O Escaler em livro, nas memórias e trajetória de seu dono, Toninho.

O texto abaixo é do jornalista Paulo César Teixeira:

“Poucos lugares simbolizaram tão bem a efervescência dos anos 1980 em
Porto Alegre quanto o bairro Bom Fim, principal reduto boêmio e cultural
da capital gaúcha nas últimas décadas do século 20. E, no Bom Fim, havia
um ponto de convergência – o Escaler, bar fundado em 1982 por um
marujo às margens do Parque da Redenção, em meio a jacarandás e sob
o brilho da lua.

Inscrito na memória afetiva de duas ou três gerações como espaço
privilegiado de diversão e arte, o Escaler acumulou milhares de histórias
na lembrança e na imaginação dos que por lá aportaram. Já estava na
hora de contá-las e revivê-las. É o que faz neste livro o dono do bar,
Antônio Carlos Ramos Calheiros, o Toninho do Escaler – antes de tudo, um agitador cultural, que soube direcionar energias plurais sem retirar-
lhes a fluidez e a espontaneidade –, em depoimento ao jornalista Paulo César Teixeira, autor de Esquina maldita, Nega Lu – Uma dama de barba
malfeita e Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre.

Toninho do Escaler/ Foto: Divulgação

A live de lançamento do livro Escaler: quando o Bom Fim era nosso,
Senhor! acontece na 3a feira, dia 31/8, a partir das 20h, na página do
evento no Facebook (bit.ly/3kkExRr), com participação de convidados
especiais.

No Bom Fim, o Escaler reunia uma plêiade de tribos tão díspares quanto
punks, góticos e metaleiros, que se juntavam aos remanescentes da onda
hippie e aos primeiros rappers da praça.
– Tinha tudo a ver com a concentração de pessoas ligadas à arte e à
cultura – anota o saxofonista King Jim, um dos fundadores da banda
Garotas da Rua.
– Era o gueto underground da cidade – diz Marco Aurélio Lacerda, o Coié,
líder das bandas de blues Neon e Rabo de Galo.
– O Escaler foi o local mais libertário e revolucionário do Bom Fim. Em
parte, pela sensação de liberdade de se estar ao ar livre, junto à Redenção, mas também – e principalmente – pela proposta do bar, que
se somava à onda da contracultura – analisa o jornalista Emílio Chagas.
O Território Livre do Bom Fim consagrado no fumódromo durante o verão
da lata. O show do Bebeto Alves assistido por uma multidão que lotou a
avenida José Bonifácio, cancelando a missa dominical na Igreja Santa
Terezinha.

As campanhas Vote para Presidente (deu Brizola na cabeça!), Cometa
Amor no Escaler (Toninho instalou um telescópio para ver o cometa
Halley na porta do bar); Escaler e os Discos Voadores (lançando bandas
independentes) e tantas outras.
O circo Escaler Voador, que trouxe a Porto Alegre Rita Lee, Tetê Espíndola,
Titãs, Lobão, Ultraje a Rigor e muitos outros para apresentações sob a
lona junto ao Gigantinho. As reuniões dançantes aos domingos, que
deram origem ao Baile da Cidade.
O candidato Toninho do Escaler, o Verde Maduro. A Lei Seca no Bom Fim.
A repressão policial nas madrugadas da Osvaldo Aranha. O fim do sonho.
O exílio nas Bandas Orientais.
O Toninho conta todas essas histórias no livro mais esperado do ano!
Desfrutemo-las como se navegássemos num bote salva-vidas (significado
original do nome do bar) em meio a tempos caretas e sombrios.”

SERVIÇO
Obra: Escaler: quando o Bom Fim era nosso, Senhor!
Autor: Antônio Calheiros, em depoimento a Paulo César Teixeira
Editora: Ballejo Cultura & Comunicação
Formato: 16×23
Páginas: 196
R$: 71,00
CONTATOS – WhatsApp/ e-mails
Toninho (53) 98143-4473 (puntal@bol.com.br)
Paulo César Teixeira (51) 999185863 (paulocesar.teixeira@uol.com.br)

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