No início da tarde, a bomba foi o áudio que vazou com um discurso do vice presidente Michel Temer, falando como se o impeachment já estivesse consumado.
No fim do dia, um ato com Lula, Chico Buarque e dezenas de artistas e intelectuais reuniu milhares de pessoas no Rio.
Esses dois fatos reforçaram uma tendência que já vinha se delineando nos últimos dias e que sinaliza para o enfraquecimento do processo de impeachment da presidente Dilma, que entrou em sua fase decisiva na Câmara Federal.
Enquanto os deputados da Comissão Especial que analisa o pedido de impeachment batiam boca no Congresso, Beth Carvalho cantava no anfiteatro da Fundição Progresso, no Rio, um sambinha recém composto: “Não vai ter golpe de novo/ reage, reage meu povo”.
O frei Leonadro Boff disse que estava ali para “o sepultamento do golpe” e Nelson Sargento, decano dos sambistas brasileiros, aos 91 anos, gritou: “Eu não dormiria direito essa noite se não viesse aqui”.
A manifestação prosseguiu do lado de fora, sob os arcos da Lapa, onde era aguardado o discurso do ex-presidente Lula.
A aprovação do relatório pelo impeachment na Comissão Especial, no início da noite, perdeu boa parte do impacto que teria ante esse novo quadro. A decisão está prevista para domingo quando o processo será votado no plenário da Câmara.