Eleições 2022: Eduardo Leite quebra princípio e vai enfrentar a “maldição do Piratini”.

Governador deixou o cargo para tentar a pré-candidatura à presidência da República. Fotto: PP

Elmar Bones

Dois fatores subjetivos devem se incluídos entre os riscos embutidos na decisão que  o governador Eduardo Leite anunciou nesta segunda feira,  de concorrer à reeleição nas eleições de outubro.

A quebra do auto proclamado princípio contra a reeleição  e a “maldição” que  ronda os habitantes do Piratini, que não se reelegem ou fazem sucessor (sem contar os tempos de exceção, é claro) já vai para meio século.

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Desde o primeiro dia, vislumbrando vôos mais altos, Leite disse que não concorreria à reeleição, não por uma questão particular, mas por princípio. Ele é contra o princípio da reeleição em vigor na lei eleitoral brasileira, desde 1990.

Foi dito e escrito que se não fosse candidato à presidência, ficaria quatro anos em estudos fora completando sua formação, para voltar candidato.

As tentativas de ser candidato à presidência, dentro e fora de seu partido, o PSDB, fracassaram. Chegou a renunciar ao governo para tentar ser o nome de uma candidatura de terceira via, na disputa eleitoral polarizada entre Bolsonaro e Lula. Não deu certo.

O discurso, agora,  é de que o governador foi convencido pelas forças que apoiam seu governo – um manifesto de grandes empresários chegou a circular – a desistir dos quatro anos de estudos no exterior, esquecer a promessa que fez aos eleitores e aliados,  e lançar-se candidato para defender e levar adiante seu projeto.

Seu projeto é um programa de ajuste fiscal que culminou há poucas semanas com a aprovação do congelamento de investimentos públicos, deprimidos há décadas.

O equilíbrio que obteve nas contas é instável, mais contábil que real. Beneficia-se de conjuntura e receitas transitórias.

Os serviços públicos estão precarizado pelo corte prolongado das verbas de custeio. Os salários dos funcionários estão sem reajuste há sete anos. Há quase cinco anos o governo não paga as parcelas da sua dívida com a União, na expectativa de um acordo que tem pouca chance de ser cumprido.

Com a máquina a seu favor, o governador desponta como favorito na campanha que já tem sete candidatos no Rio Grande do Sul.

Em nome do realismo, porém, convém lembrar que outros favoritos à reeleição, alguns até com mais cabedal que Eduardo Leite,  não conseguiram convencer o eleitor gaúcho que mereciam mais quatro anos para “completar sua obra”.

 

 

 

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