Saudável luta pelo poder na Brigada

Cadeira vazia no Tribunal Militar do Estado provoca noites de insônia.
Tanto na Brigada Militar como na Polícia Civil há uma liça, que denomino branca, pelo poder. Na Brigada, o quadro, atualmente, se apresenta com maior gravidade devido à cadeira vazia existente no Tribunal de Justiça Mi-litar do Estado. O coronel que for nomeado juiz pela governadora Yeda Crusius se obrigará a ficar na ativa até completar 70 anos de idade. Mas valerá a pena, pois, sem deixar de ser brigadiano, estará integrado no colé-gio dos magistrados gaúchos, com remuneração de desembargador. O co-ronel Paulo Roberto Mendes, tecnicamente, está na ponta desta corrida, pois, mais do que comandante-geral da Brigada Militar é homem quem mantém contato direto com o Piratini. No entanto, o coronel João Carlos Trindade, sub-comandante geral da Brigada, que, se Mendes chegar a juiz, assumirá o posto maior da corporação sem traumas, hoje, também é candi-dato à magistratura. Correndo por fora,inclusive com discursos públicos enaltecendo a figura da governadora Yeda Crusius, destaca-se o coronel Reuvaldo Vasconcellos Ferreira. Sigam-me.
Censura
Essa liça branca entre os coronéis da Brigada, embora não decisiva, tem uma certa influência sobre a condução do policiamento ostensivo. Entrar em um debate mais duro e público, por exemplo, com a governadora, por melhores condições de trabalho e remuneração mais digna, por certo não conta ponto para uma elevação a juiz. O que não entendo, no entanto, é por que esta coluna, nas partes em que coloca para a sociedade este tema, é censurada em sua distribuição – via sinopse ou clipping – para a Brigada Militar. Afinal, este humilde marquês não direito a voto no secreto colégio que dará a palavra final, assinada por Yeda, sobre quem irá para a Corte da Brigada.
Sucesso
A polícia gaúcha realizou das 12h às 18h de sexta-feira mais uma edição da Operação Esforço Concentrado, que abrangeu 469 municípios. Foram Mo-bilizados 1.440 servidores em 572 viaturas. Houve cinco prisões. Um su-cesso.
Assassinatos
Em Caxias do Sul, ontem, ocorreu o assassinato de um homem identific-do como José Alencar Machado do Santos, de 47 anos. A vítima foi alveja-da com três tiros. Também em Caxias, Joel Santana, 30 anos, foi morto a tiros por dois bandidos que estavam em uma moto.
Viaturas
A governadora Yeda Crusius e o secretário estadual da Segurança Públi-ca, Edson de Oliveira Goularte entregaram, sexta-feira, em Guaíba, duas viaturas à Brigada Militar – uma para o município e outra para Charquea-das. As duas viaturas integram um primeiro lote de veículos adquirido pelo governo, do qual 43 veículos permaneceram na Capital e outros 23 estão sendo distribuídos a municípios da Grande Porto Alegre. Não posso deixar de registrar que é preciso saudar a chegada de novas viaturas e lamentar que, para elas, não exista nenhum programa de manutenção e reposição de peças.
Pau-de-arara
A idéia do ministro Nélson Jobim de obrigar jornalistas a revelar suas fontes não é nova nem no Brasil nem no mundo. É preciso saber apenas quais os métodos que Jobim entende que devam ser aplicados nos profis-sionais da imprensa para que abram o bico quando enfrentarem seus inqui-sidores. O pau-de-arara talvez esteja no estágio inicial do interrogatório.
Desafio
Tivesse o titular da SSP-RS (Secretaria da Segurança Pública) decidido colocar um funcionário de carreira da Susepe (Superintendência dos Servi-ços Penitenciários) na titularidade do órgão, estariam contidas quase todas as ameaças de confrontos nesta área entre os servidores e o governo. Isso não aconteceu e a nomeação do procurador do Estado Paulo Roberto Thomsen Zietlow para dirigir a política penitenciária do Estado, por ora, apenas adiou a eclosão de novas crises. A habilidade de Zietlow estará sen-do desafiada.

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