Carlos Nabinger fala sobre campos nativos no Pampa

“Conservação do Bioma Pampa a partir do manejo correto das pastagens naturais” é o tema da palestra com o professor Carlos Nabinger (UFRGS), que acontece na terça-feira, 9, promovida pela Fundação Gaia em parceria com a Livraria Cultura de Porto Alegre . O evento inicia às 20h  no auditório da livraria, com entrada franca.
A atividade integra o Ciclo de Palestras Ecologia na Cultura, cuja temática norteadora de 2014 é “Construir o Futuro com Visão”. Trazendo assuntos relacionados às questões ambientais, no final da apresentação será proposto ao palestrante um questionamento: qual visão permite um avanço sustentável e mais acertado em direção ao futuro comum na Terra?
Com periodicidade mensal, os encontros realizam-se sempre na segunda terça-feira de cada mês. Interessados podem obter certificado de participação nas palestras, tanto para cada evento como para todas nas quais participarem. Para isso basta escrever para reservas@fgaia.org.br e solicitar maiores informações. (Cláudia Dreier)

Boticário financia pesquisa sobre fauna do pampa

O bioma é mais rico e heterogênio do que se imagina
O Pampa é o bioma brasileiro que mais demorou para receber a atenção de ambientalistas e conservacionistas. Sua paisagem de campo esconde a devastação sofrida pelo ambiente que, mesmo devastado, continua sendo campo.
Por este motivo, a rica diversidade presente no bioma ainda é pouco estudada e conhecida. Muitas de suas espécies ainda não foram descobertas ou descritas pela literatura científica.
Um projeto desenvolvido pelo departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o apoio da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, vai pesquisar a riqueza e distribuição de anfíbios e répteis presentes no Pampa.
“O bioma não é tão pobre nem tão homogêneo como se imaginava. Há uma diversidade escondida na região e muitas espécies ainda são desconhecidas. Queremos identificar quais as áreas de maior riqueza”, afirma o biólogo e coordenador do projeto, Márcio Borges Martins.
A diversidade de répteis e anfíbios nos Pampas é muito grande. “Elas são pouco estudadas e existem muitas espécies novas, que precisam ser descritas, além de não conhecermos a distribuição destas espécies no bioma”, explica o pesquisador.
Os dados levantados pelo projeto vão permitir ainda a identificação de áreas prioritárias para a criação de unidades de conservação.
Atualmente, menos de 0,5% do bioma está inserido em unidades de conservação de proteção integral e as áreas com remanescentes são pequenas e fragmentadas.
“Até recentemente, pouca atenção era dispensada para a conservação das formações de campo, se comparada às florestas tropicais. Apenas recentemente se iniciaram alguns esforços para a conservação do bioma”, comenta Martins.
O projeto contempla a região norte do bioma Pampa, incluindo a porção sul do Rio Grande do Sul e entendendo-se ao Uruguai.