Atuação da FZB garante isenção e economia ao Estado, diz biólogo

Pesquisadores se envolvem em diversos projetos, de planos de manejo a revisao de especies amea;adas. Foto Mariano Pairet

Cleber Dioni tentardini
A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul foi afastada, por decreto, da coordenação da lista de espécies da fauna ameaçadas de extinção. O documento assinado pelo governador José Ivo Sartori em janeiro deste ano mudou as regras para produção do trabalho, encurtando o prazo de 4 para 2 anos e transferindo a supervisão da FZB para a SEMA, o que provocou polêmica no meio acadêmico e ambiental.
Além da qualidade dos serviços prestados, com autonomia técnica e isenção, os valores dos trabalhos realizados pela FZB são muito inferiores aos de mercado, cerca de sete vezes menor, apontam os estimativas feitas entre 2015 e 2017.
“São dados aproximados, mas confiáveis e realistas, feitos mediante consulta a consultores individuais e empresas”, afirma o biólogo Glayson Bencke, pesquisador do Museu de Ciências Naturais da FZB, quem coordenou a elaboração da última lista da fauna, de 2014.
O levantamento das espécies ameaçadas, por exemplo, atribuição dos estados desde 2011, conforme regulamentação federal, representam um custo 97% menor. São R$ 150 mil contra R$ 4,67 milhões da iniciativa privada.
A lista “vermelha” ( de espécies ameaçadas) da flora, por enquanto, ainda está sob coordenação da Zoobotânica.

Glayson (ao microfone) em evento da Agapan fala sobre importância da FZB/ Edi Fonseca / Divulgação

Ameaçadas: 280 espécies da fauna e 804 da flora do RS
As últimas listas produzidas foram resultados dos trabalhos de 129 especialistas de 40 instituições que analisaram o estado de conservação de 1,6 mil espécies. “Uma lista de espécies ameaçadas serve para subsidiar as políticas públicas e também como um termômetro de como o ser humano está tratando o ambiente natural e essa mudança é preocupante pelo fato do governo ter de contratar empresas privadas para a elaboração, comprometendo a autonomia técnica e isenção do trabalho”, ressalta Bencke.
Esse levantamento indicou que o Rio Grande do Sul possuía 280 espécies de sua fauna em algum grau de ameaça de extinção (Vulnerável, Em Perigo ou Criticamente em Perigo) além de 10 já extintas. Estavam ameaçados 22% dos mamíferos, 18% dos peixes de água doce, 16% dos anfíbios, 11% dos répteis e 14% das aves nativas rio-grandenses.
Lambari-listrado, especie de agua doce ameaçada de extinção/ Foto de L R Malabarba/Divulgação

O Xaxim

Quanto à lista da flora ameaçada de extinção do RS, 1.245 espécies foram analisadas e o resultado indicou 804 espécies enquadradas em uma das três categorias de ameaça: Vulnerável, Em perigo e Criticamente em Perigo. Entre elas, espécies de araucária, butiá, samambaia, cactos, orquídeas e bromélias, segundo a bióloga Rosana Senna, quem coordenou os grupos de pesquisadores.
Araucária, ou pinheiro-do-paraná, também está na lista “vermelha”/ Luiz Costa/ Divulgação Embrapa

 
CONFIRA OUTROS SERVIçOS PRESTADOS PELA FZB
Custo pela FZB  /   Custo pela iniciativa privada
Elaboração das listas de espécies de animais e plantas ameaçados de extinção
R$ 150.000,00   /   R$ 4.677.440,00
Plano de Manejo do Parque Estadual do Delta do Jacuí
R$ 176.000,00   /   R$ 1.659.000,00
Plano de Manejo da APA do Delta do Jacuí
R$ 100.560,00   /   R$ 948.000,00
Plano de Manejo da Reserva Biológica da Mata Paludosa
R$ 120.000,00   /   R$ 1.015.728,00
Plano de Manejo da APA Rota do Sol
R$ 120.000,00   /   R$ 1.015.728,00
Plano de Manejo da Estação Ecológica de Aratinga
R$ 270.000,00   /   R$ 2.285.388,00
Plano de Manejo do Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos
R$ 150.000,00   /   R$ 1.269.660,00
Zoneamento Ecológico Econômico do RS
R$ 10.000.000,00   /   R$ 60.000.000,00
TOTAL
R$ 11.086.560,00   /   R$ 72.870,944,00

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