Taxa de desemprego cai para 6,8% e bate novo recorde

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,8% no trimestre móvel encerrado em julho. Essa é a menor taxa para o trimestre na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É surpreendente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reduzir o desemprego a cada trimestre com as travas criadas pelos representantes de uma elite neocolonial, como o arcabouço fiscal que limita os investimentos.

Ainda pior é o controle da política monetária pelo presidente do Banco Central (BC), Campos Neto, remanescente do governo Bolsonaro, até o final de 2024. O resultado é a manutenção da taxa básica de juros bem acima da inflação, impossibilitando o aumento do volume de crédito mais barato e provocando um nível miserável de consumo. A economia brasileira ainda segue os princípios básicos de um país neocolonial: concentração brutal de renda, mercado interno ínfimo, real desvalorizado favorecendo a monocultura de exportação e trabalhadores em situação semelhante à escravidão.

Por isso, a importância de o governo Lula conseguir índices positivos em diversos itens na pesquisa Pnad Contínua em situação tão desfavorável. Um novo recorde aconteceu na séria histórica em relação a população ocupada (102,0 milhões), crescendo em ambas as comparações: 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) no trimestre e 2,7% (mais 2,7 milhões de pessoas) no ano.

 O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi a 57,9%, crescendo nas duas comparações: 0,6 ponto percentual (p.p.) ante o trimestre móvel anterior (57,3%) e 1,1 p.p. no ano (56,9%). Este foi o maior nível de ocupação para um trimestre encerrado em julho desde 2014.

A população subutilizada (18,7 milhões de pessoas) foi a menor desde o trimestre móvel encerrado em dezembro de 2015 (18,6 milhões), recuando nas duas comparações: -6,9% (menos 1,4 milhão) no trimestre e -7,8% (menos 1,6 milhão) no ano. A população fora da força de trabalho (66,7 milhões) ficou estável nas duas comparações.

A população desalentada – aquela que não consegue trabalho, ou não tem experiência, ou é muito jovem ou idosa, ou não encontra trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga – é de 3,2 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2016.

O número de empregados no setor privado chegou a 52,5 milhões, novo recorde da série iniciada em 2012, com altas de 1,4% (mais 731 mil pessoas) no trimestre e de 4,5% (mais 2,2 milhões de pessoas) no ano. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) chegou a 38,5 milhões, mais um recorde. Houve alta de 0,9% (mais 353 mil pessoas) no trimestre e de 4,2% (mais 1,5 milhão de pessoas) no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado (13,9 milhões) também foi recorde, com altas de 2,8% (mais 378 mil pessoas) no trimestre e de 5,2% (mais 689 mil pessoas) no ano.

O número de trabalhadores por conta própria (25,4 milhões) ficou estável nas duas comparações, assim como o número de trabalhadores domésticos (5,8 milhões) e de empregadores (4,2 milhões). Já o número de empregados no setor público (12,7 milhões) foi recorde, subindo 3,5% (424 mil pessoas) no trimestre e 3,6% (436 mil pessoas) no ano.

A taxa de informalidade foi de 38,7% da população ocupada (ou 39,4 milhões de trabalhadores informais) contra 38,7 % no trimestre encerrado em abril e 39,2 % no mesmo trimestre de 2023.

O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.206) ficou estável no trimestre e cresceu 4,8% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 322,4 bilhões) cresceu 1,9% (mais R$ 6,0 bilhões) no trimestre e 7,9% (mais R$ 27,5 bilhões) no ano.