Juiz realizou duas inspeções no Jardim Botânico e no Museu de Ciências Naturais

Magistrado conferindo os fósseis com o paleontólogo Jorge Ferigolo

cleber dioni tentardini
O juiz Eugênio Terra realizou duas inspeções judiciais nas instalações do Jardim Botânico de Porto Alegre. A primeira ocorreu na manhã do dia 25 de agosto, quando visitou o Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), o serpentário, que está fechado, e uma área restrita do JB que faz limite com a vila Juliano Moreira, cuja entrada é pela avenida Cristiano Fischer. Ali, o magistrado pode constatar a falta de segurança da área porque partes do muro que separa o JB das casas caiu e não foi reconstruído.
A segunda visita ocorreu no dia 21 de setembro.  Desta vez, começou a vistoria pelo Bromeliário e o Cactáreo do JB, e depois foi ao herbário e à coleção de insetos do Museu de Ciências Naturais. Estava acompanhado pelas promotoras de Justiça Annelise Steigleder e Ana Maria Marquesan, da Defesa do Meio Ambiente, pelo presidente da FZB e diretores do JB e MCN e por servidores da Fundação, especialmente os curadores das coleções.

Juiz reuniu os biólogos curadores das coleções antes da segunda inspeção na Zoobotânica

O magistrado também teve acesso à medida cautelar requerida pelo procurador-Geral do Ministério Público de Contas, Geraldo Da Camino, que questiona junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
Bióloga Ana Maria Ribeiro mostra Seção de Paleontologia ao juiz e à promotora Ana Marchesan / Divulgação

Ação foi assinada por quatro promotores
No início de fevereiro de 2017, após realizar uma vistoria nos acervos do JB e do MCN, as promotoras de Justiça Ana Maria Marquesan, Annelise Steigleder e Josiane Camejo e o promotor Alexandre Saltz assinaram uma Ação Civil Pública, com pedido de liminar, contra o Estado, decorrente da decisão do governo de extinguir a FZB e demitir os funcionários. A Lei n.14.982/2017 que autoriza a extinção foi sancionada em 17 de janeiro de 2017.
Bióloga Vera Werner mostra catálogo da coleção de algas à promotora de Justiça /Fotos MP/RS

Em quatro dias, produziram mais de 60 páginas com os argumentos para justificar a manutenção da Zoobotânica. Foram citados alguns fatos que colocaram em risco o patrimônio ambiental e cultural do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais, especialmente a queda de mais dois blocos do muro que faz divisa com a vila Juliano Moreira, na avenida Cristiano Fischer, as depredações, e as invasões do serpentário e de salas administrativas.
Auxiliar do MP registrando área desprotegida / Cleber Dioni

 

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