Um novo circuito noturno ganha forma na Venâncio Aires, no trecho entre a Viera de Castro e a Osvaldo Aranha. A noite começa com um choppinho de fim de tarde e pode encerrar no fim da madrugada, com a famosa sopa do Acabit, que fez história na Independência. A casa já está aberta como café, mas a sopa só será oferecida a partir de abril.
A esquina com a rua Vieira de Castro é o maior exemplo desse pólo noturno. Restaurantes, bares, danceterias, casas de show, pastelaria e café já somam 13 empreendimentos. Com o Acabit e o tradicional Cerilo’s são 15.
O pioneiro foi o Bar do Beto há mais de 25 anos. “Quando chegamos, funcionava apenas o antigo restaurante Papião, onde se instalou a farmácia”, lembra o sócio Batista Fontana.
Foi depois do ano 2000 que os negócios noturnos se multiplicaram. Na virada do século, abriu o Se Acaso Você Chegasse.
A casa é inspirada em Lupicínio Rodrigues e atrai a velha guarda fã de samba, bolero e mpb. Para os jovens baladeiros, a opção chegou em novembro de 2002, quando o irlandês Simon Nesbitt montou o Shamrock Irish Pub.
Alguns anos depois, o empresário José Luiz projetou um espaço para curtir o fim de tarde entre as árvores da Vieira de Castro – nascia o Boom Gaia. Na outra ponta da quadra, há dois anos e meio, Galdino Fernandes aposta na mpb e no jazz para dar o tom do bar Marrocos 660. Ele acredita que os novos empreendimentos dão mais visibilidade ao local. “E a movimentação gera segurança”.
A mais nova atração do roteiro é o Shrike, do casal Shirlei e Ricardo Spanhe. “É como um pub inglês, com rock anos 60 e 70”, explica Shirlei. O casal queria ficar longe do burburinho da Cidade Baixa, mas próximo de seu público, o “pessoal acima dos 25 anos, com gosto mais refinado para música”.
Outra casa que investe no público maduro é a Help, instalada em dezembro no casarão onde já funcionou o Azimute e o Bar da Bel. “Cada dia da semana é dedicado a um estilo musical”, conta o gerente Paulo Amorim.
A gastronomia também ganhou reforços. Além da Mini-churrascaria Via di Trento que serve espetinhos individuais, a esquina foi escolhida pelo argentino Guilhermo Bianco para abrir uma cafeteria. No Café Negro Bianco os grãos selecionados são moídos na hora para quem leva o pó para casa. Já a Estação Pastel, na Venâncio Aires, mudou de dono no ano passado, ganhou letreiro e sabores novos, mas manteve o recheio farto. “Apenas aprimorei as receitas”, revela o novo proprietário Roberson Alves.