As obras no Parque Harmonia, sob responsabilidade da Ãmbar Engenharia, serão suspensas durante o Acampamento Farroupilha, que ocupará parte da área de 1 a 20 de setembro.
Segundo informações da Gam3, que ganhou a concessão da área por 35 anos, ficará concluída a pavimentação da praça central e a construção de um prédio que poderá abrigar 14 estabelecimentos comerciais.
“Também está sendo finalizada a instalação de calçamento, acessos, embarque e desembarque ao redor do parque”.
O resultado dessas obras, iniciadas em novembro de 2022, é uma grande extensão impermeabilizada no parque, que foi criado nos anos 1970 para ser o grande pulmão verde do centro histórico – uma área de 25,6 hectares, com quase duas mil árvores, a partir da Usina do Gasômetro, no trecho que hoje corresponde à Orla 1.
A empresa no levantamento que fez, quando assumiu a área, registrou cerca de 1.400 árvores. Obteve licença para suprimir quase 500 mas, segundo divulgou, cortaria pouco mais de 100 árvores.
A visão do terreno com um drone permite ver que a vegetação do parque foi arrasada. A promessa da empresa é replantar, depois, até mais árvores do que havia.
Remotamente chamou-se Porto dos Casais, depois Harmonia em referência a uma antiga fazenda que se estendia por aqueles terrenos nos tempos coloniais. Foi oficialmente inaugurado em 1980, como parque Harmonia.
O nome original manteve-se por pouco tempo. A Câmara de Vereadores queria homenagear o empresário Maurício Sirotsky Sobrinho, líder do maior grupo de Comunicação do Estado, e rebatizou o parque Harmonia.
Em 25de março de 1987, pela Lei Municipal 5.885, passou a chamar-se Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
Hoje na imprensa é o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, mas a população segue se referindo ao “Harmonia”.
Depois da concessão, nota-se nas peças de marqueting da Gam3 o empenho em enfatizar um novo nome, “Parque da Orla”, talvez mais alinhado com o projeto da concessionária, que é um parque temático, um local de entretenimento e consumo.
A mudança radical da função do parque, com a substituição da arborização e da vegetação por calçamentos com lajotas e prédios funcionais, já rendeu muitos protestos e ainda é alvo de questionamentos.
Uma Ação Popular com Pleito de Liminar tramita na Justiça desde julho de 2023, pedindo a suspensão da obra por estar em desacordo com o projeto que foi aprovado no Estudo de Viabilidade Urbana, que é a licença para qualquer obra. Um estudo feito por um dos autores do projeto original, mostrando as distorções entre o que foi aprovado e o que está sendo construído foi anexado à ação, que ainda não tem decisão.
O prazo para conclusão de todas as obras no parque é 2027. Segundo o projeto original seriam 5 mil metros quadrados de área construída.