VILSON ANTONIO  ROMERO/ Nação Desigual

Passam os anos e a nossa desigualdade social segue escancarada e insolúvel. Novamente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou seu ranking anual do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e as notícias para o Brasil seguem preocupantes.
Voltamos a cair na classificação mundial (pesquisados 189 dos cerca de 200 países reconhecidos no mundo) do IDH que mede o bem-estar da população com base em indicadores de saúde (expectativa de vida ao nascer), educação (anos esperados de escolaridade e média de anos de estudo da população adulta) e renda nacional bruta per capita.
Desde que foi criado em 1990, tendo como base o trabalho dos economistas Mahbub Ul Haq (paquistanês) e Amartya Sem (indiano), nunca logramos chegar ao nível mais elevado do índice surgido como uma medida alternativa de desenvolvimento em contraponto ao simples uso do Produto Interno Bruto (PIB) dos países.
Com um aumento de apenas 0,001 em relação a 2017, o Brasil passou da 78.ª para a 79.ª colocação em 2018, ficando em 0,761 pontos (quanto mais próximo de 1,000, maior o desenvolvimento humano da população).
Numa retrospectiva, o Brasil registrou avanços significativos entre 1990 e 2013, porém, desde então vem caindo no ranking: já perdeu três posições, principalmente pelo fato de os indicadores de qualidade na educação se manterem em patamares muito baixos.
O levantamento mostra o efeito dos equívocos cometidos pois o período esperado para que os brasileiros fiquem na escola estagnou em 15,4 anos desde 2016. Além disso, a média do tempo de estudo da população adulta ficou em apenas 7,8 anos – a mesma de 2017.
A desigualdade de renda é outra chaga da sociedade brasileira: os 10% mais ricos detêm 41,9% da renda total do país, constituindo-se na segunda maior concentração de renda em todo o mundo, atrás apenas do Catar.
Em outras variáveis há evoluções tímidas: a expectativa de vida ao nascer passou de 75,5 para 75,7 anos e a renda nacional bruta per capita subiu de US$ 13.975 para US$ 14.068.
Na classificação geral, o melhor IDH é o da Noruega (0,954), seguido pelo da Suíça (0,954) e da Irlanda (0,942). Os três piores são Chade (0,401), República Centro-Africana (0,381) e Níger (0,377). Na América do Sul, o Brasil está atrás do Chile (0,847), Argentina (0,830) e Uruguai (0,808).
Como alerta o PNUD, no relatório deste ano: “As desigualdades no desenvolvimento humano ferem as sociedades e enfraquecem a coesão social e a confiança das pessoas no governo, nas instituições e umas nas outras. As desigualdades ferem também as economias, impedindo que as pessoas alcancem seu potencial no trabalho e na vida”.
Como os organismos internacionais sempre têm denunciado, há muito a ser feito neste nosso país-continente sempre em vias de desenvolvimento, para que tenhamos uma Nação mais justa, igual e solidária.
Vilson Romero é jornalista, diretor da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) – vilsonromero@yahoo.com.br – fone 61-981174488

Um comentário em “VILSON ANTONIO  ROMERO/ Nação Desigual”

  1. O governo fechou o ano com a menor taxa básica de juros da história e deve encerrar 2019 com um crescimento do PIB melhor do que o esperado, apesar de ainda fraco. As contas do governo vão fechar no vermelho, mas abaixo da meta esperada. A dívida pública começou uma trajetória de queda, o foco do governo é o controle dos gastos, principalmente os obrigatórios, o objetivo é colocar as contas públicas em ordem para que, assim, a economia volte a ter um crescimento duradouro que resulte em geração de emprego e renda. Após a aprovação da Previdência, o governo apresentou ao Congresso um pacote de três propostas de emenda à Constituição que pretendem dar continuidade ao ajuste fiscal iniciado pela Previdência, além de descentralizar recursos da União para estados e municípios A reforma tributária, a reforma administrativa e o projeto que vai acelerar as privatizações ficaram para serem apresentados em 2020. Essas propostas também fazem parte do chamado plano de transformação do Estado. Não se esqueça também do projeto de privatização do saneamento. Ou seja, o Brasil está retornando ao caminho do crescimento, de geração de empregos, recuperação da economia o que trará como resultado, uma melhora no IDH. Agora, o que não se pode é querer que em 1 ano de governo, a equipe econômica recupere o caos deixado por dezenas de anos de políticas inconsequentes que destruíram completamente a economia provocando um colapso social com 14 milhões de desempregados, milhares de empresas fechando as portas ou indo embora do Brasil, índices de criminalidade atingindo patamares astronômicos, corrupção em todas as esferas do governo federal e de governos estaduais e por aí vai. Eu acredito que nos próximos anos este país irá trilhar novamente o caminho do crescimento econômico, político e social.

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