Crime na Amazônia: sem pista dos mandantes, polícia prepara nova reconstituição na selva

Polícia Civil e Polícia Federal preparam uma nova reconstituição do assassinato do jornalista Dom Pilhips e do sertanista Bruno Ribeiro, para a sexta-feira (1º).

Equipes da Polícia Civil e da Polícia Federal iniciaram, nesta segunda feira, 27, um reconhecimento da região da selva amazônica onde Bruno e Dom foram executados e onde os corpos foram ocultados.

Os investigadores já ouviram 20 pessoas.

Oito são suspeitos de envolvimento direto na execução de Bruno e Dom Phillips.

No momento, três homens estão presos em Atalaia do Norte: Amarildo da Costa Oliveira, seu irmão Oseney, conhecido como “Dos Santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.

Amarildo confessou o crime depois que o irmão Oseney foi preso como suspeito de participação nos assassinatos.

A reconstituição deve ser feita com a presença dos três apontados como os executores do duplo homicídio.

Os outros cinco homens, suspeitos de  participação na ocultação dos corpos de Bruno e Dom na mata, já foram identificados. A polícia não revelou os nomes.

Há um mandante? Varias declarações, inclusive do vice presidente da República, general Hamilton Mourão, desconsideraram essa hipótese. Mourão disse que a morte do jornalista foi “efeito colateral” de uma briga local, do indigenista com os pescadores ilegais da região.

Em uma nota divulgada pelo comitê de crise, coordenado pela PF, em 17 de junho, o órgão dizia que novas prisões poderiam ocorrer, mas que as investigações apontavam “que os executores agiram sozinhos”.

Mas, na quinta-feira (23), o superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Eduardo Fontes, declarou ao Jornal Nacional que “não está descartado um envolvimento de um mandante no crime”.

O barco em que estavam Dom e Bruno quando foram atacados.

Durante a primeira reconstituição, Amarildo mostrou onde escondeu a lancha de Bruno e Dom. Os agentes também foram até o local onde os suspeitos tentaram queimar os corpos das vítimas.

Amarildo confirmou que ele e Jeferson tentaram queimar os corpos, mas não conseguiram.

Segundo a Polícia, no dia seguinte, os criminosos voltaram ao local e decidiram esquartejar os corpos e enterrar os membros.

— O jornalista, ao que tudo indica, estava no lugar errado, na hora errada, com a pessoa errada. A questão era o Bruno, que era o grande problema deles ali, que dificultava na questão da pesca ilegal — avaliou o superintendente da Polícia Federal no Amazonas.

O barco usado pelas vítimas foi localizado no domingo e será periciado nesta terça-feira. A polícia também aguarda os laudos da perícia nos restos mortais de Bruno e Dom, que devem trazer novos detalhes que podem confirmar as informações já colhidas sobre as circunstâncias dos assassinatos. Dos possíveis mandantes, até o momento, não há pistas.

 

 

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