Pieternel Gruppen, com adaptação de Railda Herrero
Se o consumo continuar no ritmo atual, em 2050 precisaremos de dois planetas terra. Na metade desse século o mundo terá nove bilhões de habitantes e a produção deverá ser dividida a uma população cada vez maior. Plantas, insetos, bactérias e mamíferos vão desaparecer rapidamente. A perda da biodiversidade foi tema central de uma conferência européia na Holanda, em meados de fevereiro de 2007.
De acordo com ambientalistas participantes da conferência, se a superfície do planeta fosse dividida igualitariamente entre todos os humanos, a cada um caberia 1,8 hectare. No entanto, a maioria dos habitantes do ocidente utiliza de muito mais que isso. Na Holanda, a média é de quatro hectares por habitante, no Brasil 2,4. Outros países industrializados também utilizam muita superfície da terra, gerando graves conseqüências ao meio ambiente.
Nas últimas décadas desapareceram milhares de formas de vidas em conseqüência da evolução. No entanto, o ritmo de extinção dessas espécies é atualmente preocupante, segundo Johan van de Gronden, do Fundo Mundial para a Proteção da Natureza (WWF), participante da conferência. Desde 1970, esta ONG vem estudando aproximadamente 1.300 espécies de animais vertebrados e constatou a extinção de pelo menos 25% dessas espécies. Em algumas regiões tropicais os casos de extinção atingem a faixa dos 50%.
Para o ambientalista Van de Gronden, desde os anos 80, irrompemos a “barreira da sustentabilidade”. Em outras palavras, passamos a consumir mais do que a terra produz. Desde então, tiveram início as negociações para garantir acordos de proteção de variedades de seres vivos do nosso planeta, cujo número é estimado em 40 milhões.
Durante a Eco-92, a Conferência da Terra, ocorrida no Rio de Janeiro, 180 países estabeleceram que, até 2010, deveria haver contenção da perda ou deterioração da biodiversidade.
No entanto, a Europa, por exemplo, só conseguiu firmar acordos mais concretos para cumprir esta meta nos últimos cinco anos. Para o ambientalista Johan van de Gronden, é necessário proteger o habitat de diferentes espécies, estabelecendo as devidas conexões existentes. Na Holanda, já existem estes planos de proteção em 160 zonas, comprovando a presença do verde na agenda política nacional.