Investigações sobre “rachadinhas” chegam ao gabinete de Bolsonaro na Câmara

A polêmica sobre a ministra da Saúde, que nem chegou a assumir, tirou o foco da informação mais explosiva desta segunda feira, 15.

Em quatro reportagens, o portal de notícias UOL reuniu informações  sobre a prática da “rachadinha” não só nos gabinetes dos filhos, Carlos e Flávio, na Câmara Municipal e na Assembleia do Rio.

Também no gabinete do pai, Jair Bolsonaro, na Câmara Federal,  em Brasília, há indícios dessa prática.

“O então deputado federal Jair Bolsonaro empregou em seu gabinete por oito anos (de 1998 a 2006) Andrea Siqueira Valle, a irmã de sua segunda mulher, Ana Cristina Siqueira Valle”.

“Um ano e dois meses depois que a irmã deixou de trabalhar para Jair, Ana Cristina ficou com todo o dinheiro acumulado na conta em que Andrea aparecia como titular e recebia o salário: um saldo de R$ 54 mil – quantia equivalente a R$ 110 mil, em valores de hoje”.

O impacto dessa implicação do hoje presidente da República nesse tipo de prática ilícita pode ter consequências incalculáveis.

Num primeiro momento, a crise no Ministério da Saúde desviou o foco. Mas o assunto é bombástico demais para ficar submerso.

Diz a apresentação das reportagens:

“A quebra de sigilos bancário e fiscal de pessoas e empresas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) revela indícios de que o esquema da rachadinha também ocorria nos gabinetes do pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando este era deputado federal, e do irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Os dados apontam ainda a existência de transações financeiras suspeitas realizadas pela segunda mulher do presidente, Ana Cristina Siqueira Valle.

O UOL teve acesso às quebras de sigilo em setembro de 2020, quando ainda não havia uma decisão judicial contestando a legalidade da determinação da Justiça fluminense, e veio, desde então, analisando meticulosamente as 607.552 operações bancárias distribuídas em 100 planilhas -uma para cada um dos suspeitos.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou o uso dos dados resultantes das quebras de sigilo no processo contra Flávio, mas o Ministério Público Federal recorreu junto ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Procurados desde quarta-feira (10) por email, telefone e mensagem de WhatsApp, Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro não responderam aos questionamentos da reportagem.

 

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