O presidente Jair Bolsonaro usou o Dia da Independência para fazer demonstrações de força e ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF).
Depois de participar do ato oficial na frente do Palácio do Planalto, o presidente deslocou-se para São Paulo, onde seus apoiadores ocuparam parte da avenida paulista.
Apesar do número expressivo de manifestantes favoráveis ao presidente, a presença foi menor do que a anunciada e esperada pelos organizadores.
Tampouco se concretizaram as ameaças reiteradas de bloqueio de estradas e ultimato para os ministros do STF.
No Distrito Federal, Bolsonaro ficou no local da manifestação por cerca de meia hora e discursou em um carro de som, acompanhado de ministros.
O ponto principal do seu discurso foram os ataques ao STF, onde é alvo em quatro investigações. “Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica, da região [da Praça] dos Três Poderes, continue barbarizando a nossa população”, disse, em referência ao ministro Alexandre de Moraes.
“Ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos. Porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada Poder da República. Nós todos aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede pra sair”, completou.
Bolsonaro ainda afirmou que nesta quarta-feira (8) se reuniria com ministros e também com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, do Senado, Rodrigo Pacheco, e do STF, Luiz Fux. “Com esta fotografia de vocês [das manifestações de hoje], vou mostrar pra onde nós todos devemos ir”, disse aos apoiadores.
Nenhum dos três confirmou essa reunião mencionada pelo presidente.
No fim da manhã, o presidente embarcou para São Paulo, onde participou de ato na Avenida Paulista. Bolsonaro praticamente repetiu o discurso, ampliando as agressões ao STF.
Embora tenha demonstrado que tem uma base de apoio consistente, as manifestações do presidente ampliaram seu desgaste nos meios político e empresarial, onde crescem às reações à sua pregação anti-democrática.