dois contratos de concessão de longo prazo (25 anos) com os dois principais usuários do parque — a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) e o Sindicato da Indústria de Máquinas (Simers).
Além da cobertura da arena de provas da ABCCC, os principais projetos previstos para o parque incluem um hotel, um agroshopping, um centro de eventos, um centro agrotecnológico e um centro agroeducacional.
Nesta terça-feira, 5, será o lançamento oficial da Expointer 2014.
Iniciada em 1901 nos quatro hectares do parque Menino Deus em Porto Alegre, a Expointer ganhou dimensão internacional no final dos anos 1960 quando foi transferida para os 141 hectares do Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
Este ano serão expostos cerca de seis mil animais, predominando os equinos e os bovinos de corte e leite. Mantém-se a área de exposição de máquinas e implementos agrícolas, cujas vendas recordes de R$ 3,2 bilhões, em 2013, refletiram o otimismo dos produtores de grãos e criadores de gado.
Os temas predominantes em palestras e seminários serão a melhoria da infraestrutura viária e da logística de exportação, o controle da sanidade animal e o problema das fraudes no transporte de leite.