Expointer vende menos mas é a melhor dos últimos anos

A 37ª. Expointer que encerrou neste domingo  tem tudo para se tornar o marco de um novo momento que se desenha no Rio Grande do Sul, puxado pelos bons desempenhos do agro negócio nos últimos anos. “Foi uma Expointer nota 10” comemorou  Carlos Sperotto, presidente da Farsul.
As vendas foram menores, o que era previsto. Depois de dois anos de investimentos pesados, era normal  que os produtores mostrassem mais cautela.
Também influiram os preços do mercado internacional, mais baixos este ano, diminuindo a rentabilidade das safras.  Há ainda o  tão falado ambiente de incertezas na área da economia.
Mesmo assim os criadores venderam R$ 12,8 milhões nos leilões (no ano passado foram R$ 16 milhões). As vendas de máquinas chegou aos 2,7 bilhões segundo a estimativa preliminar divulgada ao final do evento. A agroindistria familiar com 200 expositores vendeu quase  2 milhões.
A venda de veículos bateu record: R$ 80 milhões. Foram vendidas 1037 unidades nos oito dias da feira. O público também foi expressivo: quase 500 mil pessoas. Só no chimarródromo passaram 80 mil pessoas, que consumiram  3 toneladas de erva mate e 8o mil litros dágua.
A Expointer 2014 se distingue também na parte política. Graças a um inédito entendimento entre governo e interesses privados foram fechados dois contratos de concessão de espaço para as entidades de produtores.
Em plena campanha eleitoral, a feira recebeu Marina Silva, Dilma Rousseff e Aécio Neves, três candidatos a presidente em 24 horas, com os respectivos candidatos a governador, três ministros, uma dezena de secretários de outros Estados.

Cooperativismo movimenta 50% da produção rural no Estado

A força do agronegócio e da agricultura para o desenvolvimento do estado, visível em eventos de grande porte como a Expointer, tem relação direta não apenas com o grande produtor, mas também com a agricultura familiar e o cooperativismo.
No Rio Grande do Sul, 50% de tudo que se produz no campo é proveniente de algum produtor ligado ao cooperativismo ou ações associativistas, sendo que 86% destes produtores integram a agricultura familiar.
Estes dados são do Sistema Ocergs Sescoop/RS, uma das entidades responsáveis por representar e promover o desenvolvimento do cooperativismo no Rio Grande do Sul, e que reúne 2,5 milhões de sócios.
De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Elton Scapini, o cooperativismo é responsável por organizar e fomentar a produção e a distribuição da produção da agricultura familiar.
No atual governo foram criadas ações voltadas ao setor que geraram mais de R$ 320 milhões apenas de incentivos fiscais.
Segundo o secretário, o cooperativismo tem um importante papel econômico e social, pois gera empregos e valoriza os pequenos produtores. “Os produtores associados investem no seu local de origem, capitalizando e impulsionando suas regiões”, afirma.
Na cerimônia de inauguração oficial da 37ª Expointer, o presidente do Sistema Ocergs Sescoop, Virgilio Périus, destacou a importância do pequeno produtor para a economia. “Todos os dias, entre os itens que consumimos na nossa alimentação, está presente o trabalho da agricultura familiar e do cooperativismo. Apoiar as ações associativas é fomentar a produção de alimentos que faltam em muitos países e por onde podemos crescer ainda mais”, assinalou Périus.
Ações de incentivo
O cooperativismo gaúcho conta hoje com 11 programas de apoio distribuídos em quatro áreas distintas:
Acesso ao crédito: destacam-se o Programa de Revitalização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Recoop/RS), que promove, por meio da abertura de linhas de crédito, a recuperação econômico-financeira das cooperativas, e o Fundo de Aval, que dá suporte técnico e disponibiliza os meios necessários à operacionalização e ao funcionamento das cooperativas.
Incentivos Fiscais: três programas são destaque. O Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem) visa à promoção do desenvolvimento socioeconômico integrado e sustentável do Rio Grande do Sul, incluindo as cooperativas. O Pró-Cooperação incentiva o ICMS para cooperativas agropecuárias, e o Simples Cooperativo concede redução de ICMS.
Apoio à gestão: programa de extensão que acompanha duzentas cooperativas por meio da Emater/RS-Ascar.
Apoio à comercialização: por meio do Compras Governamentais, a participação dos pequenos negócios é estimulada nos processos licitatórios.
Novo espaço para o cooperativismo
Foi firmado um protocolo de intenções entre o Estado do Rio Grande do Sul e o Sescoop/RS para instalar, no interior do Parque de Exposições Assis Brasil, uma sede estruturada para o Sescoop/RS. A sede será construída na quadra 13, onde hoje encontra-se o chimarródromo. A estrutura de 556 metros quadrados deverá estar em funcionamento já para a Expointer 2015 e atuará durante todo o ano, o que possibilitará que a instituição ministre cursos, seminários e fóruns. (Lisiane Machado/Imprensa Expointer)

Projeto testado na Expointer transforma óleo de fritura em biodiesel

Até o domingo, 7, último dia da Expointer, cerca de 300 litros de óleo de fritura terão sido transformados em combustível renovável e limpo.
O resíduo vem sendo recolhido  das praças de alimentação da feira e encaminhado a técnicos da Biotechnos, empresa gaúcha que instalou uma pequena usina de produção de biodiesel na Casa da Embrapa, parceira tecnológica do projeto. O produto será repassado a sete cabanhas, que utilizarão o combustível em seus caminhões.
O processo de transformação do óleo de fritura em energia renovável pode ser conferido pelos visitantes até domingo, último dia da feira. “Participamos de eventos como a Expointer para divulgar a importância de não jogar o óleo de fritura na pia ou no lixo. Além disso, buscamos explicar que esse resíduo gera energia limpa na forma de biodiesel”, informa o pesquisador da Embrapa Agroenergia, Rossano Gambetta.
Um relatório da Agência Nacional do Petróleo (ANP), de julho deste ano, apontou que o Rio Grande do Sul é líder na produção de biodiesel no Brasil, com cerca de 97 milhões de litros. Deste total, o óleo de fritura representou 0,5%, ou 4,8 milhões de litros aproximadamente.
O biodiesel brasileiro é originado principalmente da soja e gordura vegetal. O uso do óleo de fritura residual, no entanto, não possuía representatividade até 2012. “A partir de 2013 passou a responder por 1% da produção nacional de biodiesel”, comemora Gambetta.
(Carlos Matsubara/Imprensa Expointer)

Tríplice aliança contra as fraudes no leite

Os três Estados do Sul do Brasil formalizaram nesta terça-feira (2/9) na Expointer um inédito pacto sanitário em defesa da imagem de qualidade do leite, comprometida por fraudes no transporte do produto dos sítios para as indústrias lácteas.
A cúpula da agropecuária sulina perfilou-se no auditório do Parque Assis Brasil diante de três de dezenas de jornalistas sedentos por leite bom, “livre de porcarias adicionadas no caminho”, como disse o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, natural de Frederico Westphalen, RS.
O secretário da Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, que fez mestrado na Nova Zelândia e doutorado na Austrália, países que lideram a exportação mundial de lácteos, disse que o Brasil tem melhores condições naturais do que esses países de assumir uma posição de liderança no mercado internacional.
Basta que cuide da sanidade do rebanho leiteiro e zele pela qualidade do transporte até as indústrias de laticínios. Esses são os objetivos imediatos da Aliança Láctea Sul Brasileira para eliminar a desconfiança reinante no mercado consumidor de leite. “Formamos no Sul um bloco técnico-político-econômico para liquidar esse crise para sempre”, disse aos repórteres o secretário da Agricultura do RS, Claudio Fioreze.
Por conta de “adulterações bizarras” com “substâncias hediondas” como formol, ureia, água oxigenada e soda cáustica, sete pessoas já estão cumprindo penas que variam de dois a 18 anos de reclusão. Mais de 40 caminhões foram apreendidos e três indústrias obrigadas a fechar por falta de matéria-prima.
Outras condenações estão a caminho. As fraudes foram investigadas pelo Ministério Público Federal, a partir de denúncias do Ministério da Agricultura, que “cansou de combater sozinho”, como disse Roberto Schroeder, representante do MAPA no RS.
Envolvendo 300 mil propriedades rurais, a maior parte de pequenas ou médias dimensões e tocadas por famílias, a cadeia produtiva do leite é a mais extensa do Sul do Brasil, superando a de calçados, têxteis e a construção civil como geradora de empregos. Em vias de superar o Sudeste, o Sul produz atualmente 11 bilhões de litros de leite por ano (o mesmo volume da Argentina) e projeta chegar a 19 bilhões em 2020, quando o Brasil estará produzindo 45 bilhões de litros por ano.

Gerdau Melhores da Terra destaca inovação e sustentabilidade

O grupo Gerdau entregou em evento na Siderúrgica Riograndense, em Sapucaia do Sul,  nove prêmios a empresas que se destacaram em 2014  no agro negócio.
No total, foram 759 inscritos: 52 máquinas e equipamentos e 707 trabalhos científicos, cinquenta a mais que no ano passado.
A comissão julgadora, composta por professores e pesquisadores de diversas instituições brasileiras, percorreu mais de 39 mil quilômetros no Brasil e na Argentina, entrevistando 272 agricultores.
“O foco da nossa premiação é incentivar a qualidade, produtividade, produção da indústria e o trabalho no campo”,  disse André Johannpeter em nome da Gerdau.
O executivo ressaltou o bom momento do agronegócio brasileiro, destacando a safra recorde de 193,5 milhões de toneladas de grãos, mas citou também a retração nas vendas das máquinas agrícolas em torno de 15% no primeiro semestre, cenário que para Gerdau já está mudando. “O setor não vai repetir 2013, porém não irá decepcionar”, completou.
Integrante da há mais de uma década da comissão julgadora do Prêmio, o professor da UFRGS Renato Levien, que coordenou a equipe nesta edição, ressaltou a preocupação dos avaliadores com o item sustentabilidade.
“Além da eficiência, da questão do retorno financeiro, da inovação, levamos muito em conta o fator sustentabilidade porque o maior impacto das máquinas é o solo, são dezenas de toneladas. Então os investimentos tecnológicos devem contemplar essa questão do desenvolvimento sustentável”, diz Levien.
O governador Tarso Genro participou do evento, que reuniu mais de 500 pessoas, entre industriais, dirigentes do agronegócio e convidados. Em campanha pela reeleição, Tarso chegou após as premiações, no momento em que o músico Luiz Carlos Borges tocava o hino rio-grandense. Não fez pronunciamento, apenas foi convidado a subir ao palco para participar da foto com os vencedores do prêmio.
O Melhores da Terra chega aos 32 anos contabilizando 5.146 inscritos, 253 premiados e mais de 885 quilômetros rodados pela comissão julgadora.
Confira os vencedores:
Categoria Destaque
Dividida em Agricultura Familiar e Agricultura de Escala, a categoria Destaque reconhece máquinas e equipamentos com, no mínimo, um ano de existência no mercado e em uso no campo, avaliados in loco pela comissão julgadora. Além disso, a participação nessa divisão do prêmio proporciona às empresas inscritas a oportunidade de aprimorar produtos e serviços a partir das avaliações técnicas realizadas pela comissão julgadora, composta por especialistas em ciências agrárias das principais instituições do Brasil e da Argentina.
Na divisão Agricultura de Escala, dois equipamentos foram premiados. O Troféu Ouro ficou com a Colheitadeira de Duplo Rotor CR6080, fabricada pela CNH Latin America Ltda – New Holland Agrícola, de Curitiba (PR). Voltado a médios e grandes produtores, o equipamento se destaca pela alta capacidade de colheita, inclusive em relevo ondulado. Isso se deve à sua configuração, que inclui sistema de trilha e separação com rotores duplos, sistema de limpeza de grãos com peneiras autonivelantes, distribuidores de palha rotativos e dispositivos auxiliares eletrônicos.
Esses atributos conferem à máquina menor perda e melhor qualidade de grãos na colheita. Além disso, propiciam a distribuição uniforme da palha sobre o terreno, contribuindo para a sustentabilidade da produção. A colhedora é de fácil operação e manutenção, oferecendo segurança e conforto para os usuários.
O Troféu Prata da divisão Agricultura de Escala da categoria Destaque foi concedido à Embolsadora de Grãos Ingrain 100, fabricada pela Marcher Brasil Agroindustrial S/A, de Gravataí (RS). O equipamento foi desenvolvido para atender a um grande gargalo da agricultura no Brasil: o desequilíbrio entre a capacidade de armazenamento e o aumento da produção de grãos.
A solução criada pela Marcher, que tem como destaque a facilidade de operação e o alto desempenho, permite que os grãos sejam armazenados na propriedade, em silos-bolsa, mantendo sua qualidade. O processo alia praticidade a baixo custo operacional, reduzindo a dependência de transporte e de armazenamento convencional. Isso permite ao produtor estocar sua produção e escolher o momento mais favorável à comercialização.
A divisão Agricultura Familiar também conta com dois vencedores. O Troféu Ouro foi concedido à Plantadora Mecânica PDM PG900, fabricado pela Kuhn do Brasil S/A, de Passo Fundo (RS). A máquina atende um segmento de mercado de agricultores que já utilizam o sistema de plantio direto para semeadura de culturas e que necessitam de precisão na distribuição de sementes, como milho, feijão e soja. Foi desenvolvida para operar em áreas com diferentes relevos, inclusive em declives característicos de muitas propriedades de agricultura familiar no Brasil.
Seus principais atributos são precisão na dosagem e no posicionamento de adubo e sementes no solo, bem como na abertura e fechamento de sulcos em áreas com densa cobertura vegetal. Além disso, a máquina é robusta, apresenta boa capacidade operacional, é de fácil operação e conta com assistência técnica qualificada. Por semear adequadamente em plantio direto, auxilia na redução das perdas de solo e de água por erosão, no consumo de combustível, na necessidade de mão de obra e nos custos de produção. Isso contribui para o incremento da área cultivada e para a produtividade das culturas de grãos mais utilizadas na agricultura familiar no Brasil.
O vencedor do Troféu Prata foi o Classificador de sementes CA 25 especial, da Indústria de Implementos Agrícolas Vence Tudo Imp. e Exp. Ltda, de Ibirubá (RS). A máquina foi bem avaliada pelos usuários devido à eficiência, à capacidade operacional na limpeza e à possibilidade de classificação de uma grande diversidade de produtos passíveis de processamento. Trata-se de um equipamento com funções fundamentais para a otimização de qualquer sistema produtivo agrícola por agregar valor aos produtos, melhorar a conservação e garantir qualidade à semeadura.
Categoria Novidade Expointer
Na categoria Novidade Expointer, que reconhece os produtos lançados há menos de um ano e presentes nesta edição da feira, os equipamentos também são avaliados nas divisões Agricultura de Escala e Agricultura Familiar. Dessa forma, o prêmio busca valorizar as características específicas dos produtos para ambos os segmentos, considerando seus distintos patamares de escala de produção. Para definir os vencedores, a Comissão Julgadora percorreu a feira durante três dias, antes da abertura oficial, avaliando detalhadamente as máquinas e equipamentos inscritos e entrevistando seus representantes e fabricantes.
O equipamento vencedor na divisão Agricultura de Escala foi o Caminhão Multidistribuidor Lancer Maximus 25000, fabricado pela empresa Implementos Agrícolas Jan S/A, de Não-Me-Toque (RS). Trata-se de um distribuidor de fertilizantes a lanço, que contém dois depósitos com esteiras independentes, instalado sobre um caminhão. Tem a capacidade de distribuir dois insumos ao mesmo tempo, em quantidades diferentes, atendendo à técnica da agricultura de precisão.
Entre as vantagens do uso do equipamento, destacam-se a capacidade operacional, a autonomia e a qualidade dos componentes. Também há diminuição no número de operações e de tráfego na lavoura, contribuindo para a redução de custos e para a sustentabilidade da produção.
O Troféu Agricultura Familiar foi para o Trator Série A Fruteiro – A750F, fabricado pela Valtra do Brasil Ltda, de Mogi das Cruzes (SP). O trator incorpora novos conceitos de design, ergonomia e itens de desempenho e de manutenção desenvolvidos especialmente para a operação em culturas perenes, como cafeeiros e videiras. Suas dimensões, compatíveis ao reduzido espaçamento entre linhas desse tipo de cultura, contribuem para a facilidade de manobras e para a boa dirigibilidade. Além disso, em função do baixo centro de gravidade e tração nas quatro rodas, oferece mais segurança, especialmente em áreas de declive.
O trator é versátil, possui bom escalonamento de marchas, pode operar em velocidades super-reduzidas e com 100% de biodiesel. Apresenta um baixo consumo de combustível e sistema hidráulico com elevada capacidade de carga para um trator de seu porte.
Categoria Pesquisa e Desenvolvimento
A categoria Pesquisa & Desenvolvimento é voltada a estudantes acadêmicos e profissionais de ciências agrárias, ligados ou não a instituições de ensino, com trabalhos que contribuem para o avanço da agricultura, para a produtividade, para a qualidade de vida das populações rurais e para a preservação do meio ambiente.
Na divisão Pesquisador, o trabalho reconhecido foi Metodologia para o desenvolvimento de um dosador de manivas para plantadora de mandioca, que tem como autor principal o engenheiro mecânico Juliano Mazute, do FIESC-SENAI, em cooperação com pesquisadores do CCT/UFSC, de Florianópolis (SC). O trabalho selecionado tem como objetivo desenvolver um mecanismo distribuidor de manivas da mandioca (parte reprodutiva da planta) adequado à realidade das pequenas propriedades agrícolas. Esse projeto tem potencial para ser adaptado para o plantio de outras culturas. Além disso, trata-se de uma forma de racionalizar a mão de obra e de melhorar a qualidade do plantio, gerando maior produtividade.
Já na divisão Estudante, a Comissão Julgadora selecionou como vencedor o projeto Semeadora adubadora para plantio direto com sulcador rotativo acoplado a tratores de rabiças, cujo autor principal é Tiago Vega Custódio, da Faculdade de Agronomia – UFPel, de Pelotas (RS). O trabalho selecionado contempla o projeto de desenvolvimento e construção de uma semeadora e adubadora de duas linhas de semeadura acopladas a um micro-trator de baixa potência, com espaço para transporte do operador, para utilização em plantio direto de milho e de feijão. A máquina foi planejada para atender às necessidades dos agricultores familiares, que buscam práticas conservacionistas de implantação de lavouras como o plantio direto, porém, com maior capacidade operacional na semeadura, menor demanda de mão de obra e de esforço humano e com baixo consumo de combustível.
Neste ano, também foi concedido o reconhecimento na divisão Inventor. O Dispositivo auxiliar com cortina de correntes adaptado à barra de pulverização para reduzir o efeito guarda-chuva, desenvolvido por José Sérgio da Silva Witt, de Santa Maria (RS) foi o projeto escolhido. Trata-se de um mecanismo auxiliar constituído por uma cortina de correntes, posicionadas na frente da barra do pulverizador. A partir do seu deslocamento, o equipamento promove uma abertura na cultura, o que torna a deposição das gotas mais efetiva em toda a planta. A solução é simples, de fácil colocação e de baixo custo.

Agrifam, a face oculta do agronegócio gaúcho

Nunca a diversidade da agropecuária gaúcha esteve tão bem representada como na 37ª Expointer, que vai até o dia 7 de setembro no Parque Assis Brasil, em Esteio. Ali estão os animais, as máquinas, os técnicos em agronomia, veterinária e cooperativismo, os grandes fazendeiros e os agricultores familiares, todos amparados por órgãos de governo (MDA, Seapa, SDR, IRGA), apoiados por entidades privadas (Farsul, Federacite) e prestigiados pelo sistema bancário, que se reveza na oferta do crédito rural oficial. “Faça chuva ou faça sol, a cada dia a Expointer mobiliza 30 mil pessoas”, afirma o veterinário Honório Franco, chefe do serviço de feiras e exposições da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Nessa “cidade” remontada a cada ano dentro do Parque de Esteio, os espaços mais amplos e vistosos pertencem à indústria de máquinas e implementos agrícolas, em cujos estandes se encontram pelotões de recepcionistas e vendedores uniformizados, todos aptos a manipular aparelhos de vídeo, chá e café.
Nas cocheiras e baias, move-se um exército de peões cuidando da alimentação e do asseio dos 5 mil animais inscritos para disputar algum troféu. Andam todos por ruas e becos numa rotina que reproduz boa parte da vida nas fazendas de onde vieram para esta temporada de tensão e festa nas vizinhanças da capital do Estado.
Para alimentar tanta gente, o parque oferece uma enorme variedade de comida: desde filés recheados nos restaurantes das associações de raças animais até churrasquinhos e churros em treilers licenciados para matar ou morrer por clientes despilchados. Há também diversos restaurantes que oferecem bufê ou pratos feitos. Este ano, embora não estejam expostos para concorrer, os suínos e os peixes estão presentes em recintos gastronômicos especializados. Até nisso a Expointer é internacional.
AGROINDÚSTRIA FAMILIAR
Já nos espaços mais exíguos se acotovelam os representantes da agroindústria familiar, com seus estandes de 3 x 2 metros cheios de doces, pães, cucas, embutidos, queijos, sucos, cachaças, mel e produtos artesanais, desde cuias até roupas.
É nesse espaço que se pode receber folhetos sobre o trabalho de órgãos públicos como a Emater-RS, comprar por R$ 5 o boné do MST ou conversar com os representantes da Via Campesina, entidades que trabalham pelo resgate da base social em que já atuam órgãos sindicais oficiais como a Fetag e a Fetraf, esta comprometida com a agricultura familiar, aquela com os trabalhadores rurais. Ambas oferecem hospedagem e alimentação para os expositores da agroindústria familiar durante os dias da feira.
Admitida na Expointer a partir de 1999, a agricultura familiar (que já merece uma sigla como agrifam) está em Esteio com pouco mais de 200 estandes e caminha para dispor de estandes maiores, se na próxima exposição lhe for oferecido um segundo pavilhão de igual tamanho, ao lado do atual.
O pavilhão 2 da agrifam, orçado em R$ 2,5 milhões, ficou no alicerce por conta uma divergência burocrática entre a direção do Parque Assis Brasil e a empreiteira contratada no primeiro semestre. Pelo cronograma inicial, deveria ser entregue no início de outubro deste ano. Até 2015 deve ficar pronto.
Além de crescer por conta própria, a agrifam conta com o crescente apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Seapa e da Secretaria do Desenvolvimento Agrário, do Cooperativismo e da Pesca, esta criada em 2011 pelo governador Tarso Genro, que não perde ocasião para citar a inclusão social e a produção agrícola dos assentamentos rurais do RS – em 2011, além de 13 mil famílias assentadas, havia 14 mil índios e 3 900 quilombolas.
METAMORFOSE
Das 400 mil propriedades rurais estimadas pelo Censo Agropecuário de 2006 para o Rio Grande do Sul, apenas 8 mil informaram que transformavam e comercializavam sua própria produção agropecuária. Fora 560 agroindústrias legalizadas, a grande maioria dessas empresas caseiras estava na informalidade, podendo ser alvo de interdição por motivos ambientais ou sanitários. Foi nesse meio que começou a atuar em 2011 a SDR, entregue ao comando do deputado federal Ivar Pavan, originário de uma pequena propriedade rural de Aratiba, no norte do RS.
Numa palestra a estudantes e professores da Faculdade de Economia da UFRGS, na noite de 24 de agosto de 2011 (véspera da 34ªExpointer), o secretário Pavan fez um relato assustador sobre a realidade do agro sulino. Começou lembrando que 54% dos rapazes e 74% das moças do Sul não queriam ficar na roça, o que vem criando um problema socioeconômico: quem vai tocar os sítios e fazendas do futuro se a sucessão familiar for desfalcada pela evasão dos jovens rurais? Na última década antes do último censo, 287 mil pessoas deixaram o campo, onde vivem apenas 1,6 milhão de habitantes.
No momento daquela palestra, três anos atrás, havia 135 mil famílias rurais gaúchas cadastradas no Bolsa Família, sintoma da precariedade da vida nas roças. Uma crise, enfim. Era preciso começar trabalhando para elevar a qualidade de vida das famílias rurais, recuperar sua autoestima e inseri-las no mercado de consumo e nas cadeias de produção por meio da qualificação tecnológica.
Um dos estímulos mais fortes se concentrou na produção de leite. Por experiência própria o secretário da SDR sabia que a pecuária leiteira (não só do RS, mas do Brasil) estava aquém das exigências sanitárias estabelecidas em 2002 pela Instrução Normativa nº 62, do Ministério da Agricultura. Era preciso priorizar a melhoria das condições sanitárias dos sítios produtores, muitos deles sem instalações elétricas adequadas para conservar o produto antes da chegada dos caminhões de leite.
O que não se esperava é que, à revelia dos agricultores, algumas cargas estivessem sendo adulteradas por transportadores mancomunados com algumas indústrias lácteas, como comprovaria em 2013 o Ministério Público Federal.
PRONAF, 20 ANOS
Não nasceu com os governos do PT a convicção de que a agricultura familiar precisa do apoio oficial, sem o qual não tem condições de sobreviver ao confronto com o Mercado. Criado em 1994, o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) vem ajudando milhares de famílias a modernizar seus processos e estruturas de produção. Os financiamentos via Pronaf, que começaram em 1994 com juros de 12% ao ano, hoje operam com índice médio de 2%.
A indústria de tratores lançou vários modelos voltados para as atividades das pequenas propriedades. Enquanto a agricultura empresarial mobiliza R$ 160 bilhões por ano, o Pronaf gira R$ 16 bi. Melhorou muito, mas só crédito não basta. Para os dirigentes de entidades como a Fetraf, a questão central para a animação da agrifam é a assistência técnica com foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica.
Para compreender esse conceito, é interessante procurar na 37 ª Expointer a área reservada á Emater-RS, numa das extremidades da banda oeste do parque de Esteio.
É um reduto rústico e acolhedor, com cabanas de madeira e caminhos forrados de cavaco de eucalipto (no ano passado, esse local foi inundado pela cheia de um afluente do rio dos Sinos), onde os técnicos da antiga associação, depois empresa de assistência técnica e extensão rural, dão mostras da existência de um movimento de resistência ecológica contra o furor do agronegócio. Ali tem até um apiário de abelhas nativas.
Numa das cabanas, eles exibem (e vendem) amostras de sementes crioulas de feijão, milho e outras espécies vegetais. São frutos de um esforço de conservação biológica realizado por agricultores jovens e velhos identificados como “guardiães de sementes”. Eles preservam material genético rejeitado pela indústria de sementes híbridas, modificadas e patenteadas.
Pacífica, meio acanhada, é uma resistência que se nutre da convicção de que é preciso preservar a biodiversidade diante dos excessos do agronegócio no uso de processos mecânicos e químicos. Enquanto a agricultura empresarial aposta nos agrotóxicos e nos transgênicos, a agrifam é naturalmente mais cautelosa e amiga da natureza, daí sua maior habilidade e disposição para produzir alimentos orgânicos, isentos de substâncias potencialmente nocivas à saúde humana e animal.
expointer-agricultura-familia
No estande da Emater, é possível perceber também a diferença entre as agriculturas empresarial e familiar. Enquanto esta (em áreas pequenas e médias de até 200/300 hectares) se caracteriza pela busca da subsistência a partir de diversas práticas agrícolas, inclusive trabalhando como prestadora de serviços avulsos à vizinhança – e morando no campo –, a outra (em áreas mais extensas que configuram os latifúndios e as monoculturas) tem como objetivo principal tirar renda da agricultura mediante o emprego das técnicas mais avançadas oferecidas pelo mercado, desde o crédito rural até os vínculos mais ou menos estreitos com fornecedores de insumos e compradores da produção agrícola.
No Rio Grande do Sul, a produção rural incluída “dentro da porteira” representa 10% do Produto Interno Bruto. A soma disso com a “porteira afora”, que abrange o transporte, a armazenagem, o beneficiamento e o comércio, inclusive a exportação, dos produtos agrícolas, pesa de 30% a 40% do PIB. Aí está a força do agronegócio, que a maioria das pessoas identifica com a agricultura empresarial, mais voltada para a exportação.
Na realidade, porém, um agrifam pode ser moderno e não é incomum que um agricultor aparentemente empresarial esteja mergulhado no atraso técnico e praticando violações ao meio ambiente. Na realidade, desde os anos 1970, cerca de metade da produção agrícola brasileira sai da agrifam, que também gera excedentes exportáveis, embora em quantidades pequenas. Por isso ela vem merecendo atenção especial dos governos federal e estadual.
COOPERATIVISMO
Como a metade das propriedades rurais não recebia assistência técnica regular, em 2011 a SDR contratou duas centenas de técnicos da Emater que passaram a trabalhar ancorados em comunidades rurais (antes, a Emater esteve em vias de extinção). Sete equipes de sete especialistas (administrador, advogado, agrônomo, contador, veterinário, sociólogo e mais um técnico) viajam pelo Estado para ajudar na organização e assistência de 200 cooperativas que possuem 46 mil sócios ligados à agrifam.
Algumas cooperativas nasceram há pouco, outras eram antigas com problemas operacionais, mas o trabalho de assistência técnica e promoção social da SDR resgatou o espírito das pioneiras Ascar, cuja história foi mantida a pau e corda pelas Emater. O sistema cooperativo tem mostrado condições de ser uma ponte organizacional entre as bases rurais, os órgãos públicos e as diversas instâncias do mercado. No Rio Grande do Sul, o cooperativismo soma 2,5 milhões de associados.
FLORICULTURA
Não é apenas no pavilhão da agroindústria familiar da Expointer que se pode tomar conhecimento da capacidade de inclusão social da agrifam. Faça-se uma visita ao pavilhão da floricultura e se verá que por trás de tantos vasos e floreiras está uma atividade capaz de empregar oito pessoas por hectare, um índice só alcançado por raras atividades agropecuárias – a olericultura, por exemplo.
Com uma produção de R$ 2 bilhões por ano, a floricultura emprega cerca de 250 mil pessoas no Brasil. O maior produtor é o Estado de São Paulo. Segundo a Associação de Floricultores do Estado, o Rio Grande do Sul é o segundo maior mercado de consumo per capita de flores, superado apenas pelo Distrito Federal.

Massey Ferguson mantém expansão, apesar da queda nas vendas

O diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, anunciou na segunda-feira, 1º, na Expointer, que a empresa líder na venda de tratores chega a Esteio com muito otimismo apensar de registrar queda em torno de 15% nas vendas no primeiro semestre deste ano.
Em 2013 tivermos um ano atípico, quando registramos recorde na venda de máquinas dos últimos 35 ou 40 anos, então sentimos uma a queda significativa nos negócios este ano mas o cenário que traçamos é de expansão e investimentos nas fábricas, diante dos níveis de produtividade crescentes em todos os segmentos”, afirma
A empresa já possui plantas em Canoas, Ibirubá, Santa Rosa e um novo centro de distribuição de peças em Ernestina. Essa descentralização reduz em dois dias o tempo para atender ao produtores. “Nosso objetivo é dar uma assistência técnica diferenciada. Aumentar a conexão com o produtor rural. E crescer com ele. Um dos nossos diferenciais é o suporte para o cliente, a fim de não deixar a máquina parada no campo porque perde tempo e dinheiro. Disponibilizamos um telefone 0800, gratuito, para ficarmos mais perto do produtor, para que ele possa manter contato direto com a fábrica”, informa Eckert.
O diretor de Marketing da AGCO, Alfredo Jobke, lembra que o
agronegócio no Rio Grande do Sul vive um momento bastante favorável, com destaque para a boa reserva hídrica, safra histórica, acima de 30 milhões de toneladas de grãos e as recentes apostas no sistema de integração lavoura-pecuária.
“As boas perspectivas para os próximos meses são impulsionadas pelos benefícios do Plano Safra da Agricultura Familiar, que prevê R$ 24,1 bilhões para médicos e pequenos agricultores investirem na produção de 2014/2015”, destaca.
O agronegócio representa 21% do PIB brasileiro e 40% do PIB gaúcho.
 

Brasil pode colher a maior safra de trigo este ano

Fim de agosto e os técnicos já anunciam a possibilidade de o Brasil colher este ano a maior safra de trigo da história. Ainda faltando três ou quatro semanas para o início da colheita no Paraná, onde o cereal é plantado mais cedo, as estimativas falam de 7,5 milhões de toneladas, uns 40% acima do ano passado.
A confirmar-se a boa safra, que se estende normalmente até novembro no Rio Grande do Sul, que planta mais tarde, o Brasil vai precisar importar “apenas” cerca de 4,5 milhões de toneladas de trigo para atender as necessidades nacionais de consumo de farinha, pão, biscoitos, massas e rações.
A queda das importações também é boa notícia, ainda mais num ano em que a Argentina, tradicional fornecedora de trigo, decidiu racionar as exportações para ajudar no combate à inflação interna. Em 2013, o Brasil importou 7,3 milhões de toneladas, pagando 332 dólares por tonelada, a média mais alta dos últimos cinco anos (a mais baixa foi em 2009, quando o Brasil importou 5,4 milhões de toneladas a 221 dólares a tonelada).
O que poderia ser motivo de festa – garantia de pão barato para a população num ano em que o circo foi derrubado pelo furacão alemão – começa a se tornar uma dor de cabeça para os produtores, que vêem os preços caírem abaixo do valor mínimo garantido pelo governo. A Expointer 2014, a partir de sábado (30/8), pode se tornar o muro de lamentações dos triticultores, pois as cenas se repetem.
Um levantamento da Fecoagro/RS reproduzido no volume Radiografia da Agropecuária Gaúcha, publicado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, mostra que entre 1997 e 2012, apenas em duas safras – 2001/2002 e 2009/2010, os preços mínimos superaram os custos de produção do trigo nacional, cuja cotação segue os valores internacionais, historicamente baixos.
Com o sucesso do trigo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aumentou para 193,5 milhões de toneladas a estimativa da produção nacional de grãos na safra 2013/14. Também um recorde.

Indústria de máquinas vai investir R$ 15 milhões no parque

Por Geraldo Hasse |
Em plena fase final de montagem dos estandes para a 37ª Expointer, que começa neste sábado, circulou ontem no Parque Assis Brasil, em Esteio, uma informação animadora: nos próximos dois anos, a indústria de máquinas agrícolas vai investir R$ 15 milhões em obras de infraestrutura e construções, dentro do acordo de parceria público-privada com a Secretaria da Agricultura.
O dado foi recebido pela direção do parque como sinal de que caminha muito bem o projeto de mudança na forma de gestão do principal espaço de eventos agropecuários do Estado. Este ano, o Sindicato da Indústria de Máquinas (Simers) paga à Expointer R$ 40 por metro quadrado usado para exposição de tratores e implementos agrícolas. A partir do próximo ano, os valores do negócio serão diferentes, mas “bons para as duas partes”, ressalva Adeli Sell, o administrador do espaço.
Além da notícia acima, há outros sinais no ar. Ainda que no lançamento da Expointer 2014, em 5 de agosto, os dirigentes do setor de máquinas agrícolas tenham manifestado grande cautela quanto à possibilidade de se repetir o recorde de 2013, quando foram encaminhados negócios de R$ 3,2 bilhões, este ano a área de exposição é maior do que no ano passado. Além disso, há vários lançamentos de tratores para a agricultura familiar, de plantadeiras e de colheitadeiras de grãos.
São máquinas que podem ser compradas pelo sistema de crédito rural a juros abaixo da inflação, com carência para o início do pagamento em até dez anos. Como este ano as safras foram boas e os preços satisfatórios em praticamente todos os ramos agropecuários, os produtores podem ir além das expectativas iniciais. Sem tirar os pés do chão, alguns são bem capazes de “fazer uma loucura” diante de um trator novo com sua esteira de implementos.
NEW HOLLAND
Uma das “loucuras” da Expointer vem de Contagem, MG: a New Holland Construction anuncia uma operação especial para vender em Esteio a retroescavadeira B90B pelo sistema de consórcio. Pode emplacar: estimativas feitas em 2013 indicam que, no caso da aquisição de um carro popular, o consórcio é 30% mais barato do que os financiamentos vigentes no mercado bancário.

Retroescavadeira em campo / Foto Divulgação
Retroescavadeira em campo / Foto Divulgação

Capaz de fazer açudes, curvas de nível e valas de drenagem, a B90B é a máquina mais vendida da New Holland mineira, que vem encontrando no setor rural do Rio Grande do Sul um mercado bastante ativo. Daí a decisão de abrir um plano de consórcio para que os agricultores possam comprar a retro em 72 meses pagando R$ 2 036,77 mensais, sem entrada nem juros, como é praxe no sistema de consórcio, no qual o objeto de desejo pode ser obtido por sorteio mensal ou por lance em dinheiro.
A NHConstruction marcou para 9 de setembro a primeira assembléia do consórcio da retro. Se o plano de vendas for realizado, serão sorteados 20 máquinas por mês, totalizando 100 até o final do ano. O que parece uma liquidação de estoque poderá ser tomado também como um indicador da liquidez dos agricultores gaúchos.
Outra retroescavadeira na Expointer será a CASE, presente em Esteio pelo sétimo ano consecutivo, em parceria com a concessionária J. Malucelli. Um release da empresa (pertencente ao grupo New Holland) informa que a participação do agronegócio nas vendas das máquinas de construção da CASE subiu para 70% do total desde que, nos últimos dois anos, se desaceleraram as compras de empresas de construção civil e infraestrutura. As retroescavadeiras são muito usadas em lavouras de arroz irrigado.

Farsul vai desossar 40 carcaças na “vitrine da carne”

Pelo sexto ano consecutivo a Farsul vai realizar no pavilhão internacional da Expointer 2014 a Vitrine da Carne Gaúcha, demonstração de desossa de bovinos, bubalinos, ovinos e suínos que costuma ser seguida de sessões de degustação abertas ao público assistente. São 40 “aulas” de desossa das melhores carnes gaúchas que começam no dia 30 de agosto (sábado) às 10h30 e terminam às 16h30 do dia 6 de setembro (sábado).
Coordenada pela assessor técnico da Farsul, Luiz Alberto Pitta Pinheiro, a Vitrine da Carne Gaúcha foi realizada pela primeira vez na edição de 2009 com o objetivo de mostrar que a carne de qualidade é resultado de um processo que começa no campo e depende de cuidados agronômicos (bons pastos) e veterinários (sanidade animal). Participam da vitrine, técnicos das associações de criadores das raças angus, braford, brangus, devon, hereford, simental e zebu, além da Cooperbúfalo, Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) e Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs).
A parceria entre a Farsul, o Senar-RS e o Sebrae/RS põe dentro da vitrine o consultor de carnes Marcelo Bolinha, que vai fazendo os cortes, explicando de onde saem o filé, a picanha, a alcatra e outras partes dos traseiros e dianteiros. Do lado de fora, separado por um vidro, o público acompanha o espetáculo. Da sala de desossa, uma prova dos cortes é preparada pela chef Fernanda Moreira em uma cozinha contígua. Os diversos pratos são finalmente levados ao público, sustentando uma “boca livre” bastante concorrida mas pouco farta, pois o evento é antes de tudo educativo.