Após 12 anos no mercado publicitário do Rio, mudei para SP em 1º/5/97.
Uma mão na frente e outra atrás, tive uns dois anos difíceis: vivia de escassos frilas.
Ao circular por eventos, encontrei a Rosvita num deles e daí resultaram algumas visitas à casa dela e do Nei. Ela estava no Valor Econômico e o Nei tinha seu restaurante em Vinhedo, na Grande SP. Esses encontros eram um porto seguro afetivo.
Até que certa vez o cinto apertou e não tinha dinheiro nem para pagar a pensão da minha ex-mulher e os 3 filhos.
Recorri à Rosvita e ela prontamente me deu um help. Prometi pagar quando as coisas melhorassem. E quando melhoraram, me tornei redator da Made Brasil, braço de design da W/Brasil.
Procurei a Rosvita para saldar a dívida e ela, prontamente, recusou o dinheiro. E como era natal, sugeriu que eu comprasse mais presentes para a família.
Contando assim, parece apenas mais um gesto solidário entre velhos amigos. Mas foi mais que isso, e a diferença estava na atitude afetuosa da Rosvita.
Em seguida ela foi atuar no marketing de um cartão de crédito, trocamos alguns telefonemas, e acabei de volta aos pagos.
Agora que a Rosvita se foi, poderia desfiar a baita admiração pela sua extraordinária capacidade jornalística e tantos outros méritos profissionais e pessoais dela, que todos reconhecem e podem relembrar.
Mas nesse momento de perda e saudade prefiro destacar esse episódio humanitário. Rosvita sabia dar o melhor de si a todos com quem convivia, bem-humorada, atenta, sempre disposta e disponível. Uma fortaleza entre nós.