Pesados interesses do setor imobiliário estão por trás da legítima preocupação dos proprietários com o inventário dos imóveis indicados para preservação em Petrópolis.
O inventário que listou 200 imóveis para preservação foi anulado pelo prefeito José Fortunati nesta quarta-feira.
Em oito bairros, inclusive no 4° Distrito, o inventário foi feito sem problemas.
Com relação a Petrópolis as “influências” começaram já na etapa inicial quando a Secretaria do Planejamento não atendeu aos reiterados pedidos do Compac para que fizesse o “bloqueio” do bairro.
“Bloqueio” é a expressão técnica que indica a inclusão do bairro no processo de inventário e determina sua divulgação junto aos moradores da área. Bins Ely era o secretário do Planejamento ao tempo em que os pedidos foram feitos.
Petrópolis é o bairro onde são permitidas as maiores alturas em toda aquela região da cidade, porque esta fora das restrições que a Aeronáutica impõe às áreas próximas ao aeroporto, por causa da segurança dos vôos.
O inventário dos imóveis indicados para preservação começou em maio de 2012, não mereceu atenção da imprensa… Até que chegou em Petrópolis.
Tag: prefeitura
O arroio Dilúvio, ilustre ignorado
Por Felipe Prestes, especial para o Jornal Já
Prefeitura vai levar 586 milhões do BID para despoluir o Guaíba, mas nada faz pelos 17 quilômetros do arroio mais sujo da cidade.
Garças tem habitat no arroio Dilúvio (Felipe Prestes)
“Ir até lá sozinho, sem a companhia de um guarda, é muito perigoso”, alerta um funcionário da prefeitura. Refere-se à nascente do arroio Dilúvio, no meio do mato, no Parque Saint-Hillaire, em Viamão. Longe da área de vivência do parque, em um lugar inóspito que serviria de acolhida para bandidos, tem início a trajetória de 17.605 metros do riacho que depois divide uma das principais avenidas de Porto Alegre.
No parque, a água flui limpa para a superfície. Mas ali mesmo a falta de acesso da população à infra-estrutura básica se faz sentir. “As vilas próximas à nascente não possuem saneamento básico. Pequenos cursos d’água que não nascem no Saint-Hilaire acabam levando a poluição para o Dilúvio”, explica o biólogo da Secretaria Municipal do Meio-Ambiente de Porto Alegre (Smam), Rodrigo da Cunha. Mesmo que apenas 10% da unidade de conservação façam parte do município, a secretaria é responsável pela preservação do local.
Após se esconder embaixo de vias urbanas, canalizado, e depois se embrenhar nas matas do morro Santana, o Dilúvio reaparece espremido entre o pé deste morro e os fundos de oficinas, depósitos de ferro-velho, brechós, restaurantes e moradias localizadas na Avenida Bento Gonçalves, já em Porto Alegre. Ainda rodeado por mata densa, recebe sofás, colchões, todo tipo de saco plástico e restos de materiais de construção.
Mais estreito, devido às estruturas de concreto construídas nos barrancos das duas margens, o riacho passa por baixo da Avenida Antônio de Carvalho e vira característica marcante da Avenida Ipiranga.
Segundo o “Guia Histórico de Porto Alegre”, de Sérgio da Costa Franco, a canalização começa a ser pensada em 1905, por causa das constantes cheias. Entretanto, a obra só foi levada a cabo após a grande enchente de 1941.
Até então, o Dilúvio saía da Azenha e percorria a Cidade Baixa. Naquela região, nas palavras do escritor, “começava a descrever extensos meandros, em terreno baixo e alagadiço, até alcançar a antiga Ponte do Menino Deus, que dava acesso à Av. Getúlio Vargas. Um destes meandros, imediato à Praça Garibaldi dava uma volta de tal modo acentuada, que quase encerrava uma ilhota no seu interior”. Foi nessa região, conhecida então como Ilhota, que nasceu, em 1914, o compositor Lupicínio Rodrigues. Conta-se que o pai de Lupi teve que buscar uma parteira de barco, devido a mais uma enchente.
Para evitar fatos semelhantes, a obra que se arrastou por duas décadas tratou de fazer uma retificação, deslocando esta parte do arroio, formando um único curso reto, até o fim da Avenida Ipiranga. Deslocou também uma bifurcação que ia em direção ao Centro, e passava por baixo da Ponte de Pedra. E os porto-alegrenses já estão tão acostumados que muitos nem se perguntam por quê, afinal de contas, há uma ponte naquele pequeno espelho d’água.
A última alteração se deu nos anos 70, quando o arroio se estendeu até o aterro criado para que surgisse o Parque Marinha do Brasil. Hoje, doze quilômetros do leito são canalizados.
Cláudio Frankenberg, coordenador acadêmico da Faculdade de Engenharia e diretor do Instituto de Meio Ambiente da PUC-RS, explica que o Dilúvio recebe as águas de diversos pequenos córregos que a cidade foi soterrando para construir novas vias, novos bairros. Sua sub-bacia é responsável pelo escoamento de água em uma área de cerca de 83km2 – mais de oito mil campos de futebol – na qual vivem aproximadamente 446 mil pessoas, na capital e em Viamão.
O que poucos sabem também é que o riacho não foi projetado para ser um grande recebedor de esgoto cloacal. Segundo o Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre (DEP), o arroio carrega este tipo de detritos de apenas três bairros de Porto Alegre até o Guaíba. Contudo, o mesmo problema de ligações irregulares de esgoto cloacal encontrado na nascente ocorre por toda a parte, nestes pequenos arroios que vão desembocar no Dilúvio, além de ocorrer diretamente no próprio.
“O sujeito descobre que há um duto perto de onde vai morar, faz uma pequena obra e manda seus dejetos para lá, sem saber que se trata de algo que escoa a água da chuva”, relata Frankenberg. As dificuldades para se descobrir essas ligações são grandes, o que dificulta a ação do estado em reparar sua omissão no provimento de necessidades básicas. “Para testar se uma casa tem esgoto irregular é preciso entrar nela, jogar corante no vaso sanitário e ver onde ele vai parar. Precisa da autorização do morador, o que é complicado. Já há robôs que podem ser colocados na rede de esgotos e rastrear isso, mas é um labirinto muito grande, também é difícil”.
Do pé do morro Santana até a foz, pode-se fazer uma imagem como esta em qualquer trecho do Dilúvio. (Felipe Prestes)
Essa foi uma das causas da poluição no arroio apontadas por uma análise preliminar feita pelo Núcleo de Estudos do Dilúvio, chefiado por Frankenberg. Em 2007, um grande número de peixes apareceu morto na frente da PUC-RS, o que motivou a criação deste grupo. Entre os outros fatores, estão a sujeira que provém da própria água do esgoto pluvial, pela sujeira das ruas; e o lixo que é jogado diretamente no riacho. “Além disso, não sabemos, por exemplo, se um posto de gasolina não joga produtos químicos no arroio”.
A grande quantidade de terra no leito colabora para a acumulação da sujeira, por isso há rotineiramente dragas na Avenida Ipiranga retirando este barro. “Um dos entraves para uma maior eficácia é que a Prefeitura de Porto Alegre não possui este equipamento, precisando alugar toda vez que vai fazer este processo”, lamenta o professor universitário. Ao todo, o córrego recebe anualmente 50 mil metros cúbicos de terra e lixo, o equivalente a dez mil caminhões-caçamba cheios.
O pulso ainda pulsa
Chama atenção que com tantos problemas o Dilúvio atraia cada vez maior população de aves, e ainda répteis e peixes, inclusive nas partes onde há mais selva de pedra no entorno. O biólogo da Smam, Rodrigo da Cunha, acredita que isso possa confundir a população e alerta que não é necessariamente um bom sinal. “Os animais que ali se encontram, como garças, bagres e lambaris, além de tartarugas, são altamente resistentes à poluição. O arroio não vai bem”.
Tartarugas resistem à sujeira do Dilúvio. (Felipe Prestes)
Muitas pessoas também usam as margens do riacho para descansar e fazem das pontes um teto para morar. Das sinaleiras da avenida, tiram o ganha-pão. Uso de drogas, conflitos com os familiares e incompatibilidade com o tipo de assistência oferecida pelo estado nos albergues, vão levando gente humilde a se juntar em verdadeiras repúblicas em torno do Dilúvio.
Na esquina da Santana com a Ipiranga, Gabriel vende santinhos amassados para os motoristas. Mora com o pai, no bairro Glória, e lhe faltou apenas um ano para concluir o segundo grau. Como gosta de “tomar umas”, prefere evitar brigas com o velho, passando a maior parte da semana com um pessoal que dorme embaixo da marquise de uma loja de pneus localizada naquele entroncamento.
Quem disse que morador de rua não pode ter jardim? (Felipe Prestes)
No barranco da mesma esquina, Rodrigo tem um jardim. O morador de rua recolhe plantas quase mortas que encontra no lixo, além de utensílios como vasos, e cuidadosamente trata de dar nova vida aos vegetais. Segue à risca os ensinamentos da mãe, com quem morava no Morro da Cruz, até a morte dela. “Um dia meu irmão me disse que três caras armados invadiram lá e eu nunca mais voltei. Tinha que ver o jardim que tinha lá”. Pretende sair da ponte e poder ser um jardineiro profissional.
Embaixo das plantas de Rodrigo, num degrau que o concreto faz em cima do Dilúvio, Kátia e o marido usam uma lona como casa. Ela diz ter vinte e um anos, embora aparente menos idade. Jovem como a maioria por ali, a garota conta que veio de Uruguaiana no ano passado. Viciada em crack, diz com naturalidade que transa por cinco ou dez reais. “Vim de avião para Porto Alegre com a minha família. Um velho com quem eu ficava pagou a passagem para todos nós. Eu disse para ele que queria conhecer a cidade”.
Kátia mora na rua para não vender seus bens
que ficam na casa da mãe. (Felipe Prestes)
Kátia tem um filho de um ano chamado Taison, em homenagem ao atacante do Internacional. A touca do Grêmio que usava havia sido emprestada por um amigo, por causa do frio. Quem cuida do menino é a avó. Os dois agora moram no bairro Bom Jesus. “Eu moro na rua por que não quero vender as minhas coisas por causa do vício. Tenho dvd, televisão”, conta.
O marido não se importa com a profissão de Kátia. “Ele me ajuda e eu ajudo ele”, resume. Foi quem a tirou das imediações do Shopping Praia de Belas, para morar no bairro Santana. Kátia foi convencida por causa da sopa, que é servida por um grupo de caridade a quem dorme embaixo da marquise da loja de pneus.
Gabriel conta que a relação entre os moradores de rua e o estabelecimento é boa, já que os primeiros só se instalam na frente do ponto de comércio após o fechamento deste. O problema maior é com a Prefeitura, que a qualquer vacilo recolhe os pertences de quem quer que viva na rua por aquelas bandas. A Prefeitura, aliás, começou em 2007 a fechar com concreto e tijolos a parte de baixo de todas as pontes que atravessam o Dilúvio. Somente as pontes históricas foram preservadas.
Uma destas construções, na Avenida Azenha, é habitada por um grande grupo de jovens, que se revezam por ali. De dia há sempre alguns sentados em colchões na calçada, com vários cachorros, descansando, enquanto outros se viram no malabarismo para conseguir um dinheiro.
Tiago dorme em um mocó embaixo de ponta histórica na Azenha. (Felipe Prestes)
Tiago, de 25 anos, conta que é possível faturar cerca de R$ 40 por dia com apresentações na sinaleira, ou simplesmente pedindo. Não é de muitas palavras. Arrepende-se quando revela que dentro da estrutura da ponte tem bons locais para dormir. “Revelei o mocó do Batman”, sorri. Só em dias de muita chuva é que é preciso se deslocar até uma marquise próxima por que o arroio enche demais. Começou a viver no local há cerca de três anos, motivado pelo uso de drogas, e pelas brigas com a mãe, com quem morava na Restinga. “Aqui é todo mundo unido, é uma família”.
Mais falante e sorridente, Glessias, de 21 anos, possui casa na Restinga, que comprou em uma área invadida. No entanto, freqüenta a região desde os dez anos, quando vinha buscar loló. Já teve visual punk, vestido sempre de preto e usando moicano, por isso ganhou o apelidado de “Sombra”. Foi nessa época que tatuou no braço os dizeres “Fascismo é uma merda”. Não costuma ficar muito tempo em casa, por não poder levar no ônibus o dálmata Beethoven.
A história da amizade entre o bicho e o jovem é inusitada. Há cerca de quatro anos, o antigo dono do animal pagou para Glessias matá-lo. O guri pegou o dinheiro e o cachorro para si. Também na Restinga mora sua esposa, que está grávida. O “Sombra” diz que sempre quis ter um filho, e que a mulher não se importa com sua ausência. “Ela sabe que eu sou locão”.
Passado e presente
No que seria uma tarde comum de trabalho, alertado por um colega, o economista e fotógrafo amador Cilon Estivalet desceu às pressas da repartição na Borges de Medeiros e fez o registro de uma enorme mortandade de peixes. “Cadáveres dos bichos, que tentaram passar do Guaíba para o riacho, tomavam toda a extensão dele, da foz até a Avenida Praia de Belas”, relata.
1972: família de pescadores contempla a mortandade de peixes no Dilúvio (Cilon Estivalet)
Era o ano de 1972, e aquela cena acabou o ajudando a tomar uma grande decisão na vida. “O (José) Lutzenberger estava começando a alertar a cidade sobre o mau cheiro causado pela antiga Borregard, a gente lia muito marxismo, e eu acabei me tornando ambientalista”. Estivalet optou pelo engajamento e hoje esta à frente da Associação Ecológica Canela (Assecan), que criou no município serrano.
A fotografia acabou sendo deixada de lado, mas o ensaio que fez naquela tarde se tornou um forte registro sobre o meio-ambiente em Porto Alegre e de pessoas que dependiam daquelas águas, sendo exposto em várias localidades no Rio Grande do Sul. Quando foi até a margem do riacho, o fotógrafo eternizou uma família de pescadores que tirava dali seu sustento, habitava uma ponte e se locomovia de barco pelo Dilúvio.
Diferentemente dos atuais moradores de rua, o casal – com um filho – vivia do arroio e do Guaíba, não da avenida; e as drogas ainda não eram uma questão que coloca em xeque a saúde pública no Brasil. Curiosamente, o ambientalista acredita que a poluição era maior naquela época, com uma camada de espuma cobrindo o curso d’água, principalmente nas épocas de pouca chuva.
O professor de matemática Milton Ribeiro morou na Avenida João Pessoa quase na esquina com a Ipiranga, do nascimento à juventude, entre os anos de 1957 e 1977. Ele se lembra da mesma camada de espuma e também de uma visão bem mais leve que a classe média tinha do Dilúvio e dos habitantes das redondezas. “Dava para atravessar por baixo da ponte sem ter de pisar na água, então era o melhor lugar para se brincar de esconde-esconde”.
Gatos e funcionários de uma revendedora de carros eram os que mais sofriam com os piás. “Entre as brincadeiras preferidas estavam jogar os gatos ponte abaixo, e estourar rojões dentro da loja”, recorda.
Volta e meia as crianças se deparavam com algum mendigo dormindo nas redondezas, mas os pais não demonstravam qualquer preocupação com a presença deles, ou com o fato de a garotada brincar perto daquela água poluída. “Nós éramos criados bem mais soltos em relação a como a classe média cria seus filhos nas grandes cidades hoje em dia. Muito pouco se ouvia falar em coisas como assalto e pedofilia”.
Tal ingenuidade Porto Alegre foi perdendo ao longo dos anos. Manteve-se o descaso com a degradação da natureza e com a população. O arroio Dilúvio é um espelho de como a cidade cuida de si. A saúde do riacho se assemelha à dos atingidos pela epidemia do crack. Problemas como a falta de renda, moradia digna, instrução e saúde pública fazem com que as trajetórias do esgoto cloacal irregular e dos moradores das pontes se cruzem no início e no fim do percurso.
As pessoas nos carros que voam pela Avenida Ipiranga raramente param pra ver a paisagem.
Camelódromo agrada visitantes na abertura
Por Pedro Lauxen
Movimento foi intenso na abertura do Centro Popular de Compras
Depois de vários adiamentos, nesta segunda-feira, 09, foi inaugurado o Centro Popular de Compras de Porto Alegre. Na boca do povo, simplesmente camelódromo. A compra de um pen-drive de R$25, efetuada às 9 da manhã pelo secretário da Smic, Idenir Cecchin, simbolizou a inauguração do espaço, que abriga 800 camelôs antes espalhados pelas ruas do centro.
Durante todo o dia de ontem, o entra e sai foi constante nos estreitos corredores do local e a iniciativa já agrada tanto os ex-camelôs, agora chamados de comerciantes populares, quanto os consumidores.
Construído sob os terminais de ônibus das praças Rui Barbosa e Tamandaré, entre as avenidas Mauá e Voluntários da Pátria, o CPC é oferece, além das lojas, praça de alimentação, estacionamento para 216 veículos, área de serviços, banheiros, seis elevadores, segurança privada e sistema de monitoramento.
Encontra-se de tudo no CPC. Predominam o comércio de vestuário e eletrônicos, mas dando um giro pelo local é possível comprar artesanato, material escolar, cosméticos, artigos tradicionalistas ou religiosos, brinquedos. Precisa comprar uma fantasia? Tem. Incenso? Também. Para os mais letrados, uma das lojas de 4m² acolhe um sebo com centenas de títulos.
Praça de alimentação apresenta variadas opções de refeição.
Quem está com fome tem muitas opções, que vão do simples pão de queijo ao buffet de grelhados. Se a preferência for por uma pizza, baguete, um salgado, sem problemas. Aqueles que apreciam um chopinho no final da tarde também foram contemplados. E tem espaço para novidades, como o Biskuit, cuja especialidade é um reforçado sanduíche com 200 gramas de mortadela e queijo derretido. O lanche custa R$ 6.
PERSONAGENS
Cerca de 1600 trabalhadores ocupam os 19 mil metros quadrados de área construída do empreendimento. Muitos deles, com apenas algumas horas de labuta, já faziam uma avaliação positiva do novo endereço.
Para Carla Simone Silva, 39 anos, proprietária da RC Games, o primeiro dia de vendas foi melhor do que a expectativa. “Não perdi nada em vendas, está muito bom e vai melhorar”, disse. Ela, que no domingo à tarde mudou-se do asfalto da Praça XV, aonde atuou por 18 anos, para a loja 414 do CPC, investiu os R$ 8 mil que arrecadou no Natal na estrutura e nas mercadorias do seu novo ponto comercial.
Além de atrair nova clientela, a vendedora trouxe a sua freguesia de fé. Taís Rocha, 26, foi conhecer o CPC e de quebra deu uma passada na RC para comprar um jogo de videogame para a filha com a Carla, sua fornecedora oficial. “Aqui tu está bem melhor, é bonito, organizado, não tem sol”, explicou. No mesmo sentido, a amiga Vanessa Porto, 26, pondera: “ficou melhor para os dois lados”.
Carla, da banca de Games recebeu os antigos clientes da rua.
Como muitos dos comerciantes populares que chegaram ao camelódromo, Carla registrou, sem custos, sua empresa no CNPJ. Até o final do ano, a Smic estima que 90% dos lojistas sigam o mesmo caminho.
Marta Pereira, 44, responsável pela “Lua Azul”, vende camisas de clubes de futebol no número 405. Camelô desde os 14, quando ajudava a mãe Eva na Marechal Floriano, Marta não arrecadou no primeiro dia o mesmo que costumava ganhar na rua, mas projeta um futuro próspero. “Graças a Deus está sendo bem melhor do que eu pensava”, comemorou.
Dono da Bali Thay, aonde vende correntes, pulseiras, anéis e outros artigos de prata, Humberto Torbes, 32 anos, desde que ouviu falar do projeto aprovou a idéia e ontem teve certeza de que terá vantagens no novo logradouro. “A estréia foi maravilhosa”, sentenciou. Há três anos ele mantinha o negócio na Praça XV, mas lembra que lá o início foi mais difícil. “No meu primeiro dia aqui rendeu muito mais do que naquela vez”, recordou. Torbes estima recuperar em seis meses o investimento de R 4 mil.
Levados ao centro pela curiosidade, Divane Dutra, 39, e o marido Francisco, 33, observavam atentamente as vitrines do CPC. Ele “namorava” os eletrônicos, enquanto ela procurava alguma blusa daquelas bonitas e baratas. “Estava curiosa, estamos gostando, mas os preços são iguais em todas as lojas, não adianta pesquisar”, advertiu. Saíram sem sacolas.
NOVO VELHO CENTRO
Com o início das operações do Camelódromo, fica proibido o comércio de rua no centro da capital. Segundo o secretário da Smic, Idenir Cecchin, haverá dura fiscalização da BM em conjunto com a secretaria e os próprios comerciantes do CPC vão ajudar a coibir os camelôs de rua. “Agora eles são nossos aliados porque também não interessa pra eles alguém lá”, disse.
Além disso, equipes da prefeitura já trabalham nos antigos pontos de camelôs transformando os locais em Área Azul – estacionamento rotativo mantido pelo município. Pelo menos no primeiro dia, as ameaças surtiram efeito.
Praça XV teve visual modificado na manhã de segunda-feira.
Desde cedo, pôde-se notar que havia um novo cenário no centro. Nenhuma banca de camelô na praça XV, tampouco na José Montaury. Na Vigário José Inácio, apenas pedestres no seu vai-e-vem habitual. Os prédios centenários, que antes passavam despercebidos, agora figuram em primeiro plano. As árvores da praça XV ganharam um colorido especial. Na Vigário, era possível observar os detalhes Igreja do Rosário.
José Montaury também amanheceu livre das bancas de camelôs.
Como nem tudo é perfeito, vendedores ambulantes de CDs, DVDs, games, tênis, óculos e até mesmo capas para colchão continuavam oferecendo discretamente seus produtos nesta tarde, na Praça XV, Marechal Floriano e Voluntários. Sem os artigos em mãos, eles vendem o seu peixe mostrando catálogos impressos em folha de ofício. “Ô amigo, CD de Play ou PC?”, “DVD, três por dez!” e “Nike, Nike, Nike!” continuam sendo frases correntes nos arredores do Chalé.
PMDB ganha espaço na capital enquanto PT decresce
Com o término do processo eleitoral do ano de 2008, Porto Alegre registrou uma mudança no quadro pollítico, no que se refere a câmara de vereadores. A prefeitura se mantém com José Fogaça, que no meio do mantado mudou do PPS para o PMDB. O plenário terá alterações nos poderes das legendas. O Partido dos trabalhadores que, em 2004, havia obtido oito cadeiras na câmara dos deputados, reduziu para sete. O PMDB cresceu de quatro representantes para seis.
O PTB também registrou um crescimento, passando de quatro cadeiras para cinco. O Partido Democrático Trabalhista perdeu uma vaga na câmara dos vereadores.
Nas eleições para a prefeitura, José fogaça reuniu aproximadamente 125 mil votos a mais que no primeiro turno enquanto Maria do Rosário quase dobrou o número de eleitores, chegando a quase 330 mil votos.
Resultado do 2º turno para prefeito da Capital
CANDIDATO / PARTIDO / VOTOS / DIFERENÇA
José Fogaça PMDB 470.696 0
Maria do Rosário PT 327.799 142.897
Resultado do 1º turno para prefeito da Capital
CANDIDATO………PARTIDO….VOTOS……..DIFERENÇA
José Fogaça……………..PMDB………… 346.427………..0
Maria do Rosário………..PT…………….179.587……..166.840
Manuela D’Avila……..PC do B…………121.232……..58.355
Luciana Genro…………PSOL……………72.863……….48.369
Onyx Lorenzoni………..DEM…………….38.803……….34.060
Nelson Marchezan Jr….PSDB……………22.365……..16.438
Vera Guasso…………….PSTU…………….6.174………16.191
Carlos Gomes…………. PHS………………2.548…….. 3.626
Lista dos vereadores eleitos e suplentes
Posição /Partido / Candidato / Votos / Diferença
1 PT Sofia Cavedon Nunes 8.046 0
2 PT Adeli Sell 7.406 640
3 PT Maria Celeste de Souza da Silva 7.117 289
4 PRB Waldir Canal 7.046 71
5 PT Carlos Atilio Todeschini 6.681 365
6 PT Aldacir Jose Oliboni 5.791 890
7 PT Mauro Roberto Pinheiro 5.172 619
8 PT Carlos Roberto Comassetto 5.146 26
S1 PRB Jose Amaro Azevedo de Freitas 4.936 210
S2 PT Margarete Costa Moraes 4.382 554
S3 PT Fabio Berni Reategui 4.254 128
S4 PT Claudir Antonio Nespolo 4.087 167
1 PMDB Sebastião de Araujo Melo 10.857 0
2 PMDB Idenir João Cecchim 7.577 3.280
3 PMDB Valter Luis da Costa Nagelstein 6.851 726
4 PMDB Bernardino Vendruscolo 6.463 388
5 PMDB Haroldo Joaquim de Souza 6.375 88
6 PMDB Carlos Alberto Oliveira Garcia 6.088 287
S1 PMDB Raul Torelly Fraga 3.872 2.216
S2 PMDB João Antonio Pancinha Costa 3.242 630
S3 PMDB Paulo Marques dos Reis 3.124 118
S4 PMDB Clovis Acosta Fernandes 2.300 824
1 PTB Maurício Alexandre Dziedricki 15.454 0
2 PTB Humberto Ciulla Goulart 8.478 6.976
3 PTB Nelcir Reimundo Tessaro 7.881 597
4 PTB Elói Francisco Pedroso Guimarães5.250 2.631
5 PTB Jesus Cassiá Lopes Gomes 5.231 19
S1 PTB Alceu Oliveira da Rosa 4.981 250
S2 PTB Nilo Sérgio Santos do Santos 3.750 1.231
S3 PTB Marcello Francisco Chiodo 3.401 349
S4 PTB Maria Luiza Suarez Moraes 2.856 545
1 PDT Juliana Brizola 9.247 0
2 PDT João Bosco Granato Vaz 9.098 149
3 PDT Mauro Cesar Zacher 7.565 1.533
4 PDT José Tarciso de Souza 6.232 1.333
5 PDT Márcio Ferreira Bins Ely 6.147 85
S1 PDT Thiago Pereira Duarte 6.100 47
S2 PDT Nereu D’avila 6.080 20
S3 PDT Ervino Besson 5.811 269
S4 PDT Luciano Brasiliense Marcantônio 4.690 1.121
1 PP João Antonio Dib 9.975 0
2 PP Alberto Pretto Moesch 9.554 421
3 PP João Carlos Cavalheiro Nedel 6.659 2.895
4 PP Kevin Chaves Krieger 5.969 690
S1 DEM Reginaldo da Luz Pujol 5.573 396
S2 PP Newton Braga Rosa 4.270 1.303
S3 DEM José Ismael Heinen 3.705 565
S4 DEM José Claudio Freitas Conceição 2.541 1.164
1 PPS Luiz Antonio Proença Fernandes 3.788 0
2 PPS Paulo Cesar Santos da Silva 3.446 342
3 PPS Elias Nunes Vidal 3.381 65
S1 PC do B Maristela Maffei 2.823 558
S2 PC do B Gisele de Souza Borges 2.698 125
S3 PC do B Neio Lucio Fraga Pereira 2.242 456
S4 PC do B Agnaldo Munhoz de Camargo 2.128 114
1 PSOL Pedro Luiz Fagundes Ruas 13.569 0
2 PSOL Fernanda Melchionna e Silva 2.984 10.585
S1 PSOL Lucio Borges Barcelos 1.230 1.754
S2 PSOL Emerson Martins Dutra 1.127 103
S3 PSOL Helena Cristina Borges 840 287
S4 PSOL Arilton Serafim Cardoso 759 81
1 PSDB Antonio Luiz Braz 3.576 0
2 PSDB Mario Antonio Manfro 3.490 86
S1 PSDB Claudio Jose de Souza Sebenelo 2.998 492
S2 PSDB Moises da Silva Barboza 2.492 506
S3 PSDB Sergio Fett Sparta de Souza 2.202 290
S4 PSDB João Paulo Silveira Fagundes 2.161 41
1 PSB Airto João Ferronato 2.372 0
S1 PSB Lurdes Agata Guiconi 1.356 1.016
S2 PSB Jorge da Costa Correa 1.244 112
S3 PSB Moacir Alan Kardec Cesar 1.085 159
S4 PSB Jair Gonçalves Cardoso 967 118
Lista dos vereadores eleitos em 2004
PARTIDO / VEREADOR / VOTOS
PT Adeli Sell 8.264
PT Aldacir Oliboni 7.051
PSL Almerindo da Rosa Filho 6.342
PSDB Antonio Luiz Braz 5.486
PMDB Bernardino Vendruscolo 3.780
PP Beto Moesch 11.215
PT Carlos Comassetto 6.441
PSB Carlos Garcia 5.848
PT Carlos Todeschini 12.402
PSDB Claudio Souza Sebenelo 4.810
PPS Clenia Maranhao 5.791
PTB Elias Vidal 5.541
PTB Eloi Guimaraes 5.430
PDT Ervino Besson 6.462
PMDB Haroldo de Souza 6.522
PDT Humberto Goulart 9.660
PMDB Ibsen Pinheiro 22.994
PDT Isaac Ainhorn 8.002
PDT João Bosco Vaz 7.589
PP João Carlos Nedel 6.787
PP João Dib 13.292
PTB Jorge Antonio Carpes 7.883
PC do B Manuela D Avila 9.498
PT Margarete Moraes 7.389
PT Maria Celeste Silva 9.498
PT Maristela Maffei 7.122
PFL Maristela Meneguetti 4.693
PTB Mauricio Dziedricki 5.996
PDT Mauro Cesar Zacher 7.703
PDT Nereu Davila 5.449
PPS Paulo Odone 8.137
PC do B 65123 Raul Carrion 11.651
PFL Reginaldo Pujol 9.454
PMDB Sebastião Melo 8.525
PT Sofia Cavedon 8.112
PL Valdir Caetano 10.138
Fogaça quer compor um governo equilibrado em 2009
Gabriel Sobé
Em entrevista coletiva após ser reeleito prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), declarou que pretende compor o governo de forma equilibrada, com os mesmos critérios utilizados para formar a equipe de 2004, quando foi escolhido pela primeira vez pelos portoalegrenses.
Fogaça disse que as negociações que serão feitas futuramente definirão os espaços políticos, e que não sera muito diferente de como é hoje. Segundo o peemedebista, o modo de operação será praticamente o mesmo.
“A fórmula usada no governo em 2004 vem dando certo, não houve nenhum rompimento na administração até agora”, salientou Fogaça. O prefeito disse ainda que cabe a ele equilibrar as relações partidárias, pois o modelo do governo atual exige que os interesses das legendas sejam conciliados.
O 2º turno, segundo as pesquisas: PT e PMDB lideram
PT e PMDB são favoritos na disputa da maioria das cidades, mas PSDB e DEM também caminham para vitórias importantes
Caso as urnas confirmem os cenários apontados pelas últimas pesquisas, PT e PMDB serão os partidos a eleger maior número de prefeitos no próximo domingo (26). As duas principais legendas da base de apoio do governo Lula têm a possibilidade de emplacar seus candidatos em até 21 das 30 cidades que terão o segundo turno.
Enquanto os petistas aparecem na dianteira em 11 municípios com mais de 200 mil eleitores e ainda seguem vivos na disputa em Salvador (BA), os peemedebistas têm boas chances em nove cidades. Entre elas, seis capitais, inclusive a baiana, onde o confronto entre os dois partidos é direto e dos mais acirrados.
Mesmo com a possibilidade de elegerem juntos, no máximo, apenas sete prefeitos no domingo, os dois principais partidos de oposição ao Planalto também deverão ter motivos para festejar o resultado da eleição. O PSDB desponta como favorito em duas capitais – Cuiabá (MT) e São Luís (MA) – e o DEM é favorito para comandar a principal cidade do país, São Paulo (SP).
Depois de conquistar pela primeira vez a prefeitura de uma capital, com a eleição, no último dia 5, de Micarla de Sousa em Natal, o PV pode conquistar também o Rio de Janeiro (RJ), onde Gabeira trava intensa disputa com Eduardo Paes (PMDB). Embora o Partido Verde seja da base aliada, tanto Micarla quanto Gabeira enfrentaram ao longo da campanha a oposição do Planalto.
Outras legendas também poderão comemorar. O PTB e o PP também despontam com chances de eleger prefeitos em duas cidades, enquanto o PR, o PSB e o oposicionista PPS têm apenas um candidato com vantagem nas pesquisas eleitorais.
Os dados, que sinalizam uma tendência para o resultado do próximo domingo, fazem parte de levantamento das pesquisas realizadas nos últimos dias pelos institutos Ibope e Datafolha. O Congresso em Foco utilizou números de institutos regionais nos municípios onde essas duas instituições não fizeram pesquisas. Novos levantamentos, que podem trazer inclusive algumas mudanças de cenário, devem ser divulgados na maioria dessas cidades até a véspera da votação.
Veja o que apontam as mais recentes pesquisas para o segundo turno:
Porto Alegre (RS)
José Fogaça (PMDB) – 54% (candidato à reeleição)
Maria do Rosário (PT) – 38%
Indecisos – 4%
Brancos ou nulos – 4%
Eleitores ouvidos – 1.001
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
José Fogaça (PMDB) – 50%
Maria do Rosário (PT) – 37%
Indecisos – 7%
Brancos ou nulos – 6%
Eleitores ouvidos – 1.040
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Datafolha
Pelotas (RS)
Fetter Jr. (PP) – 50,4% (candidato à reeleição)
Marroni (PT) – 37,6 %
Indecisos, brancos ou nulos – 12%
Eleitores ouvidos – 800
Data da pesquisa – 16 de outubro de 2008
Margem de erro – 3,5 pontos percentuais
Instituto – Fato
Canoas (RS)
Jairo Jorge (PT) – 51,6%
Jurandir Maciel (PTB) – 39,3%
Indecisos, brancos ou nulos – 9,1%
Eleitores ouvidos – 800
Data da pesquisa – 16 de outubro
Margem de erro – 3,5 pontos percentuais
Instituto – Fato
Anápolis (GO)
Antônio Gomide (PT) – 66,2%
Onaide Santillo (PMDB) – 22,6%
Indecisos, brancos ou nulos – 11,2%
Eleitores ouvidos – 601
Data da pesquisa – 9 e 10 de outubro de 2008
Margem de erro – 3,99 pontos percentuais
Instituto – Serpes
Bauru (SP)
Rodrigo Agostinho (PMDB) – 48%
Caio Coube (PSDB) – 40%
Indecisos – 6%
Brancos ou nulos – 6%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 14 e 15 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Belém (PA)
Duciomar Costa (PTB) – 46% (candidato à reeleição)
José Priante (PMDB) – 43%
Indecisos – 6%
Brancos ou nulos – 5%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 9 e 10 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Belo Horizonte (MG)
Leonardo Quintão (PMDB) – 47%
Márcio Lacerda (PSB) – 37%
Indecisos – 7%
Brancos ou nulos – 8%
Eleitores ouvidos – 1007
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Datafolha
Leonardo Quintão (PMDB) – 51%
Márcio Lacerda (PSB) – 33%
Indecisos – 9%
Brancos ou nulos – 6%
Eleitores ouvidos – 1204
Data da pesquisa – 13 e 14 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Campina Grande (PB)
Rômulo Gouveia (PSDB) – 47%
Veneziano (PMDB) – 47% (candidato à reeleição)
Indecisos – 3%
Brancos ou nulos – 3%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Campos dos Goytacazes (RJ)
Rosinha Garotinho (PMDB) – 49%
Arnaldo Vianna (PDT) – 36%
Indecisos – 7%
Brancos ou nulos – 7%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 15 e 16 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Contagem (MG)
Marília Campos (PT) – 45,11% (candidata à reeleição)
Ademir Lucas (PSDB) – 35,66%
Indecisos – 11,77%
Brancos – 1,49%
Nulos – 5,97%
Eleitores ouvidos – 603
Data da pesquisa – 17 e 18 de outubro de 2008
Margem de erro – 4,1 pontos percentuais
Instituto – DataTempo/CP2
Cuiabá (MT)
Wilson Santos (PSDB) – 58% (candidato à reeleição)
Mauro Mendes (PR) – 34%
Indecisos – 5%
Brancos ou nulos – 3%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 14 e 15 de outubro de 2008
Margem de erro – quatro pontos percentuais
Instituto – Ibope
Florianópolis (SC)
Dário Berger (PMDB) – 50% (candidato à reeleição)
Esperidião Amin (PP) – 33%
Indecisos – 9%
Brancos ou nulos – 8%
Eleitores ouvidos – 805
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Guarulhos (SP)
Sebastião Almeida (PT) – 50,4%
Carlos Roberto (PSDB) – 29,1%
Indecisos, brancos ou nulos – 20,5%
Eleitores ouvidos – 605
Data da pesquisa – 11 e 12 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Casa da Pesquisa
Joinville (SC)
Carlito Merss (PT) – 62,7%
Darci de Matos (DEM) – 28,2%
Indecisos, brancos ou nulos – 9,1%
Eleitores ouvidos – 805
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3,5 pontos percentuais
Instituto – Mapa
Juiz de Fora (MG)
Margarida (PT) – 46%
Custódio Mattos (PSDB) – 41%
Indecisos – 6%
Brancos ou nulos – 7%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 13 e 14 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Londrina (PR)
Antonio Belinati (PP) – 46%
Luiz Carlos Hauly (PSDB) – 44%
Indecisos – 5%
Brancos ou nulos – 5%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 14 e 15 de outubro de 2008
Margem de erro – quatro pontos percentuais
Instituto – Ibope
Macapá (AP)
Camilo Capiberibe (PSB) – 54%
Roberto Góes (PDT) – 37%
Indecisos – 4%
Brancos ou nulos – 5%
Eleitores ouvidos – 504
Data da pesquisa – 13 e 14 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Manaus (AM)
Amazonino Mendes (PTB) – 59%
Serafim Corrêa (PSB) – 34% (candidato à reeleição)
Indecisos – 4%
Brancos ou nulos – 3%
Eleitores ouvidos – 805
Data da pesquisa – 13 e 14 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Mauá (SP)
Oswaldo Dias (PT) – 52%
Chiquinho do Zaira (PSB) – 33%
Indecisos – 8%
Brancos ou nulos – 7%
Eleitores ouvidos – 504
Data da pesquisa – 15 e 16 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Montes Claros (MG)
Athos Avelino (PPS) – 50,9% (candidato à reeleição)
Luiz Tadeu Leite (PMDB) – 49,1%
Indecisos, brancos ou nulos – 4,3%
Eleitores ouvidos – não informado
Data da pesquisa – 16 a 19 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Aprove
Luiz Tadeu Leite (PMDB) – 55%
Athos Avelino (PPS) – 34% (candidato à reeleição)
Brancos e nulos – 4%
Indecisos – 7%
Eleitores ouvidos – 600
Data da pesquisa – 10 e 11 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Vox Populi
Petrópolis (RJ)
Paulo Mustrangi (PT) – 51%
Ronaldo Medeiros (PSB) – 34%
Indecisos ou não responderam – 8%
Brancos ou nulos – 7%
Eleitores ouvidos – 406
Data da pesquisa – 15 de outubro de 2008
Margem de erro – 5 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Ponta Grossa (PR)
Sandro Alex (PPS) – 47%
Pedro Wosgrau (PSDB) – 41% (candidato à reeleição)
Indecisos – 9%
Brancos ou nulos – 3%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Rio de Janeiro (RJ)
Fernando Gabeira (PV) – 42%
Eduardo Paes (PMDB) – 39%
Indecisos – 9%
Brancos ou nulos – 10%
Eleitores ouvidos – 1.204
Data da pesquisa – 13 e 14 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Fernando Gabeira (PV) – 44%
Eduardo Paes (PMDB) – 42%
Indecisos – 7%
Brancos ou nulos – 7%
Eleitores ouvidos – 1.311
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Datafolha
Salvador (BA)
João Henrique Carneiro (PMDB) – 44% (candidato à reeleição)
Walter Pinheiro (PT) – 44%
Indecisos – 4%
Brancos ou nulos – 8%
Eleitores ouvidos – 805
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
João Henrique Carnero (PMDB) – 48% (candidato à reeleição)
Walter Pinheiro (PT) – 41%
Indecisos – 4%
Brancos ou nulos – 8%
Eleitores ouvidos – 960
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Datafolha
Santo André (SP)
Vanderlei Siraque (PT) – 45%
Dr. Aidan (PTB) – 38%
Indecisos – 7%
Brancos ou nulos – 10%
Eleitores ouvidos – 504
Data da pesquisa – 15 e 16 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
São Bernardo do Campo (SP)
Luiz Marinho (PT) – 51%
Orlando Morando (PSDB) – 34%
Indecisos – 8%
Brancos ou nulos – 7%
Eleitores ouvidos – 504
Data da pesquisa – 15 e 16 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
São José do Rio Preto (SP)
João Paulo Rillo (PT) – 47%
Valdomiro Lopes (PSB) – 39%
Indecisos – 9%
Brancos ou nulos – 5%
Eleitores ouvidos – 602
Data da pesquisa – 14 e 15 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Ibope
São Luís (MA)
João Castelo (PSDB) – 54%
Flávio Dino (PCdoB) – 38%
Indecisos – 5%
Brancos ou nulos – 3%
Eleitores ouvidos – 805
Data da pesquisa – 16 e 17 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
São Paulo (SP)
Gilberto Kassab (DEM) – 51% (candidato à reeleição)
Marta Suplicy (PT) – 39%
Indecisos – 4%
Brancos ou nulos – 6%
Eleitores ouvidos – 1.204
Data da pesquisa – 13 e 14 de outubro de 2008
Margem de erro – 3 pontos percentuais
Instituto – Ibope
Vila Velha (ES)
Neucimar Fraga (PR) – 47%
Dr. Hércules (PMDB) – 40,3%
Indecisos, brancos, nulos e nenhum – 12,7%
Eleitores ouvidos – 608
Data da pesquisa – 16 de outubro de 2008
Margem de erro – 4 pontos percentuais
Instituto – Futura
Renata Camargo e Edson Sardinha
Retirado de: www.congressoemfoco.com.br
Uma disputa de batom, saia e salto alto
Quatro mulheres e quatro homens na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Se as eleitoras votarem só em mulheres, uma delas vence. Acontece que entre os mais de um milhão (1.038.885) de eleitores na Capital gaúcha, as mulheres são maioria, exatos 93.501 votos a mais.
A realidade se repete no Estado, com diferença ainda mais acentuada: 293.119 eleitoras a mais, em quase oito milhões de pessoas habilitadas a votar de Aceguá à Xangrilá, nas 173 zonas eleitorais dos 496 municípios gaúchos. É o quinto maior colégio eleitoral do Brasil, com 7.925.459, o que representa 6,068% do total nacional.
Tudo indica que a eleição não vai se decidir em primeiro turno, no dia 5 de outubro. É que além do apelo feminino nas urnas, o atual prefeito concorre à reeleição e ainda há dois deputados na disputa, um federal e um estadual. Ou seja, todos têm ou deveriam ter o que mostrar à população em termos de realizações. O segundo round é dia 26 de outubro.
A campanha começou devagar, uma caminhada na Rua da Praia, panfletagem na Esquina Democrática, barraquinhas no Largo Glênio Peres, um bate-papo nos altos do Mercado Público, um debate na rádio A, outro na tevê C, alguns comitês recém inaugurados, outros, desorganizados. O clima promete esquentar mesmo daqui há um mês (19 de agosto), quando começa a propaganda eleitoral nas emissoras.
Juntas, as quatro candidatas registraram na Justiça Eleitoral estimativas de gastos na campanha que ultrapassam R$ 9 milhões. Mais da metade (R$ 4,8 milhões) foi declarado pela coligação Frente Popular, que tem na chapa Maria do Rosário e Marcelo Daneris, ambos do Partido dos Trabalhadores. Completam a Frente PSL, PTC e PRB.
Em segundo lugar na previsão de gastos ficou a coligação Porto Alegre é mais, com Manuela D’Ávila e Berfran Rosado. Prevêem gastar R$ 3,5 milhões. Manu representa o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Berfran, o Partido Popular Socialista (PPS). Outros cinco compõe a chapa: PR, PMN, PTN, PT do B, e PSB.
A estimativa de gastos na campanha pela coligação Sol e Verde, de Luciana Genro, do Partido Socialismo e Liberdade (PSol), e Edison de Souza, do Partido Verde (PV), foi de R$ 700 mil. E a previsão da coligação Frente de Esquerda, de Vera Guasso e Humberto Carvalho, ambos do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), é de investir até R$ 50 mil.
Mais de meio milhão de reais em bens
O patrimônio das candidatas, declarado ao TSE, soma R$ 639,1 mil. Rosário declarou bens no valor de R$ 335,6 mil, uma casa na Capital gaúcha, um carro, um plano de previdência e um saldo bancário. Seu vice, o vereador Danéris, 37 anos, declarou como patrimônio um apartamento de R$ 46 mil.
Luciana tem um apartamento financiado e um carro que somam R$ 120 mil. Seu vice, o advogado porto-alegrense, de 55 anos, registrou R$ 635 mil em bens, de dois imóveis, dois carros e dois estabelecimentos comerciais. Vera também declarou possuir um apartamento e um carro, que somam R$ 71 mil, e seu companheiro na chapa, porto-alegrense, membro do Ministério Público do Estado, de 65 anos, declarou possuir quatro imóveis e dois carros no valor total de R$ 389 mil.
Já, Manuela registrou como patrimônio um carro de R$ 42,5 mil e seu vice, engenheiro de Rosário do Sul, 50 anos, registrou R$ 311 mil, divididos em um apartamento na Capital, um terreno na praia e um carro.
Entre os homens que disputam o Paço Municipal, o maior patrimônio foi apresentado por Paulo Rogowski (PHS), com R$ 1,09 milhão, seguido do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM), com R$ 681,80 mil, e do atual prefeito, José Fogaça (PMDB), com R$ 508 mil. O deputado estadual Nelson Marchezan Júnior (PSDB) informou não possuir bens.
Marcadas pela defesa de ideais
As quatro candidatas prometem fazer desta uma eleição histórica. Todas são de esquerda, se é que ainda existe essa definição. Três são deputadas federais com altos índices de votação em pleitos anteriores.
A quarta é funcionária pública, sem experiência parlamentar, mas não menos combativa. Todas têm forte participação nos movimentos sociais. Elas negam, mas exploram a beleza física em seus materiais publicitários.
Luciana Krebs Genro, santamariense de 37 anos, casada e um filho, é professora de inglês e deputada federal. Começou a militância estudantil do colégio Júlio de Castilhos, aos 14 anos. Em 1994, foi eleita deputada estadual com 17 mil votos pelo PT, pautando seu mandato na luta contra as privatizações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações (CRT). Foi reconduzida ao parlamento gaúcho em 1998 com o dobro dos votos, 36 mil.
Em 2002, ganhou 100 mil votos para deputada federal. Entrou em choque com a política do governo Lula ao combater a reforma da Previdência – fato que provocou seu rompimento e expulsão do PT, em dezembro de 2003. No ano seguinte, participou da formação do PSol. Em 2006, foi eleita a deputada federal mais votada em Porto Alegre, com mais de 185 mil votos.
A mais jovem das candidatas é Manuela Pinto Vieira D’Ávila. Porto-alegrense de 26 anos, jornalista e deputada federal, Manu começa a colecionar recordes. Foi a vereadora mais jovem da história da Capital gaúcha, eleita em 2004, e a deputada federal mais votada do Estado, em 2006, com 271.939 votos.
Começou a atuar no movimento estudantil em 1999, quando filiou-se à União da Juventude Socialista (UJS). Em 2001, ingressou no Partido Comunista do Brasil. Nos dois anos seguintes, integrou a direção nacional da UJS e a vice-presidência Sul da União Nacional dos Estudantes (UNES). Sua campanha tem marca registrada – “E aí, beleza?” -, que busca a identificação com o jovem, público para o qual prioriza sua atuação parlamentar.
Maria do Rosário Nunes, 41 anos, casada e um filho, é a mais experiente. A professora de Veranópolis foi vereadora de Porto Alegre por dois mandatos, deputada estadual e já está no segundo mandato na Câmara Federal.
Iniciou a militância no movimento estudantil secundarista e no Centro de professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato). Seu trabalho envolve principalmente a proteção aos direitos humanos e de crianças e adolescentes.
Já, a presidente estadual do PSTU, Vera Justina Guasso, é a mais combatente no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores. Natural de Santiago, 45 anos, uma filha, é técnica em informática e servidora pública federal. Trabalha no Serviço de Processamento de Dados (Serpro).
Sua luta política começou ainda na adolescência, contra a ditadura militar, e segue, hoje, através do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do RS (Sindppd-RS) e da coordenação nacional da Conlutas. Vera já disputou eleições à Câmara Municipal de Porto Alegre, Assembléia Legislativa, Prefeitura de Porto Alegre e Senado, não vencendo nenhum dos pleitos.