A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) apresentou um novo site que pretende dar informações detalhadas dos serviços de transporte prestados à população.
Já em funcionamento, o site www.poatransporte.com.br traz as rotas de ônibus, lotações, bem como paradas e pontos de táxi. Além disso, é possível conhecer a integração entre os três modais. Tudo é demonstrado em um mapa da cidade, com o nome de ruas e zonas de interesse, como pontos turísticos, parques, hospitais e outras referências na cidade.
A prefeitura firmou um convênio com o Google para a disponibilização deste produto. Conforme o diretor-presidente da Procempa, André Imar Kulczynski, responsável pela elaboração do site, todas as informações da cidade foram geoprocessadas. “Não é um trabalho fácil, foi necessário organizar um elevado número de dados, como as mais de 5,5 mil paradas de ônibus da cidade. Mas, possuímos informações qualificadas, confiáveis e vamos melhorar ainda mais”. A ferramenta também pode ser acessada nos dispositivos móveis.
Os usuários podem colaborar com informações mandando e-mail para o site www.poatransporte.com.br ou www.portoalegre.rs.gov.br/eptc
Ônibus começam a circular com tabela de verão
A partir de hoje, 26, inicia a tabela horária de verão na frota de ônibus da Capital. A medida se dá até 26 de fevereiro. As linhas de ônibus urbanas terão sua frequência de viagens reduzida em 10%, devido à diminuição de usuários nos meses de férias. Os novos horários já estão disponíveis no site da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Outras informações sobre ônibus podem ser obtidas no telefone 156, ou no www.poatransporte.com.br.
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Aumento do ônibus será investigado pelo Ministério Público
O Ministério Público abriu um Inquérito Civil para investigar o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre.
O Ministério Público atendeu a solicitação feita pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, ambos do PSOL, e instaurou na Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor, o Inquérito Civil nº 155/2011 para apurar a legalidade do reajuste do transporte público coletivo de Porto Alegre. A tarifa dos ônibus na capital passou de R$ 2,45 para R$ 2,70, em março, aumento superior a 10%, quase o dobro da inflação registrada no período.
O pedido de ação civil pública foi entregue, no dia 20 de abril, ao Procurador-Geral da Justiça do Ministério Público, Eduardo Veiga. Tendo como fundamento jurídico a descoberta feita pelo próprio Ministério Público e Ministério Público de Contas de que não existe licitação há mais de 20 anos para o transporte coletivo em Porto Alegre. O que, para os vereadores do PSOL, significa que todas as empresas de ônibus da capital estão operando de forma ilegal e não tinham legitimidade para pleitear e conseguir o aumento tarifário.
Através da Ação Civil, Pedro Ruas e Fernanda pretendem que o valor da tarifa de ônibus volte para R$2,45 e das lotações para R$3,65, praticados até fevereiro de 2011, e que não seja concedido qualquer reajuste tarifário até que seja concluído um processo licitatório. (com a Assessoria)
Portais da Cidade: novo nome sai em novembro
Confirmada a noticia que o JÁ deu há um mês: o nome do projeto Portais da Cidade vai mudar. O prefeito José Fortunati disse nesta terça-feira, 26, que o novo nome será anunciado em novembro.
O novo sistema de transporte coletivo que está em planejamento para Porto Alegre é semelhante ao que foi implantado em Curitiba, com corredores expressos para ônibus especiais, numa rede integrada.
É chamado BRT (Bus Rapid Transport) e adotado com sucesso em diversas capitais de porte médio.
A reunião do prefeito com a diretora da Cooperação Andina de Fomento (CAF), Moira Paz-Estenssoro representa “uma nova etapa nas negociações”, segundo Fortunati.
A CAF é a financiadora do projeto e candidata a financiar também parte da implantação do sistema, que integra as obras de melhoria da mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014.
O próximo passo é a vinda de uma missão da Venezuela entre 16 e 19 de novembro, para avaliar do andamento do trabalho técnico.
A diretora da CAF manifestou preocupação com as indefinições que tem atrasado o projeto, em discussão desde 2005.
O prefeito garantiu que o sistema dos portais continua exatamente nos mesmos moldes concebidos anteriormente.
O prefeito justificou a mudança do nome. Para ele, Portais remete a algo fixo. “Esse não é o objetivo do sistema, que prima pela agilidade e modernização. Como exemplo, cito o Ligeirinho, de Curitiba, e o Transmillenion, de Bogotá”.
Portais da Cidade: pesquisa recomenda troca do nome
A rede de transporte coletivo planejada para Porto Alegre, batizada de “Portais da Cidade”, pode trocar de nome.
Os técnicos, desde o início, consideram o nome inadequado, porque não dá a idéia de mobilidade.
Agora uma pesquisa com formadores de opinião indicou que os usuários não fazem relação da palavra “portal” com transporte coletivo, mas com turismo e até Internet.
A troca do nome, ainda à espera de decisão política, não altera a essência do projeto.
O modelo está em discussão desde 2005 e foi consagrado e ampliado nas decisões sobre a Copa de 2014. É o BRT (Bus Rapid Transit), a rede de vias expressas para ônibus.
O sistema BRT, que pode ser traduzido como Transporte Rápido por Ônibus, foi desenvolvido originalmente em Curitiba, durante a gestão do prefeito Jaime Lerner.
Hoje é consagrado internacionalmente como alternativa mais barata, mais versátil e mais eficiente do que o metrô para cidades de porte médio. É o metrô sobre rodas.
Está implantado em mais de uma centena de cidades em todo o mundo.
O sistema de Porto Alegre está na fase inicial do planejamento.
Por enquanto saiu dinheiro apenas para desenvolvimento do projeto, 1 milhão de dólares financiados pela Corporação Andina de Fomento, uma fundação que investe em projetos de sustentabilidade.
A empresa Rogitrans, do Paraná, já está contratada para detalhar o projeto operacional, que é a base de todos os outros. Já estão trabalhando também a Profill, nas questões de meio ambiente, e a Pública, para comunicação e marqueting. Foi a Pública que fez a pesquisa sobre o nome.
A grande indefinição no projeto ainda é o centro da cidade. A idéia inicial, que deu nome ao projeto, de três grandes portais de transbordo no entorno do centro, está questionada, junto com o nome. Pergunta-se: como as linhas de ônibus vão cruzar o centro?.
Abrir ao tráfego na Esquina Democrática (cruzamento da avenida Borges de Medeiros com a rua da Praia)?. Vai se estabelecer um sistema binário com a Marechal Floriano, ou uma linha que contorne o centro da rodoviária até o Gasômetro?
São perguntas ainda sem resposta.
O projeto é bastante complexo. Envolve as prefeituras de toda a região metropolitana, as empresas de transporte de passageiros, toda uma legislação a ser criada para permitir a integração com o sistema metropolitano.
O custo de implantação dos sete corredores expressos* (alguns adaptações a penas) com os novos ônibus articulados e os pontos de integração, chega a 210 milhões de dólares. Essa Corporação Andina de Fomento, entra com 100 milhões de dólares. O restante vem de empréstimos da prefeitura junto à Caixa Econômica Federal.
* Sertório, Farrapos, Centro, Zona Sul,
Assis Brasil, Protasio Alves e Bento Gonçalves.
Transporte coletivo perde 3,5% dos passageiros com a crise
Por Bruna Cardoso
A Agergs, agência reguladora dos serviços públicos concedidos no Rio Grande do Sul, promoveu nesta quinta feira, 30, uma audiência pública sobre o aumento nas tarifas do transporte intermunicipal da Região Metropolitana de Porto Alegre.
As empresas estão pedindo um reajuste de 5,17% no preço das passagens, a partir de 1 de agosto. A audiência pública é a última etapa antes da decisão.
O aumento dos salário dos funcionários e de peças, como chassis e carrocerias, são as principais justificativas para o pedido de aumento. Outro fator citado pelas empresas é a redução no numero de passageiros, que caiu 3,5% em relação a 2008.
A única manifestação contrária ao aumento foi da Câmara Municipal de Guaíba, que enviou ofício à Agergs apelando para que não seja concedido o aumento nas tarifas da empresa Expresso Rio Guaíba, que hoje cobra até R$ 5,90 de seus passageiros.
Segundo o vereador Antônio do Santos Sarrafo, “o governo deve trabalhar junto para diminuir a carga tributária no transporte e assumir a responsabilidade na isenção de passageiros idosos, deficientes e estudantes. Já que hoje quem paga por isso é o trabalhador”.
Para o morador e usuário do transporte coletivo de Guaíba, Fernando Becker, aumentar as passagens num período de crise não é a solução. “Se hoje não se ganha tanto, o que se deve fazer é esperar. A crise ta passando. Hoje é mais barato andar de carro do que de ônibus. Em lugar nenhum do mundo isso é assim” desabafa.
O representante da Federação Rio Grandense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (Fracab), Paulo Mena, espera que se leve em consideração às condições sociais dos afetados por esse reajuste. E sugere que seja criado um quadro comparativo entre o reajuste da passagem e o poder econômico da população.
Representantes de outras cidades da Região Metropolitana não se manifestaram sobre o assunto na audiência. A Agergs deve divulgar nos próximos dias o resultado, se for aprovado o aumento, o novo preço começará a ser cobrado 72h após a publicação no Diário Oficial.
Passagem do transporte coletivo terá novo aumento
Por Bruna Cardoso
As empresas que operam o transporte coletivo na região metropolitana de Porto Alegre estão pedindo aumento de 5,17% nas passagens das linhas urbanas. O pedido está em análise pela Agergs, a agência que regula os serviços públicos concedidos no Estado, e deve vigora a partir de 30 de agosto.
Para o usuário de Porto Alegre o aumento vai resultar num acréscimo de 10 centavos na passagem ( vai para R$ 2,40). Mas para outras cidades da região metropolitana, onde as passagens são muitas vezes mais que o dobro da capital, o reajuste vai pesar no bolso do trabalhador. É o caso de Gravataí, que abordamos hoje. (Bruna Cardoso)
Gravataí é uma das cidades que mais cresce na região metropolitana. Tem 265 mil habitantes e, no contexto da região metropolitana de Porto Alegre, é conhecida por sua qualidade de vida e baixos índices de violência.
A cidade certa para quem quer fugir dos problemas das grandes metrópoles. Localizada a 22km da capital, boa parte da população gravataiense trabalha em Porto Alegre. Porém o problema que essas pessoas enfrentam todos os dias é outro.
As 46.000 pessoas que usam o transporte público intermunicipal diariamente na cidade reclamam do tratamento que a empresa Sogil dispensa aos seus passageiros. A empresa é a única responsável pelo transporte municipal e intermunicipal de Gravataí e detém desde 1986 o contrato de concessão com a prefeitura da cidade.
As queixas contra a empresa Sogil são muitas, a principal delas é o preço da passagem intermunicipal que varia de R$4,05 chegando até R$5,75, um dos mais caros entre as tarifas urbanas.
Um ônibus de Gravataí faz 36km até o terminal em Porto Alegre. Comparando esses dados com os ônibus da empresa Transversal Metropolitana (TM), percebe-se as distorções. Um ônibus da TM faz em média 70km até chegar ao seu destino, transporta todos os dias 19.000 passageiros e a passagem custa apenas R$2,65.
Outra reclamação constante dos usuários da Sogil são os ônibus são velhos, com poucos horários e a lotação é absurda. Nos horários de pico no centro de Porto Alegre, os passageiros esperam até 30min por um ônibus, que quando chega, lota em pouco tempo.
A lotação é tanta, que além da fila tripla de pessoas no corredor do ônibus e idosos em pé, alguns passageiros viajam sentados nos degraus da porta. “A viagem demora, o trânsito é lento nesse horário. Em pé não tem condições de ir. A saída é sentar aqui no degrau mesmo”, afirma a passageira Maria Adelaide de Souza. Um dos passageiros que conseguiu sentar, conta como é a situação no dia a dia. “Nesse horário um banco é tão disputado quanto um concurso público”, compara João Paulino.
Outra reclamação comum dos passageiros é o fato da passagem ser tão cara, que até atrapalha na hora de conseguir emprego. Uma empresa que contrata alguém de Gravataí, gasta até R$276,00 em vale-transporte, 59% de um salário mínimo. “Se torna complicado conseguir emprego aqui em Porto Alegre por causa disso, ninguém quer pagar tanto por um empregado” conta Ronaldo Santa Helena.
A empresa e a prefeitura foram contatadas para falar a respeito do problema. A prefeitura se negou a dar informações. Já a empresa Sogil disse que no dia 30 de junho realizou uma pesquisa a respeito da demanda nas linhas municipais e intermunicipais com o objetivo de melhorar o planejamento e o dimensionamento das linhas.
Passe Livre volta à pauta da Câmara em agosto
Por Paula Bianchi
Com o recesso da Câmara Municipal ficou suspensa também a discussão sobre o passe livre. Ainda sem projeto, o tema foi debatido pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) no dia 16 de junho e deve voltar a pauta dos vereadores em agosto.
Para a assessora técnica da Câmara, Márcia Mello, “o que saiu da reunião foi a decisão de aprofundar a discussão”.
De concreto, apenas a encomenda à Brigada Militar de um relatório comparando o número de ocorrências em dias de Passe Livre com as ocorrências em domingo normais – uma dos principais argumentos contra o passe livre é o suposto aumento da violência. As novas discussões devem partir desse dado.
“Alguns já estão chamando estes domingos de Dia do Deus Me Livre”, afirmou Jairis Maciel, presidente do Conselho Municipal de Transportes Urbanos (COMTU), entidade que convocou a reunião.
Para Maciel, o objetivo do Passe Livre foi desvirtuado com o tempo. “O Comtu não quer extinguir o Passe Livre, mas apenas discutir novos moldes de gratuidade.”
Outra questão levantada pelo Comtu é o preço da passagem. “Para o empresário, não faz diferença, mas não é justo para o pagante não poder utilizar o ônibus nesses dias por falta de segurança”, disse Maciel.
Segundo a EPTC, que não tem posição sobre o assunto, a eliminação do passe livre nesses dias representaria uma redução de apenas 3 a 4 centavos na tarifa do ônibus, o que contabiliza a rodagem realizada nesses datas.”
No entanto, para o presidente da Cuthab, vereador Waldir Canal (PRB), antes de mais nada é preciso buscar mais subsídios para uma tomada de posição sobre o assunto. “Precisamos analisar profundamente todos os aspectos do passe livre”, declarou.
O Passe Livre, no primeiro domingo de cada mes em todos os ônibus da capital, foi criado há 18 anos para permitir que pessoas com menor poder aquisitivo pudessem usufruir do transporte coletivo em dias de lazer.
Em domingos normais, cerca de 291 mil pessoas pegam ônibus na capital, número que sobe para 762 mil em dias de isenção.
Além da diminuição de passageiros, no fim de semana a frota também cai passando de 1.575 para cerca de 800 carros, o que explica a lotação dos ônibus.
Prefeitura quer fim do Passe Livre
Por Débora Gallas | colaborou Bruno Mattos
O suposto aumento dos índices de violência nos dias em que o transporte público é gratuito para a população de Porto Alegre foi apresentado como justificativa da Prefeitura em documento enviado à Câmara em abril pedindo o fim do passe livre.
A proposta foi enviada pelo Conselho Municipal de Transportes. O presidente do órgão, Jaires Maciel, alegou que o projeto foi apresentado devido à insegurança nos dias de passe livre. De acordo com ele, há muita depredação de veículos e quem se utiliza do serviço não o faz com boas intenções.
Criado em 1991 pelo então prefeito Olívio Dutra (PT), o passe livre acontece uma vez por mês. Nesse dia, os porto-alegrenses podem utilizar os ônibus da capital de maneira gratuita. Ocorre normalmente no primeiro domingo do mês, podendo ser transferido para dias de eleição, vacinação ou para feriados como o Ano Novo e o Dia do Trabalho. É a chance para as pessoas que não podem pagar a passagem tenham um dia de cultura ou lazer. Agora, por causa da proposta enviada à Câmara, esta conquista dos cidadãos de Porto Alegre pode ser extinta.
Na última sexta-feira, o passe livre completou dezoito anos de existência. Nesse dia, saímos às ruas para saber o que a população pensa sobre o possível término do benefício.
Em um ônibus da linha Santana, às nove da manhã, Lourdes Pazilato se dirigia à casa de uma amiga. De lá, iriam de carro até o zoológico de Sapucaia do Sul. A aposentada não paga a passagem também nos outros dias por ter mais de 60 anos. Por isso, teria feito o programa independentemente do passe livre.
Lourdes é a primeira a fazer aquela que seria a reclamação mais freqüente do dia: “hoje tem pouco ônibus. As pessoas que trabalham acabam se atrasando”. Disse ainda que o passe livre “por um lado é ruim, porque tem muitos que assaltam. Mas tem que ver os dois lados. Tem gente que não tem dinheiro nem pra comprar um pãozinho. Esse é o único dia do mês em que essas pessoas podem passear”.
Na parada do Hospital de Pronto Socorro, no bairro Bom Fim, o casal Felipe e Cristina esperava o ônibus Bom Jesus. Felipe, que é funcionário de um estacionamento ali perto, acha o passe livre “muito bom, mas que tem pouco ônibus”. Sugere que ocorra em outro dia da semana, para que os desempregados possam sair em busca de trabalho. “Porque o cobrador não ajuda quando tu precisa. Ele te humilha, quase desce o braço em ti. Mesmo quando tu tem passagem”.
Cristina reclamou da demora, mas concluiu que é um problema recorrente: “O nosso ônibus é sempre assim. Qualquer feriado isso acontece”. Nenhum dos dois acredita que a cidade fique mais violenta por causa do passe livre. “A violência não aumenta. A violência já tá em todo lugar, nos bairros, longe do centro. Mas algumas pessoas não podem sair da vila nos outros dias. Na vila tu não tem lazer. Sair de lá e vir pro centro é um refúgio” diz Felipe.
Eduardo e Salete Pereira, moradores de Eldorado do Sul, esperavam o ônibus no fim da linha Padre Réus. Levavam seus dois filhos para passar o feriado na avenida Cavalhada. Eduardo pega ônibus todos os dias porque trabalha em Porto Alegre. Apontou para o número reduzido de brigadianos naquela manhã. “Eu vim lá debaixo, desde o Mercado Público, e só vi um. Eles reclamam de violência, mas no dia em que aumenta o fluxo tem redução no policiamento. É por isso que dá tanto assalto”.
Família Pereira aproveitou o passe livre para visitar Porto Alegre.
Questionado sobre o fim do passe livre, diz que “já faz tanto tempo que tem isso que já virou um direito do gaúcho. Até pode ter alguns que saem pra assaltar, mas 80 ou 90 por cento de quem usa é pelo lado familiar mesmo”.
Perto do meio dia, a família Soares da Silva aguardava pelo ônibus Restinga Velha no viaduto da Borges de Medeiros. Para eles, o passe livre “tinha que ser quando a gente trabalha, que a gente não tem opção. Daí sobrava um dinheirinho”. Rosaura Silva, moradora do bairro Mário Quintana, reclamou dos constantes aumentos no preço da passagem. “Se o Lula aumentar o nosso salário, a passagem vai lá pra cima de novo. Então nem vale a pena”.
À tarde, a superlotação de um ônibus Camaquã era perturbadora. A maior parte dos usuários era composta de jovens que se deslocavam de um ponto a outro da cidade em busca de diversão. Faziam muito barulho e gritavam xingando o motorista. Alguns batiam no teto. Quase todos desceram na parada do shopping Praia de Belas. No mesmo local, cerca de 15 jovens que pegariam o TI desistiram ao ver a fila enorme, com cerca de 30 pessoas. “Vamos achar outra coisa pra fazer”, sugeriu um deles.
Das cerca de 30 pessoas ouvidas, somente três eram contra o passe-livre. O motivo: a redução no número de ônibus. “Até é bom, mas lota muito. Eu que tenho criança de colo, tem gente hoje que nem dá lugar” disse Renata Dora, passageira do Rubem Berta – Protásio Alves. Wylmar da Silva, no terminal da rua Uruguai, justificou sua oposição porque “a cidade fica cheia de bêbado e de chapado”. Reclamou também da desorganização nos horários de saída dos ônibus. “Isso é culpa da empresa. Passam o mês inteiro bem. Mas nesse dia tão pobre, não querem trabalhar. Nem tem carro pra por na rua”.