As falanges estão latentes nas escolas

O governo não conseguiu equacionar uma política que controle o crescimento da vio-lência na área da educação.

O crescimento da violência e da criminalidade não ocorre em áreas isoladas nem somente em grupos sociais, considerados por análises financeiras e econômicas, com maiores carências na arte da sobrevivência. Este fenôme-no é generalizado, até porque os governantes custaram a acordar para a sua gravidade, especialmente no entorno dos tráficos de drogas e de armas. Na medida em que o crime começou a tomar forma organizada com a amplia-ção do número de seus profissionais, a inteligência governamental reduziu suas forças de segurança e, mais e pior do que isso, entendeu que no sim-ples jogo do prende e solta as coisas poderiam ser mantidas em equilíbrio. Hoje, algumas cabeças consideradas privilegiadas e tidas como altamente especializadas em segurança pública, sem apresentar qualquer projeção concreta, afirmam que, dentro de dez anos, o Rio Grande do Sul, nesse campo, será modelo para país. Isso quer dizer que, os gaúchos, em termos de segurança, somente daqui a dez anos – os que sobreviverem, é claro – poderão cantar “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra…” Sigam-me.
Falanges
Dentro da moldura que aqui apresento, estão as escolas. Professores, fun-cionários e os próprios alunos enfrentam aterrorizados e indefesos a inva-são das drogas e, mais recentemente, das armas. Os municípios de Caxias do Sul e de Cachoeirinha montaram dispositivos de segurança para essa área que envolvem toda a comunidade. Há perfeição nisso? Evidentemente que não. No entanto, as máquinas estão montadas e ativas. Isso não existe em termos de política estadual. Resultado disso é o risco crescente de que, na escola, onde o melhor deveria ser oferecido para o futuro de crianças e jovens estão se formando núcleos latentes semelhantes às falanges que ha-bitam o sistema penitenciário.
Quadrilha
Bandidos que promovem arrastões e assaltos a pedestres na avenida Far-rapos, voltaram a ser detidos ontem. Foram capturados três jovens, um de-les menor de idade, após roubo a dois rapazes durante a madrugada. As vi-timas foram cercadas por uma gang de seis pessoas armadas com facas. Dois criminosos haviam sido detidos há pouco mais de 30 dias pelo mesmo tipo de delito. Levantamento mostra redução superior a 20% dos crimes na avenida Farrapos mas não houve diminuição dos assaltos a pedestres. Em agosto de 2007 foram 36 casos contra 38 do mesmo período deste ano.
Caçada
A polícia prendeu no início da manhã de ontem, em São Vicente do Sul, os quatro integrantes da quadrilha que assaltou a agência do Sicred, terça-feira última, em Jaguari, Região Central do Estado. Os agentes recupera-ram 20 mil reais em dinheiro e apreenderam três revolveres, duas pistolas, uma espingarda além de coletes balísticos e veículos usados pelo bando. Segundo o delegado João Luis Brum da Cruz, cerca de 70 policiais partici-param da caçada aos bandidos.
Cadeado
A Secretaria da Segurança Pública realizou das 8h de terça-feira às 8h de ontem, a chamada Operação Cadeado em 271 municípios gaúchos. Foram presas 16 pessoas e apreendida uma arma. Participaram da ação 1.464 ser-vidores e utilizadas 447 viaturas.
Colégio da Brigada
Estão abertas as inscrições para o processo seletivo de admissão ao Colé-gio Tiradentes da Brigada Militar (avenida Aparício Borges, 2001, bairro Partenon. Este ano. estão disponíveis 60 vagas destinadas à comunidade em geral e 30 vagas reservadas aos filhos ou pessoas sob guarda ou tutela, ju-dicialmente constituída, de policial militar da Brigada Militar.
Exército na Segurança
O coronel da reserva do Exército Rubens Edison Pinto, 67 anos, é o novo secretário adjunto da Secretaria da Segurança Pública. Rubens é gaúcho de Cachoeira do Sul e doutor em Aplicação, Planejamento e Estudos Militares pela Escola de Estado Maior do Exército. Na área civil, foi presidente do Lions Clube Porto Alegre-Ipiranga (1998/1999) e diretor de Comunicação Social do Sport Clube Internacional (2003/2007).

Um comentário em “As falanges estão latentes nas escolas”

  1. Sobre a violência nas escolas. Sou formado em Letras, trabalhei muitos anos como professor, mas não atuo mais na profissão. Um amigo sugeriu que eu fizesse um concurso público para o magistério de um município, mas não me senti estimulado. Há uma crescente violência nas escolas. Professores sofrem vários tipos de violência desde ameaças e sabotagens até agressão física e, em casos mais graves, estúpro e morte. O comportamento dos alunos na escola é o reflexo da sociedade: os adultos, responsáveis pela educação das crianças, perderam o rumo. Não há mais referenciais ou modelos de comportamento a ser seguido. A moral e o respeito pela família está em ruínas. Teremos um futuro? Qual o futuro de nossa sociedade?

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