Cimbelino: forças opostas, do bem e do mal, em drama de Shakespeare

 

 

 

A coleção de 20 volumes com obras de William Shakespeare apresentada pelo psicanalista, escritor e intelectual Luiz-Olyntho Telles da Silva. Hoje, o sexto volume.

A coleção Shakespeare da Editora Movimento – 6

CIMBELINO

p/William Shakespeare

Tradução interlinear, introdução e notas de Elvio Funck

Porto Alegre, Editora Movimento, 2020, 224p.

Editado com o apoio da Família Paulus Funck

“Embora o Rei Cimbelino dê o título a esta peça de Shakespeare, nela predominam as forças opostas representadas por Imógine e Póstumo, o Bem, e pela rainha e seu filho, Cloteu, o Mal. Como nas peças medievais, chamadas Moralities, nas quais o Bem sempre derrota o Mal, Imógine e Póstumo são também vencedores, mas não sem antes sentirem o doloroso aguilhão das forças do Mal. Atormentado pelo pensamento que a todos nós perturba, ou seja, por que os deuses onipotentes, bondosos e misericordiosos permitem que o Mal atue com tanta força no mundo, Póstumo exige que o deus Júpiter lhe dê uma resposta satisfatória. A resposta do deus pagão tem ressaibos de cristianismo e, embora pouco satisfatória, Póstumo – e nós – a ela nos conformamos. O próprio Shakespeare, no Soneto 66, revela a angústia de Póstumo, a ponto de, decepcionado com a corrupção que o rodeia, desejar a morte.”

 

Ato V, Cena 5 – Cimbelino:        […] Nunca realmente guerra nenhuma acabou, se as mãos ensanguentadas a água da paz não lavou.

 

Deixe uma resposta