Memória da Imprensa – Coojornal em cartaz

É hoje o lançamento do livro Coojornal – um jornal de jornalistas sob o regime militar, a partir das 19 horas, na Assembléia Legislativa. Editado pela Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre de 1975 a 1982, o Coojornal teve destaque nacional pela qualidade editorial e pelo compromisso com a verdade.
O Projeto Coojornal, da Libretos, pretende resgatar a memória do mensário que retratou a realidade brasileira, com coragem, num período de ditadura militar. Além do livro que reproduz 33 reportagens selecionadas, o projeto inclui um documentário em DVD, exposição de capas e debate. No futuro, serão digitalizadas todas as edições do Coojornal.
Logo após a exibição do documentário, será aberta no vestíbulo nobre do Teatro Dante Barone uma exposição de capas do Coojornal e sessão de autógrafos do livro.
Amanhã, também às 19h no Teatro Dante Barone, o documentário será reapresentado antes de começar o debate com a presença de jornalistas que fizeram jornal, como Elmar Bones (que foi o editor do Coojornal e hoje comanda o Jornal JÁ), Jorge Polydoro (Revista Amanhã), José Antonio Vieira da Cunha (do site Coletiva), Ayrton Centeno e Rafael Guimaraens. O programa terá atividade complementar para universitários, que receberão certificado de participação.
A programação:
9 de junho: 19 horas – apresentação do documentário; 20 horas – lançamento do livro com sessão de autógrafos
10 de junho: 19 horas – apresentação do documentário; 20 horas debate
9 a 17 de junho: exposição de capas no vestíbulo nobre Erico Veríssimo do Teatro Dante Barone da Assembléia Legislativa
Serviço:
Livro: Coojornal – um jornal de jornalistas sob o regime militar
Organizadores: Rafael Guimaraens, Ayrton Centeno e Elmar Bones
Editora: Libretos
Número de Páginas: 272 páginas
ISBN: 978-85-88412-48-4
Preço de capa: R$ 40,00
Ano: 2011
Patrocínio: Petrobras e Caixa Econômica Federal
Documentário: Coojornal – um jornal de jornalistas sob o regime militar
Roteirista: Ayrton Centeno
Direção: Carlos Carmo
Produção: Manga Rosa
Duração: 1 hora
Extra: Evento-reportagem
Depoimentos: Elmar Bones, José Vieira da Cunha, Jorge Polydoro, Rafael Guimaraens, Ayrton Centeno, Edgar Vasques, José Guaraci Fraga, Juarez Fonseca, Eduardo Bueno, Marco Túlio de Rose, Jacqueline Joner e outros.
Página do projeto: www.coojornal.com.br

JÁ VOLTAMOS

Retomamos nossas atividades, depois de um breve período (desde dia 23/12) de férias coletivas. Merecíamos.
Em 2010 chegou ao extremo um processo que há sete anos causa enormes transtornos a nossa editora, especialmente por suas implicações políticas.
Chegamos ao ponto, depois de ter uma intervenção financeira na empresa, de ter neste ano que passou um bloqueio on line das contas pessoais dos sócios da Já Editores, para garantir o pagamento de uma indenização à familia de Lindomar Rigotto.
O assunto é de domínio público e está disponível com todos os detalhes em nosso site.
Por conta disso, tivemos então o pior ano em 25 anos de existência do jornal JÁ, com a suspensão da circulação do jornal, desde novembro de 2009.
Mas 2010 foi também um ano de muito aprendizado e de renovação da nossa confiança na democracia e na consciência cidadã.
Com o apoio dos amigos, colaboradores e forncedores conseguimos manter as atividades essenciais da empresa – o nosso portal de notícias, a edição comunitária do JÁ Bom Fim e a nossa editora de livros, ainda que com apenas um lançamento no ano passado.
Centenas de sites e blogs
Dois vigorosos artigos do jornalista Luiz Cláudio Cunha publicados no Observatório da Imprensa deram divulgação nacional ao processo iníquo que nos atinge.
Replicados em centenas de sites e blogs – de Luiz Nassif a Carlinhos Brickmann, de Luiz Humberto a Ricardo Noblat e Paulo Henrique Amorim – os artigos provocaram uma verdadeira avalanche de apoios e manifestações de solidariedade ao JÁ.
Uma das consequências disso foi o movimento “Resistência JÁ”, criado em setembro numa reunião na Associação Riograndense de Imprensa, com a presença de mais de meia centena de jornalistas e representantes de movimentos sociais e comunitários.
Logo em seguida, em evento na Assembléia Legislatia do Estado, com presença de políticos e lideranças, formalizou o movimento e apontou algumas iniciativas, entre elas uma campanha de assinaturas que possibilitaria a retomada do jornal.
Iniciada durante a Feira do Livro de Porto Alegre, a campanha será agora intensificada para culminar com o relançamento do jornal ainda em janeiro.
Estamos também preparando a retomada dos nossos projetos editoriais, com pelo menos cinco lançamentos previstos para este ano.
Enfim, estamos com muita confiança neste 2011. Contamos com o apoio de todos. (Elmar Bones)

JÁ Editores anima a fronteira

O jornalista Elmar Bones, editor do Jornal JÁ, fez palestra ontem  à noite em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai.
às 17h30 deste sábado, o psicanalista João Gomes Mariante fala do livro “Três no Divã”, no qual analisa a personalidade de três líderes políticos históricos: Getúlio Vargas, Oswaldo Aranha e Flores da Cunha.
O encontro será no Núcleo de Estudos Fronteiriços, na Praça da Matriz.
Os eventos integram a programação da I Feira Binacional do Livro em Santana do Livramento.

Resistência JÁ! Que resistência é essa?

No primeiro encontro, arregimentadas pela internet, 38 pessoas comprareceram à sete da ARI no dia 11 de setembro, um sábado chuvoso.
Todos haviam lido os artigos do Luiz Cláudio Cunha no Observatório da Imprensa, estavam a par dos fatos narrados no site do JÁ sobre o processo que, em seus desdobramentos políticos, vem estrangulando o jornal. Queriam saber o que fazer.
Primeira conclusão que surgiu das mais de duas horas de discussões: o caso do JÁ pode ser o mais grave, o mais evidente, mas não é isolado.
Ele se insere num contexto que condena à inanição qualquer tentativa de jornalismo independente, fora do discurso das corporações.
Esse processo envolve desde o controle das verbas, dos canais de distribuição, a conivência dos governos, até a insensibilidade do judiciário em relação aos pequenos veículos independentes.
Para estes não valem os “sagrados direitos de liberdade de expressão” e de “liberdade de imprensa”, pelos quais a Associação Nacional dos Jornais se mantém sempre tão vigilante.
Estas foram as questões que levaram à criação do “Resistência JÁ”, um movimento para impedir a falência do jornal e também fazer essa discussão mais ampla, com base no conceito do direito à informação. Foi formado um Comitê Executivo para estabelecer e coordenar uma pauta de ações.
A primeira ação externa foi o evento do dia 8 de outubro na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Os chargistas da Grafar fizeram uma exposição de cartuns em solidariedade ao movimento.
Também foi montada uma exposição dos 25 anos do JÁ e distribuido um “número zero” anunciando o relançamento do jornal no fim de outubro. A necessidade de se construir alternativas à mídia convencional, foi o ponto comum nas manifestações.
Apesar de ser uma sexta-feira, véspera de feriadão, 80 pessoas assinaram o livro de presença e as duas principais entidades de representação dos jornalistas gaúchos – Associação Riograndense de Imprensa e Sindicato dos Jornalistas – manifestaram seu apoio ao movimento através de seus presidentes, Ercy Pereira Torma e José Nunes.
Também manifestaram apoio as seguintes entidades: ARI, AJURIS, IAB, OAB, AGAPAN, Amigos da Gonçalo de Carvalho, ACJM/RS, Movimento Defenda a Orla, SINDJORS, FENAJ, SindBancários, CUT/RS, Força Sindical, Federação das Mulheres Gaúchas, Sindicato dos Servidores Públicos Federais – Sindiserf/RS, Grafar.

"A cidadania precisa de informação para se organizar"

Ato público apoia jornal JÁ

O Comitê Resistência JÁ promoveu na sexta-feira, 8, o Ato público pelo direito à informação e 25 anos do Jornal, que reuniu cerca de 100 pessoas no vestíbulo do Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa. Foi o primeiro de uma série de atos planejados pelo Movimento Resistência JÁ, instituído um mês atrás, para dar visibilidade à crise que ameaça a sobrevivência do jornal, promover sua sustentabilidade e ao mesmo tempo discutir o direito da cidadania à informação. Com a presença do presidente da Associação Riograndense de Imprensa, Ercy Torma, do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, e de apoiadores, o ato mostrou uma exposição de capas históricas do jornal e de livros editados pela empresa. Um varal expôs charges sobre o JÁ, de integrantes da Grafar (Grafistas Associados do Rio Grande do Sul).
A crise do JÁ agravou-se recentemente, quando, depois de intervir financeiramente no jornal, uma decisão judicial bloqueou os bens pessoais de seus diretores. As medidas judiciais visam garantir o pagamento de indenização por dano moral à família do ex-governador Germano Rigotto, pela repercussão de matéria publicada em 2001. O jornal foi absolvido no processo crime por injúria, mas condenado num segundo processo por dano moral. A ação é movida pela mãe do ex-governador, Julieta Rigotto.
O Movimento protesta contra a pressão financeira que sufoca o jornal, mas quer discutir principalmente o direito da população a ser informada por diferentes fontes de informação, numa pluralidade democrática. “O sentido é chamar a atenção para a situação do JÁ, que não é única”, disse Elmar Bones, diretor do jornal. “Minha tese é que existe um déficit de informação sobre o que realmente acontece. A comunicação é muito concentrada em poucos grupos e pauta muito limitada, que não dá conta das necessidades de informação da sociedade”. Ele disse também que há um ambiente hostil a pequenos projetos, como o do JÁ. “Os jornais de bairro crescem em todos os lugares, não em Porto Alegre. Aqui, eles já foram quase 50. Hoje, são menos que 20”. As verbas publicitárias são concentradas nas grandes corporações e não há espaço para os pequenos projetos. Bones defende a existência de políticas públicas capazes de incentivar os pequenos projetos. “A sociedade precisa de informação para se organizar, buscar seus interesses e resolver seus problemas coletivamente”, disse ele. ‘É precisão construir alternativoas”.
O movimento fará exposições e atos públicos em diversos locais e planeja um show musical. Apoiam o Resistência JÁ as entidades ARI, Ajuris, IAB, Agapan, Amigos da Gonçalo de Carvalho, ACJM/RS, Movimento Defenda a Orla, Sinjors, Fenaj, SindBancários, CUT/RS, Força Sindical, Federação das Mulheres Gaúchas, Sindserf, Grafar, Sindsepe e Grupo Trilho de Teatro Popular. (Adélia Porto Silva, jornalista, colaboradora do Sul21)

Exposição de charges em solidariedade ao JÁ


O jornal JÁ completa 25 anos em outubro e começa as comemorações com ato público pelo direito à informação na Assembleia Legislativa. Neste sexta feira, 8, partir das 19 horas.
Os mais importantes chargistas gaúchos participam do evento, com trabalhos sobre a liberdade de expressão e o direito à informação.
Entre eles, Santiago, Canini, Eugênio Neves, Moa, Bier, Louzada, Kaiser, Jô… A partir das 19 horas, no vestíbulo do teatro da Assembléia Legislativa.
O evento é promovido pelo movimento Resistência JÁ, criado no dia 11 de setembro último, quando quase 50 jornalistas, líderes comunitários, pequenos empresários, reuniram-se na sede da Associação Riograndense de Imprensa para discutir a situação do jornal JÁ, ameaçado por pressões políticas.
Como iniciativa do movimento, o jornalista Elmar Bones, editor do JÁ, ocupou a Tribuna Popular, na Câmara Municipal de Porto Alegre de Vereadores, para falar da importância dos jornais de bairro e dos movimentos comunitários.
Doze vereadores manifestaram-se em seguida, referendando a importância do tema. E a Mesa decidiu marcar uma sessão temática sobre as relações do poder público com o assunto.
O movimento “Resistência JÁ” propõe um debate sobre o “direito à informação”, inscrito na Constituição, mas relegado na prática.
* * *
Ato público pelo direito à informação
e 25 anos do Jornal JÁ
Exposição de material histórico do jornal
Exposição de charges de Santiago, Canini, Eugênio Neves,
Kaiser, Bier, Moa e outros
6a-feira, 8 de outubro de 2010, 19 horas
Teatro Dante Barone, Assembléia Legislativa do RS
Apoio: ARI, AJURIS, IAB, OAB, AGAPAN, Amigos da Gonçalo de Carvalho, ACJM/RS, Movimento Defenda a Orla, SINDJORS, FENAJ, SindBancários, CUT/RS, Força Sindical, Federação das Mulheres Gaúchas, Sindicato dos Servidores Públicos Federais – Sindiserf/RS, Grafar.
Para ler o artigo do jornalista Luiz Cláudio Cunha, publicado no Observário  de Imprensa, que chamou a atenção para o caso em todo o caso em todo o Brasil: http://migre.me/1tIJ3
Para ler a entrevista do editor do JÁ, Elmar Bones, publicada por Paulo Henrique Amorim no seu blog Conversa Afiada:
https://www.jornalja.com.br/2010/08/31/7287/

Cala a boca, jornalista

Texto de Carlos Brickmann, publicado no Observatório da Imprensa
Cala a boca, jornalista!
O título é copiado de um livro de Fernando Jorge – e bem copiado, já que o tema é o mesmo. Trata-se, aqui, da tentativa de destruir o trabalho de um profissional de primeira categoria, Elmar Bones, que edita o jornal JÁ, de Porto Alegre.
A briga é feia: primeiro, porque o adversário de Bones é o político Germano Rigotto, ex-governador do Estado, candidato ao Senado pelo PMDB gaúcho, e que ainda por cima se oculta por traz de sua mãe, Julieta Rigotto, uma senhora de 89 anos.
O Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, numa reunião realizada pela internet, decidiu “não opinar” no caso que envolve um jornalista e um político. Motivo: “Evitar qualquer conotação político-eleitoral”.
Para usar o mesmo critério, não se deveria sequer noticiar o Bolsa Família de Erenice Guerra. Elmar Bones está só – mas já está acostumado. Nos idos da ditadura, com seu excelente Coojornal, estava sozinho, como hoje, contando apenas, também como hoje, com o apoio de quem gosta da boa imprensa.
O caso é antigo. Em 2001, o JÁ publicou reportagem sobre o envolvimento de Lindomar Rigotto, irmão de Germano, numa licitação que gerou CPI. “De tudo o que se apurou”, diz o relatório da CPI, “tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto”.
A reportagem do JÁ, baseada na CPI e nas investigações do Ministério Público, ganhou o Prêmio Esso regional, o Prêmio ARI, da Associação Riograndense de Imprensa. Valeu-lhe o processo. E, como todos sabem que Bones não é rico, este foi o caminho escolhido pela família Rigotto: bloquear seus bens, prolongar ao máximo o processo, para aumentar suas despesas e sufocá-lo.
Talvez não dê certo: a juíza Fabiana Zilles, da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública de Porto Alegre, deu o caso por concluso, o que significa que falta apenas a sentença. E a manutenção do processo até agora pode-se revelar um erro fatal de Rigotto: Ana Amélia Lemos, jornalista competente e simpática que se transformou em candidata, deve ser eleita para o Senado. Rigotto seria o segundo nome.
Mas, com o escândalo estourando, pode perder o posto para Paulo Paim, do PT, que ganharia a reeleição quase de graça.
Sobre o caso, ver, neste Observatório, O jornal que ousou contar a verdadeComo calar e intimidar a imprensaDesculpa para calar a opinião.

Tribuna Popular sobre jornais de bairro hoje na Câmara

Nesta segunda, 27, haverá uma “Tribuna Popular” na Câmara Municipal de Porto Alegre que terá como tema: a importância dos Jornais de bairros (e mídia alternativa) nas questões da cidadania da cidade.
A “Tribuna Popular” foi solicitada pelo “Amigos da Gonçalo de Carvalho” e o orador será o “Amigo da Gonçalo” e jornalista Elmar Bones, editor do jornal JÁ.
Por favor, compareçam e prestigiem aquela importante parcela da mídia que normalmente é a única que nos dá voz!
Local: Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre
Data: 27 de setembro de 2010
Horário: 13h 45min

Clube de opinião não opina sobre caso Rigotto

Por Luiz Cláudio Cunha
O respeitado Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, que reúne duas dezenas dos mais importantes colunistas e blogueiros do Estado, tomou uma grave decisão na semana passada. Por escassa maioria, numa reunião virtual feita pela internet, o Clube de Opinião decidiu “não opinar” sobre o inclemente processo que a família do ex-governador gaúcho Germano Rigotto move contra um pequeno jornal de Porto Alegre, o JÁ.
O respeitado Clube de Editores e Jornalistas de Opinião do Rio Grande do Sul, que reúne duas dezenas dos mais importantes colunistas e blogueiros do Estado, tomou uma grave decisão na semana passada. Por escassa maioria, numa reunião virtual feita pela internet, o Clube de Opinião decidiu “não opinar” sobre o inclemente processo que a família do ex-governador gaúcho Germano Rigotto move contra um pequeno jornal de Porto Alegre, o JÁ.
A ação judicial, que completa dez anos, está matando financeiramente o jornal de cinco mil exemplares editado há 25 anos pelo jornalista Elmar Bones, que em agosto passado teve suas contas pessoais bloqueadas pelos advogados dos Rigotto.
A valente opção não opinativa do Clube de Opinião teve uma bela desculpa: “evitar qualquer conotação política-eleitoral” antes do pleito de 3 de outubro, já que Germano Rigotto é candidato ao Senado pelo PMDB gaúcho. Num sereno, mas contundente editorial publicado no domingo (19) no site do jornal e reproduzido neste OI, Elmar Bones respondeu, batendo no osso da questão:
“Pode ser uma maneira cômoda de contornar uma situação espinhosa, mas essa interpretação não encontra base nos fatos e contraria a lógica da democracia. O processo eleitoral, que exige verdade e cobra opinião do eleitor, não pode ser usado como pretexto para a omissão, o silêncio e a desinformação”.
Bones, que como Groucho não é sócio do clube, poderia usar o raciocínio que o comediante Marx usava para definir “inteligência militar”: “Clube de Opinião sem opinião é uma contradição em termos”. A infeliz decisão da entidade gaúcha carteliza e uniformiza, por baixo, o que deveria ser livre e múltiplo: o pensamento.
É o fundo do poço de uma incômoda questão que constrange, envergonha e deprime a imprensa do Rio Grande do Sul, um celeiro de bravos profissionais que iluminaram o jornalismo brasileiro nos momentos mais duros de sua história, quando era necessária muita opinião, muita coragem, muita resistência. Elmar Bones é um sobrevivente daqueles tempos, quando então comandava o CooJornal, uma das legendas da valente imprensa nanica que afrontava os generais da ditadura de 1964.
A omissão
A candente questão que o clube gaúcho tangencia é que o JÁ não está sendo punido por sua opinião, mas pela embaraçosa informação que publicou em 2001: o envolvimento de Lindomar Rigotto numa licitação fraudulenta na CEEE, a estatal de energia elétrica. Enxertado na diretoria financeira pelo irmão Germano, então o poderoso líder do governo do PMDB na Assembléia Legislativa, o mano Lindomar fez uma mistureba financeira tão grande que acabou sendo o personagem central de um CPI que indiciou ele, outras onze pessoas e onze empresas.
O cabeça da quadrilha, que montou a operação na CEEE, era o irmão menos famoso de Rigotto, segundo o relatório final da CPI: “De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto”, escreveu corajosamente o relator e deputado Pepe Vargas (PT), apesar de ser primo de Lindomar e Germano.
Essa era a reportagem de capa que o JÁ publicou há dez anos, sob o título “Caso Rigotto – um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas”. Não tinha nada de opinião. Era pura informação, matéria prima do bom jornalismo, baseado em peças do Ministério Público e nos autos da CPI, agregando detalhes sobre a vida turbulenta de Lindomar, que acabou assassinado por assaltantes de sua casa noturna, no litoral gaúcho, em 1999.
A matéria do jornal arrebatou em 2001 os principais troféus de jornalismo do sul do país – o Esso Regional e o ARI, da Associação Riograndense de Imprensa. E acabou premiada, também, com o processo da família Rigotto.
O Clube de Opinião achou por bem não opinar nada sobre este vergonhoso, continuado ataque ao primado da liberdade de expressão no país. Se levassem a sério seu pretexto para este mutismo – “evitar qualquer conotação político-eleitoral” –, os bravos formadores de opinião do Rio Grande do Sul deveriam se esquivar de gastar tinta e tempo com assuntos constrangedores como a bolsa-família da ex-ministra Erenice Guerra, que empregou a parentada em órgãos públicos e tinha no coração do governo Lula um filho tão empreendedor quanto o irmão de Germano Rigotto.
A intermediação de Israel Guerra, conforme a capa da revista Veja da semana passada, arrumou para um empresário aflito um contrato camarada de R$ 84 milhões nas entranhas dos Correios. A lambança de Lindomar Rigotto, segundo a manchete do JÁ, lesou os cofres públicos gaúchos, em valores corrigidos, numa soma dez vezes maior: R$ 840 milhões, a maior fraude da história do Rio Grande.
A contradição
Se tivesse o mesmo comportamento caridoso que hoje oferta ao candidato Germano Rigotto, que imagina preservar, o Clube de Opinião deveria se esquivar também de falar sobre os fatos constrangedores que já demitiram quatro funcionários da Casa Civil de Lula e provocam evidentes embaraços na candidata Dilma Rousseff. É um escândalo de forte conotação política, e supostamente eleitoral, tanto quanto a ação que garroteia o jornal de Elmar Bones.
Apesar dessa contradição, nenhum dos bravos sócios do clube deixa de bater na Erenice, criatura criada por Dilma, que agora diz não ter nada a ver com isso: “Eu não posso responder por ela”, esquiva-se a petista. Aliás, a mesma desculpa de Rigotto, que alega não ter nada a ver com a perseguição ao JÁ: “Eu desconheço o processo contra o JÁ. Isso é coisa da minha mãe”, fantasia Germano.
Dona Julieta Rigotto tem 89 anos.
Um dos mais ferozes membros do Clube de Opinião gaúcho é Políbio Braga, dono do blog mais influente e acessado do sul do país, com quase 100 mil assinantes. Militante estudantil de esquerda no início dos anos 1960 em Santa Catarina, foi diretor da Folha Catarinense, do Partido Comunista, onde era apenas simpatizante, não filiado. Chegou a ser presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), na época em que José Serra presidia a União Nacional dos Estudantes (UNE). Depois do golpe de 1964 foi preso pela ditadura uma dúzia de vezes e, na mais longa delas, cumpriu seis meses de pena no antigo presídio do Ahú, um bairro de Curitiba.
No comando de seu blog, hoje, Políbio é contundente, bem informado e impiedoso, principalmente com tudo que acontece no turbulento entorno da Casa Civil e da candidata petista à presidência da República. Quando Veja explodiu nas bancas no sábado (11/9), Políbio festejou: “Estoura escândalo maior do que o Mensalão no Governo Lula”, era a manchete do blog.
Sobre o escândalo do irmão de Rigotto, matematicamente dez vezes maior do que o do filho de Erenice, quinze vezes mais estrondoso que a quadrilha dos 40 do mensalão chefiada por José Dirceu, Políbio não ousou escrever uma única linha, muito menos dar sua retumbante opinião. No fim de agosto, o Observatório da Imprensa abordou, pela segunda vez, a saga do JÁ e de Elmar Bones, num texto (“Como calar e intimidar a imprensa“) que teve larga repercussão na internet – e nenhuma no ágil e abrangente blog de Políbio Braga.
O rabo
Autor desse texto, liguei várias vezes pedindo que Políbio abrisse espaço para o tema Rigotto vs. JÁ, confiando no belo lema que seu blog desfralda: “De rabo preso com a notícia”. Cansado de minha cobrança, Políbio acabou admitindo:
“Sobre este caso, devo te dizer que adotei uma linha de ‘rabo preso’ com meus amigos, que não são muitos, mas que prezo demais. Um deles é o Rigotto. Ao longo dos últimos 10 anos, tenho conversado com ele a toda hora, temos almoçado juntos, ele é fonte que consulto a todo momento, vou votar nele e também toda a minha família e os amigos que têm razões para fazer isto”.
Assim, descobri consternado que o Políbio eleitor prevaleceu sobre o Políbio jornalista e o seu festejado blog, além da notícia, tinha o rabo irremediavelmente preso a Germano Rigotto.
É justo esclarecer que Políbio Braga e seus colegas de clube não estão sozinhos neste vasto e silencioso constrangimento. Nenhum grande órgão da imprensa gaúcha se atreveu a mencionar o caso do JÁ e seus escandalosos antecedentes, de forte “conotação político-eleitoral” e um evidente poder letal sobre a boa imagem de Rigotto, que tem um chamativo coração vermelho como símbolo de sua campanha ao Senado.
Na RBS, a maior rede regional de comunicação da América Latina (Zero Hora, o maior do estado, e mais sete jornais, 21 emissoras de TV, 24 de rádio e sete portais de internet), o assunto passa batido pela pauta diária do conglomerado de mídia. Rigotto, sempre que pode, lembra aos amigos que tem uma relação especial de amizade com Nelson Sirotski, o diretor-presidente do grupo. O mesmo acontece no segundo maior grupo do estado, a Record, onde se destacam o Correio do Povo e a rádio Guaíba, hoje sob controle da Igreja Universal.
Na sexta-feira (10/9), aconteceu algo inesperado: o colunista do jornal e âncora da rádio Juremir Machado da Silva abriu corajosamente espaço no seu programa de uma hora, a partir das 13h, para ouvir Elmar Bones ao vivo no estúdio da rádio Guaíba. Juremir foi o primeiro nome importante do jornalismo sulista e a Guaíba o primeiro grande veículo da imprensa gaúcha que conseguiu quebrar o bloqueio de silêncio e abrir espaço para a saga do JÁ.
Quando veio o primeiro intervalo do programa, um esbaforido executivo da área comercial irrompeu no estúdio para implorar ao entrevistador e a seu convidado: “Pelo amor de Deus, não misturem esta entrevista com a campanha eleitoral do Rigotto! O homem ‘é assim’ com o nosso presidente!”.
O pastor Natal Furucho, o presidente da Record no sul do país, seria mais um chefão da mídia que “é assim” com Germano Rigotto, o que explicaria o estrondoso silêncio midiático que envolve suas desditas.
O sumiço
Na quinta-feira (9/9), um dia antes da inédita entrevista na Guaíba, a história do JÁ ressuscitou no jornal O Sul, de Porto Alegre. Não era nenhuma ousadia da casa, mas a nota de abertura da coluna de Cláudio Humberto, um profissional que Políbio Braga inveja como um “respeitado e bem informado jornalista” e que é reproduzido em outros 36 jornais do país, além d’O Sul. Furando toda a imprensa gaúcha, o colunista de Brasília informava: “Bomba política explode no colo de Rigotto”.
Era a notícia de que, após 15 anos sob um inacreditável “segredo de justiça”, a juíza Fabiana Zilles, da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública, em Porto Alegre, dera por “concluso” o caso da roubalheira da CEEE. Ou seja, falta agora apenas a sentença da juíza sobre a maior fraude gaúcha, que atinge diretamente o mano esperto que Germano Rigotto plantou na estatal.
A coluna de Cláudio Humberto é publicada simultaneamente nos três jornais do Grupo NH, que domina a rica região do Vale do Rio dos Sinos, em Novo Hamburgo, Canoas e São Leopoldo, no entorno da região metropolitana de Porto Alegre. Apesar disso, estranhamente, a nota daquele dia que brilhava n’O Sul desapareceu num passe de mágica dos jornais do NH.
O dono do grupo é Mário Gusmão, um dos dois brasileiros que integra a Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da poderosa Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol). O outro brasileiro é Gustavo Ick, também do jornal NH do mágico Gusmão. A comissão da SIP, como o Clube de Opinião gaúcho, jamais opinou ou sequer colocou em pauta o caso do JÁ.
No dia seguinte, na mesma sexta-feira em que Elmar falava na Guaíba, o blog de Políbio Braga no mesmo O Sul replicava com uma manchete forte: “Jogo pesado mira candidatura de Rigotto”. Citava a própria nota de véspera de Cláudio Humberto, que ele classificou como “oblíqua”, e condenava o “saco de maldades” contra o PMDB supostamente aberto pelo “resgate do caso do jornal JÁ, acionado em juízo pela mãe de Rigotto, ofendida com reportagens sobre o filho morto, Lindomar”.
E mais não disse. Parecia uma mera travessura de um jornaleco irresponsável, enxovalhando a memória de um jovem desafortunado. Políbio esqueceu de fazer a conexão natural dos fatos que qualquer jornalista com o rabo preso com a notícia, só com a notícia, deveria fazer.
A resposta
O “resgate do caso do JÁ” foi engenho e bravura deste Observatório, o primeiro a contar os bastidores da ação dos Rigotto contra Elmar Bones (ver “O jornal que ousou contar a verdade“, 24/11/2009, e “Como calar e intimidar a imprensa“, 31/8/2010), assinados por este jornalista.
O simples, inegável e transparente relato da saga do jornal e de seu editor, premiado pela reportagem e processado pela família do morto, virou “jogo sujo” na estranha interpretação do blogueiro Políbio Braga. Se não tivesse o rabo preso com o seu amigo Rigotto, ele poderia beber na fonte do límpido editorial que Elmar Bones publicou no site do jornal.
Ali está claro que o caso do JÁ, engavetado desde julho de 2007, foi desarquivado em fevereiro de 2007 não pelo réu Elmar Bones, mas pelos advogados da própria família Rigotto. O saco de maldades, portanto, foi escancarado por quem, agora, teme sua repercussão político-eleitoral.
Definhando financeiramente, o JÁ teve em 2006 a altivez de recusar uma milionária oferta de um partido adversário do então governador Germano Rigotto, que se preparava para tentar a reeleição.
A proposta era reimprimir 100 mil exemplares da edição maldita de 2001, contando os deslizes contábeis do irmão de Rigotto na CEEE, e espalhar a bomba pelo Rio Grande do Sul. A digna resposta de Elmar Bones, ao recusar a oferta, só cabe na cabeça de um jornalista que não tem rabo preso: “Nosso jornal não é instrumento político de ninguém”, ensinou o editor do JÁ, encerrando a conversa.
Os artigos pioneiros do Observatório ecoaram fundo nas redações dos principais jornais gaúchos – Zero Hora, Correio do Povo, Jornal do Comércio, O Sul –, evidência de que os bons repórteres e editores do sul continuam atentos e inquietos, todos eles constrangidos com o silêncio que vem de cima.
Em telefonemas e e-mails enviados diretamente a este jornalista, que assina aqueles e este texto, uns e outros se mostram solidários a Bones, conscientes do crime que se comete contra a liberdade de expressão e absolutamente impotentes para executar ou simplesmente sugerir esta pauta obrigatória. “Os textos do Observatório constituem uma paulada em nossas consciências amorfas”, me disse um deles, em tom emocionado e sofrido.
Apesar de ser de conhecimento público o nome da juíza, o endereço do tribunal e o número do processo do caso da CEEE, nenhum repórter teve a iniciativa de apurar esta história, como mandam as regras elementares do bom jornalismo, amarrado apenas pela busca da verdade e do interesse público.
A fresta
Apesar das dificuldades, aos poucos o espírito guerreiro de Elmar Bones se afirma e se impõe, furando a bolha de silêncio, como aconteceu com o pioneiro Juremir, na Guaíba. O Estado de S.Paulo publicou uma matéria (11/9), enquanto notas esclarecedoras brotam em blogs influentes e solidários, como os de Carlos Brickmann, Cláudio Humberto e Ricardo Noblat.
Dias atrás, o blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, abriu espaço para um inédito pingue-pongue com Elmar Bones, de enorme repercussão na internet pela história que parecia novidade, mas que já tem dez anos de agonia e resistência. Inédito, no caso, era a disposição do repórter de ouvir o réu de uma das mais longas ações da justiça contra a liberdade de expressão.
Parece improvável que Germano Rigotto e seus amigos consigam estancar o vazamento crescente de uma epopéia que não pode ser silenciada, não deve ser escondida e não pode ser tolerada.
A verdade flui sempre pelas frestas cada vez mais largas de um sistema multimídia que confronta a mentira e desafia o silêncio – e torna caricata a figura anacrônica do “jornalista com rabo preso”. Na eleição de 2006, um pequeno instituto de pesquisas de Porto Alegre, o Methodus, desafiou o ridículo ao apostar na vitória do azarão Yeda Crusius contra os favoritos Germano Rigotto e Olívio Dutra.
Deu no que deu.
Na semana passada, o Methodus publicou sua segunda pesquisa, encomendada pelo Correio do Povo para a corrida ao Senado no sul. Em relação ao levantamento do mês anterior, Ana Amélia Lemos (PP) subiu 12,4 pontos percentuais, chegando à liderança com 51,8%. Paulo Paim (PT) vinha em segundo, com 47,7%. Germano Rigotto (PMDB) caiu 6,8 pontos percentuais em relação à primeira pesquisa, ficando agora com 40,9%.
Pelo silêncio da grande mídia, não se sabe até que ponto a queda abrupta de Rigotto pode ser atribuída à verdade latejante do JÁ e ao potencial corrosivo do escândalo da CEEE.
O bravo Clube de Opinião também não opinou sobre esta possibilidade.

Eleição não suspende o direito à informação

Elmar Bones *
O Clube da Opinião, que reúne os mais importantes colunistas e blogueiros de Porto Alegre, decidiu não opinar sobre o processo que envolve o jornal JÁ, condenado numa ação judicial movida pela matriarca da família Rigotto.
A sugestão foi discutida entre os associados e a conclusão foi de que qualquer manifestação deveria aguardar o resultado final das eleições de outubro de 2010, para “evitar a conotação político-eleitoral”.
A “conotação político-eleitoral” foi explicitada por um dos mais influentes integrantes do Clube, o jornalista Políbio Braga.
Braga escreveu em seu blog que o “resgate do caso do jornal JÁ” foi retirado de “um saco de maldades” como parte de uma “campanha subterrânea” e um “jogo sujo”, com o propósito “oblíquo” de minar a candidatura ao Senado do ex-governador Germano Rigotto.
Pode ser uma maneira cômoda de contornar uma situação espinhosa, mas essa interpretação não encontra base nos fatos e contraria a lógica da democracia.
O processo eleitoral, que exige verdade e cobra opinião do eleitor, não pode ser usado como pretexto para a omissão, o silêncio e a desinformação.
O “resgate do caso do jornal JÁ” foi feito pelos próprios advogados da família Rigotto, que recorreram ao juiz e obtiveram no início de agosto o bloqueio on line das contas pessoais dos sócios da empresa que edita o jornal – uma autorização que atropelou os procedimentos legais.
Os sócios não foram sequer informados de que estavam sendo responsabilizados diretamente pelo pagamento, o que caracteriza grave desrespeito aos direitos individuais consagrados pela lei e pela civilização.
Era impossível ao JÁ “aguardar”, pelo silêncio ou pela omissão, para não dar “conotação político-eleitoral” ao episódio.
A única defesa que restou ao JÁ e seus editores foi a denúncia imediata da medida arbitrária. Foi o mesmo que aconteceu no final do ano passado, quando o juiz nomeou um perito para controlar as contas do jornal e garantir o pagamento da indenização.
Se alguém deu alguma conotação eleitoral a esse caso não fomos nós. O processo no qual a editora foi condenada em 2001 estava arquivado, desde julho de 2007.
Foi desarquivado em fevereiro de 2009, a pedido dos advogados da família Rigotto, justamente quando se noticiavam as primeiras movimentações do ex-governador Germano Rigotto como possível candidato do PMDB ao Palácio Piratini.
São conhecidas e notórias as dificuldades que a editora do JÁ enfrenta, decorrentes justamente desse processo, que se arrasta por quase dez anos.
Ao longo de todo esse tempo, nos limitamos a poucas notas no jornal e no nosso site, para informar sumariamente sobre o andamento da ação judicial.
Na eleição de 2006, em que Germano Rigotto foi candidato à reeleição, recusamos a oferta de um partido político adversário do então governador para reimprimir 100 mil exemplares da edição do jornal que gerou o processo da família Rigotto, e que pretendiam distribuir na campanha eleitoral.
Nosso jornal não é instrumento político de ninguém. Nosso jornal é um instrumento da cidadania, que tem direito à informação.
O Brasil é, talvez, o único país no mundo em que o direito à informação está inscrito na sua Constituição. Foi uma proposta dos jornalistas, que encontrou respaldo nos constituintes de 1988.
Nosso esforço é para fazer valer na prática esse direito, essencial para uma democracia que se constrói com muitas eleições e com muita opinião — e sempre com a verdade.
* Elmar Bones é jornalista e editor do JÁ.