Brigada e Polícia Civil em rota de colisão

Há uma angustiante indefinição sobre quem manda e quem lidera a segurança pública gaúcha.
Desde que iniciou o governo de Yeda Crusius estou envolvido, aqui na mi-nha torre, com, pelo menos, duas dúvidas que, com certeza, não estão no rol dos questionamentos da governadora, pois no seu discurso o tema nunca aflora em contradição com o que agita as discussões em todos os segmen-tos da sociedade. Minhas perguntas são simples e, evidentemente, não es-pero por nenhuma resposta, pois, nesse campo, a governo não responde na-da. Quem manda e quem lidera a segurança pública no RS?
Entendo que quem manda nem sempre é o líder e vice-versa. Por vezes penso que quem manda é o secretário da Segurança, Edson de Oliveira Goularte, mas ele não se apresenta como líder. De outra banda, o coman-dante-geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, desponta como líder, mas não se sabe se ele, realmente, manda. Num plano burocra-ticamente paralelo a Mendes, está o chefe da Polícia Civil, delegado Pedro Rodrigues, que, invisível, não aparece nem como quem manda nem como quem lidera.
Dentro desta moldura, o que poderia ser rolado até o final do governo para tudo ser recomeçado por Yeda, por falta de liderança plena ou pela indeci-são de quem é indicado e pago pelo erário para decidir, mais do que provo-car uma semi-paralização está fazendo com que Brigada e a Polícia Civil entrem em rota de colisão. Rusgas entre os dois braços mestres da seguran-ça estão se agravando e, amanhã, o coronel Mendes deverá, oficialmente, questionar o delegado Pedro sobre a exposição midiática, através de uma delegada de polícia, de um capitão da Brigada que estaria envolvido com um empresário das máquinas caça-níqueis. Mendes não sairá em defesa do capitão, mas protestará contra o que ele entende como uma gratuita agres-são contra a Brigada Militar a partir de um caso que está em investigação não conclusa. Sigam-me.
Perplexidade
Setembro deverá iniciar com um processo de retaliação entre a Brigada Militar e a Polícia Civil sob o pálio de filó do Piratini que, encaminhando-se para o final da primeira metade do governo, ainda não conseguiu definir a sua política de segurança pública. Há uma legião com saudade de Ênio Bacci, primeiro titular da Segurança do governo Yeda, há gente chorando a queda de José Francisco Mallmann, que cheio de fé sucedeu Bacci, e uma sociedade inteira perplexa diante da invisibilidade de Edson de Oliveira Goularte, substituto de Mallmann. Enfim, estamos perto de nos acostumar com o novo jeito de governar.
Maradona
Durante uma ação policial, em Pelotas, foi morto, ontem, o jovem Diego Maradona Vasconcelos Rodrigues, 22 anos, que foi baleado por policiais civis num ponto de drogas do bairro Simões Lopes.
Casais
Um tema sempre atual e que interessa a um universo imenso de pessoas: “A sucessão dos cônjuges e companheiros. Questões polêmicas.” O tema será aborddo na próxima terça-feira, das 12h às 13h30min por Mônica Guazzelli no Iargs (Instituto dos Advogados do RS). A palestra, com entra-da franca, ocorrerá na sede da entidade, na travessa Acelino de Carvalho, 21, centro da Capital.
Tristeza
Hoje, às 9h, será sepultado, no Jardim da Paz, Isaac Varriento, radialista competente, indiático, sorridente, grandalhão e amigo que, durante mais de duas décadas operava na parte técnica de transmissões que consagraram gente que, certamente, estará lhe prestando hoje homenagens que, em vida, ele nunca recebeu. Na sexta-feira, foi sepultado o jornalista Luiz Osório, o Barão, dono e editor do jornal Kronika. Amigo de muitas décadas, marco da história do jornalismo gaúcho.

Um comentário em “Brigada e Polícia Civil em rota de colisão”

  1. Infelizmente, o nosso querido amigo Isaac Varriento, não recebeu as homenagens que merecia. Nem em vida e muito menos quando faleceu.

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