Trabalhistas falam em reconstrução na Inglaterra

A vitória da esquerda na França e a volta do Partido Trabalhistas na Inglaterra são sinais de algo maior do que meros movimentos de opinião traduzidos em disputas partidárias.

Há um movimento profundo em toda a Europa de reação às políticas neo-liberais que com pequenos hiatos há meio século se impõe a todos os países e não só lá.

A Inglaterra, com Margareth Tatcher, foi um marco inicial desse processo, foi referência para sua difusão pelo mundo inteiro.

Hoje os ingleses conhecem a face cruel desse modelo.

Agora, os trabalhistas voltam ao poder com uma acachapante maioria (412 contra 121 dos conservadores) sob a liderança de Keir Starmer, de 52 anos.

Ele será primeiro ministro e sinaliza  uma mudança de rumo. Os analistas dizem que ele surpreendeu os céticos e reconstruiu o Partido Trabalhista “Agora ele deve fazer o mesmo pela Grã Bretanha”, disse um deles.

Andrew Rawnsley, do Observer, escreveu que “Sue Gray, chefe de gabinete de Keir, tem uma “lista de merda” que são as emergências que podem surgir já no inicio do governo, variando da falência de universidades  a uma crise total nas prisões”.

“A dívida do governo em relação à produção está no seu maior nível em 60 anos”.

“Os impostos como proporção do PIB estão caminhando para o nível mais alto desde 1948”.

“Ao mesmo tempo, serviços públicos críticos estão de joelhos ou no chão”.

Reconstruir é a palavra que os jornais já estão usando.

(Elmar Bones )