É tão elementar que chega a doer: a saúde começa com boa alimentação, ou seja, cesta básica, renda mínima e bolsa família – itens supletivos, na ausência de salários em uma economia saudável, para garantir comida aos pobres e ajudá-los a entender que sem educação (do ABC ao Doutorado) um país não avança na trilha do desenvolvimento sócio-econômico, artístico-cultural, científico e tecnológico…
Claro, não é só isso: é preciso também investimento em saneamento, habitação, infraestrutura e cuidados ambientais para alcançar o patamar da sustentabilidade com justiça social.
Os ricos, os cínicos e os hipócritas fingem não ligar, mas sabem que o conjunto de fatores citados no parágrafo acima configura o roteiro elementar da governabilidade, tanto que esteve mais ou menos presente em vários governos brasileiros, de Getulio a Lula, passando por JK, Jango, Castello, Geisel, Sarney, FHC e Dilma. Bem ou mal as coisas eram amarradas teoricamente para dar um resultado econômico e social, quase sempre negligenciando o equilíbrio ecológico, pois a questão climático-ambiental não parecia urgente como hoje. Uns mais, outros menos, os governos tentavam fazer o possível, na prática.
Pois bem, tão simples tricotar um plano mínimo de governo e nem isso temos. De todos os governantes dos últimos 60 anos, nem mesmo Collor foi tão primário e arrogante quanto o atual, que ostenta uma clamorosa ausência de bom senso e inteligência, enquanto se expressa por meio de clichês e platitudes inspiradas em preconceitos religiosos e premissas econômicas superadas.
Eleito sem debate nem programa, ele opera em zigue-zague e os comandantes das principais instituições da república comportam-se como cúmplices da destruição de direitos e esperanças, fingindo não ver o crescimento do desemprego, do subemprego, da fome e da miséria. Tudo elementarmente claro: a solução começa pelo binômio saudeducação, o resto é consequência. A saída para crises assim está prescrita na Constituição. Que os responsáveis tomem as providências cabíveis.
LEMBRETE DE OCASIÃO
“O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”
Almirante Barroso, em 186