Daniel Acosta fala sobre o processo criativo da exposição “Embutidos, Permeáveis, Topológicos, Rotores”

 

A Ocre Galeria promove no próximo dia 18 de novembro, sábado, às 10h30min, mais uma edição do projeto Conversa com o Artista, desta vez destacando a exposição “Embutidos, Permeáveis, Topológicos, Rotores”, de Daniel Acosta, atualmente em cartaz no espaço expositivo. A mediação será da pesquisadora e crítica de arte Gabriela Motta.

Daniel Acosta vem tensionando os limites entre arte, arquitetura e design, e, ao mesmo tempo, redefinindo estes conceitos na arte contemporânea. Nesta exposição, o artista apresenta obras de diversos períodos de sua trajetória, ao mesmo tempo em que exibe trabalhos criados especialmente para o espaço expositivo localizado na Rua Demétrio Ribeiro, 535, Centro Histórico de Porto Alegre-RS. Esta é a segunda individual do artista em Porto Alegre. A primeira foi “Transfigurações”, em 1999, que ocupou a Sala de Exposições do Instituto de Artes da Ufrgs.

Em “Embutidos, Permeáveis, Topológicos, Rotores”, Daniel Acosta reúne obras de 2008, 2010, 2018, 2021, 2022 e 2023, o que confere à mostra certo tom de retrospectiva. Têm trabalhos clássicos de sua produção, como a “A Casa de Adão e Eva no Paraíso”, de 2010 e “Estimado Selvagem (leão)”, de 2008, ambas em fórmica, compensado em mdf, e tem a escultura de solo de 2018, “Permeável Jealousy”, em fórmica e compensado; todos os demais foram produzidos nos últimos três anos. Acosta classificou as obras por sua condição espacial, ou seja, a posição que ocupam em relação ao espaço expositivo e ao olhar de quem as observa.  Assim, chegou às quatro condições que, são, exatamente, as que dão título à exposição.

Os “embutidos” são as peças em fórmica cortadas a laser e encaixados, a exemplo da já citada “Estimado Selvagem (leão)”, de 2008, e da “Paisagem de Evasão”, em fórmica, compensado e mdf, de 2021. Acosta destaca que nesta série o mais importante é a construção da imagem, a qual remete à ideia de marchetaria. É embutido porque está justo, encaixado, que é como as lâminas de fórmica são coladas, recortadas e encaixadas. Os “permeáveis” são elementos vazados, peças que permitem “ver através”. A permeabilidade é uma condição que interessa ao artista enquanto elemento de discussão por ligá-lo à arquitetura e por suas múltiplas possibilidades de leitura. Como exemplo, destaca-se a já citada “Permeável Jealousy”. Quanto aos “topológicos”, estes estão relacionados à noção de topografia, sugerindo uma relação com o espaço e com o expectador. Esta série está representada pela obra “Topocampo”, peça em fórmica e compensado, de 2021.

Por fim, os “rotores”, incluem obras que sugerem movimento e interação, propondo um diálogo com o espectador. Na parede da Ocre o visitante poderá interagir com uma peça de madeira maciça, que gira sobre o próprio eixo, apoiada em outros dois elementos fixados na parede. Há, também, estruturas de formas elipsoldais, em cimento, que apesar de não girarem sobre o próprio eixo, possuem, em sua constituição, um gabarito feito de madeira, que gira sobre o seu próprio eixo, sobre o qual é produzida a peça em cimento.

Experiências semelhantes a esses rotores já foram compartilhadas com o público em dois trabalhos anteriores, o Riorotor, de 2008, uma instalação interativa (220x500cm) feita em alumínio, tecido impresso com padrão de madeira plástico, acrílico, lâmpada fluorescente e motor, exposta no Itaú Cultural da Avenida Paulista, e o Rotorama (40x1500m), grande instalação em mdf, compensado, pinus, laminado cumarú, ferro, motor e adesivo recordado, que ocupou a Pinacoteca de São Paulo, em 2018, na qual Acosta elevou o piso do Octógano (o espaço central do edifício da Pinacoteca), criando um ambiente de interação e lucicidade.

 

Ao longo de mais de 30 anos de produção e inúmeras distinções, Daniel Acosta tem trabalhado com escultura, desenho, fotografia, instalações e arquiteturas portáteis. Mais recentemente tem operado em um contexto híbrido entre arte, design e arquitetura, construindo pequenas arquiteturas/mobiliários para o espaço urbano. A paixão e a habilidade no trato da madeira é herança do pai, proprietário de uma marcenaria na qual, ainda criança, produzia seus próprios brinquedos e maquetes de pequenas cidades em papelão. Doutor em Artes pela ECA/USP é, também, professor de desenho e escultura na Universidade Federal de Pelotas/RS. Para o professor e curador Tadeu Chiarelli, Daniel Acosta pertence a uma geração de artistas que vem “redefinindo os conceitos de pintura e escultura e com isso expandindo o campo para a instauração da arte contemporânea no Brasil”, ou como declarou o critico José Roca: “(…) o trabalho de Daniel Acosta questiona a proverbial inutilidade da arte. As suas esculturas/recintos/móveis convidam o espectador a um exercício ativo de particpação, interação e diálogo”.

 

A exposição “Embutidos, Permeáveis, Topológicos, Rotores” fica aberta ao público até o dia 25 de novembro próximo. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 13h30min.

 

Sobre Daniel Acosta

Daniel Albernaz Acosta é um artista nascido no município de Rio Grande-RS, em 1965, que começou a trabalhar com madeira e outros materiais na marcenaria de seu pai, inicialmente produzindo brinquedos e maquetes de cidades em papelão. Ele completou o segundo grau com formação em arquitetura, mas sua principal influência nessa época vinha de quadrinhos, cinema, televisão, música e arte. Em 1987, ele se formou em Escultura pela Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Entre 1990 e 1993, participou de workshops com artistas renomados, como José Rezende, Artur Lescher, Ricardo Basbaum e Milton Machado. Em 1994, Daniel Albernaz Acosta se mudou para São Paulo para cursar seu mestrado em Arte na ECA/USP sob a orientação de Carmela Gross. Ele começou a colaborar com a Galeria Casa Triângulo em São Paulo, realizando várias exposições individuais e coletivas ao longo dos anos.

Seu trabalho foi premiado em salões de arte em várias cidades do Brasil, e ele também participou de exposições coletivas notáveis, como a Bienal de São Paulo e a Bienal do Mercosul. Além disso, ele trabalhou em projetos específicos para espaços públicos, como o Torreão em Porto Alegre e a Capela do Morumbi em São Paulo. Acosta concluiu seu doutorado em Arte na ECA/USP em 2005, com uma tese focada na série de “Paisagens Portáteis”. Desde então, ele continuou a criar esculturas e mobiliário específicos para espaços urbanos e galerias de arte em todo o Brasil e até no exterior. Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem única à escultura e ao mobiliário, muitas vezes combinando elementos arquitetônicos e artísticos. Ele lançou seu segundo livro em 2018, abrangendo 30 anos de sua produção artística. Ao longo dos anos, o artista participou de várias exposições coletivas em galerias e museus no Brasil, demonstrando seu impacto contínuo no cenário da arte contemporânea.

 Sobre a Ocre Galeria

A Ocre galeria de arte é localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, próxima à Casa de Cultura Mario Quintana, ao Margs e à Usina do Gasômetro. É administrada pelos artistas Felix Bressan e Nelson Wilbert em sociedade com Mara Prates. A Ocre foi inaugurada em maio de 2022 com as exposições dos artistas Mariana Rotter e Rommulo Vieira Conceição.  Na sequência, realizaram exposições na galeria os artistas Patricio Farías, Thais Ueda, Luiz Felkl, Bea Balen Susin, Lenir de Miranda, Alfredo Nicolaiewsky, Nara Amelia, além de três coletivas, dois módulos apresentando os artistas da galeria e outra de desenhos das artistas Amelia Brandelli, Olívia Girardello, Mariana Riera, Claudia Hamerski e Marta Penter com a curadoria de André Severo. A galeria tem buscado preservar a história, difundir a cultura e apoiar a produção de novos artistas, disponibilizando um amplo acervo de artistas representados e um acervo online com obras sele

A agridoce descoberta, em livro de crônicas, de Heitor Bergamini

Heitor Bergamini saiu do universo empresarial e mergulhou na cultura, no mundo da literatura e das artes visuais. Em seu mais recente livro de crônicas autobiográficas, ele revela um fato que provocou uma reviravolta em sua trajetória, um contundente relato de despedida e de reflexões sobre a vida e a morte. “Agri Doce”, publicação da editora XXI, será lançado com sessão de autógrafos na segunda-feira, 13 de novembro, às 17h, na Feira do Livro de Porto Alegre.

“Na obra estão o olhar penetrante sobre o cotidiano, as recordações de experiências juvenis, a proclamação de amor aos filhos e à estrutura familiar, a evocação dos amigos e considerações modelares acerca da trajetória dos indivíduos. Porém, desta vez, há uma nota pungente em várias crônicas. Atacado por áspera doença, o autor descobre sua própria finitude. O sofrimento da revelação é relatado sem subterfúgios. A resposta que então desenvolve dará a seus textos uma beleza ímpar. Recusa-se à depressão e afirma, corajosamente, a primazia da vida, do “carpe diem” (do usufruir o dia), como a mais excelsa forma criada pelos seres humanos para enfrentar o inexorável destino que os aguarda”, descreve o professor e escritor Sergius Gonzaga, que assina a orelha do livro.

“Agri Doce” é o quarto livro do escritor, que inicialmente ficou conhecido por obras de negócios, como “Gestão de Carreiras – as 5 Ferramentas Essenciais” e “Histórias de Marketing e Vendas”. No ano passado, virou a chave de sua verve literária com o lançamento de “Quarentenas”, uma obra autobiográfica recheada de humor. Desta vez, em “Agri Doce”, Bergamini mostra seu lado mais intimista e profundo, em uma narrativa que prende o leitor em suas descobertas acerca da finitude da vida.

Sobre Heitor Bergamini: 

Trabalhou como alto executivo por mais de 30 anos em importantes empresas siderúrgicas e de fertilizantes no Brasil. Atualmente, dedica-se à carreira de conselheiro, consultor, palestrante e empresário. Também deu vazão à sua paixão pela arte, com a inauguração da GalArt, uma galeria de arte em Porto Alegre especializada em artistas gaúchos, mas que também tem obras de grandes nomes do Brasil e do exterior em seu acervo. Como artista visual, produz obras de arte sustentável com sucatas e materiais orgânicos e já participou de exposições individuais e coletivas. 

Livro “Agri Doce”

Autor: Heitor Bergamini

Editora: Leitura XXI

Páginas: 112

Valor: R$ 35
Site: www.leituraxxi.com.br

Lançamento: 13 de novembro, às 17h, na Feira do Livro de Porto Alegre.

Rope Phoenix faz performance com técnica milenar japonesa no Vem Voar Studio

Surgida no Japão feudal, a técnica erótica do shibari (que significa prender/ amarrar) deixou de ser um costume exclusivo dos samurais para ser executada abertamente em frente ao público. Adepta da prática, a rigger (como é chamada quem amarra) Rope Phoenix (nome artístico da gaúcha Ana Paula Stock) irá realizar, em Porto Alegre, uma performance no Vem Voar Studio (Cel. Fernando Machado, 169/ apt. 3) às 18h deste sábado (11). Os ingressos estarão à venda no local por R$ 35,00.

Nesta mesma data e local, a artista também irá ministrar uma oficina de shibari, com duração das 10h às 17h30min. Neste caso, as inscrições devem ser feitas pelo Instagram @rope_phoenix ou pelo telefone/whatsapp 21- 9.6951.2970. O investimento custa R$ 350,00.

Fundadora do Coletivo Wabisabi (grupo artístico de shibari no Rio de Janeiro), Rope Phoenix entrelaça as pessoas com cordas de juta ou cânhamo, promovendo movimentos e sensações que podem levar a um estado meditativo. Nessa prática, a comunicação se dá através das cordas, porém, as intenções, desejos e limites são estabelecidos antes da amarração iniciar.

Rope Phoenix. Foto: Sean Denny/ Divulgação

Primeira brasileira a participar do maior festival de shibari europeu (Eurix), em 2022, e única representante do País no mesmo evento em 2023, Ana Paula recentemente realizou residência artística no Instituto de Cultura e Pesquisa do Corpo e Sexualidade em Berlim (IKSK), onde também ministrou oficinas da técnica.

Durante os últimos sete anos, ela tem realizado várias performances artísticas em clubes e eventos particulares, incentivando mulheres a participar das amarrações, principalmente na condição de amarradoras (usando a estrutura feminista para ressignificar a prática da masmorra, transformando na possibilidade de uma sexualidade mais sensorial e ampla).

Nessa investida no Vem Voar Studio (espaço por onde já passaram inúmeros criadores, performers e oficineiros de artes visuais, dança, teatro e circo), ela leva ao local uma nova possibilidade artística, inserida entre os diversos cursos que a casa oferece tanto no formato on-line como no presencial.

A memória dos anos dourados do rádio: livro digital conta a história de 11 peças radiofônicas

 

Preservar a memória dos anos dourados do rádio. Essa é a proposta do livro no formato digital e interativo “Casa do Artista Riograndense, uma história de amor à arte”,  que reúne textos de radioteatro escritos pelo residente mais antigo da instituição, Wilson Roberto Gomes.

Com onze roteiros de peças radiofônicas, a obra tem apresentação de Raquel Grabauska, idealizadora e diretora artística do projeto. O livro também conta com o posfácio escrito por Claudio Mércio, professor universitário e jornalista, responsável pela revisão dos roteiros das peças de radioteatro e a produção editorial da produtora cultural e jornalista Flávia Cunha.

Mirna Spritzer, Maria Ieda Rothermel e Raquel Grabauska. Foto Lorena Sanchez./ Divulgação

Além disso, dois textos foram gravados especialmente para o projeto, com as radioatrizes Maria Ieda Rothermel, Mirna Spritzer e Raquel Grabauska. “As Irmãs”, uma típica peça de radioteatro, com três personagens de uma mesma família entrelaçadas por uma complexa história familiar. Já em “Eu, Casa do Artista Riograndense”, Wilson traz um histórico do nascimento deste local de acolhimento a idosos que fizeram (ou ainda fazem) do fazer artístico sua profissão. A Casa do Artista do Riograndense, localizada no bairro no bairro Glória, foi inaugurada em 1949. As duas gravações estão disponíveis também nas plataformas digitais de streaming, como Spotify.

O gênero radioteatro, muito popular entre as décadas de 1940 e 1960, atualmente é pouco conhecido pelo público, principalmente entre as gerações mais novas. Destacar o trabalho do artista Wilson, de 81 anos, reconhecido ator de radionovelas em diversas emissoras de Porto Alegre e São Paulo, e ainda em atividade como escritor do gênero, é importante não só por ele ser residente na Casa do Artista há 30 anos. Em sua trajetória profissional, participou ativamente do apogeu do gênero radioteatro e, por isso, editar esse material é uma forma de garantir que sua produção textual atinja um público mais abrangente.

Aberto ao público, o evento de lançamento do livro está marcado para 3 de novembro, às 17h, na Casa do Artista Riograndense (Rua Anchieta, número 280, bairro Glória, em Porto Alegre), com a audição das duas peças radiofônicas. E, neste dia, o conteúdo do livro estará disponível para ser acessado gratuitamente no link da bio do instagram @casadoartistars.

Contemplada com o FAC Publicações, edital da SEDAC-RS, a iniciativa tem financiamento do PRÓ-CULTURA RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

A Casa do Artista Riograndense é uma instituição permanente sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, que conserva o património material e imaterial. É uma entidade assistencial, qualificada como de utilidade pública municipal e Estadual. Tem por sua finalidade, prevista em estatuto social, oferecer abrigo para artistas com mais de 60 anos em situação financeira instável, sendo um ILPI – Instituição de Longa Permanência de Idosos. Oferece moradia, alimentação, entre outros direitos, tentando sempre buscar e proporcionar condições de bem-estar, lazer e cultura para idosos artistas que nela residem. A Casa do Artista Riograndense foi fundada em 1949, pelo radialista e músico Antônio Francisco Amábile, com apoio de diversas áreas e outros profissionais que reconheciam a importância de uma instituição dedicada a cuidar dos artistas idosos. Além disso, a Casa do Artista vem desenvolvendo a função de produção e gerenciamento de projetos culturais. Realiza, todos os meses, o Sarau da Casa, entre tantas outras atividades.

Wilson Roberto Gomes Foto Lorena Sanchez/ Divulgação

Evento de lançamento:

Audição das duas peças radiofônicas e lançamento oficial do livro “Casa do Artista Riograndense, uma história de amor à Arte”

Dia 3/11, a partir das 17h

Casa do Artista Riograndense (Rua Anchieta, número 280, bairro Glória, em Porto Alegre)

Entrada franca

EQUIPE E-BOOK

Projeto gráfico e diagramação: Alana Anillo

Produção editorial: Flávia Cunha

Revisão de texto: Simone Ceré

Revisão de roteiros: Cláudio Mércio

Fotos de capa: Acervo pessoal | principal

Andrea de Santis | fundo

EQUIPE GRAVAÇÕES

Radioatrizes: Maria Ieda, Mirna Spritzer e

Raquel Grabauska

Captação e edição final: Geórgia Santos

Trilha sonora e sonoplastia: Cláudio Veiga

EQUIPE PROJETO

Produção-executiva: Flávia Cunha e Raquel Grabauska

Direção artística: Raquel Grabauska

Redes Sociais: Lorena Sanchez

Assessoria de imprensa: Simone Lersch

Proponente: Casa do Artista Riograndense

O espetáculo Raiz Amarga – Por que esta noite é diferente de todas as outras? encerra temporada

Arlete Cunha e Letícia Schwartz estão no elenco desta montagem que ocupa a Sala Álvaro Moreyra, no Centro Municipal de Cultura até 29 de outubro

A montagem que estreou com quatro sessões lotadas no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa, poderá ser conferida até 29 de outubro, sextas e sábados, às 20h e domingos às 19h, na Sala Álvaro Moreyra, no Centro Municipal de Cultura. Na semana que antecedeu a estreia foi lançada uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Apoia.se, com o título “As doze noites de Raiz Amarga”. A iniciativa visou arrecadar fundos para viabilizar os custos operacionais desta temporada independente.

Com dramaturgia de Clóvis Massa e Letícia Schwartz, a partir de textos de Letícia Schwartz, o projeto nasceu em meados de 2020 quando Letícia, atriz e áudio-descritora, convidou Clóvis Massa, diretor e professor titular do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, para desvendar possíveis caminhos dramatúrgicos na construção de delicado material de memórias: os relatos de sua avó, Reli Blau, uma sobrevivente do Holocausto. Como contar essa história? O Sêder de Pessach, a páscoa judaica, surge como resposta: rememorar um trauma através de um ritual de celebração da vida. A partir disso, constroem juntos o roteiro e a encenação da peça Raiz Amarga. A montagem teatral mescla as memórias da atriz com as etapas, histórias e cânticos que envolvem o ritual da primeira noite da páscoa judaica. Ao lado de Letícia, a atriz Arlete Cunha une-se à celebração do Pessach onde o público é convidado a partilhar alimentos, traumas e alegrias da família cuja matriarca foi uma sobrevivente do campo de extermínio de Auschwitz. A direção é de Clóvis Massa.

Foto_Bernardo Jardim/ Divulgação

A disposição cenográfica propicia a proximidade das atrizes com os espectadores propondo que cada pessoa seja potencialmente afetada pelos testemunhos verídicos de maneira sensível. No dispositivo cênico da montagem, situado diretamente no palco, o público é convidado a vivenciar a experiência do ritual dentro da caixa cênica, transformada em sala de jantar: o manuseio de mesa, cadeiras, pratos, taças e vinho, além de comidas que resguardam o simbolismo da fuga do povo judeu do Egito, fornecem à atmosfera do espetáculo a dose necessária de intimidade para sua acomodação, com as atrizes contando histórias e tecendo comentários pontuais, olho a olho, sobre os acontecimentos tratados de acordo com as etapas do ritual.

A temática presente na noite de Pessach, em que se recorda a história do Êxodo e a libertação do povo de Israel, é atravessada pela trajetória da família de Letícia, de sua avó sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz e do impacto do Holocausto nas gerações

seguintes. Desse modo, os principais momentos da cerimônia da páscoa judaica servem como marcos para abordar o sofrimento dos judeus na Segunda Guerra Mundial, mas também a repressão submetida a outras minorias até os dias de hoje. “Busca-se acolher um público de forte tradição cultural e artística, mas que raramente se encontra representado no teatro gaúcho, ao mesmo tempo em que se pretende, por meio deste universo particular, tratar de temas que atingem diretamente outras comunidades”, afirma a equipe de Raiz Amarga.

“Narrar o trauma”, pelo diretor Clóvis Massa

A entrevista de Reli Gizelstein Blau concedida à USC Shoah Foundation, em setembro de 1997, em que fala da experiência como sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, foi a fonte documental escolhida para o início do processo de criação de Raiz Amarga, ainda nos primeiros meses de 2020. A abordagem, que remete à tradição da literatura produzida após os extermínios ocorridos na Segunda Guerra Mundial, aos poucos foi dando lugar ao testemunho de Letícia Schwartz, sua neta, que lindamente emprestou sua voz para narrar os traumas de muitas pessoas vitimadas – como foram seus ancestrais –, mas também recordar suas lembranças dentro de uma família que, como tantas outras, de diferentes origens e etnias, foram e ainda são atravessadas por questões de identidade, perseguição e reconstrução em suas vidas

Enquanto processo complexo em que está envolvida a dialética da recordação e do esquecimento, a dramaturgia de testemunho assim constituída passou a considerar o Seder de Pessach como referência estrutural, ele próprio uma narrativa de testemunho coletivo. A noite de celebração da libertação dos judeus do jugo opressor no Egito antigo passou a ordenar a narrativa. Associado aos relatos sobre o genocídio e à exposição dos traumas sofridos pelas gerações posteriores, o Seder oscila entre dois tipos de testemunho presentes na dramaturgia, segundo Jean-Pierre Sarrazac, o da narração de um acontecimento presenciado e o da exposição do próprio sofrimento por alguém que é testemunha de si mesmo. No espetáculo, esses tipos, que podem ser chamados de político e de íntimo, conduzem ao pressuposto fundamental de lembrar de quem se é, a fim de garantir a preservação de uma memória viva e impedir que novos horrores deste tipo ocorram.

Arlete Cunha e Letícia Schwart. Foto>_Bernardo Jardim/Divulgação

Após a finalização do texto autoral de Letícia, em forma de monólogo ainda, ele sofreu várias transformações. A primeira delas, ainda no período de isolamento devido à pandemia, num tratamento mais voltado à encenação. Nos primeiros dias de 2022, numa adaptação mais radical em forma de diálogo, quando convidei Arlete Cunha para fazer parte do espetáculo. A extraordinária experiência de Arlete em processos de natureza ritual, atriz que sempre admirei e com quem nunca tinha trabalhado, enriqueceu imensamente nosso trabalho durante os ensaios, e sua interlocução com Letícia equacionou o tom das falas, dando à cena o contraponto que faltava à narrativa, trazendo a alternância entre momentos densos e espirituosos.

Aproximação das pessoas

A concepção do dispositivo, inspirada em um trabalho do artista francês Charlie Windelschmidt, colabora para a aproximação com as pessoas convidadas para o Seder, sentadas ao redor da estrutura cenográfica. A ambientação reflete o afastamento da fábula e enfatiza a presentificação, permitindo com que situações relatadas sejam evocadas pontualmente. Em nossa proposta, a ênfase testemunhal, por meio do relato, se coloca como um desafio, numa cerimônia para poucos, de reforço da simples presença, que recusa os excessos tecnológicos para trazer um pouco de luz às sombras que ameaçam nossas memórias.

RAIZ AMARGA – Por que esta noite é diferente de todas as outras?

Até 29 de outubro

Sextas e sábados, às 20h

Domingos, às 19h

Ingressos antecipados via Sympla

Inteira: R$ 50,00 + taxas

Meia-entrada: R$ 25,00 + taxas (estudantes, idosos, professores, pessoas com deficiência e jovens de baixa renda com cadastro no CadÚnico)

Link: https://www.sympla.com.br/evento/raiz-amarga/2151634

Ingressos na hora em dinheiro ou PIX (bilheteria abre uma hora antes do início do espetáculo)

Inteira: R$ 60,00

Meia-entrada: R$ 30,00 (estudantes, idosos, professores, pessoas com deficiência e jovens de baixa renda com cadastro no CadÚnico)

Ficha técnica

Elenco | Arlete Cunha e Letícia Schwartz

Direção | Clóvis Massa

Dramaturgia | Clóvis Massa e Letícia Schwartz a partir de textos de Letícia Schwartz

Depoimentos | Reli Gizelstein Blau*

Produção | Naomi Siviero

Assistência de produção | Carla Cassapo

Iluminação | Carol Zimmer

Cenografia e ambientação | Clóvis Massa

Cenotécnica | Rodrigo Shalako

Trilha sonora | Daniel Roitman

Figurinos | O grupo

Audiodescrição | Mil Palavras Acessibilidade Cultural

Consultoria de cultura judaica | Marcos Weiss Bliacheris

Consultoria sobre música judaica | Margot Lohn

Captação de recursos | Giuliana Neuman Farias

Fotografias de divulgação | Bernardo Jardim Ribeiro

Redes sociais | Pedro Bertoldi

Assessoria de imprensa | Bebê Baumgarten

Duração: 65 min

Classificação indicativa: 12 anos

Capacidade de público por sessão: 33 pessoas

*As falas de Reli Gizelstein Blau são excertos da entrevista concedida à USC Shoah Foundation

Redes do espetáculo:

https://www.instagram.com/espetaculoraizamarga

Um bar para os apreciadores de sinuca, em ponto icônico de Porto Alegre

Pub Snooker Tigre abre empreendimento localizado no Ed. Casas Tigre, esquina das Av. Ipiranga e  Azenha,  que reúne lazer, aulas de sinuca e campeonatos esportivos  

 Edifício Casas Tigre, um dos prédios mais conhecidos de Porto Alegre, fincado na esquina das avenidas Ipiranga e Azenha, recebe, agora, o Pub Snooker Tigre (Av. Ipiranga, 1555, Sala 301).  Inspirado nos pubs de snookers da Inglaterra, o empreendimento não será apenas um lugar de lazer, como também abrigará campeonatos esportivos, aulas de sinuca e, futuramente, projetos de inclusão social. Uma loja vendendo itens de sinuca, como tacos profissionais, cases para taco, giz, luvas e outros itens, funcionará no local. 

Com 840m², o espaço possui oito mesas profissionais para locação, todas calibradas e reguladas para oferecer a melhor qualidade para praticar e se divertir. Cada mesa possui campo de jogo de 2.84 de largura e 1.42 de comprimento. “Em Porto Alegre existem locais com mesas da mesma medida, porém não com a mesma qualidade e calibragem”, afirma Valdemir Linhares da Silva, proprietário do pub. Com investimento de 680 mil reais do Grupo Turbo Motos, o Snooker Tigre tem como objetivo incentivar a prática do esporte entre adolescentes, mesmo sabendo que atualmente há um número reduzido de jovens que o praticam.

A nossa proposta é inserir e fortalecer a participação desse público mais jovem. Sabedores que somos que atualmente o público que mais joga é acima de 40 anos, sem idade limite. Assim, nosso objetivo é criar um ambiente acolhedor na Snooker Tigre, onde você possa vir com sua família e desfrutar de momentos de lazer juntos. Queremos que seja comum vermos pais se divertindo com seus filhos ou mães se juntando à diversão”, reforça Linhares.

O empresário Valdemir Linhares da Silva. Foto: Robilar Pereira Souza/ Divulgação

Decoração 

Além das mesas profissionais, outro diferencial é a decoração, inspirada nos pubs de sinuca na Inglaterra.  “Procuramos trazer na decoração, nas fotos aplicadas junto às paredes, fotos estas em preto e branco, trazendo um ambiente mais retrô com pessoas famosas do passado e presente que praticam sinuca”, diz Linhares. Para complementar o ambiente, há quadros com referências ao mundo das duas rodas (motociclismo), já que nos antigos Coffee Racers existiam jovens que jogavam sinuca nos bares e se juntavam para andar de moto. “Assim, acredito que o ambiente de sinuca condiz com o ambiente da motocicleta”, destaca Linhares.

Gastronomia

No cardápio, uma variedade de lanches e petiscos, como Choripan, Torradas, Empadas e Pastéis. No entanto, a aposta gastronômica fica por conta dos hamburguers artesanais e das pizzas, todos preparados na casa. “Desde o pão até o mais simples ingrediente, prezamos pela qualidade para proporcionar o melhor”, informa Linhares. Na carta de bebidas, cervejas, vinhos, espumantes e drinks, além das não alcóolicas.  

 

Foto: Robilar Pereira Souza/ Divulgação

Aulas particulares, campeonatos e inclusão social

Além das oito mesas que estão disponíveis no salão, existe uma nova mesa reservada para quem deseja ter aulas particulares. Goiano, o campeão brasileiro de sinuca por várias vezes, irá ministrar as aulas. Um trabalho de inclusão social, voltado para jovens em situação de vulnerabilidade social, será colocado em prática nos próximos meses, além, é claro, de receber competições de sinuca. “As expectativas são as melhores possíveis. Quero proporcionar a melhor experiência de sinuca que Porto Alegre já teve. Estamos preparados para receber etapas dos campeonatos regionais e brasileiros de sinuca, para jogadores masculinos e femininos. O Snooker Tigre veio para virar referência no meio da sinuca e esperamos inspirar as pessoas a jogar esse esporte maravilhoso”, finaliza Linhares.

SERVIÇO

O QUE: Pub Snooker Tigre

ENDEREÇO:  Av. Ipiranga, 1555 – Sala 301

FUNCIONAMENTO:  De segunda a sábado, das 16h às 00h. 

INFORMAÇÕES: 51.99119.5764 e 3209.1625

INSTAGRAM: @Snookertigre

SITE: https://www.snookertigre.com.br/

Feira do Livro vai debater antirracismo, diversidade e sustentabilidade

A 69ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, que começa no dia 27 de outubro, promete ser um evento cultural amplo e inclusivo. Com uma abordagem voltada para questões contemporâneas e sociais, a Feira deste ano terá programações específicas voltadas ao antirracismo, a temas da comunidade LGBTQIAPN+ e sustentabilidade. Com isso, busca promover diálogos, reflexões e a valorização de diferentes grupos e perspectivas.

A programação com a temática antirracista começará no dia 28 de outubro, com uma mesa redonda sobre literatura negra: tradição e influência, com Luiz Maurício Azevedo e Fernanda Bastos, no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul, a partir das 18h. A jornalista e escritora Luciana Barreto fará o lançamento do seu livro Discurso de ódio contra negros nas redes sociais no dia 4 de novembro, no Auditório Barbosa Lessa – Espaço Força e Luz – (Rua dos Andradas, 1223), a partir das 17h30.

Na parte da diversidade, o público terá acesso a oficinas, palestras e saraus entre os dias 28 de outubro e 14 de novembro. Um dos destaques ocorrerá no auditório do Memorial do RS, onde será lançada a coletânea de artigos Novas fronteiras das histórias LGBTI+ no Brasil, de Augusta da Silveira de Oliveira, Lauri Miranda Silva e Paulo Souto Maior, a partir das 17h do dia 5 de novembro.

Sustentabilidade

Um aspecto relevante da Feira deste ano será a discussão sobre sustentabilidade e meio ambiente por meio de seminários. Um deles ocorrerá no dia 8 de novembro, a partir das 15h, no Auditório Barbosa Lessa, com o tema “A diversidade sustenta o futuro — Homenagem a Paulo Kageyama. Biodiversidade enquanto complexidade viva: enfrentando assimetrias no decênio decisivo”, com Luiz Marques, Raquel Kubeo, Leonardo Melgarejo e José Renato Barcelos. Na ocasião, será anunciado o lançamento do livro: Agrotóxicos – impactos sobre a saúde e o equilíbrio ecossistêmico, organizado por Cíntia Teresinha Burhalde Mua e Leonardo Melgarejo, com prefácio de Ingo Wolfgang Sarlet.

Autores internacionais

A Praça da Alfândega também receberá escritores vindos de oito países diferentes. Nina Brochmann e Ellen Stokken Dahl, médicas norueguesas, desembarcarão na Capital para o bate-papo “Você pensou que conhecia seu corpo? Pense de novo!”, em 29 de outubro; Eckhart Nickel, escritor alemão, trará o debate “quando a literatura e as artes visuais se encontram em um triângulo amoroso”, em 9 de novembro; Giovanna Rivero, escritora boliviana, trará mais detalhes sobre o seu livro Terra fresca da sua tumba, evento em parceria com o Instituto Cervantes de Porto Alegre no dia 1º de novembro.

Nicolás Ferraro, argentino, participará de um bate-papo sobre o atual momento da literatura policial Latino Americana em 4 de novembro; Tereza Cárdenas, cubana, participará de um encontro no dia 4 de novembro; Luis Santos, uruguaio, fará o bate-papo “diálogos entre Brasil e Uruguai”, em 4 de novembro; Joana Bértolo, portuguesa, tratará sobre cartografias literárias no dia 8 de novembro; e Faisal Al Suwaidi, dos Emirados Árabes Unidos, que apresentará sua obra Sob as asas dos anjos em 14 de novembro.

A Feira do Livro de Porto Alegre será realizada ocorre até 15 de novembro. Neste ano, o patrono é o escritor e cineasta Tabajara Ruas.

Em agosto prossegue seminário sobre a influência do arquiteto Otto Wagner no Brasil

Durante o mês de agosto prossegue a exposição e o seminário sobre a obra e a influência do arquiteto austríaco Otto Wagner na concepção de prédios no Brasil, através de profissionais da área que foram seus alunos e discípulos.

A curadoria da mostra é de Andreas Nierhaus (diretor do Museu de Viena) e Golmar Kempinger Khatibi. Organização no Brasil de   Kathrin Holzermayr Rosenfield (Professora Titular de Filosofia, Literatura e Estética na Universidade Federal do Rio Grande do Sul .)

Ambos eventos são iniciativas oferecidas pela Embaixada da Áustria e pelo Museu da Cidade de Viena, pelo Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA) e pela Pinacoteca Aldo Locatelli da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

 

PROGRAMAÇÃO

Sexta 4/08/1923 – 14 horas – Paço Municipal

– Video Dr. Nierhaus_Otto Wagner: A Tradição da Modernidade. Otto Wagner, sua Escola e a inovação da arquitetura em torno de 1900. (Die Tradition der Moderne. Otto Wagner, seine Schule und die Erneuerung der Architektur um 1900)

– Visita guiada da exposição

 

Sexta 11/08/1923 – 14 horas – Paço Municipal

– Adolf Loos –  Visionário e Provocador (Visionär und Provokateur)

– Visita guiada da exposição

 

Sexta 18/08/1923 – 14 h  – Paço Municipal

– Josef Hoffmann – Em Busca da Beleza (Auf der Suche nach Schönheit)

– Visita guiada da exposição

 

IAB –  Sexta 25/08/192 – 18 h –  Instituto dos Arquitetos do Brasil

– Debate sobre Teoria e Prática da arquitetura

 

Sessão de filme extra (data a definir)

– Otto Wagner – Visionário da modernidade (Visionär der Moderne)

A curadoria da mostra é de Andreas Nierhaus (diretor do Museu de Viena) e Golmar Kempinger Khatibi. Organização no Brasil de   Kathrin Holzermayr Rosenfield (Professora Titular de Filosofia, Literatura e Estética na Universidade Federal do Rio Grande do Sul .)

 

Escritor Demétrio Peixoto autografa “Retratos não falados”, no Espaço Amelie

 

O escritor Demétrio Peixoto autografa seu livro “Retratos não falados” no dia 2 de junho, a partir das 18, no Espaço Amelie. A produtora cultural Betânia Gonçalves convida a conhecer a obra do autor que traz passagens, pensamentos e poemas.

“Trata-se de um cenário poético plural, onde o autor dá ao leitor uma passagem para uma viagem à alma. São cenários cotidianos onde o poema traduz o dia a dia, com doses nada homeopáticas de sentimentos. É uma ação e reflexão combinadas com o efeito de brindar os antagonismos e eufemismos da vida urbana, social, sexual, cultural, física. A literatura sempre convidando para uma viagem necessária para dentro.”, explica o material de divulgação da obra. A produtora cultural Betânia Gonçalves conclui, “o Espaço Amelie está de portas abertas para mais uma celebração criativa”.

Sopapo Poético destaca a contribuição de mestre Telmo Flores na música negra do RS

 

Neste mês, o Sopapo Poético traz para o centro do círculo da poesia a Banda Kalunga, destacando as composições do mestre Telmo Flores. O sarau será recebido pelo Afrosul Odomodê, na Av. Ipiranga, 3850, Bairro Jardim Botânico, na próxima terça-feira, dia 25 de abril, às 19h30min. A entrada é franca.

O sarau Sopapo Poético é promovido pela Associação Negra de Cultura (ANdC) desde 2012. Como outros saraus afro-brasileiros, o encontro evoca o protagonismo negro, em uma roda de atuações, reflexões e de convivências afrocentradas, reunindo artistas, pensadores e simpatizantes da cultura negra de resistência.

 

Kalunga Quilombola

A Banda Kalunga surgiu em 2014 na cidade de Porto Alegre-RS, com o propósito de levar a luta quilombola para o contexto artístico e cultural. A banda é composta por trabalhadoras, trabalhadores, estudantes e militantes e se define “como uma conexão de diversas mentes em torno das composições do mestre griô Telmo Flores”. A Kalunga traz em seu repertório um conteúdo voltado à luta antirracista e à afirmação dos quilombos como espaços de empoderamento e preservação da cultura africana, de protagonismo negro e de criação.

Telmo Eduardo Flores, conhecido como “mestre Telmo”, é o vocalista e principal compositor do grupo. Em letras viscerais e diretas, suas composições, além de resgatarem a histórica resistência afro-brasileira, abordam temáticas contemporâneas, como a criminalização da população negra e periférica, a brutalidade policial, o poder da mulher negra, o racismo velado e as dificuldades impostas à população negra pelo sistema opressor. O mestre Telmo Flores também possui uma importante trajetória de militância junto ao Movimento Negro Unificado (MNU) e à Frente Quilombola, além de um passado carnavalesco, como integrante da Imperadores do Samba e, posteriormente, como um dos fundadores da Escola de Samba do Quilombo do Areal da Baronesa.

Sopapinho Poético

Com a proposta de desenvolver o interesse pela cultura e pela poesia nos pequenos, o Sopapinho Poético é um momento de fortalecimento da identidade étnica e da autoestima das crianças negras. As atividades do Sopapinho, paralelas ao sarau, são direcionadas para crianças de todas as etnias e envolvem brincadeiras, artes visuais, canto, contação de histórias e a participação na roda de poesia.

Feira Afro

A Feira Afro acompanha e apoia o Sopapo Poético desde suas primeiras edições, fortalecendo o espírito comunitário do sarau. A diversidade de produtos e estilos é sua característica, reunindo afro-empreendedores e artesãos, com produção voltada para a identidade étnica. Artesanato, alimentação, literatura, estética cultural, vestuário, cosméticos naturais, música – e muito mais – são opções da feira para o eclético público sopapeiro.

SOPAPO POÉTICO – Ponto Negro da Poesia

Edição de abril/2023

Convidados: Banda Kalunga & mestre Telmo Flores

Data: 25 de abril de 2023, terça-feira, 19h30min

Local: AFRO-SUL ODOMODÊ | Av. Ipiranga, 3850, Bairro Jardim Botânico, Porto Alegre-RS

ENTRADA FRANCA

Realização:

Associação Negra de Cultura – ANdC

Apoios:

AfroSul Odomodê

Feijão & Lentilha Photography

Fábio Ferreira – designer gráfico

Silvia Abreu Consultoria Integrada de Marketing

Créditos das fotos:  Leonardo Pradella