Na véspera do Dia do Servidor, 28 de outubro, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgou um estudo sobre as perdas salariais dos funcionários públicos estaduais no Rio Grande do Sul, com os programas de ajuste fiscal.
A conclusão principal: em sete anos (2014/2021), o funcionalismo estadual perdeu quase metade do seu poder de compra.
Feito a pedido do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs), o estudo mostra que o salário de especialistas em saúde, analistas de projetos e políticas públicas e extranumerários encolheu 48,3% em sete anos, considerando a inflação medida pelo IPCA/IBGE.
Estes profissionais atuam em praticamente todas as áreas do governo, como Saúde, Agricultura, Obras, Planejamento, Turismo, Cultura e Meio Ambiente. Sua situação é um indicador do quadro geral.
“Quando o governador Eduardo Leite diz que colocou as contas do Estado em dia, esconde que foi em cima do sacrifício e do confisco do salário dos servidores. O governo está estrangulando a renda dos trabalhadores que executam as políticas públicas do Estado”, afirma Antonio Augusto Medeiros, presidente do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do RS (Sintergs).
Além da perdas pela inflação, os funcionários públicos ainda amargaram atrasos e salários parcelados durante seis anos.
Enquanto isso, a cesta básica, o óleo de soja subiu 217,5% entre 2014 e 2021, tendo a maior alta entre os alimentos essenciais.
A carne teve aumento de 116,3%, o arroz, 100%, e o feijão, 92%.
A alta de preços destes itens contribuiu para a elevação de 96,2% no valor da cesta básica, ainda considerando a mesma base de comparação.
Entre os itens essenciais do orçamento familiar, a cesta básica foi o terceiro indicador que mais subiu de preço em sete anos.
Os servidores, além de não ter nenhum tipo de reajuste, perderam progressões na carreira que poderiam reduzir, pelo menos em parte, as perdas.
(Com informações da Assessoria de Imprensa)