O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, afirmou nesta 3ª feira (15.jun.2021) que o reajuste da bandeira vermelha 2 deve elevar em mais de 20%, a conta de luz.
Pepitone participou de um debate sobre a crise hídrica na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Disse que o valor cobrado pode chegar a R$ 7,57 a cada 100 kWh.
O valor da bandeira vermelha em junho de 2021 é de R$ 6,24 a cada 100 kWh.
O aumento do preço ainda é discutido pela Aneel. Deve ser comunicado ainda em junho.
O aumento do preço é justificado pela “crise hídrica que atinge o país”.
Com os reservatórios das hidrelétricas quase vazios, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o governo precisa acionar as usinas térmicas, que custam mais para a produção de energia.
Segundo Pepitone, o uso das usinas térmicas deve resultar em um custo de R$ 9 bilhões até novembro de 2021.
O reajuste da bandeira vermelha faz parte de uma série de ações da Aneel para diminuir os efeitos da crise hídrica e evitar o racionamento energético.
No mesmo evento, Pepitone afirmou que pretende firmar uma parceria com o governo federal para deslocar para fora do horário de pico o consumo das indústrias.
O objetivo é possibilitar que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) tenha mais recursos para operar o SIN (Sistema Interligado Nacional) durante a crise hídrica.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça (15) que o Brasil corre risco de sofrer racionamento igual ao ocorrido em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso.
O deputado discutiu o assunto hoje com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “Não se falou em apagão, falou-se em racionamento, na economia [de energia]… Mas não acredito que tenha apagão, pode ter energia mais cara por causa do uso das térmicas”, disse.
O governo prepara uma medida provisória para instituir um comitê que poderá prever “programa de racionalização compulsória do consumo de energia elétrica”.
Entre as medidas anunciadas está o acionamento de usinas termelétricas disponíveis e o aumento da importação de energia da Argentina e do Uruguai.