Neste mês de agosto, quando são realizados eventos e solenidades para lembrar o Movimento da Legalidade, que impediu um golpe militar em 1961, o jornalista Cleber Dioni Tentardini, que está concluindo o livro No Fio da História, A Vida de Leonel Brizola, encontrou a histórica metralhadora com que o governador gaúcho movimentava-se no Palácio Piratini.
Está guardada em um cofre do Museu da Brigada Militar, em Porto Alegre e, em breve, entrará em exposição junto com outras peças utilizadas pela BM da época.
Na verdade, uma submetralhadora INA MB950, cartucho calibre .45, de fabricação nacional. O fotógrafo e historiador Claudio Fachel, autor de dois livros sobre a Legalidade – Os 50 Anos da Legalidade em Imagens (em coautoria com Camila Domingues, Corag, 2011) e Fotojornalismo e Legalidade 1961 (Medianiz, 2011) – deu a pista: essa arma permaneceu com Brizola por muito tempo, tendo sido levada para o Uruguai e, depois, trazida desmontada para Capital e devolvida para a BM.
A arma que está exposta no Memorial da Legalidade, no porão do Piratini, é uma réplica. O memorial está fechado para reformas até dezembro, segundo o Departamento de Preservação Cultural, do Palácio.
A farda da Brigada que o político usou quando fugiu de carro para Cidreira, no litoral gaúcho, para não ser preso após o golpe civil e militar em 1964 também foram parar no Uruguai.
A ex-companheira de Leonel Brizola, Marília Guilhermina Martins Pinheiro, informou que as roupas militares ficaram guardadas na casa da estância, no departamento de Durazno – distante 190km de Montevidéu -, onde o casal passava fins de semana e datas com folgas prolongadas.