A gaúcha radicada há dez anos em Salvador, Josy Acosta, estreia no dia 3 de abril, no Youtube, um espetáculo teatral sobre os desafios da maternidade na pandemia.“Yèyé” (em yorubá arcaico pode ser traduzido como mãe) é fruto do projeto Mama África, aprovado no Prêmio das Artes Jorge Portugal.
A peça foi construída a partir de uma pesquisa de campo na Fundação Pierre Verger, local onde a atriz e sua equipe escutaram a griote Vovó Cici contar histórias de orixás femininos. “Pedi à Vovó que contasse histórias que versassem sobre mulher-guerreira, mulher-encantamento e mulher-mãe. Depois, entrei em sala de ensaio com o professor Negrizu, arte-educador e coreógrafo da Escola Olodum, para trabalhá-las corporalmente e, só então, o roteiro surgiu. Escolhemos falar sobre a ‘mulher-mãe’, a orixá que é mãe do ser humano, um espetáculo que dialoga com as minhas memórias da infância, com a religiosidade de matriz africana e com os ensinamentos que a maternidade me trouxe”, conta Josy.

Nascida há 37 anos na zona leste da Capital gaúcha, na comunidade do Campo da Tuca, Josy Acosta começou a estudar teatro com bolsa de estudo para uma oficina com Lisa Becker – que desde 2006 vive na Europa –, na Casa de Cultura Mario Quintana. Mais tarde, formou-se atriz na Escola de Teatro Popular da Tribo de Atuantes “Ói nóis aqui Traveiz” e, finalmente, pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS. Mas foi no grupo Caixa-Preta, do diretor Jessé Oliveira, do qual foi uma das protagonistas do espetáculo “Antígona BR”, que começou seu interesse pelo teatro negro. Mestre em Artes Cênicas pelo programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia, em 2013 fundou a Acosta Produções Artística, totalmente dedicado à difusão de produções artísticas que valorizam o legado cultural afrodescendente.

Vinte mães
Para construir o roteiro, a atriz realizou encontros virtuais com vinte mães de diversas partes do país, que participaram de uma convocatória pública, para trocar experiências sobre maternidade em tempos de pandemia, um momento da nossa história potencializado pela carga emocional e o acúmulo de trabalho, principalmente das mulheres. Nesse momento de confinamento e de distanciamento social quem acolhe, aconchega e as escuta? Elas e seus bebês foram presenteados com camisetas exclusivas, produzidas pela marca BlackPim, responsável pelo figurino do espetáculo.
Mama África dialogou diretamente com a comunidade do Engenho Velho de Brotas e arredores, tanto na realização da pesquisa, como dos ensaios e formação da equipe técnica. O espetáculo “Yèyé” segue a linha dos trabalhos anteriores do Grupo Ìwà, valorizando a musicalidade e recursos corporais para contar histórias. Acompanham a atriz em cena os músicos Juliana Almeida e Gabriel Carneiro, que divide os arranjos com Pedro Acosta. Com trilha assinada por Toni Edson e direção do cineasta Ailton Pinheiro, a montagem foi gravada em um espaço cultural da capital baiana e ficará disponível para visualização no Youtube até 10 de abril.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.
SERVIÇO
Estreia do espetáculo Yèyé
Quando: 03 de abril | 16h
Onde: Youtube do Grupo Ìwà – http://bit.ly/iwagrupo
Instagram: @grupoÌwà
FICHA TÉCNICA
Coordenação de produção, roteiro, direção e atriz: Josy Acosta
Atriz mirim: Maisha Bárbara
Produtora executiva: Karla Janaína
Assistente de direção: Amanda Cervilho
Assistente de produção: Francine Cardoso
Preparador corporal, coreógrafo e dançarino: Negrizu
Griote entrevistada: Vovó Cici
Trilhas: Toni Edson
Diretor musical e arranjador: Pedro Acosta
Músico instrumentista e arranjador: Gabriel Carneiro
Percussionista: Juliana Almeida
Ilustrador: Pablo Santos
Figurino: BlackPim e Francine Cardoso
Costureiros: Adriano Silva e Maria Luiza Santana
Maquiagem: Douglas Navarro
Fotógrafo: Ismael Silva
Gestão de mídias e iluminadora: Bruna Immich
Programadora visual: Amanda Nascimento
Coordenador de audiovisual: Ailton Pinheiro
Vídeo mapping: Magno Black
Técnico de som: Jeferson Souza
Imagens e edição do teaser do processo criativo: Márcio Soares e Uriel Santana
Produção audiovisual: Ori Imagem e som
Assessoria de Imprensa: Iele Portugal