O vice-chefe da Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas da China, Lu Jingbo, em uma coletiva de imprensa nesta semana, em Pequim, disse que nos últimos anos a China intensificou os esforços para expandir a produção de soja e oleaginosas, vegetais que possuem óleos e gorduras, comestíveis. Os resultados já surgiram com aumento da produção.
Segundo ele, a produção de soja na China atingiu 20,28 milhões de toneladas em 2022, um aumento de 23,7% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde histórico. “Há um excedente de cerca de cinco milhões de toneladas depois de atender ao consumo doméstico de comestíveis”, disse Lu, observando que a oferta doméstica está estável.
No ano passado, as importações de soja do país ficaram em 91,08 milhões de toneladas, uma queda de 5,6% em relação ao ano anterior, mostraram os dados oficiais. “A soja produzida domesticamente na China é usada principalmente para uso comestível, com consumo anual entre 13 milhões e 15 milhões de toneladas. A soja importada é usada principalmente para oleaginosas e ração animal”, completou Lu.
O Ministério da Agricultura da China lançou em 2023 um plano de ação de três anos para reduzir o uso de farelo de soja na alimentação animal, para reduzir sua forte dependência das importações de soja. O novo plano propõe que a proporção de farelo de soja na alimentação animal seja reduzida para menos de 13% até 2025, ante 14,5% em 2022. E, ainda mais preocupante para nossas exportações de soja, a China continua a diversificar as fontes de importação.
A diferença entre a produção chinesa e a necessidade de ração de soja para o consumo animal ainda é muito grande, mas a mudança de postura não deve ser ignorada pelo Rio Grande do Sul. As exportações do agronegócio gaúcho no ano de 2022 totalizaram US$ 16,0 bilhões, o que corresponde a 71,5% das exportações totais do Estado no período. O principal setor das exportações do agronegócio gaúcho no ano de 2022 foi o complexo soja (US$ 5,5 bilhões). E o principal destino no mesmo período foi a China, com 37,8% de crescimento no valor em relação a 2021, conforme dados do Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do RS.
Pode-se usar esse gancho para discutir a fragilidade da economia gaúcha sem a necessária diversificação, não deixando de reconhecer a importância do setor primário. O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul caiu 5,1% em 2022, conforme dados divulgados pelo governo do estado. O índice somou R$ 594,96 bilhões. No mesmo período, o PIB do Brasil cresceu 2,9%. Segundo o estudo, os impactos da estiagem sobre a agropecuária influenciaram na queda.
Com agência de notícias Global Times