Carta de Barcelona

Escrevi umas cartas de minha viajem a Itália, mas parece que o correio andou arisco e só uma delas chegou ao seu destino. De todas formas, o desocupado leitor não perdeu grande coisa.
De volta a casa, retornam também as aventuras do cotidiano e o mês de setembro traz um pouco de tudo. É o começo do ano por aqui. A agenda política, por exemplo, está lotada. A luta contra o terrorismo (estamos no país de ETA) e a reforma dos estatutos das comunidades autônomas (sobretudo a catalana) são os dois assuntos predominantes nos debates e que não encontram nenhum tipo de consenso entre o governo socialista de Zapatero e a oposição conservadora-liberal liderada por Rajoy.
A primeira reunião do ano entre os dois líderes acabou em rodas de imprensa em que cada qual reclamava das posturas alheias, sem espaço para a tão saludar autocrítica. O governo apoia que as comunidades autônomas, como Catalunha e País Vasco, aumentem a sua autonomia em relação ao governo de Madri (que a bem da verdade não é pequena) e mantém uma postura de ouvir ao governo vasco la luta para exterminar ao ETA. A oposição discorda disso por medo de que se rompa a unidade do estado espanhol e de tudo o mais que o governo tente colocar na agenda.
Debates espanholes a parte, importantes países europeus estão as portas de suas eleições presidenciais. Alemanha escolhe, no próximo fim-de-semana, entre a manutenção da coalizão de centro-esquerda de verdes e os sociais-democratas de Schröder, e os democratas cristianos capitaneados pela favorita nas pesquisa de opinião Angela Merkel.
Enquando Itália vai às urnas em outubro para optar entre o conservador Beslusconi e o ex-presidente da Comissão Européia, Romano Prodi que reúne um “frentão” de centro-esquerda. No outro lado da Europa, Ucrania está envolvida em uma crise de governo provocada pela corrupção galopante em todos os seus níveis. O presidente Yúshenko demitiu toda a equipe de assessores que haviam sido os protagonistas da recente Revolução Laranja. Lembram de um caso semelhante em algum outro país aí pela América?
Rivadavia Severo, Jornalista

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