Bolsonaro repete ameaças mas sai enfraquecido dos atos do 7 de setembro

Bolsonaro nas manifestações do dia 7 de setembro em Brasilia. Foto: Fabio Rodrigues/ Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro usou o Dia da Independência para fazer demonstrações de força e ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF).

Depois de participar do ato oficial na frente do Palácio do Planalto, o presidente deslocou-se para São Paulo, onde seus apoiadores ocuparam parte da avenida paulista.

Apesar do número expressivo de manifestantes favoráveis ao presidente,  a presença foi menor do que a anunciada e esperada pelos organizadores.

Tampouco se concretizaram as ameaças reiteradas de bloqueio de estradas e ultimato para os ministros do STF.

No Distrito Federal, Bolsonaro ficou no local da manifestação por cerca de meia hora e discursou em um carro de som, acompanhado de ministros.

O ponto principal do seu discurso foram os ataques ao STF, onde é alvo em quatro investigações. “Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica, da região [da Praça] dos Três Poderes, continue barbarizando a nossa população”, disse, em referência ao ministro Alexandre de Moraes.

“Ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos. Porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada Poder da República. Nós todos aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede pra sair”, completou.

Bolsonaro ainda afirmou que nesta quarta-feira (8) se reuniria com ministros e também com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, do Senado, Rodrigo Pacheco, e do STF, Luiz Fux. “Com esta fotografia de vocês [das manifestações de hoje], vou mostrar pra onde nós todos devemos ir”, disse aos apoiadores.

Nenhum dos três confirmou essa reunião mencionada pelo presidente.

No fim da manhã, o presidente embarcou para São Paulo, onde participou de ato na Avenida Paulista.  Bolsonaro praticamente repetiu o discurso, ampliando as agressões ao STF.

Embora tenha demonstrado que tem uma base de apoio consistente, as manifestações do presidente ampliaram seu desgaste nos meios político e empresarial, onde crescem às reações à sua pregação anti-democrática.

 

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